quinta-feira, 10 de julho de 2014

Monção e Melgaço pedem reunião "urgente" com ministra por causa do Alvarinho


Os autarcas de Monção e Melgaço anunciaram hoje ter pedido à ministra da Agricultura e do Mar uma reunião, "com carácter de urgência", para defender a manutenção da exclusividade da produção de alvarinho naquela sub-região.

Em comunicado conjunto hoje enviado à Lusa, os socialistas Augusto Domingues (Monção) e Manoel Batista (Melgaço) "mostram-se abertos ao diálogo e à conciliação de interesses, ressalvando o reconhecimento internacional do vinho Alvarinho produzido na sub-Região de Monção e Melgaço, bem como a importância do setor para a economia local".

Na reunião, solicitada por carta enviada quarta-feira à Ministra Assunção Cristas, os dois municípios far-se-ão acompanhar de elementos da Associação de Produtores de Alvarinho (APA).

As duas autarquias têm vindo a assumir "preocupação" com a possibilidade de a "denominação exclusiva" de produção de vinho alvarinho, vir a ser "alargada" à restante área da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV).

Garantem que "a manutenção dessa exclusividade é fundamental", não apenas "como garantia da singularidade e da fama já conquistada" para o vinho alvarinho, mas "também pela extrema importância que tem para a economia local".

Além de Assunção Cristas, os autarcas pediram ainda uma audiência à Comissão Parlamentar de Agricultura e do Mar, para "debater argumentos a favor da manutenção da exclusividade de produção de vinho da casta Alvarinho".

Estes contactos, explicam no comunicado conjunto, surgem na sequência da aprovação, no passado dia 25 de Junho, pela CVRVV de uma proposta de alargamento da produção da "Casta Alvarinho" a todos os concelhos que a integram.

No sábado os dois municípios vão promover um seminário onde pretendem reafirmar a importância da manutenção da exclusividade da produção de vinho alvarinho característico daqueles dois concelhos do Alto Minho.

O encontro intitulado "Monção e Melgaço, um `terroir` uma marca - Contributos para caracterização e promoção dos seus vinhos" é organizado em parceria com o Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC), a Associação de Produtores de Alvarinho, a Confraria do Vinho Alvarinho e a Associação de Desenvolvimento Rural Integrado do Vale do Minho (Adriminho).

Segundo números de 2013 da Associação de Produtores Alvarinho, a actividade reúne 60 empresas desta sub-região demarcada centenária (Monção e Melgaço), onde são produzidos seis milhões de quilogramas daquela uva, anualmente.

A selecção "das melhores" dá origem a mais de 1,5 milhões de garrafas de vinho alvarinho e representa um volume de negócios da cerca de 25 milhões de euros.

A exportação representa 10% do total das vendas anuais do vinho alvarinho, sobretudo para mercados da América do Norte e norte da Europa, além de outros países com forte presença de emigrantes portugueses, como a França.

Trata-se também da casta cuja uva "mais rende ao produtor", com excepção da uva utilizada para o vinho do Porto de mesa, chegando a valer 1,10 euros por cada quilo. É por isso a "matéria-prima mais cara" do país, garantem os produtores.

Fonte:  Lusa

Sem comentários:

Enviar um comentário