domingo, 6 de julho de 2014

Vinhos de Lisboa aumentam vendas com novos produtos autorizados pelo Governo

03-07-2014 
 
Fonte: Lusa

A Comissão Vitivinícola Regional (CVR) de Lisboa estima para este ano um aumento de 7% nas vendas dos Vinhos de Lisboa, em parte devido a novos vinhos que foram autorizados em portaria recentemente publicada em Diário da República.

Vasco Avillez, presidente da CVR, disse à agência Lusa que se prevê um aumento de 7% na rentabilidade do setor para este ano, devendo 2% ser resultante do eventual aparecimento de "vinhos" de mesa, "vinhos frisantes", "vinhos espumantes de qualidade", "aguardentes bagaceiras" e "vinagre de vinho", que vêm juntar-se aos tradicionais.

Os novos produtos, que foram autorizados pelo Governo para a região vitivinícola de Lisboa em portaria publicada a 25 de junho, que atualiza a anterior de há oito anos, "vêm acrescentar valor aos vinhos e abrir novas possibilidades de negócio para os agentes económicos", afirmou o dirigente.

No caso dos vinhos frisantes, os produtores que até agora tinham vinhos leves, com pequenos índices de gás natural ou gaseificado, podem agora fazer vinhos frisantes.

Trata-se de uma oportunidade sobretudo para "as cooperativas que já produziam vinhos leves com gás terem condições para, além dos leves, produzirem frisantes. Como já têm a tecnologia, é um pequeno passo", explicou.

Sete dias depois da publicação, "já há um pedido para a criação de um vinho frisante", adiantou.

A região pode passar também a produzir "vinhos" de mesa, uma oportunidade para os produtores certificarem o vinho de menor qualidade ("a granel"), mediante entrega à CVR de uma declaração de colheita e de produção, para vinho com um ano de colheita e produzido em determinadas castas.

As vendas aumentaram 5% em 2013, com uma vantagem económica de mais três milhões de euros face a 2012 e 83 milhões de euros faturados.

Em 2013, a região de Lisboa reduziu em 18% a sua produção, com 900 milhões de litros, mas, em contraponto, houve mais vinhos certificados, tendo em vista sobretudo a sua valorização nos mercados externos.

"O aumento de certificação ocorreu porque, devido à recessão nacional e ao facto de a produção ser menor, os produtores quiseram garantir o 'stock' dos seus vinhos certificados para os mercados externos, visto que a previsão era de que a procura nestes mercados subisse", justificou o responsável, adiantando que as contas de 2013 apontam para um aumento da exportação de vinhos certificados.

A Estremadura, região da CVR de Lisboa, é a segunda maior do país em área, com 26 mil hectares de vinha, produzindo 22 milhões de garrafas por ano, ou seja, 20% dos vinhos portugueses.

Além disso, é a maior região a exportar vinhos certificados e a única a produzir vinhos leves.

A região possui oito vinhos com Denominação de Origem (Alenquer, Arruda, Torres Vedras, Óbidos, Encostas D'Aire, Bucelas, Carcavelos, Colares), dois vinhos regionais de Lisboa (sendo um deles o único leve do país) e uma aguardente (Lourinhã) com Denominação de Origem.


Sem comentários:

Enviar um comentário