sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Tecnologia transforma flatulência de vacas em sacos de plástico

23-12-2014 às 11:180
Tecnologia transforma flatulência de vacas em sacos de plástico


No seu complexo processo digestivo, as vagas expulsam entre 100 e 200 litros de metano por dia. «É biomagia», diz Oliver Campbell, director do departamento de embalagens da empresa de tecnologia Dell, enquanto segura numa das mãos um saco de plástico comum...ou quase.
O saco em questão é feito, literalmente, do ar que respiramos.
À primeira vista, os sacos de metano são iguais aos que conhecemos. A diferença é que os modelos comuns são feitos de petróleo, enquanto a engenhoca nas mãos de Campbell vem do AirCarbon, o carbono extraído do metano expulso pelas vacas, ou que é libertado dos aterros.
O procedimento não apenas evita o uso de combustíveis fósseis, como também contribui para a diminuição de gases tóxicos no meio ambiente. A versão proveniente do metano é produzida por uma empresa californiana chamada Newlight.
«(O metano) reage com um biocatalizador e cria uma reacção que separa o carbono e o oxigénio no gás. Depois passa por um período de fermentação, de onde surge este material plástico», exlpica Campbell à BBC.
«A partir daí, podemos criar vários tipos de plástico». Ele sublinha que este processo é mais barato do que o uso do petróleo.

Outro material não-biodegradável e raramente reciclável que a empresa se propôs a substituir foi o polietileno, usado em embalagens maleáveis e esponjas.
O material proposto é quase o oposto: embalagens cultivadas a partir de esporos de fungos, que produzem grandes blocos brancos com uma textura esponjosa.
Para criar este material, a empresa recolhe o substrato de antigas explorações de cogumelos para moldar as esponjas. «Colocamos esta estrutura no molde e injetamos matrizes de fungos. As matrizes usam os hidratos de carbono e açúcares ainda presentes no substrato para crescer», explica Campbell.
O material criado a partir dos fungos é biodegradável, mais flexível e duradouro que o polietileno.
«Testamos toda a cadeia de fornecimento para verificar se o produto se mantinha em boas condições. Isso é fundamental já que, no caso de danos, esta solução seria pior em termos de sustentabilidade.»
Os cientistas estão optimistas. «Ficamos surpreendidos quando analisamos a estrutura celular com o microscópio. O que se vê é uma estrutura de raízes com pequenos tentáculos que se entrelaçam. É como uma cinta de velcro, melhor que o material original», diz Campell.

Sem comentários:

Enviar um comentário