terça-feira, 9 de dezembro de 2014

"Este projecto precisa de investimento estrangeiro"

Concluída a construção da infra-estrutura de regadio, já no próximo ano, a gestão da EDIA , liderada por Pedro Salema, vai reforçar a aposta na promoção e captação de investimento para a região do Alqueva.

Quais são as prioridades da EDIA, após a conclusão da infra-estruturação em 2015?
A missão da EDIA é conceber, planear e construir a infra-estrutura de regadio. A segunda prioridade é a promoção. Tem essa obrigação porque a infra-estruturação no regadio público ocorre por iniciativa do Estado e os terrenos que são servidos e que passam a ter uma torneira à sua porta, em resultado dessa rede de distribuição de água, são privados. Em último caso, o dono do terreno pode, ou não utilizar a infra-estrutura. Do ponto de vista do país não queremos fazer investimentos que depois não são utilizados. A EDIA tem a obrigação de promover essa área com vista à criação de riqueza. O objectivo da EDIA não é o lucro. Não tem o mesmo objectivo que as outras empresas. Visa o lucro dos agentes económicos da região em que está inserida. Esses é que são o garante da sustentabilidade da empresa e de todo o projecto. Além de construir e promover, há também a parte da operação. Essa parte é o próximo desafio. Operar e garantir que há uma empresa que o faz de forma exemplar nas suas múltiplas valências. É preciso pensar na agricultura, que é o principal utilizador da água. Mas há também o turismo, o desenvolvimento rural, a electricidade e o abastecimento público de água ao Alentejo. 

Há quem defenda que essas funções poderiam alocadas a outras entidades?
Há aqui obrigações que só uma entidade única é que pode garantir, como as obrigações ambientais, a monotorização da qualidade da água, o trabalho do desenvolvimento regional, o fomento do turismo, a produção de energias renováveis, sob pena de perdemos algumas delas e de estarmos a fazer um mau serviço ao país. O projecto vale como um todo.

Em que assenta a estratégia de promoção?
Primeiro temos que trabalhar na adesão. O empreendimento, como é realizado por iniciativa do Estado, alguns agricultores decidem não utilizar a água e isso penaliza os que a usam. Se todos o fizessem, reduziríamos os custos. A taxa de utilização é boa, mas ainda não é satisfatória. Ronda os 65%. O ideal era chegarmos aos 80% a 85%. Essa seria a taxa de plena utilização. Só assim se consegue diluir custos fixos, obter economias de escala, contexto e aprendizagem. 

Estão planeadas outras iniciativas?
Temos que trabalhar na captação de investimento estrangeiro. Muitas vezes os agentes locais não possuem capacidade para o fazer. Não devemos ter vergonha de promover este projecto internacionalmente. Precisamos de investimento estrangeiro e isso é uma estratégia que temos que prosseguir, com presença em feiras, com participação em missões empresariais, tentando chegar aos investidores que estão à procura de grandes áreas, com projectos para milhares de hectares. Temos contactos quase semanais com investidores interessados em produção de culturas em larga escala, sejam a luzerna ou a alfafa (leguminosas usadas na ração animal), sejam a cana ou colza. Outra possibilidade passa pelos óleos, como a colza. Mas há também grande potencial para os horto e agro-industriais, como o tomate, melão, brócolos, cebola e alface ao ar livre.

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