domingo, 7 de dezembro de 2014

Engenheiro cria rebanho para produzir leite de cabra

Jovem tem uma unidade de produção em Benafim, no concelho de Loulé Sem resposta aos currículos que enviou depois da universidade, um jovem engenheiro de produção animal regressou à terra dos avós, Benafim, no concelho de Loulé, onde tem uma unidade de produção de leite de cabra, tendo atualmente 139 exemplares. "Era o mais lógico a seguir, porque não havendo emprego, não havendo oportunidades, acho que apostar naquilo que já tinha, nos terrenos que eram dos meus avós e não deixar as coisas ao abandono é uma boa perspetiva de vida", disse José Gonçalves à agência Lusa. Em 2008, 'arregaçou as mangas' e transformou a ideia num projeto, que está a ser apoiado em cerca de 20% pelo programa comunitário PRODER (Programa de Desenvolvimento Rural), que tem agora reunidas as condições e as instalações para encetar a produção de leite de cabra. O seu objetivo é produzir leite de cabra de raça algarvia e "conseguir ter uma vida digna e gerar valor" para o país. Apoio da família Filho de um médico e de uma engenheira química, José Gonçalves, de 32 anos, admite que os pais teriam inicialmente outras expectativas para si, mas com a sua paixão e empenho conseguiu obter o apoio da família, que vinca ser um alicerce vital do projeto. "Enquanto não tive as vedações, estive durante cerca de quatro anos em pastoreio direto com elas [cabras] no campo", contou explicando que em determinados períodos chegava a fazer seis horas diárias de pastoreio. Atualmente, o dia está recheado de outras tarefas como o tratamento do estábulo, das áreas de alimentação e recolha de leite, o auxílio no nascimento dos cabritos ou o semear ração para o rebanho, e, embora já não leve o rebanho a pastar, continua a conhecer cada animal pelo nome que a mulher escolheu. O campo e os animais já faziam parte das suas memórias junto dos seus avós e ganharam outro peso com o curso de produção animal e o projeto empresarial agora em desenvolvimento. José Gonçalves comentou ainda as dificuldades burocráticas para aprovar o projeto. "Na agricultura ou em qualquer outro investimento, quando uma pessoa investe também tem um plano para vir a receber [lucro] dentro de certo tempo, no entanto, o maior entrave que tive foi o tempo com as legalizações", lamentou. Atualmente, o jovem e a mulher contam com a ajuda de dois estagiários e têm vindo a privilegiar os profissionais locais para construir a estruturas necessárias à instalação da empresa como forma de gerar impacto na economia local.

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