sábado, 27 de setembro de 2014

Agricultores pedem apoio para prejuízos causados pelo mau tempo



Os agricultores do distrito de Setúbal não vão aceitar a "habitual conversa" por parte do Governo, "de que não há dinheiro", uma vez que têm visto o "apoio dado ao sector bancário". A Associação de Agricultores do Distrito de Setúbal já pediu uma audiência ao Governo para solicitar "medidas de compensação" que visem minimizar os "prejuízos causados na produção de tomate", devido ao mau tempo, que "destruiu cerca de 30 por cento" dos "215 hectares de tomate para indústria semeados", na Península de Setúbal, prejuízo que "ultrapassa os 200 mil euros".

Palmela e Montijo foram os concelhos mais afetados pelas intempéries, lembra Avelino Antunes. O representante da associação acrescenta que os agricultores estão "recetivos às propostas do Governo", esperando que lhes "seja atribuída uma verba compensatória". O recurso aos seguros é uma medida que recusam aceitar, porque "não cobrem muitos dos riscos na agricultura" e os seus "custos são insuportáveis" para os pequenos e médios agricultores, explica Avelino Antunes, assessor da Associação de Agricultores do Distrito de Setúbal (AADS).
 
A liberalização dos mercados, que "não tem em conta a defesa dos interesses nacionais", é um dos factores que tem prejudicado os agricultores, visto que fez com que "os custos de produção" aumentassem e o "preço à produção" baixasse. Já o consumidor tem cada vez "menos poder de compra" e compra os produtos "cada vez mais caros", sublinha Avelino Antunes.
 
O assessor da AADS informa que o número de agricultores do distrito de Setúbal "tem vindo a diminuir", devido às "políticas suicidas dos sucessivos Governos", à falta de garantia de "escoamento da produção e de preço justo" e ao "modelo de agricultura industrializado", que não serve aos interesses "nem do país, nem dos agricultores e nem dos consumidores". Avelino Antunes acrescenta que é necessário "uma alteração na política nacional e europeia", em que a agricultura "não deve estar na Organização Mundial do Comércio", porque está a ser "comparada a uma fábrica de automóvel".
 
Perante esta situação, torna-se prioritário investir nos jovens agricultores, através de "medidas concretas e objectivas", sendo necessário "garantir o arrendamento rural", o "escoamento dos produtos", a aplicação de "preços compensáveis à produção" e uma "uma discriminação positiva" para filhos e netos dos agricultores, de modo a "continuarem o negócio da família".

"Setúbal na Rede" - 26-09-2014 09:39


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