segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Produção de castanha em Marvão com quebras na ordem dos 70 por cento

10-11-2014 

 
A produção de castanha na zona de Marvão, no Alto Alentejo, foi prejudicada pelo tempo quente que se fez sentir até Outubro, havendo quebras na ordem dos 70 por cento, embora se mantenha a qualidade, segundo os produtores.

«Em relação à quantidade, a produção baixou imenso, em certos casos na ordem dos 70 por cento, mas a qualidade é inquestionável, mantém-se», diz à agência Lusa o presidente da Cooperativa Agrícola Cerealicultores de Porto da Espada (CACPE), Fernando Alfaiate.

Com cerca de 40 associados produtores de castanha, a cooperativa de Marvão, a única zona a sul do Tejo onde se verifica a existência de castanheiros, predominando as espécies Bária e Clarinha, considera que o calibre «subiu bastante» este ano, sendo, por isso, preciso «menos» castanhas para «fazer um quilograma».

No entanto, reconhece, com menos quantidade, as dificuldades para dar resposta aos compradores é maior, apesar de o preço manter-se em relação a anos anteriores, estando a castanha a ser comercializada a um preço base de 1,50 euros.

«Há uma maior procura de castanhas, porque a quantidade é muito menor, mas como estamos a viver momentos de crise, o preço não foi muito afectado», uma vez que «o consumidor também não pode ir além dos preços praticados», explicou.

Produtora há seis anos, Antónia Monteiro não tem dúvidas em afirmar à Lusa que este ano «é o mais ruim» desde que se iniciou na actividade, observando que «há produtores que até optaram por não apanhar as castanhas pela falta de qualidade do fruto e pelo preço a pagar aos funcionários durante a campanha, cerca de quatro euros à hora.

«A castanha é muito miudinha e o calor que se arrastou até há pouco tempo não deixou cair a castanha como deve ser», lamenta. «Os ouriços, cobertura onde está a castanha, caíram, mas não abriram e a castanha ficou lá dentro do ouriço. Custa a tirar e depois nós vimos que está ardida», relata.

Reforçando a ideia de que «há mais procura do que oferta», Antónia Monteiro considera «justo» o preço que está a ser praticado na venda (produtor ao retalhista).

No Alto Alentejo, o micro clima da Serra de São Mamede, propício à produção de castanha, já levou a que as entidades que tutelam o sector considerassem a castanha de Marvão como de «origem protegida».

Fonte: Lusa

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