terça-feira, 11 de novembro de 2014

Há queijos para todos os gostos – e 19 são vencedores

CONCURSO NACIONAL

11.11.2014 Por Alexandra Prado Coelho
Em cima da mesa estão queijos de todas as formas e feitios: frescos, em creme, em forma de bola, com mais cura, com menos cura, fatiados, para tirar à colher, com sabores acrescentados, ou sem, vindos de diferentes zonas do país.

Desde que surgiu, há seis anos, o Concurso Queijos de Portugal tem visto aumentar o número de produtores participantes: na edição de 2014, cujos prémios foram anunciados segunda-feira, apresentaram-se a concurso 176 queijos de 54 fabricantes nacionais, concorrendo em 19 categorias. Houve 19 vencedores e 38 menções honrosas, atribuídas por um júri de 20 provadores em provas cegas.

No final da cerimónia, que decorreu durante o Encontro com Vinho e Sabores, organizado pela Revista de Vinhos, no Centro de Congressos de Lisboa, o secretário de Estado da Alimentação e Investigação Agroalimentar, Nuno Vieira e Brito sublinhou que o sector dos lacticínios "é hoje competitivo" e "apresenta inovação", e lamentou apenas que não estivessem presentes no concurso os queijos DOP (denominação de origem).

"Este concurso nasceu precisamente porque havia um trabalho muito grande a fazer pelos queijos que não são DOP", explicou ao PÚBLICO Maria Cândida Marramaque, da Associação Nacional dos Industriais dos Lacticínios (Anil), responsável pela organização. "Os DOP já têm um reconhecimento como produtos de denominação de origem, e os outros queijos mais industrializados precisavam de um estímulo para se apresentar aos consumidores de uma maneira diferente."

Mas há outra dificuldade: "Avaliar os DOP implica ter um painel de avaliadores diferentes. A avaliação não pode ser feita apenas na óptica do consumidor, como fazemos aqui, mas é preciso pessoas mais especializadas em cada um dos DOP, até porque um especialista em Queijo Serra da Estrela não é um especialista em Queijo de Nisa."

Das pequenas às grandes empresas
E dentro das categorias existentes, a Anil não exclui abrir novos espaços, afinando as diferenças. "Dentro dos queijos de ovelha temos os de curas normais ou prolongadas, mas podemos abrir para leites crus, ou pasteurizados, por exemplo. Temos que ir analisando o que nos vai entrando todos os anos, ver as tendências." E uma das tendências claras, diz, é o aumento dos queijos para barrar. "Se calhar vamos ter que abrir essa categoria no próximo ano, porque dentro das várias categorias que já temos vão aparecendo queijos para barrar, e não faz sentido estar a avaliá-los junto aos outros."

Outra área que a Anil quer trabalhar é a dos tempos de cura. "Provavelmente vamos ter que trabalhar curas extra. Temos queijos belíssimos com períodos de maturação muito longos, que actualmente concorrem à cura prolongada mas se calhar temos que ter um espaço à parte para cura extra. Três, seis, 12, 15 meses são períodos de tempo tão diferentes, dão queijos com sabores tão diferentes, que não se podem avaliar justamente dentro da mesma categoria", conclui.

 

Os vencedores nas 19 categorias

Queijo fresco vaca – Santiago (pouco gordo), JD Empresa de Lacticínios

Queijo fresco ovelha – Simões, Fernando e Simões Queijaria Artesanal

Queijo fresco cabra – Guilherme (atabafado), Queijaria Guilherme

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