segunda-feira, 28 de julho de 2014

Dona da Guloso investe oito milhões em Portugal

Sugal quer aumentar a produção de concentrado de tomate. As fábricas em Espanha e no Chile recebem 12 milhões de euros

O responsável da Sugal, João Ortigão Costa
Diana Quintela
28/07/2014 | 00:00 |  Dinheiro Vivo
A Sugal, a maior produtora portuguesa de concentrado de tomate e dona da marca Guloso, vai investir 20 milhões de euros só este ano, dos quais 12 milhões serão aplicados nas duas fábricas no Chile e na de Espanha e oito milhões nas duas fábricas em Portugal (em Benavente e na Azambuja).
O objetivo é reforçar a capacidade destas cinco unidades, passando de uma produção de 230 mil para 300 mil toneladas de concentrado de tomate já este ano, explicou ao Dinheiro Vivo o responsável da empresa, João Ortigão Costa.
Em Portugal, os oito milhões serão investidos "na compra de linhas de produtos de maior valor acrescentado, que necessitam de mais tecnologia, como o tomate em cubos que serve, por exemplo, de base para molhos e pizas", explica. Será ainda preciso mais tomate fresco. Neste momento estão já contratados cerca de 600 mil toneladas, mais 30% do que em 2013. É por isso que parte do dinheiro será usado na contratação de 40 pessoas para reforçar a apanha de tomate que decorre agora no verão.
Contudo, a rampa de maior crescimento da Sugal está no exterior, onde chegou apenas em 2012. Por isso é que em Espanha serão injetados também outros oito milhões, não só na expansão e modernização da fábrica Tomates del Sur, mas também no reforço da produção. "Vamos triplicar a capacidade de processamento de tomate fresco das 800 toneladas por dia para as três mil toneladas por dia e, assim, produzir mais concentrado", adiantou Ortigão Costa.
Por fim, no Chile, onde a Sugal tem duas fábricas, serão investidos quatro milhões na modernização de espaços e na adaptação aos critérios de produção da empresa portuguesa. Estes investimentos nas fábricas no estrangeiro vão fazer que a produção internacional da Sugal pese mais do que a nacional já no final deste ano.
Mercado externo já pesa mais que nacional
O ano passado, a empresa portuguesa produziu 230 mil toneladas de concentrado de tomate, das quais 40% já foram nas fábricas no exterior. Mas este ano conta processar 1,2 milhões de toneladas de tomate fresco, de onde produzirá 300 mil toneladas de concentrado, metade dos quais lá fora. Em 2015, a meta é ainda mais ambiciosa: produzir 60% fora de Portugal.
Em simultâneo, também as vendas da empresa portuguesa vão ser mais relevantes no estrangeiro. Segundo Ortigão Costa, este ano vão atingir uma faturação de 220 milhões de euros, sendo 55% do volume de negócios das vendas realizadas no Chile e em Espanha. A previsão é que em 2015 chegarão aos 250 milhões de euros, dos quais 150 milhões no estrangeiro.
Isto coloca a Sugal - que em 2013 foi considerada a segunda maior produtora de concentrado de tomate do mundo - "como o maior produtor europeu e entre os quatro maiores a nível mundial", destaca com orgulho Ortigão Costa. É ainda uma das maiores exportadoras de produtos de tomate, já que 95% do que produz - tanto em Portugal como lá fora - é vendido para o exterior, para a América Latina, América do Norte, Ásia, Médio Oriente e Europa.
Apesar da aposta no estrangeiro, a Sugal - que até agora se chamava Sugalidal mas decidiu alterar o nome e a imagem corporativa para fazer frente à internacionalização - pretende continuar a investir em Portugal e até tem planos ambiciosos.
"No próximo ano voltamos a investir em Portugal e será uma quantia bastante interessante", revelou ao DN/Dinheiro Vivo o responsável da empresa, João Ortigão Costa, acrescentando que em simultâneo pretendem também criar mais empregos nas suas fábricas. Postos de trabalho "para o ano inteiro" e não apenas para a apanha sazonal do tomate.

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