sábado, 5 de julho de 2014

Porto quer roteiro de árvores classificadas


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Porto quer roteiro de árvores classificadas
O acervo de árvores classificadas como de interesse público é "generoso" e "motivo de orgulho" para o Porto, o que leva a autarquia a querer lançar em breve um roteiro dos mais de 230 exemplares monumentais existentes na cidade.
Atualmente há 237 árvores municipais, de sete espécies, classificadas como de interesse público no Porto, atributo que as dignifica e que lhes reconhece "caráter benéfico e valioso, não só para a cidade em si mas também para as suas comunidades, para as populações e para os visitantes", afirmou, em declarações à Lusa, Isabel Lufinha, engenheira do pelouro do Ambiente da Câmara do Porto.
Pelo seu desenho, porte, raridade ou interesse histórico e paisagístico, estes exemplares municipais estão protegidos enquanto monumentos vivos e são hoje "contadores de histórias", além de serem "elementos riquíssimos em termos botânicos".
A Ginkgo (ou nogueira-do-japão) no passeio das Virtudes, a Araucária (ou bunia-bunia) no jardim da Cordoaria, o Tulipeiro da Casa Tait, o conjunto de palmeiras no Passeio Alegre e a avenida dos plátanos, também na Cordoaria, são alguns exemplos de árvores classificadas cuja presença não passa desapercebida.
O Porto é uma cidade "extremamente verde" e "há que valorizar esse património", afirmou o vereador do pelouro do Ambiente e Inovação, Filipe Araújo, que acredita que "a breve trecho" será possível dar a conhecer aos munícipes e a quem visita a cidade o património arbóreo, através de um roteiro turístico, em formato digital ou em papel.
"Temos essa intenção, a ideia é ir recolhendo o maior número e a maior qualidade possível de informação associada a cada uma das árvores e fazermos um mapa, um roteiro turístico, mas desta vez com as nossas árvores classificadas", frisou também Isabel Lufinha.
Para Isabel Lufinha, à semelhança de um roteiro de monumentos de arquitetura, este sobre árvores classificadas faz todo o sentido, porque "é um valor patrimonial igualmente forte, igualmente válido e com muitos amantes, também".
A primeira classificação de árvores na cidade remonta a 1939, com um ulmeiro (Cordoaria), um pinheiro manso (avenida da Boavista) e um tulipeiro-da-virgínia com mais de 300 anos (escola pública João de Deus), sendo este o único dos três exemplares que ainda existe.
Mas foi em 2004 que ocorreu um "boom" de classificações de árvores da cidade, quando associações ambientalistas, em colaboração com a Câmara, decidiram impulsionar o processo, apresentando as candidaturas.
A preservação e manutenção destes seres vivos estão salvaguardadas, porque "qualquer intervenção tem que ter o parecer e autorização prévia da tutela [Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas]", disse Isabel Lufinha, lembrando ainda que a lei estabelece um raio de proteção de 50 metros.
O vereador Filipe Araújo adiantou ainda que a autarquia tem já mais árvores em processo de classificação, porque ao querer dar este estatuto a mais espécies a Câmara está também "a reproduzir a importância que têm, a dar relevância e a valorizar a cidade".
A técnica da autarquia não tem dúvidas de que estas árvores monumentais "precisam de muita dedicação, vigilância e proteção".
"Devemos ter todos os cuidados que conseguirmos e soubermos ter, mas também somos mais cuidadosos com a saúde dos nossos avós do que com a nossa e é um bocadinho esse valor que permanece", concluiu.

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