segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Portucel investe 89 milhões em nova fábrica nos Estados Unidos

No mesmo dia em que garante 24 milhões do Banco Mundial para Moçambique, grupo anuncia investimento de 89 milhões na Carolina do Sul

Pellets
DR
15/12/2014 | 17:32 |  Dinheiro Vivo
A Portucel anunciou hoje que vai construir uma fábrica de pellets nos Estados Unidos, num investimento global de 89 milhões de euros, e que assegurou a entrada do Banco Mundial no seu projeto em Moçambique, com a subscrição de 20% do capital social, num total de 30, 4 milhões de euros. Estes são, diz, "os dois primeiros passos" de um plano para promover um ciclo de crescimento para a próxima década.
O plano de investimentos só será conhecido, "em toda a sua abrangência e de forma pormenorizada", no primeiro trimestre do próximo ano, sublinha o comunicado à CMVM. Mas o Dinheiro Vivo sabe que a grande aposta da Portucel na próxima década assenta no papel tissue, segmento em que pretende atingir, a médio prazo, a liderança na Europa, tal como acontece já hoje no papel não revestido. E que Cacia será o primeiro complexo fabril a receber a primeira máquina de papel tissue de grandes dimensões.
O plano a 10 anos está a ser definido com o apoio da McKinsey, sendo que há já vários bancos de investimento a trabalhar com a Portucel neste processo.
Mas o grupo não avança, para já, grandes pormenores, remetendo tudo para o primeiro trimestre de 2015. Diz, apenas, que o plano "assenta em rigorosos critérios de análise" sobre a sua rentabilidade e que visa "equilibrar geograficamente a base industrial, sem colocar em causa a robustez financeira do grupo, nem tão pouco a capacidade de remunerar, adequadamente, os seus acionistas".
O primeiro passo será a referida construção de uma unidade industrial de pellets (são um tipo de lenha, geralmente produzidos a partir de serragem ou serradura de madeira refinada e seca que depois é comprimida) na Carolina do Sul. Terá uma capacidade instalada de 460 mil toneladas e está orçada em 110 milhões de dólares, cerca de 89 milhões de euros.
Com conclusão prevista para o terceiro trimestre de 2016, esta fábrica "constitui uma atrativa oportunidade de investimento para o grupo, que assim poderá alavancar a sua experiência em matéria de transformação florestal e processos industriais, entrando na promissora área da bioenergia", pode ler-se no comunicado ao mercado. Localizada na região de Geenwood, a futura unidade fabril "beneficiará de condições muito favoráveis em termos de matéria-prima florestal e de energia", diz a Portucel, que garante, ainda, ter já "negociado contratos de fornecimento com preço fixo para um prazo de 10 anos". O que significa que tem já assegurada a venda de 70% da sua produção.
Quanto a Moçambique, onde o grupo está a desenvolver um projeto integrado de produção florestal, de pasta de celulose e de energia, a Portucel asssinou hoje um acordo com a International Finance Corporation (IFC), a maior instituição de desenvolvimento global voltada para o setor privado nos países em desenvolvimento, e que faz parte do grupo Banco Mundial, que subscreverá 20% das ações da Portucel Moçambique, num investimento que, numa fase inicial, atingirá até 30,4 milhões de dólares (cerca de 24,4 milhões de euros).
"O referido acordo encontra-se, ainda, sujeito ao preenchimento das condições usuais neste tipo de operações, as quais deverão estar completadas no decurso dos próximos três meses", sublinha a Portucel.
Recorde-se que o projeto em Moçambique prevê, numa fase inicial, a plantação de 40 mil hectares de eucalipto, até ao final de 2016, nas províncias de Manica e Zambézia.

Sem comentários:

Enviar um comentário