No mesmo dia em que garante 24 milhões do Banco Mundial para Moçambique, grupo anuncia investimento de 89 milhões na Carolina do Sul
Pellets
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15/12/2014 | 17:32 | Dinheiro Vivo
A Portucel anunciou hoje que vai construir uma fábrica de pellets nos Estados Unidos, num investimento global de 89 milhões de euros, e que assegurou a entrada do Banco Mundial no seu projeto em Moçambique, com a subscrição de 20% do capital social, num total de 30, 4 milhões de euros. Estes são, diz, "os dois primeiros passos" de um plano para promover um ciclo de crescimento para a próxima década.
O plano de investimentos só será conhecido, "em toda a sua abrangência e de forma pormenorizada", no primeiro trimestre do próximo ano, sublinha o comunicado à CMVM. Mas o Dinheiro Vivo sabe que a grande aposta da Portucel na próxima década assenta no papel tissue, segmento em que pretende atingir, a médio prazo, a liderança na Europa, tal como acontece já hoje no papel não revestido. E que Cacia será o primeiro complexo fabril a receber a primeira máquina de papel tissue de grandes dimensões.
O plano a 10 anos está a ser definido com o apoio da McKinsey, sendo que há já vários bancos de investimento a trabalhar com a Portucel neste processo.
Mas o grupo não avança, para já, grandes pormenores, remetendo tudo para o primeiro trimestre de 2015. Diz, apenas, que o plano "assenta em rigorosos critérios de análise" sobre a sua rentabilidade e que visa "equilibrar geograficamente a base industrial, sem colocar em causa a robustez financeira do grupo, nem tão pouco a capacidade de remunerar, adequadamente, os seus acionistas".
O primeiro passo será a referida construção de uma unidade industrial de pellets (são um tipo de lenha, geralmente produzidos a partir de serragem ou serradura de madeira refinada e seca que depois é comprimida) na Carolina do Sul. Terá uma capacidade instalada de 460 mil toneladas e está orçada em 110 milhões de dólares, cerca de 89 milhões de euros.
Com conclusão prevista para o terceiro trimestre de 2016, esta fábrica "constitui uma atrativa oportunidade de investimento para o grupo, que assim poderá alavancar a sua experiência em matéria de transformação florestal e processos industriais, entrando na promissora área da bioenergia", pode ler-se no comunicado ao mercado. Localizada na região de Geenwood, a futura unidade fabril "beneficiará de condições muito favoráveis em termos de matéria-prima florestal e de energia", diz a Portucel, que garante, ainda, ter já "negociado contratos de fornecimento com preço fixo para um prazo de 10 anos". O que significa que tem já assegurada a venda de 70% da sua produção.
Quanto a Moçambique, onde o grupo está a desenvolver um projeto integrado de produção florestal, de pasta de celulose e de energia, a Portucel asssinou hoje um acordo com a International Finance Corporation (IFC), a maior instituição de desenvolvimento global voltada para o setor privado nos países em desenvolvimento, e que faz parte do grupo Banco Mundial, que subscreverá 20% das ações da Portucel Moçambique, num investimento que, numa fase inicial, atingirá até 30,4 milhões de dólares (cerca de 24,4 milhões de euros).
"O referido acordo encontra-se, ainda, sujeito ao preenchimento das condições usuais neste tipo de operações, as quais deverão estar completadas no decurso dos próximos três meses", sublinha a Portucel.
Recorde-se que o projeto em Moçambique prevê, numa fase inicial, a plantação de 40 mil hectares de eucalipto, até ao final de 2016, nas províncias de Manica e Zambézia.
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