segunda-feira, 14 de julho de 2014

População informada pode ajudar mais a prevenir incêndios florestais


O Instituto Português do Mar e da Atmosfera vai emitir boletins sobre incêndios florestais para toda a população, disse hoje o seu presidente, defendendo que as pessoas informadas estão em alerta e podem ajudar mais a prevenir os fogos.
"Estamos articulados com todas as instituições e vamos começar a emitir boletins específicos para a prevenção dos incêndios, em articulação com o resto dos organismos do Ministério da Agricultura e da Autoridade Nacional de Proteção Civil", referiu à agência Lusa Jorge Miranda.
"Hoje temos uma população que está muito mais informada e [isso] pode aumentar a sua capacidade de alerta", frisou o presidente do IPMA.
O especialista em geofísica acredita que todos os temas de defesa civil necessitam de meios tecnológicos a nível central e local, mas "mais do que tudo, de uma atuação inteligente das populações".
Jorge Miranda avançou que o IPMA vai ter produtos adicionais de previsão para as instituições que operam no terreno e "os avisos normalizados vão ser transmitidos pelas televisões de forma clara".
Por outro lado, na página da internet do instituto está a ser melhorada "significativamente" a informação relacionada com os incêndios florestais.
Com o objetivo de manter todos informados sobre os elementos climáticos que podem ser relevantes para a prevenção de fogos nas florestas, o IPMA vai lançar uma aplicação gratuita para ´android´ e ´iphone´ que permite ter previsões hora a hora, incluindo sobre o vento.
"Este é sempre um assunto polémico, porque não é complicado prever as regiões onde o risco de incêndio é maior, a questão é que durante muito tempo houve uma gestão deste processo que foi no sentido de mitigar a transferência de informação", apontou o presidente.
Segundo Jorge Miranda explicou que devido a uma percentagem "algo significativa" dos incêndios ter origem criminosa, ao divulgar dados sobre o potencial de incêndio, "na verdade, estava a dar-se informação que podia ser utilizada por criminosos para levar a cabo de uma forma mais eficiente a sua ação" e por isso a opção tomada nos últimos anos.
O fogo florestal "é o único risco natural em que o excesso de informação pode ter um efeito contraproducente", admitiu.

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