domingo, 17 de agosto de 2014

Produtores de batata manifestam-se em Oliveira do Bairro


Certidão de óbito 
à agricultura
Procurando respostas para os seus problemas, os produtores de batata concentraram-se, quinta-feira, em Oliveira do Bairro, junto à Câmara Municipal. Em causa estão os baixos preços praticados à produção, que não chegam para pagar um terço das despesas de instalação e ciclo da cultura.

No protesto, promovido pela Associação da Lavoura do Distrito de Aveiro (ALDA) e pela Comissão de Produtores de Batata da Região de Aveiro, com o apoio da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), os produtores de batata manifestaram a sua revolta com as dificuldades em escoar o produto e queixaram-se do preço baixo a que estão a ser obrigados a vender o quilo da batata (cinco cêntimos), quando o consumidor chega a pagar 15 vezes mais nas grandes superfícies comerciais.
Note-se que o custo de produção estimado por quilo é cerca de 16 cêntimos  e a isso devem somar-se as imensas e crescentes despesas fiscais a que os agricultores são obrigados.

Inversão de política

Com esta iniciativa fica demonstrada a necessidade de uma inversão na política agrícola que está a ser implementada em Portugal há várias décadas.
«O esmagamento dos pequenos produtores através de um preço de compra de cinco cêntimos por quilo é uma verdadeira certidão de óbito à agricultura nacional, passada pelo Governo e pelos grandes grupos económicos», critica, em nota de imprensa, o Secretariado da Direcção da Organização Regional de Aveiro (DORAV) do PCP, que esteve presente nesta importante acção, demonstrando a sua solidariedade com a luta dos agricultores, incentivando-os a continuar a sua justa reivindicação e afirmando que podem contar com o Partido na região e no País.
Neste sentido, defendem os comunistas, «é fundamental uma política que garanta o escoamento da batata produzida em Portugal a preços justos para os produtores e também para os consumidores, uma vez que a batata hoje vendida no mercado nacional é, de forma geral, importada de outros países (até de fora da União Europeia) e é mais cara do que poderia ser caso houvesse uma política de preços controlados».

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