domingo, 24 de agosto de 2014

Crédito Agrícola avança com auditoria forense à Caixa de Coruche a pedido do BdP



Na quarta-feira, o jornal Oje noticiou que o Banco de Portugal ordenou uma auditoria forense à Caixa de Coruche, uma informação que é confirmada por fonte oficial do Crédito Agrícola
A Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo (Crédito Agrícola) vai avançar com uma auditoria forense à Caixa de Coruche assim que termine a auditoria patrimonial e financeira que está atualmente em curso, revelou à Lusa fonte oficial da instituição.

"A auditoria forense à Caixa de Coruche está prevista no âmbito da auditoria aprofundada a essa Caixa, que a Caixa Central está a realizar, no quadro da decisão de intervir na gestão da Caixa, processo que é comum quando são decididas estas intervenções", afirmou a mesma fonte.

Na quarta-feira, o jornal Oje noticiou que o Banco de Portugal ordenou uma auditoria forense à Caixa de Coruche, uma informação que é confirmada por fonte oficial do Crédito Agrícola.

"A solicitação do Banco de Portugal relativa à auditoria forense seguiu-se à decisão por parte da Caixa Central, no passado mês de março, de intervenção nesta Caixa [de Coruche]", sublinhou a referida fonte.

"A auditoria patrimonial e financeira está em vias de conclusão, seguindo-se a esta a auditoria forense", adiantou à Lusa o Crédito Agrícola, especificando que "a auditoria forense será realizada pela Caixa Central".

Em março, a Caixa Central suspendeu a administração da Caixa de Coruche, que era encabeçada por Diamantino Diogo.

"No uso das suas competências de supervisão e regulação das Caixas do Sistema do Crédito Agrícola Mútuo (SICAM), a Caixa Central pode decidir intervir numa Caixa para assegurar o seu equilíbrio financeiro e a regularidade da sua gestão", salientou fonte oficial.

E reforçou: "Sempre que há uma intervenção, a Caixa Central procede a uma auditoria aprofundada, sobre todas as áreas materialmente relevantes, nomeadamente, patrimonial, financeira, e também a vertente forense, quando se detetem irregularidades processuais que a justifiquem".

Assim, "a auditoria forense prevista para a Caixa de Coruche insere-se neste quadro, na sequência da decisão da Caixa Central de intervir, em março último, na gestão da referida Caixa", frisou o Crédito Agrícola.

Segundo a entidade, "fora deste contexto, não existem em curso quaisquer outras auditorias deste tipo a instituições do Grupo Crédito Agrícola".

O Crédito Agrícola é formado por 82 Caixas, representando o ativo da Caixa de Coruche apenas 0,5% do valor do ativo total consolidado do Grupo Crédito Agrícola (14,6 mil milhões de euros).

"É de realçar, de qualquer modo, o elevado rácio 'core tier 1' da Caixa de Coruche, de 26,6%, que é mais do dobro do verificado no sistema financeiro nacional no seu conjunto e muito acima dos valores mínimos determinados para este rácio", assinalou fonte oficial.

E finalizou: "Tal traduz, aliás, a realidade da esmagadora maioria das Caixas de Crédito Agrícola Mútuo, instituições em geral fortemente capitalizadas".

Esta é a terceira das quatro auditorias forenses que o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, revelou recentemente que estavam em andamento no sistema financeiro português.

A mais complexa decorre no Banco Espírito Santo (BES), há também uma a decorrer no Montepio, e existe mais uma auditoria forense em curso numa outra entidade financeira que atua em Portugal que ainda não é conhecida.

*Este artigo foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico

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