quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Produção de castanha afetada por ataque de fungo


É na DOP da Padrela que se contabilizam mais estragos.
A quebra de produção de castanha que este ano atingiu principalmente a serra da Padrela, distrito de Vila Real, foi provocada pela septoriose do castanheiro, um fungo que encontrou no verão ameno as condições ideias de desenvolvimento.

"Este ano foi um verão completamente atípico, com precipitações muito elevadas que decorreram ao longo de todo o verão e temperaturas amenas. Houve as condições ideais para o seu desenvolvimento", afirmou à agência Lusa Maria Manuel Mesquita, da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Norte (DRAPN).

É na Denominação de Origem Protegida (DOP) da Padrela, que se estende pelos concelhos de Valpaços, Vila Pouca de Aguiar, Murça e Chaves, que se contabilizam mais estragos, mas a situação está generalizada às outras DOP da região, desde os soutos da Lapa à Terra Fria.

"Ainda não temos dados concretos para quantificar as perdas de produção, mas as estimativas apontam para, na região da Padrela, um prejuízo médio superior a 50%. Os prejuízos variam muito à medida que se sobe em altitude, que vão sendo maiores", frisou.

Queda antecipada

O fungo atingiu a folha do castanheiro, que ficou de cor acastanhada e rebordo amarelo, originando a sua queda antecipada, e atacou também o pedúnculo do ouriço, provocando a sua queda precoce.

"Daí é que a castanha não se chega a formar e a ocorrência do prejuízo. Há uma queda precoce devido ao apodrecimento do pedúnculo do ouriço e não se chega a formar o fruto", explicou a responsável.

Maria Manuel Mesquita referiu que o fungo atacou com maior severidade as zonas mais altas, frias e húmidas, e também castas como a judia, a variedade que predomina na Padrela e possui pouca resistência à septoriose.

Espalhados pela DOP da Padrela existem à volta de 5.500 hectares de souto, cuja produção média ronda os 800 quilos por hectare.

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