sábado, 30 de agosto de 2014

Juntar leite e cereais é o modelo mais rentável

Agros convidou especialistas para debater o problema da rentabilidade das explorações leiteiras


Custos de produção sobem, leite desce
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29/08/2014 | 00:00 |  Dinheiro Vivo

Com o fim das quotas e o aumento dos custos de produção, nomeadamente dos cereais com que os animais são alimentados, os produtores de leite portugueses temem pelo futuro das suas explorações. O abandono da atividade tem sido crescente, nos últimos anos e foi para debater alternativas que se juntaram, ontem, no Espaço Agros, produtores, investigadores e responsáveis cooperativos nacionais e internacionais.
"O modelo que tenho encontrado na Europa que melhor resiste é o que associa o cultivo de cereais à produção de leite", resumiu Christian Pèes, presidente da Confederação Europeia das Cooperativas Agrícolas. "Perante o fim das quotas, a Europa está dividida: os países do Norte estão felizes e querem produzir ao máximo e o Sul, onde a França se inclui, está apreensivo com o fim das quotas, que atenuavam a volatilidade nos preços do leite", adiantou o responsável.
Tendo em conta que os investimentos na agricultura são sempre realizados a longo prazo, a incerteza dos custos de produção (onde os cereais estão afetados pelo embargo russo e pela especulação dos mercados) e do preço de venda (o fim das quotas pode inundar o mercado de leite, perdendo valor), a sobrevivência de agricultores e de produtores de leite está mesmo em risco nos países periféricos.
Do debate moderado pelo subdiretor do JN, Paulo Ferreira, nasceu um apelo: "Não podemos andar a fazer experiências de rentabilidade, precisamos de uma estação experimental no Norte", desafiou Carlos Neves, presidente da Associação dos Jovens Agricultores. "Faz todo o sentido", concordou o presidente da Agros, José Capela. Santos Gomes, presidente da Confederação das Cooperativas Agrícolas, recordou que o modelo cooperativo é também parte da solução, permitindo aos agricultores "ganhar massa crítica", devendo continuar o movimento de "concentração".
Até domingo, a Agros é anfitriã da 2ª AgroSemana, nas suas instalações em Argivai, Póvoa de Varzim.

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