sábado, 12 de abril de 2014

CNN fala de vinho português como o 'mais excitante' que os americanos não estão a beber


O que é que Arinto, Baga, Castelão, Alfrocheiro, Rabigato, Códega do Larinho e Esgana-Cão têm em comum? A pergunta é lançada pelo especialista em vinhos da CNN num artigo cheio de elogios aos vinhos portugueses
11:16 Sexta feira, 11 de Abril de 2014 |
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CNN fala de vinho português como o 'mais excitante' que os americanos não estão a beber
Reuters
Ray Isle , o editor executivo da CNN da secção Food & Wine (Alimentação e Vinhos) descreve Portugal como o vencedor "do prémio para o país vinícola mais excitante do mundo sobre o qual os EUA não sabem o suficiente", depois de dar ao seu artigo o título "O vinho mais excitente que não está a beber".

Realçando que Portugal é produtor de vinho há, pelo menos, uns milhares de anos, o especialista anuncia aos norte-americanos que há mais do que o Vinho Verde, o Vinho do Porto ou o Mateus.

"Há vinhos espetaculares a serem produzidos de norte a sul deste país, brancos e tintos", garante, antes de passar a enumerar as suas escolhas: do Alentejo, o João Portugal Ramos Vila Santa Reserva de 2010 e o João Portugal Ramos Vila Santa Loios branco de 2012; Do Douro o Tons de Duorum branco de 2012 e o Prazo de Roriz de 2011 tinto; Do Dão, o Casa de Mouraz Elfa de 2010 e o Álvaro Castro Dão tinto de 2009; E, para termininar, os verdes Soalheiro Primeiras Vinhas Alvarinho de 2012 e Anselmo Mendes Contacto de 2012.


Descendente do Marquês de Pombal condena vinho de Carcavelos a mudar de nome

Ana Henriques

09/04/2014 - 09:12

A premiada marca de vinho de Carcavelos Conde de Oeiras foi condenada a mudar de nome: um descendente do Marquês de Pombal não quer ver o seu título nobiliárquico associado à bebida licorosa.
Se até os pseudónimos estão protegidos, também os títulos honoríficos o devem ser, dizem os juízes Miguel Manso


Contrariando o entendimento do Tribunal da Propriedade Intelectual, os juízes do Tribunal da Relação de Lisboa decidiram recentemente proibir a Câmara de Oeiras de usar a marca que tinha registado em 2006 no Instituto Nacional da Propriedade Industrial. A autarquia recorreu da sentença para o Supremo Tribunal de Justiça, mas pelo sim pelo não já escolheu um novo nome para os rótulos das garrafas: Villa Oeiras.

Pode uma marca que usa um título nobiliárquico ser registada sem autorização do detentor desse título, um século depois da implantação da República? As opiniões dividem-se.

“Continuamos a defender que os títulos nobiliárquicos estão extintos em Portugal desde 1910”, diz a responsável pelo gabinete de imprensa da autarquia, Raquel Viana. “A marca que o município usou, Conde de Oeiras, não tinha intenção de se referir ao sr. Sebastião de Lorena [o queixoso que agora ganhou a acção na justiça], mas sim à figura histórica do Marquês de Pombal, a quem foi conferido o título de Conde Oeiras no séc. XVIII, que veio a conceder foral à vila de Oeiras”, acrescenta.

Defendendo que os títulos nobiliárquicos não se confundem nem com nobreza nem com aristocracia, os juízes da Relação reconhecem que as honrarias foram extintas por lei logo em 1910. Contudo, ressalvam, “encontram-se diversas disposições que reconhecem o seu uso em determinadas circunstâncias, não podendo deixar de se lhes atribuir alguma relevância jurídica no contexto de afirmação e de defesa do nome”. Uma vez que até os pseudónimos gozam de protecção legal, também os bem nascidos devem poder impedir que lhes usurpem os seus títulos ou os usem sem o seu consentimento, argumentam os juízes. Quanto ao princípio da igualdade estabelecido na Constituição portuguesa - segundo o qual ninguém pode ser privilegiado ou prejudicado em função de características como a sua ascendência, situação económica ou orientação sexual - não o dão por violado com a sua decisão: “O cidadão possuidor de título honorífico tem, perante o sistema jurídico vigente, precisamente os mesmos direitos e os mesmos deveres de qualquer cidadão que o não seja”.

Mas o que ganha, afinal, o 13.º Conde de Oeiras em proibir a marca de vinho? Ignora-se. D. Sebastião José de Carvalho Daun e Lorena não se mostrou disponível para responder ao PÚBLICO.

“Pode querer negociar com a câmara para obter dinheiro”, equaciona o ex-vereador José Ferreira de Matos. Foi Ferreira de Matos quem teve a ideia de chamar conde ao vinho que se produzia na Estação Agronómica de Oeiras, que até aí apenas tinha a designação genérica de vinho de Carcavelos, e de investir na sua produção, estava Teresa Zambujo à frente da autarquia. “O conde devia era sentir-se honrado por alguém ter colocado o seu nome num vinho de prestígio”, critica.

José Ferreira de Matos recorda-se de ter recebido uma autorização escrita do descendente do Marquês de Pombal antes de ter dado entrada com o pedido de registo da marca. Mas o nobre queixoso, que chegou a ser entronizado na confraria do vinho de Carcavelos (ver foto) assegurou ao tribunal que só mais tarde, em 2009, permitiu que usassem o seu título, e só em 500 garrafas.

Os juízes da Relação consideram precisamente que o Instituto da Propriedade Industrial procedeu mal ao aceitar o registo do Conde de Oeiras, uma vez que na altura o Código da Propriedade Industrial em vigor estabelecia que brasões ou distinções honoríficas só podiam ser usados como marcas por quem a eles tivesse direito. “Defender que pode constituir motivo de anulação do registo de uma marca a mesma conter título nobiliárquico significaria reconhecer o direito de poder haver ingerência na vida económica com fundamento nesse título, quando a lei não reconhece ao titular desse título o direito de o usar”, havia determinado antes o Tribunal da Propriedade Intelectual, que funciona como uma primeira instância judicial. Acontece que os seus colegas da Relação entendem que a alteração legal que, em 2007, retirou direitos aos nobres no que respeita ao uso dos seus títulos em matérias de registo civil é inconstitucional.

Foi no reinado de D. José I, e sob forte influência do primeiro Conde de Oeiras, Sebastião José de Carvalho e Mello e Marquês de Pombal, que o vinho produzido na sua quinta em Oeiras conheceu o seu apogeu, conta a câmara na sua página na Internet. “Graças à sua qualidade e particularidades iniciou o seu percurso além fronteiras, tendo sido enviado à corte de Pequim como presente, por  D. José”, refere a mesma nota explicativa. Em princípios do séc. XIX, aquando da sua estadia em Portugal para comandar as forças militares luso-britânicas contra o exército napoleónico, o Duque de Wellington provou-o e deu-o às tropas inglesas, que o tornaram conhecidos num dos maiores mercados internacionais.

Nem memórias de Salazar, nem que se lixe a troika
 Não é a primeira vez que a nobreza se dá mal com o vinho. D. Lopo de Bragança, 7.° Marquês de Marialva, também viu em 1997 o Tribunal da Relação dar-lhe razão quando se opôs ao registo da marca Marquês de Marialva. “O nome e os títulos (académicos, profissionais ou nobiliárquicos), sendo uma dimensão da identidade pessoal, encontram, em Portugal, tutela constitucional e legal”, escreveram então os juízes. Ou seja, explica um jurista que se debruçou sobre estas questões, António Menezes de Cordeiro, o direito português reconhece e protege os títulos nobiliárquicos, “de acordo com as suas próprias regras republicanas”.

“Para além de poderem constituir um elemento identificador de uma família ou pessoa, podem ter um significado importante no aspecto cultural e memória de um povo”, refere o mesmo acórdão. Menezes de Cordeiro fez uma resenha histórica: “Enquanto designações honoríficas, os títulos nobiliárquicos são inóquos para os regimes republicanos. Em compensação, comportam uma dimensão histórico-cultural que as próprias repúblicas, passada a fase mais contundente da sua afirmação revolucionária, têm interesse em salvaguardar”.

Embora por motivos distintos, dissabores do mesmo género teve o presidente da Câmara de Santa Comba Dão quando quis registar um vinho intitulado Memórias de Salazar: o Instituto da Propriedade Industrial alegou que a marca continha "elementos susceptíveis de pôr em causa a ordem pública" e de ofender a consciência colectiva. No ano passado o Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto também não autorizou o psiquiatra e histórico socialista Eurico Figueiredo a chamar Que Se Lixe a Troika ao vinho que produz na região demarcada do Douro, por entender que semelhante marca iria “prejudicar o carácter distintivo ou o prestígio da denominação de origem."

Acidentes de tractor fazem dois mortos numa semana no distrito de Bragança


ANTÓNIO GONÇALVES RODRIGUES 11/04/2014 - 00:09
Números tinham descrescido os últimos anos mas nos primeiros meses deste ano, a tendência parece ter-se invertido.

Dois capotamentos de tractores agrícolas que ocorreram esta semana elevaram para seis as vítimas mortais no distrito de Bragança na sequência deste tipo de acidente, o dobro das registadas em todo o ano de 2013.

Na terça-feira, em Freixo de Espada à Cinta, um homem de 83 anos não conseguiu escapar ao capotamento da máquina agrícola que conduzia. Anteontem, em Carviçais, no concelho de Torre de Moncorvo, um homem de 76 saiu de manhã para o campo e só à noite é que os familiares deram pela sua ausência. Ainda foram accionados os meios de emergência mas o idoso foi encontrado já sem vida.

Depois de uma diminuição nos últimos anos, 2014 está a ser negro para os agricultores do distrito, com seis mortes já registadas apenas desde o início do ano, mais do que em todo 2013 (três). A vítima mais nova tinha 64 anos. A mais velha, 83, segundo os dados disponibilizados ao Público pelo Comando territorial de Bragança da GNR.

O ano de 2011 foi aquele em que se registou o maior número de acidentes. Foram 13 contabilizados pelas autoridades em todo o distrito de Bragança. Foi precisamente este o concelho em que mais se registaram casos destes, quatro. Ao todo, faleceram seis pessoas. De então para cá, os números vinham baixando. Registaram-se quatro mortes em 2012 e três no ano passado.

Este ano, em apenas três meses, os números ganharam nova tendência de subida. Se em igual período de 2013 ainda não se tinha registado qualquer morte em consequência de acidentes com estas máquinas agrícolas, este ano houve já um acidente mortal em Fevereiro (uma vítima de 77 anos, em Carviçais, no concelho de Moncorvo) e três em Março (um homem de 64 anos em Vinhais, outro de 77 em Macedo de Cavaleiros, e outro de 83 em Mogadouro), para além dos dois que aconteceram nesta semana de Abril.

Três dos acidentes foram causados por capotamento e um por despiste. De acordo com os dados da GNR, estas são as principais causas das mortes provocadas por acidentes com tractores, havendo apenas a registar um caso de descuido (manuseamento errada do veículo) nos últimos anos. Por norma, as vítimas são homens. No ano passado registou-se apenas um acidente com uma mulher, de 66 anos, que sobreviveu.

Governo insiste para que o Alqueva continue a contar com apoio europeu

PEDRO CRISÓSTOMO 11/04/2014 - 19:34
Pires de Lima defende importância do investimento na agricultura para a economia e as exportações.
 
Pires de Lima com os comissários László Andor, Johannes Hahn, Maria Damanak e Dacian Ciolos NUNO FERREIRA SANTOS

O ministro da Economia, António Pires de Lima, inclui entre as prioridades do novo quadro comunitário de apoio, a vigorar entre 2014 e 2020, o investimento na agricultura de regadio, insistindo para que o potencial do Alqueva não seja esquecido no quadro de apoio que se segue ao QREN (Quadro de Referência Estratégica Nacional).

Pires de Lima, que falava nesta sexta-feira numa conferência sobre crescimento e emprego organizada pela Comissão Europeia em Lisboa, defendeu que Portugal deve ter margem de Bruxelas para “liderar os processos de execução” dos fundos europeus em áreas prioritárias como o investimento na agricultura. E disse esperar que o “potencial do Alqueva possa ter continuidade neste programa comunitário” no horizonte de 2014 a 2020.

Antes de Portugal apresentar, em Janeiro, as grandes linhas de orientação e a filosofia do novo QREN (o Portugal 2020), o Governo teve de reformular a proposta de utilização dos fundos comunitários em relação ao financiamento de uma parte da rede de rega da barragem do Alqueva, que se estende ao longo dos concelhos de Moura, Portel, Mourão, Reguengos de Monsaraz e Alandroal. Isto porque Bruxelas tem colocado resistências à utilização de “sobras” do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (Feder) com a reprogramação de verbas para o  Fundo Europeu Agrícola de Desenvolvimento Rural (Feader), já esgotado no quadro do actual QREN.

No Acordo de Parceria apresentado em Janeiro, o executivo defende igualmente a “integração e complementaridade da participação do Feder, Fundo de Coesão e Feader” para valorizar o “potencial endógeno” da região do Alentejo.

No grande auditório da Fundação Calouste Gulbenkian, onde decorria a conferência, nem o comissário europeu da política regional, Johannes Hahn, nem Dacian Ciolos, comissário europeu reponsável pela Agricultura e o Desenvolvimento Rural, se referiram ao papel do projecto do Alqueva no novo programa de apoio.

A agricultura “é um sector muito importante” para a economia portuguesa e para o desempenho das exportações, reforçou ainda o ministro da Economia.

Dacian Ciolos enfatizou o apoio ao Alentejo no plano de desenvolvimento regional, mas para falar do passado, destacando que no QREN ainda em vigor “a superfície agrícola irrigada do Alentejo aumentou mais de 60.000 hectares”. O Governo argumenta, no Acordo de Parceria, que há ainda uma parte importante do território da região que não beneficia do acesso às reservas desta albufeira e diz ser preciso maximizar as potencialidades do território.

Já o comissário europeu da política regional colocou a tónica na necessidade de Portugal fazer uma “definição correcta das prioridades para uma maior eficácia” dos quase 25.300 milhões de euros dos fundos estruturais de apoio ao desenvolvimento económico de Portugal, previstos no Portugal 2020. E insistiu que a prioridade deve ir não para as infra-estruturas, mas para “programas inovadores que ajudem a encontrar respostas para a necessidade de diversificar, criar novas empresas, desenvolver os talentos da população e explorar novos mercados”.

Se “tempos houve em que a política regional custeou grandes infra-estruturas”  e em algumas regiões da Europa “esse esforço continua a ser necessário”, essa não deve ser a poridade, disse.

A mesma ideia viria mais tarde a ser defendida pelo ministro adjunto e do Desenvolvimento Regional, Miguel Poiares Maduro, que insistiu na ideia de que, na politica regional, o défice de Portugal “não é um défice de infra-estruturas, mas de competitividade”. O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, foi mais longe, ao afirmar que os resultados dos últimos 25 anos “foram decepcionantes”, porque a “hierarquização das prioridades” dos fundos estruturais “não foi actualizada”.

Entre as áreas que o ministro da Economia considerou prioritárias estão os fundos voltados para as pequenas e médias empresas, o reforço da capitalização das empresas.

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Seminário Inovação e Mecanização Agrícola - 02 de maio - Estremoz

Estão abertas as inscrições, até ao dia 29 de abril, para o Seminário Inovação e Mecanização Agrícola, que vai realizar-se no dia 2 de maio, em Estremoz
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UTAD cria doutoramento internacional na área da Agricultura

10/04/2014 - 20:19

O AgriChains funcionará em parceria com a Universidade do Minho, a Universidade de Valência e a Universidade Wageningen.

A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, em parceria com a Universidade do Minho, a Universidade de Valência (Espanha) e a Universidade Wageningen (Holanda) criou o primeiro doutoramento internacional da UTAD. Esta formação m doutoramento pioneiro na área da Agricultura.

O doutoramento AgriChains, “inédito”, nas palavras do director do curso, Eduardo Rosa, “vem preencher uma lacuna a nível mundial, com uma forte componente de investigação aliada às necessidades dos consumidores e das empresas e com uma abordagem completamente nova em relação às cadeias de produção agrícola”, explica Eduardo Rosa. O mentor do curso adianta ainda que este sistema é “benéfico para o consumidor final que terá, assim, a possibilidade de decidir quais as características dos produtos que pretende, mediante a intervenção em todo o processo de produção, desenvolvendo cadeias de produção sustentáveis e melhorando a qualidade dos alimentos hortícolas”.

O vice-reitor da UTAD, António Silva, acredita que o AgriChains vem responder “às necessidades quer dos consumidores, quer dos produtores e distribuidores, o que faz deste curso um curso novo”.

Dos cinquenta e sete candidatos, apenas onze conseguiram um lugar na UTAD. “Penso que a selecção dos alunos foi muito rigorosa, vamos ter um leque de alunos muito bons, alguns estrangeiros, que darão prestigio à UTAD e estes alunos serão a ponte para novas oportunidades. É uma mais-valia muito grande pois são alunos mais empreendedores que os portugueses e é bom que contagiem os nossos”, afirma Eduardo Rosa.

Destes onze, seis são estrangeiros: dois da Croácia, dois da China, um do Gana e uma da Tunísia. Os dois alunos da Ucrânia já se encontram em Portugal, enquanto os restantes ainda estão à espera do visto para virem. 

Iva Prgomet, 26 anos, a estudante ucraniana que já se encontra em Portugal diz que foi fácil encontrar o curso: “pesquisei sobre a UTAD e o Centro de Investigação e de Tecnologias Agroambientais (CIBAT) e falei com um Professor da Universidade de Turim que me disse que eram bons locais para desenvolver investigação. Não é, de facto, em qualquer lado que podemos encontrar um curso destes.” Já Nikola Grcic, 26 anos, o outro estudante croata, diz que estava desempregado e que o doutoramento da UTAD foi “uma oportunidade irrecusável”.

Destes 11 alunos, seis são estrangeiros: dois alunos são da Croácia, dois da China, um do Gana e uma aluna da Tunísia. Os dois alunos da Ucrânia já se encontram em Portugal, enquanto os restantes ainda estão à espera do visto para virem para Portugal. 

Iva Prgomet, a estudante ucraniana de 28 anos que já se encontra em Portugal diz que foi fácil encontrar o curso: “pesquisei sobre a UTAD e o Centro de Investigação e de Tecnologias Agroambientais (CIBAT) e falei com um professor da Universidade de Turim que me disse que eram bons locais para desenvolver investigação e para não hesitar e aproveitar a oportunidade. Não é, de facto, em qualquer lado que podemos encontrar um curso destes.”. Já Nikola Grcic, também estudante da croácia, de 28 anos, diz que estava desempregado e que o doutoramento da UTAD foi “uma oportunidade irrecusável”.

O AgriChains tem duração de quatro anos e inclui um programa de mobilidade pelas universidades parceiras. Os alunos poderão frequentar as quatro universidades, com o privilégio de frequentarem a universidade líder mundial na área agrícola, a Universidade de Wageningen. Eduardo Rosa, adianta, ainda que “a Universidade de Valência e a Universidade de Wageningen são instituições com excelente reputação na investigação que desenvolvem no setor primário”.

Os doutorandos terão formação específica em cada etapa do processo de produção agrícola e acesso às grandes empresas do sector e às opiniões dos consumidores, numa estratégia de conteúdos programáticos integrados no próprio curso e de promoção de emprego, com seminários, conferências e estágios e projectos de investigação nessas mesmas empresas, muitas das quais regionais: Symington, SousaCamp e Frulact, entre outras.

O curso concede ainda oito bolsas por ano, financiadas pela Fundação para a Ciência e Tecnologia que suportam, além das propinas, deslocações e estadias para fora de Portugal.  

Para lá destas especificidades, o AgriChains terá acompanhamento personalizado para cada aluno. Para além de um orientador, os alunos de Erasmus terão um tutor que irá acompanhar o aluno na inserção académica e social da instituição, o que, para António Silva, “é um aspecto extremamente relevante para os alunos estrangeiros, que muitas vezes descuidamos, e aqui consideramos extremamente importante”.

O vice-reitor da UTAD espera que o novo doutoramento da UTAD seja “o início de novas candidaturas e novas aprovações de cursos para que possam ter cada vez mais a UTAD como um espaço de sustentabilidade com alunos internacionais”.

Para Eduardo Rosa, o AgriChains “representa a afirmação da UTAD numa área científica fundamental que é a agricultura e as suas ligações com outras áreas científicas do saber, nomeadamente a alimentar e outras”. O doutoramento pioneiro na área da Agricultura, “representa também o retorno à sua matriz identitária da UTAD e o reforço da importância que a UTAD tem nesta área científica”, conclui Eduardo Rosa.

O vice-reitor da UTAD espera que o novo doutoramento da UTAD seja “o início de novas submissões, de novas candidaturas e novas aprovações de cursos para que possamos ter cada vez mais a  UTAD como um espaço de sustentabilidade com alunos internacionais”.

Trabalhador ferido em acidente com cuba de vinho morreu no hospital


Publicado ontem
, atualizado ontem
SANDRA BORGES

Um homem, de 45 anos, que ficou gravemente ferido quando tentava elevar uma cuba de vinho com a ajuda de um macaco hidráulico, na quinta da Offley, em Godim, Peso da Régua, acabou por falecer no hospital de Vila Real.

Segundo o comandante dos bombeiros do Peso da Régua, António Fonseca, "o homem estava na adega a tentar levantar uma cuba de 60 mil litros de vinho, o macaco cedeu e a cuba atingiu-o na cabeça".

O homem estava acompanhado por um colega que não sofreu ferimentos.

O alerta foi dado às 12.20 horas. No local estiveram os bombeiros do Peso da Régua, a ambulância de Suporte Imediato de Vida (SIV) de Lamego e a Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) de Vila Real.

O ferido grave foi transportado para o hospital de Vila Real, com "prognóstico muito reservado" e acabou por falecer.

Fazer agricultura dentro de casa graças a uma ex-professora



Foto: DR
Alexandra Silva, professora durante oito anos, abandonou as salas de aula para criar o "Life in a Bag". Quer incentivar o cultivo de alimentos em espaços reduzidos. 08-04-2014 18:47 por Joana Costa
 
Mudar de vida contra a incerteza, a angústia e a precariedade. Foi a escolha de uma antiga professora de Educação Musical que, aos 46 anos, se dedica agora a um projecto próprio a partir da sua casa em Famalicão. Com o "Life in a Bag", Alexandra Silva quer incentivar o cultivo de alimentos em espaços reduzidos.

"Todos os anos é sempre a incerteza de colocação e como já desenvolvíamos esta actividade aqui em casa (cultivávamos os nossos próprios alimentos, ervas aromáticas e vegetais), pensámos partilhar esta ideia com as pessoas. Como tínhamos resultados, pensámos desenvolver uma ideia nesse sentido", conta Alexandra à Renascença.
Aos seus conhecimentos (incluindo de design, acumulados durante 16 anos), Alexandra juntou os do marido, engenheiro informático. Nasceu o "Life in a Bag". 

A agricultura já era um hobby do casal que foi descobrindo, à custa de pesquisas e experiências, os segredos do cultivo "indoor". 

"Temos 'kits' com tudo incluído para que as pessoas em casa possam, de uma forma muito fácil, cultivar as suas próprias ervas aromáticas e micro-vegetais dentro de casa. Não tendo espaço, nem jardim ou quintal para o fazer, podem fazê-lo muito facilmente dentro de casa e durante todo o ano", explica.
Da argila ao manual
Dentro de cada embalagem vai tudo o que é necessário para fazer cada cultivo: a argila, a terra, a sementes e o livro de instruções. O conceito não é novo em Portugal. "Mas na facilidade e no conceito da integração de sementes biológicas, creio que somos únicos."
Desenvolvido durante um ano pela família, foi lançado oficialmente em Junho de 2013 com a abertura de uma loja "online". Actualmente, está presente também em 30 lojas nacionais.
A conhecida marca "A Vida Portuguesa", de Catarina Portas, foi a primeira a vender os produtos "Life in a Bag", um grande empurrão rumo ao sucesso que também já chegou a outros países. "Estamos em quatro lojas na Bélgica e há já contactos com a Holanda, França e Inglaterra." 
A proximidade também explica a facturação de 20 mil euros nos primeiros seis meses de vida.
"As pessoas entram em contacto connosco, enviam-nos fotos dos produtos. É uma forma muito directa de nos ligarmos aos clientes e de darmos apoio. E isso também tem feito crescer o nosso produto", diz Alexandra.
Crescimento que agora afasta Alexandra Silva do aperto dos concursos de colocação de professores. "Todos os anos quando chega a Junho e até Setembro é uma angústia enorme para todos os professores. Nunca estamos de férias."

Bruxelas anuncia progama agrícola para dez países, incluindo Angola


A Comissão Europeia anunciou hoje, em Bruxelas, um programa para melhorar o acesso a terrenos agrícolas em dez países africanos, incluindo Angola, com uma dotação orçamental de 33 milhões de euros.

O programa inclui o desenvolvimento de novas ferramentas de registo de propriedade e o recurso a técnicas digitais, como imagens de satélite.

Bruxelas quer ainda financiar a realização de sessões de esclarecimento junto dos agricultores - por parte de organizações da sociedade civil - sobre os seus direitos à terra e como mantê-los.

O novo programa - que tem como objectivo melhorar a segurança alimentar de comunidades vulneráveis - decorrerá em dez países africanos: Angola, Burundi, Costa do Marfim, Etiópia, Quénia, Malaui, Níger, Somália, Sudão do Sul e Suazilândia.

A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) irá colaborar na aplicação local do programa.

Fonte:  Lusa

Futuro da Casa do Douro passa por permuta vinho / dívida e alteração do estatuto

O Governo defendeu hoje, no Parlamento, que a solução para a recuperação financeira da Casa do Douro passa pela permuta do vinho pela dívida e pela alteração do seu estatuto de direito público para privado.

"Este problema prolonga-se há 30 anos, não se pode só resolver questões conjunturais, tem de se resolver questões estruturais. A primeira peça fundamental é a legislação. Deverá fazer com que a Casa do Douro, a partir do 2º trimestre do ano que vem, seja uma organização de estatuto de direito privado", disse o secretário de Estado da Agricultura.

José Diogo Albuquerque falava na comissão parlamentar de Agricultura e Mar, onde foi ouvido ao início da tarde sobre o futuro da Casa do Douro.

Afirmando que a dívida da Casa do Douro é de 160 milhões de euros, dos quais 30 milhões de juros de mora, o governante fez saber que os vinhos daquela organização valem 137 milhões de euros, segundo uma avaliação feita pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD).

"O que estamos preparados para fazer é perdoar os juros e, com isso ficarão, pagos 130 milhões e há sete milhões que ficam na posse da Casa do Douro", bem como o seu património, disse o secretário de Estado.

Quanto ao vinho, José Diogo Albuquerque afirmou que será vendido faseadamente para não "perturbar o mercado".

"É uma solução para resolver o problema todo de uma vez: liquidez, dívida, prestação de serviços e até venda do vinho", defendeu.

O Governo disponibilizou-se ainda para encontrar uma solução para que a Casa do Douro fique com liquidez para resolver as dívidas aos fornecedores e aos mais de 30 empregados privados que estão com o salário em atraso há vários anos porque a venda dos vinhos não será imediata.

Para o governante, o importante "é a Casa do Douro chegar segundo trimestre de 2015 livre de dívidas".

José Diogo Albuquerque disse que esta solução vai ainda este mês ser analisada em Conselho de Ministros e defendeu que "tem sido bem recebida na região".

"Não resolver este problema é matar a Casa do Douro", reafirmou várias vezes durante as mais de duas horas de debate.
Esta foi a solução proposta pelo grupo de trabalho constituído pelo Governo, e que envolve oito ministérios, para a viabilidade económica da Casa do Douro.

A assistir à comissão estavam representantes da direção da Casa do Douro, que se mostraram céticos em relação às propostas do Governo.

"Falta formalizar a proposta do perdão dos juros, que não existia na proposta inicial. Quando a tivermos, iremos avaliá-la", disse à Lusa o vice-presidente da organização.

Contudo, António Januário adiantou que "é [uma proposta] razoável".

Quanto à questão estatutária, o responsável lamentou que o Governo esteja a "usar um jogo de palavras para não usar a palavra extinção", que é o que, na sua opinião, pretende fazer com a Casa do Douro.

"A extinção é da única responsabilidade do Governo. Não tem o aval da direção", frisou.

Fonte:  Lusa


Grupo de trabalho recomendou manter laboratório de Mirandela encerrado pelo Governo

O Governo decidiu encerrar, a 01 de Abril, o laboratório de sanidade animal de Mirandela contrariando as conclusões do grupo de trabalho constituído para a reestruturação da rede nacional, que recomendou manter o serviço em Trás-os-Montes.

O relatório do grupo de trabalho, nomeado pelo Governo e coordenado pelo secretário de Estado da Alimentação, para repensar a rede de laboratórios do Ministério da Agricultura foi hoje tornado público pela socialista Júlia Rodrigues, médica veterinária e coautora da ação popular apresentada, a 28 de março, em tribunal para travar o encerramento do serviço nesta região.

O estudo técnico pedido pelo Governo recomenda "considerar manter Mirandela", mas o executivo decidiu o contrário e desde 01 de Abril que as análises de sanidade animal foram concentradas na zona do Porto, a nível da região norte. (Corrige o nome da coautora da ação popular, que é Júlia Rodrigues e não Júlia Fernandes).

O Governo decidiu manter em Mirandela apenas um centro de investigação do azeite.

De acordo com os dados que constam do relatório, Mirandela fez mais de 628 mil análises, em 2013, enquanto Évora, que se mantém realizou pouco mais de 278 mil.

"A decisão política contraria a decisão técnica", apontou Júlia Rodrigues, que tem protagonizado a contestação a esta decisão na região, argumentando que "é difícil perceber a decisão do Governo".

Júlia Rodrigues garantiu à Lusa que o referido estudo do grupo de trabalho demonstra que o laboratório encerrado em Mirandela "faz mais análises do que os outros laboratórios todos juntos".

"Não sei que interesses é que existem por trás desta decisão", declarou, indicando que numa das respostas a perguntas de deputados na Assembleia da República, o Ministério da Agricultura admitiu "a contratação de análises em regime de outsourcing".

Júlia Rodrigues não entende como é que, havendo "laboratórios públicos, as análises sejam feitas em laboratórios privados" nem "como é que o Governo pagou um grupo de trabalho e depois toma uma decisão contrária àquela que é apontada".

A decisão do Governo de encerrar o laboratório de sanidade animal de Mirandela tem sido contestada em Trás-os-Montes por diferentes sectores, desde produtores a partidos políticos.

Os contestatários avançaram no final de Março com uma ação popular no Tribunal Administrativo e Fiscal de Mirandela contra o encerramento deste serviço.

Fonte:  Lusa

Governo da Madeira contra "calvário burocrático" que afecta pequenos agricultores


O secretário regional do Ambiente e Recursos Naturais da Madeira afirmou hoje que os agricultores do arquipélago “não merecem o calvário burocrático imposto pelo actual sistema legislativo” em matéria de inscrição nas Finanças e pagamento de IVA.

“Na óptica do Governo Regional, a Madeira tem especificidades suficientes e particularidades que justificam um tratamento autónomo e diferenciado para a realidade regional, porque são pequenos agricultores que não merecem este calvário burocrático imposto pelo actual sistema legislativo”, disse Manuel António Correia, após uma audição parlamentar na comissão de Economia, Finanças e Turismo.

Nesta comissão está a ser discutido na especialidade o projecto de proposta de lei a enviar à Assembleia da República exigindo a “reposição do Regime do IVA na agricultura”.

Manuel António Correia destacou que o Governo Regional sempre foi contra a actual lei que obriga os pequenos agricultores a inscreverem-se nas Finanças, declarando que o executivo apoiará todas as iniciativas que visam a sua alteração.

O responsável adiantou que esta foi uma das questões colocados à ministra da Agricultura e do Mar, que visitou esta semana a Madeira, frisando que a posição do Governo da República é que esta é “uma exposição de directiva comunitária que impede uma alteração substancial”.

O secretário regional destacou que o “trabalho de pressão e entrega de documentação que prova as especificidades” dos agricultores da região “está a já a dar algum resultado”.

O presidente da comissão, Jaime Filipe Ramos (PSD), anunciou que vai ter lugar ma nova reunião na segunda-feira, com vista a “gerar consensos”, dada a “transversalidade” das matérias que dizem respeito ao estatuto do agricultor, que não versa só o IVA, para que a proposta de diploma seja viável na Assembleia da República.

Fonte:  Lusa

Academia do Centro de Frutologia já está no terreno

O Programa de Formação da Academia 2013/2014 do Centro de Frutologia Compal já arrancou, e os 12 empreendedores seleccionados para esta 2ª edição já estão no terreno, para aproximadamente 50 horas de formação, distribuídas entre sessões teóricas em sala e sessões no terreno, em explorações agrícolas modelo e centros de experimentação, com alguns dos principais responsáveis e maiores conhecedores do sector agrícola nacional.

Potenciar o desenvolvimento da fruticultura, valorizar a produção de fruta nacional ao longo de toda a cadeia de valor e estimular a inovação ao nível da produção da matéria-prima, através da qualificação dos recursos humanos são os principais objectivos da Academia do Centro de Frutologia Compal.

As sessões teóricas são frequentadas pelos 12 formandos em simultâneo e visam a aquisição dos conhecimentos que suportam a prática sustentável da fruticultura ao longo da cadeia de produção – desde a preparação do projecto e a instalação do pomar até à comercialização dos produtos, considerando sempre as diferentes exigências e especificidades por espécies, e são ministradas por responsáveis do ISA, AJAP, CONFAGRI e Crédito Agrícola.

Por outro lado, para as sessões no terreno os formandos são divididos em grupos mais pequenos, para uma visita mais pormenorizada e um trabalho mais personalizado, e têm como principal objectivo demonstrar no terreno a aplicação dos conhecimentos que suportam a prática sustentável da fruticultura ao longo da cadeia de produção e possibilitar o contacto e o intercâmbio de conhecimentos e experiências com produtores, técnicos e empresários agrícolas, de modo a que os formandos conheçam as características, constrangimentos e exigências do sector.

A Academia é uma iniciativa de Formação do Centro de Frutologia Compal e conta com parceiros de nome como a AJAP - Associação dos Jovens Agricultores de Portugal, a Associação Nacional de Produtores de Pêra Rocha, a CONFAGRI - Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal, a Cooperativa Agrícola dos Fruticultores da Cova da Beira, o Crédito Agrícola, a Direcção Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural, a FELBA - Promoção de Frutas e Legumes da Beira Alta, a Fruteco - Fruticultura Integrada, a Hortas D’Idanha, o ISA - Instituto Superior de Agronomia da Universidade Técnica de Lisboa e a Sociedade Agrícola de Quinta de Lamaçais.

A Academia 2013/2014 culmina com a atribuição de três bolsas de instalação no valor de €20 mil cada, aos três melhores projectos.

Temas sessões teóricas:

Fruticultura Geral
Inovação e criação de negócios na área agrícola
Horticultura geral de frutos
Agricultura de Precisão
Gestão Agrícola e Nova PAC
Associativismo agrícola e instrumentos de financiamento

Fonte:  GCI

UE: Conselho de Agricultura de Abril 2014



O Conselho de Agricultura da UE reúne-se no Luxemburgo na próxima segunda-feira 14 de Abril. O Conselho, que será presidido pelo Sr. Athanasios Tsaftaris, Ministro do Desenvolvimento Rural e Alimentos da Grécia, abordará apenas questões agrícolas.

O Conselho realizará uma troca de pontos de vista acerca do relatório sobre o funcionamento do sector das frutas e produtos hortícolas, desde a reforma de 2007. O relatório foi apresentado pela Comissão no último Conselho da Agricultura em Março (7312/14) .

O debate sobre este tema será organizado em torno das seguintes questões preparadas pela Presidência (8402/14):
a) Como é que o grau de organização do sector das frutas e produtos hortícolas pode ser melhor incentivado na UE?
Como poderia o desequilíbrio da organização no sector das frutas e produtos hortícolas entre Estados-membros e / ou regiões ser reduzido?

b) Podem as ferramentas ou instrumentos actuais ser melhorados para enfrentar os desafios identificados pela Comissão?
Se sim, quais modificações e / ou medidas adicionais poderiam fazer uma melhoria duradoura para a competitividade dos produtores da UE?

c) Como é que os recursos financeiros podem ser melhor alocados, mantendo a neutralidade orçamental?

d) Existe uma necessidade, já nesta fase, para melhorar ainda mais o uso de instrumentos de gestão e prevenção de crises?

Por fim, os ministros serão informados sobre o sistema de quotas leiteiras (a pedido da Áustria) e da situação provocada pela seca no Chipre.

Fonte:  Conselho UE

Vendas DOC Douro ultrapassam os 100 milhões de euros

Comercialização cresce em nove dos 10 principais mercados em 2013
 

 
Os vinhos DOC Douro fecharam 2013 com um valor de vendas superior a 100 milhões de euros (101, 8M€), mais 12,2 por cento do que no ano anterior. Nove dos dez principais mercados cresceram em volume de negócios, com Portugal na liderança seguido pelo Canadá e Angola. No total, a comercialização dos DOC Douro cresceu, além do valor, quer em quantidade, com um aumento de 9,7 por cento, quer ao nível do preço por litro, que registou uma subida de 2,3 por cento. A quota de exportação manteve-se acima dos 40 por cento (40,9% em valor e 40,1% em quantidade). Os DOC Douro tintos continuam a deter a maioria do mercado, com quase 80 por cento (79,2%).
 
No âmbito dos dez principais mercados, o francês, que ocupa a 9ª posição, foi o que mais cresceu na generalidade com um aumento do volume de negócios superior a 40 por cento (41,2%), mais 25 por cento de caixas vendidas (25,2%) e quase 13 por cento de aumento no preço por litro (12,8%).
 
Para o presidente do Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto (IVDP), “os vinhos da Região Demarcada do Douro estão a aumentar a sua quota de terreno internacional de uma forma muito interessante. Mais do que a quantidade, estes resultados demonstram que os DOC Douro estão a crescer em notoriedade e valor a um ritmo sustentável”, conclui Manuel de Novaes Cabral.

Fonte: IVDP

quinta-feira, 10 de abril de 2014

XXXV Reunião de Primavera da SPPF "Pastagens e Forragens na região do Ribatejo: sistemas de produção intensivos e extensivos"


PROGRAMA

28 de Abril 2014 – Segunda-feira

09h00 Entrega de documentação

09h30 Sessão de Abertura: Presidente da Câmara Municipal de Santarém; Diretora Regional de Agricultura e Pescas de Lisboa e Vale do Tejo; Presidente do INIAV; Presidente do IPS; Diretor da ESAS; Presidente da SPPF

Sessão 1: “Sistemas Intensivos de Pastagens e Forragens no Ribatejo.”
Moderador: Luís Vasconcelos e Sousa (AGROMAIS)

9h45 Conferência “Utilização da silagem de milho na alimentação de ruminantes. Aspetos nutricionais” - Manuel Cancela de Abreu (Universidade de Évora)

10h30 Discussão

10h45 Pausa para café e Visita aos Posters

11h15 Conferência “A nova PAC, uma oportunidade para Portugal.” - Luís M. Capoulas Santos (Deputado Europeu)

12h00 Discussão

12h15 Apresentação e discussão das comunicações por “Posters”

Moderador: Henrique Trindade (Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro)

12h30 Discussão

12h45 Almoço

14h30 Visita técnica ao Mouchão do Esfola Vacas. Apresentação de trabalhos a decorrer no local e apresentação da AGROGLOBAL-2014

17h30 Assembleia-geral da SPPF (ESAS)

20h30 Jantar Anual da SPPF
ESAS, Santarém | 28 e 29 Abril 2014

29 de Abril de 2014 – Terça-feira

Sessão 2: “Sistemas Extensivos de Pastagens e Forragens da Charneca do Ribatejo”
Workshop: Serviços Ambientais no Montado

9h30 – Abertura e apresentação do Workshop.
José Mira Potes (IPS/ESA de Santarém)

10h00 – Abordagem aos cinco temas propostos através de apresentação e discussão
1. O papel da pastagem na recuperação do solo no Montado
Mário Carvalho (Universidade de Évora)
2. Redistribuição da água no perfil do solo do ecossistema Montado
Teresa Soares David (Instituto Nacional de Investigação Agraria e Veterinária)
3. O sequestro de Carbono e o equilíbrio dos estratos vegetais no Montado
Tiago Domingos (Instituto Superior Técnico)
4. Controlo do estrato arbustivo no Montado, uma prevenção de incêndios natural em ambientes mediterrânicos
Francisco Castro Rego (Instituto Superior de Agronomía)
5. Riqueza em Biodiversidade: evidência natural no ecossistema Montado
Artur Lagartinho

12h30 Integração das abordagens temáticas pelo relator Nuno Oliveira (Instituto Superior Técnico)

13h00 Almoço

14h30 Visitas técnicas à Sociedade Agrícola da LAGOALVA.

18h00 Visita à exploração agrícola e pecuária da Sociedade Agrícola Lezíria da Palmeira, Lda.

18h30 Sessão de Encerramento: Associação de Agricultores do Ribatejo; VALINVEST; ACHAR; CASAL BRANCO; LAGOALVA e Presidente da SPPF.

Agricultura: Parlamento Europeu confirma "Reforma Capoulas"

                     

Delegação Portuguesa 
Grupo dos Socialistas & Democratas no Parlamento Europeu                                                         

 Comunicado de imprensa

                                                                              Agricultura:  Parlamento Europeu confirma "Reforma Capoulas"

O Parlamento Europeu (PE) encerrou ontem, finalmente, o processo de aprovação da nova PAC de que foi Relator o deputado português Capoulas Santos, ao aprovar por larga maioria a posição defendida pelos socialistas europeus, os chamados "actos delegados" da PAC, cuja rejeição era defendida por deputados de diversos grupos políticos da direita europeia.

Tal significa que a totalidade dos textos da nova Política Agrícola Comum viram hoje a sua aprovação definitiva, só possível pela alteração do sentido de voto de muitos deputados  no último minuto, depois de perceberem que arriscavam ser responsabilizados pelo atraso da implementação da nova política agrícola europeia, colocando em causa os últimos 3 anos de trabalho e pondo em risco os pagamentos de acordo com as novas regras que beneficiam Portugal e outros Estados-membros, pelo menos por um ano.

No final da votação, Capoulas Santos declarou-se "muito satisfeito com o resultado, que confirma a justeza e o sentido de responsabilidade dos socialistas europeus, que sempre se manifestaram intransigentes quanto à necessidade de um voto favorável da Comissão de Agricultura quanto a esta matéria".

Capoulas Santos acrescentou que "aqueles que queriam ganhar na secretaria o que já tinham perdido em campo tiveram a merecida lição" e registou o facto do Coordenador Agrícola alemão, do PPE, o maior grupo politico, ter sido desautorizado e obrigado a votar contra a sua  própria bancada.

A nova PAC, que integra muitas das proposta de Capoulas Santos que favorecem os países do sul e leste europeu, irá permitir que Portugal receba, até 2020, mais de 8000 milhões de euros, mais de metade dos quais financiados a 100% pela UE. Graças ao PE, e contra a vontade inicial da Comissão Europeia, também o investimento para novos regadios voltou a ser elegível para Portugal, até 2020, com taxas de comparticipação que, nalguns casos, também por proposta de Capoulas Santos, poderão atingir os 90% de comparticipação financeira comunitária.

 

quarta-feira, 9 de abril de 2014

CE: Mortalidade das abelhas na UE revela importantes diferenças regionais e sazonais

08-04-2014 
  
Na Conferência de Alto Nível sobre sanidade apícola, promovida pela Comissão Europeia, foram apresentados os resultados do estudo EPILOBEE, sobre as perdas de colónias de abelhas de mel, conduzido entre Outubro de 2012 e o Verão de 2013.  
 
Um dos principais resultados do estudo é a importante instabilidade da taxa de mortalidade de colónias no Inverno entre os países participantes, flutuando entre 3,5 a 33,6 por cento. Esta instabilidade tem um claro padrão geográfico norte/sul.
 
Os países nos quais a mortalidade média ficou abaixo dos 10 por cento, como a Grécia, Hungria, Itália, Lituânia, Eslováquia e a Espanha, representam a maioria, mais de 59 por cento das colmeias, 6.485.000 da população e 47,3 por cento de toda a população de abelhas da União Europeia (UE).
 
Nos países onde a taxa de mortalidade ficou entre os 10 e 15 por cento, nomeadamente, a Alemanha, França, Letónia, Polónia e Portugal, representam cerca de 34,6 por cento de toda a população respondente, ou 27,7 por cento do total de abelhas da UE, 3.793.170 colmeias.
 
Os Estados-membros onde a taxa ultrapassa os 20 por cento, como a Bélgica, Dinamarca, Estónia, Finlândia, Suécia e o Reino Unido, figuram 6,24 por cento da população e cinco por cento de toda a população da UE, com um total de 684.500 colmeias.
 
Outro factor importante é a sazonalidade da mortalidade, cujas taxas gerais das colónias durante a temporada apícola forma inferiores à mortalidade de Inverno e oscilou entre os 0,3 e 13,6 por cento.
 
No estudo participaram voluntariamente 17 Estados-membros e foram estudadas 32 mil colónias. Trata-se de uma iniciativa co-financiada pela Comissão Europeia, com 3,3 milhões de euros, os quais correspondentes a 70 por cento dos custos elegíveis.
 
Fonte: Agrodigital

Procuradoria-Geral da República diz que rendeiros da Herdade dos Machados mantêm terrenos


CARLOS DIAS 08/04/2014 - 07:19
Ministério da Agricultura pretendia ver aplicado o despacho que publicou em Agosto de 2003 em que se exigia aos rendeiros da exploração a devolução das terras que lhes tinham sido entregues por Sá Carneiro.

 
ENRIC VIVES-RUBIO (ARQUIVO)

Um parecer do Conselho Consultivo da Procuradoria-Geral da República, publicado em Diário da República na segunda-feira, conclui que os rendeiros da Herdade dos Machados devem manter a exploração das terras que lhes foram concedidas por Sá Carneiro em 1980. O parecer surge a pedido do Ministério da Agricultura, que pretendia a devolução dos lotes aos proprietários da herdade, prevista num despacho de 2003 que entretanto foi anulado pelo Tribunal de Beja. A PGR é de opinião que a decisão do tribunal é válida.

O modelo alternativo de Reforma Agrária defendido por Sá Carneiro persiste em manter-se, pese embora as inúmeras tentativas para o alterar feitas pelos herdeiros de Ermelinda Neves Bernardino Santos Jorge, proprietários da Herdade dos Machados, com uma área superior a 6100 hectares, desde que foram expropriados em Dezembro de 1975 durante o VI Governo Provisório. Desde Setembro de 1979 que a administração da Casa Agrícola Santos Jorge pretende reaver a totalidade da área expropriada e posteriormente intervencionada. Neste sentido, a 25 de Julho de 1979, o Conselho de Ministros determinou "a cessação da intervenção do Estado na gestão da Casa Agrícola Santos Jorge, SARL, e a sua restituição aos respectivos titulares".

O problema complica-se no ano seguinte, quando Sá Carneiro manda retalhar cerca de 3000 hectares para os distribuir por 94 trabalhadores da exploração, que desde então se tornaram rendeiros do Estado. Este foi o modelo de Reforma Agrária defendido pelo antigo primeiro-ministro para o contrapor à solução defendida pelos comunistas. Só que a alternativa dita social-democrata veio a transformar-se numa persistente dor de cabeça tanto para a casa agrícola como para os rendeiros, que passaram a temer a sua expulsão das terras.

O seu receio tomou corpo em Agosto de 2003, quando o então ministro da Agricultura Sevinate Pinto, durante o Governo de Durão Barroso, publicou um despacho em que alegava estar em causa um direito de reserva de exploração, a atribuir à Casa Agrícola Santos Jorge, por dificuldades colocadas pelos rendeiros na "libertação dos lotes arrendados". A tutela defendia a "execução" do direito de reserva e a "denúncia" dos contratos de arrendamento. Os visados na decisão de Sevinate Pinto recorreram para o Tribunal Administrativo e Fiscal de Beja (TAFB) e a instância judicial deu-lhes razão e anulou o despacho, recordou ao PÚBLICO Francisco Farinho, porta-voz dos rendeiros da Herdade dos Machados.

O agricultor explicou que não esteve envolvido em nenhuma ocupação da herdade, onde diz ter trabalhado 26 anos, e que Sá Carneiro lhe facultou os lotes de terra como forma de indemnização pelos anos que trabalhou na exploração. Francisco Farinho esclareceu que o tribunal não deu razão aos proprietários da casa agrícola porque estes se apresentaram como rendeiros e, assim sendo, "não era possível dar terras a um rendeiro que eram de outros rendeiros".

Em Novembro de 2011 deu entrada na Procuradoria-Geral da República uma solicitação apresentada pelo actual secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rura em que se pedia um parecer sobre o despacho ministerial de Agosto de 2003, assinado por Sevinate Pinto, sobre  a caducidade dos contratos de arrendamento e sobre a indemnização pela "privação de uso e fruição de reserva até à sua devolução final". O parecer votado na sessão do Conselho Consultivo da Procuradoria-Geral da República de 10 de Outubro de 2013 e agora publicado não reconheceu os argumentos apresentados pelo secretário de Estado e determinou que o "Estado/Administração está proibido de praticar qualquer acto incompatível com a sentença proferida pelo Tribunal Administrativo e Fiscal de Beja".

O conselho consultivo classifica como "inadmissível a ratificação" pelo Ministério da Agricultura do despacho do ministro da Agricultura de Agosto de 2003, o qual foi anulado pelo TAF de Beja, e propõe que se faça uma "reavaliação integral" de uma eventual iniciativa de denúncia dos contratos de arrendamento rural. 

O PÚBLICO contactou Jorge Tavares, administrador da Casa Agrícola Santos Jorge, que não quis adiantar qualquer comentário ao parecer do Conselho Consultivo da Procuradoria-Geral da República, sugerindo um contacto com o advogado da empresa, com quem não foi possível falar.

Filho de ferreiro fundou a herdade na segunda metade do séc. XIX
Tudo terá começado quando José Maria Santos, filho de um ferreiro de Lisboa, nascido em 1832, se deslocou a casa de Maria Cândida Ferreira Braga São Romão, baronesa e viúva do milionário Manuel José Gomes da Costa São Romão, para tratar da sua cadela que estava doente. A paixão terá surgido e José Maria Santos casou-se com a baronesa e passou a ser conhecido como o "Morgado da Canita".

"A Ovibeja não dorme na forma"

Entrevista a Manuel Castro e Brito, presidente da ACOS - Agricultores do Sul


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Manuel Castro e Brito, presidente da ACOS-Agricultores do Sul


Todos os anos a Ovibeja parece a mesma, mas todos os anos se renova.
Este ano o lema principal da feira tem a ver com a inovação agrícola e o aparecimento de novos produtos, a chamada “Terra Fértil”. É uma aposta em novos conteúdos?

É uma outra fase que estamos a passar aqui no Alentejo. Por um lado, é a modernização das explorações agrícolas, com novas culturas, mas muitas vezes voltando ao que era antigamente. As explorações que não têm água terão que fazer agora com a nova PAC uma gestão mais ecológica, responder a mais exigências de boas práticas ambientais. E é esta a abordagem que temos de fazer, seja com a presença da água, com o regadio, seja devido à nova PAC onde o bem-estar e o ambiente têm muito peso.

É a água de Alqueva que já está a permitir novas culturas?

Sem dúvida. Na área das horto-industriais, frutícolas, mas sobretudo na cultura do olival o que fez com que sejamos já auto-suficientes em azeite e com uma perspectiva, a muito curto prazo, de sermos grandes exportadores de azeite. Também a cultura do milho tem avançado muito nesta região.

As culturas ligadas à água requerem normalmente grandes investimentos. Tem havido essa disponibilidade?

O investimento é brutal. Mudar uma exploração de sequeiro para regadio é um investimento muito grande para o agricultor. Aliás, o grande investimento que se está a fazer aqui no regadio do Alqueva é o investimento privado, que é feito pelos agricultores. São investimentos muito grandes, numa altura em que os juros estão muito altos. 

Ainda sobre Alqueva, considera que a promessa do Governo de ter a obra concluída em 2015 se vai cumprir?

Os agricultores têm que acreditar naquilo que foi dito pelo primeiro-ministro aqui na Ovibeja há dois anos, de que em 2015 o projecto está concluído. Aliás, as obras neste momento estão com uma grande dinâmica nos dois blocos de rega Baleizão-Quintos e Cinco Reis-Trindade.

Existe falta de mão-de-obra

Este tipo de culturas exige sempre mais mão-de-obra, pelo menos sazonal. Há, por vezes, o recurso a trabalhadores estrangeiros, em condições precárias e em más condições de trabalho.
Como é que a ACOS vê esta situação?

Não estou de acordo que se diga que existem más condições de trabalho. De facto existe alguma comunicação social que gosta de especular e com a necessidade que têm de vender as notícias e os jornais arranjam problemas onde, de facto, não os há. Mas também é verdade que se existirem alguns problemas nesta área terão que ser encarados como problemas legais e casos de polícia, que devem ser resolvidos, pelas entidades competentes.

Mas existe falta de mão-de-obra?

A verdade é essa. Não temos mão-de-obra. Não é nenhum drama, mas os portugueses, pelo menos nesta região, não respondem à oferta que existe no mercado de trabalho na agricultura.

…uma oferta sazonal…

Sim, é uma oferta sazonal, seja para apanhar azeitona, para fazer a poda das oliveiras, da vinha, para trabalhar nas estufas, enfim, existe uma oferta de trabalho sazonal , deslocalizada, não é sempre no mesmo sítio, e arriscamo-nos a não ter mão-de-obra. Neste momento o país que mais emigra para trabalhar na agricultura em Portugal é a Roménia. Em 2014, a Roménia passou a ter acesso a toda a União Europeia, com base na livre circulação e, como tal, poderão optar por outros países que possam oferecer salários mais altos. Por outro lado, não tem havido da parte do Estado português uma preocupação com este assunto, nomeadamente ao nível do ministério dos negócios estrangeiros de forma a fazer-se um planeamento do pessoal que precisamos para a agricultura, e procedimentos legais.

E porque é que isso não tem acontecido?

Penso que toda a gente anda distraída no meio disto. Do que se fala é que Portugal exporta, Portugal está muito bem na agricultura, o que não é verdade, embora se esteja um pouco melhor, mas está a ser feito um grande esforço por parte dos agricultores que precisam destes apoios. Não é só o dinheiro, ou ajudas, ou subsídios que são importantes. Este tipo de apoios também o são e, mesmo na parte fiscal, há coisas que podem ser feitas relativamente a este tipo de trabalhadores. Os agricultores, nesta região, contactaram os serviços de finanças para serem responsáveis pelo IVA que é cobrado pelas empresas que vêm aqui fazer empreitadas na área agrícola. Não tivemos qualquer resposta. Há, de facto, uma alienação da parte da administração para estes problemas. 

Este tipo de trabalhadores são sempre contratados através de empresas especializadas e não em nome individual?

Geralmente são empresas que contratam esses trabalhadores e que depois fazem contratos com os agricultores que precisam dos serviços.

O Alentejo está a ter mais dinâmica

O Alentejo hoje está mais rico, está melhor, do que antes de Alqueva?

Vai estando. Há zonas em que se nota algum desenvolvimento. Primeiro, em virtude das obras que trazem empresas e trabalhadores para aqui e que vão dando dinâmica à região. Depois, há empresas ligadas ao regadio que também têm vindo para cá, com maquinaria agrícola, e, de facto, começam-se a ver nesta região do Alqueva outras perspectivas. Também há gente nova que vai ficando nestes novos sectores e isso é muito importante.

Mas falta ainda outro patamar: será o do aproveitamento agro-industrial?

Esses investimentos também estão a chegar a pouco e pouco. Os lagares também são indústria. Nós temos muitos e óptimos lagares e adegas. Outros tipos de agro-indústrias chegarão a toda a hora, mas de qualquer maneira eu penso que se não fosse o regadio esta região estaria muitíssimo pior do que está neste momento.

Tem sido anunciado, desde há um ano e tal, uma grande entrada de jovens na actividade agrícola.
Já é possível fazer um balanço sobre os resultados deste movimento?

Eu não o consigo fazer. Quem o pode fazer é quem recebe os projectos de investimento de jovens agricultores, seja o PRODER ou o Ministério da Agricultura. No entanto, o que noto é que houve uma grande especulação sobre este assunto. E penso que não é de bom gosto estar a embandeirar com frases como “a agricultura vai ser solução para o desemprego dos jovens”, ou “venham para a agricultura porque é um sector que compensa”. A agricultura é um negócio complicado, porque requer “know how”, requer capital como todos os negócios, mas está muito dependente do tempo e ninguém controla o clima. É preciso que haja bom senso, alguma prudência neste aspecto dos jovens na agricultura. Eles fazem falta, é bom que estejam, mas não é uma propaganda que se possa fazer de ânimo leve.

Já há pouco se referiu à reforma da PAC. A reforma da Politica Agrícola Comum vai trazer alterações à actividade dos agricultores?

Em 2015 ela estará no terreno e traz um novo modelo, numa lógica que junta a produção com as obrigações ambientais.

Mas é uma boa reforma?

Na nossa visão é a reforma possível, já que cada vez há mais países e o orçamento é o mesmo ou tende a diminuir.

A Ovibeja criou uma matriz para as feiras

Olhando agora para a Ovibeja, esta é já uma feira com o seu lugar bem definido no panorama nacional?

Sim, mas a Ovibeja não “dorme na forma”. Todos os anos temos mais desafios, todos os anos temos mais investimentos, todos os anos procuramos uma diferenciação comparando com o geral das feiras. Sem falsa modéstia, tenho muito orgulho em dizer que a Ovibeja criou uma matriz para as feiras de norte a sul do país. Não havia rocks’n’rolls nem espectáculos à noite em nenhuma feira. A Ovibeja pôs isso no terreno e hoje em dia há em todas. Não havia dj’s, a Ovibeja apareceu com dj’s, não havia exposições temáticas… De há 15 anos para cá a Ovibeja faz sempre exposições de vários temas, da produção, à água, ao ambiente, ao azeite e ao vinho, etc., numa atitude pedagógica para quem a visita, sejam novos ou velhos. De facto a Ovibeja presta um serviço não só à agricultura, mas sim à população, ao consumidor em geral, que aqui tem a possibilidade de aprender muita coisa e saber aquilo que come. Por outro lado, a Ovibeja continua a ser a maior concentração de gado exposto numa feira e vem muita gente de todo o lado para mostrar às crianças um animal vivo. É aqui que vêm ver os animais que vivem no campo.

A Ovibeja tem conseguido dar também outra imagem mais positiva, mais dinâmica do Alentejo?

Sem dúvida nenhuma. A Ovibeja, por si só, é um exercício de dinâmica, de coragem, de ir para a frente. A Ovibeja nunca teve um discurso lamechas. A Ovibeja tem sim reivindicado aquilo a que a agricultura, e as regiões do interior têm direito. É muito fácil dizer que o Estado vai deixar de investir em estradas porque já se construiu muito. Claro que é fácil para quem tem auto-estrada à porta e linha de caminho-de-ferro electrificada diga isso, porque já tem. Mas os que não têm nada disso, como é o nosso caso, não podem ficar calados. Estas coisas têm que ser abordadas pelo bom senso e não pelo lado da propaganda política. Estamos todos fartos disso.

Turismo também em alta

Mas a verdade é que quando se olha para o Alentejo há dois sectores que se estão a destacar pela positiva. Um é a agricultura, outro o turismo. E no campo turístico a Ovibeja também tem desempenhado um papel importante.

Isso é verdade, porque há muitos portugueses que descobriram agora a América, e a América aqui é o Alentejo. As pessoas não sabiam que de manhã quando comiam o papo-seco isso vinha de qualquer lado e que quando comiam as batatas elas não nasciam nas mercearias nem nos supermercados. Penso que as pessoas evoluíram, têm mais cultura e começam a atribuir mais valor às coisas simples, à génese das coisas. Com o turismo passa-se exactamente o mesmo, penso que já se ultrapassou aquela fase pacóvia dos casinos e dos grandes aglomerados nas praias superlotadas e começa a haver uma procura mais evoluída, mais jovem, para o interior do país e aqui para o Alentejo. Por outro lado, a especulação imobiliária que houve, com todos esses yuppies e com todos os negócios na área dos serviços, deu aquilo que deu e, finalmente, começa-se a olhar para o sector primário como um investimento e um trabalho sério, que não especula, até porque está assente na terra que, muitas vezes, vem já de há gerações na mesma família.

Na Ovibeja, este ano, vamos ter o espaço Terra Fértil, que é um espaço dedicado à inovação e aos novos produtos da terra, que outras novidades se podem encontrar?

As novidades são trazidas, a maior parte delas, pelos nossos expositores. Eu costumo dizer: a Ovibeja é sempre a mesma coisa, mas sempre também com novidades. Mas já há pouco por inventar, não há dúvida. Por isso fazemos um esforço, sempre com a ajuda dos nossos expositores. No ano passado demos já um salto com um novo espaço onde existe alguma experimentação de culturas, onde está a maquinaria agrícola, e a que chamámos o Campo da Feira. Este ano vamos melhorá-lo, já temos as culturas no terreno… Esta é uma feira muito grande e é preciso muito tempo para quem a quer visitar em pormenor.

A Ovibeja é também, em geral, uma feira que serve de palco para os vários discursos políticos se fazerem ouvir. Este ano a feira realiza-se pouco tempo antes das eleições europeias e essa característica vai manter-se, por certo…

Todos os políticos que aqui vierem são bem vindos. A Ovibeja faz-se sempre, com ou sem a classe política. Se a classe política vier, a organização fica muito satisfeita e muito agradecida porque é necessário que eles vejam o que se passa no Alentejo. E a Ovibeja, quer se queira ou não, é a montra do Alentejo. Temos tido a sorte de muitos políticos serem adeptos da Ovibeja, mas há também alguns que não gostam muito da Ovibeja.

Os 40 anos do 25 de Abril

Outra marca da Ovibeja são os concertos à noite, virados para um público mais jovem. Este ano o cartaz integra, entre outros, Gabriel, o pensador, e os Buraka Som Sistema…

Nós temos sempre uma grande afluência para os espectáculos da noite. São sempre bons grupos, bons artistas e a organização investe nessa área. A Ovibeja não fecha, funciona 24 horas por dia. Há aqui uma grande descontracção, mas também uma grande responsabilidade porque, felizmente, não têm acontecido problemas de monta.

E sentem que a noite e os concertos são um dos grandes momentos de atracção da feira?

Sem dúvida. Aliás nota-se que os mais jovens começam a invadir, no bom sentido, a feira a partir das 7 horas da tarde. Nota-se imediatamente a afluência, o que é também muito positivo para todos os expositores.

A realização desta Ovibeja é quase coincidente com as comemorações do 25 de Abril de 1974. Embora seja uma obra de uma associação de agricultores, uma feira deste género só pode existir num contexto de liberdade como o actual ou poderia ter existido noutro contexto político?

O 25 de Abril passou-se há 40 anos. Foi o que foi, é o que é, tem vertentes muito positivas e a principal é a liberdade, é o eu poder estar aqui a dizer coisas sem estar com problemas de que poderei ser perseguido pelo que estou a dizer. E essa foi uma grande conquista também da minha geração, porque eu sou exactamente da geração do 25 de Abril. Foi um movimento que os partidos políticos tentaram monopolizar, mas antes do mais foi um movimento das pessoas, dos cidadãos, principalmente dos jovens e também daqueles que passavam os melhores anos da sua vida na guerra, na chamada nessa altura guerra do ultramar e o movimento do 25 de Abril partiu daí. Eu fui um desses jovens, estive mais de dois anos em Angola. É inegável que o 25 de Abril trouxe mais justiça e melhores condições de vida para os mais pobres e também o acesso aos direitos primários como a alimentação, a saúde e a educação, houve um grande desenvolvimento e melhoria de vida que hoje é evidente nas gerações mais novas. Também houve injustiças tremendas e a destruição de muitas infra-estruturas, tanto da agricultura, como da indústria, como outras, e a pilhagem de várias pessoas e de várias empresas. Aconteceu, foi há 40 anos e felizmente foi uma revolução pacífica. Há várias efemérides que até já deixaram de ser feriado. O 25 de Abril, por enquanto, ainda é.

Fonte:  Ovibeja

terça-feira, 8 de abril de 2014

Na lavra de Abril semear de novo!

CNA

- MOÇÃO -

Este mês de Abril, completam-se os 40 anos do 25 de Abril, da Revolução dos Cravos!

A Revolução do 25 de Abril  e  o  processo que  se desenvolveu a partir daí trouxeram-nos importantes conquistas.

Trouxeram-nos a Liberdade e a Democracia. O fim da guerra colonial para onde os nossos jovens marchavam, tantas vezes para matar e morrer e, a seguir, trouxe a independência de outros Povos e Países.

O 25 de Abril abriu portas à Liberdade de Associação que as Agricultoras e os Agricultores Portugueses concretizaram ao formarem as suas Organizações livres e independentes.  A fundação da CNA, em 1978, também é um fruto bom do Associativismo Agrícola Nacional, saído do 25 de Abril.

O 25 de Abril trouxe para os Agricultores e para o Mundo Rural:- a Lei democrática do Arrendamento Rural; a entrega, às Populações Locais, das Cooperativas Agrícolas e das Casas do Povo. Trouxe a Lei dos Baldios com a devolução, aos Compartes, da propriedade comunitária e das riquezas desses Baldios. Trouxe a melhoria de salários, pensões e reformas.

A Constituição de Abril da República Portuguesa - cujo 38º Aniversário se assinalou ontem, 2 de Abril –  consagrou os direitos dos Portugueses em geral e dos pequenos e médios Agricultores em particular.

E, entre outros, a Constituição de Abril também consagrou o direito à Saúde, à Educação, ao Poder Local Democrático, portanto, a todo um vasto conjunto de direitos que trouxeram significativas melhorias ao nosso trabalho e à nossa vida.

O 25 de Abril trouxe-nos mais Felicidade !

Por isso mesmo, aqui nos congratulamos !

Mas, hoje, sopram ventos frios contra o 25 de Abril, contra a esperança numa vida melhor. Atravessamos tempos duros e difíceis !  Como todos sentimos e sofremos.

Sofremos em consequência das más políticas agrícolas e de mercados definidas e aplicadas, contra a nossa vontade, por sucessivos governos e pela União Europeia. Sofremos com a dificuldade de escoamento e a baixa dos preços à Produção assim como com os custos especulativos dos Combustíveis, da Electricidade, das Rações, dos Herbicidas, do Crédito Bancário.

Sofremos com as importações desnecessárias; com a falta de bons Mercados Locais para escoar a nossa Produção familiar de bens agro-alimentares.

Sofremos com esta PAC – Política Agrícola Comum, que está feita para os grandes proprietários absentistas e para o grande agro-negócio, e que sacrifica a nossa Soberania Alimentar.

O sistema vigente impõe-nos o pagamento de Contribuições caríssimas para a Segurança Social e está a obrigar-nos a irmos, todos, colectarmo-nos nas Finanças para pagar ainda mais contribuições e impostos, situação que não podemos suportar.


Por isso aqui estamos, hoje, 3 de Abril, uma vez mais nas ruas de Lisboa.

A protestar e a reclamar no uso dos nossos Direitos Constitucionais saídos do 25 de Abril !

Em defesa da Agricultura Familiar e do Mundo Rural !

Queremos melhores políticas Agro-Rurais e  queremos outro governo capaz de as promover !

Sim !  Sempre com os Agricultores !
Na lavra de Abril, vamos semear de novo !

Lisboa, 3 de Abril de 2014

-   Ano Internacional da Agricultura Familiar -

E se o sobreiro ajudasse a tratar as feridas ao matar bactérias?


NICOLAU FERREIRA 07/04/2014 - 07:30
Equipa liderada por cientistas portugueses extraiu da cortiça uma molécula complexa mantendo as suas propriedades iniciais. Os cientistas descobriram ainda que essa molécula é antibacteriana e antevêem uma série de aplicações, como uma nova geração de sacos de plástico.


A película de suberina é extraída do pó de cortiça DANIEL ROCHA (ARQUIVO)


O uso da cortiça para fabricar rolhas e placas isolantes é antigo. Entretanto, a indústria do vestuário já faz malas, chapéus ou sapatos com cortiça. Arquitectos e designers já construíram bancos, maçanetas e outras peças de mobiliário com este material. Agora, talvez seja a vez de a medicina aproveitar as propriedades da árvore que é símbolo nacional – o sobreiro (Quercus suber) – para ajudar a curar feridas.

Uma equipa de investigadores, liderada por portugueses, acaba de demonstrar que é possível extrair da cortiça uma película de suberina – uma molécula vegetal que se encontra em grande quantidade na casca do sobreiro. E provou ainda que esta película tem propriedades antibacterianas. A novidade foi publicada na revista Biomacromolecules.

A suberina é um poliéster, o nome de uma classe de polímeros em que entram vários tipos de moléculas, como os plásticos (estes provêm do petróleo). A suberina é naturalmente produzida em árvores como o sobreiro ou a bétula. É um importante constituinte da parede das células vegetais – uma estrutura que está à volta da membrana celular, dá rigidez aos tecidos e não existe nas células animais.

A suberina acumula-se na cortiça, onde pode chegar a constituir metade do seu peso. A casca do tronco da bétula também pode conter até 50% desta macromolécula.

Até agora, nunca se tinha conseguido extrair a suberina de modo a manter uma estrutura semelhante à que forma na parede celular. O que os investigadores químicos faziam era cortar as cadeias de moléculas de suberina. Ao estar organizada em grandes cadeias, a suberina cria um efeito de protecção, rigidez e isolamento no interior da parede celular vegetal (que é formada por outras moléculas). Mas estas propriedades perdiam-se quando as reacções químicas utilizadas antes pelos cientistas partiam as cadeias de moléculas de suberina nas suas unidades.

Este obstáculo foi ultrapassado com o trabalho liderado por Cristina Silva Pereira, chefe de um grupo do Instituto de Tecnologia Química e Biológica (ITQB), em Oeiras. “Não olhámos para o problema com a abordagem de um químico”, disse a investigadora ao PÚBLICO, referindo-se à ideia de que as moléculas podem ser partidas e reconstruídas dentro de um tubo de ensaio. “Olhámos para o polímero como um todo, tendo presente a função que desempenha na planta. Queríamos aceder a este material mantendo essas funções.”

A equipa começou a trabalhar com a suberina em 2008 e em 2010 conseguiu finalmente extraí-la da cortiça, mantendo parte da estrutura que a molécula forma na parede celular da planta. Para isso, os cientistas usaram um composto que apenas partia certas ligações, e não todas, entre as moléculas.

No artigo agora publicado, os cientistas demonstraram como se pode criar uma película de suberina com esse método. O trabalho teve ainda a colaboração de investigadores de outros grupos do ITQB, da Universidade de Aveiro, da Universidade de Coimbra e ainda da Universidade de Ratisbona, na Alemanha.

“A película tem um aspecto de uma mica”, diz Cristina Silva Pereira, referindo-se às capas de plástico, “com uma cor entre o amarelo-escuro e o acastanhado”. Depois, a equipa analisou as propriedades físicas desta película, como por exemplo o ponto de fusão e a permeabilidade à água. Além de ser impermeável, o material é liso.

Finalmente, os investigadores testaram os efeitos que a película de suberina tem na sobrevivência de duas espécies diferentes de bactérias que pertencem a dois grandes grupos bacterianos (as Gram-positivas e Gram-negativas): constataram que os pedaços de película de suberina matavam a grande maioria dessas bactérias.

Cristina Silva Pereira explica que há várias referências de medicina tradicional sobre o uso de plantas ricas em suberina que induzem a cicatrização de feridas. Por isso, a investigadora defende que esta película de origem biológica poderá vir a ser utilizada para tapar as feridas crónicas, como as que os diabéticos desenvolvem, promovendo a cicatrização e inibindo o desenvolvimento de bactérias. “Estamos a pedir muito a um biomaterial, mas acho que este desempenha todas estas funções.”

Para a produção da película, a equipa utilizou pó de cortiça, um produto que resulta da transformação da cortiça e apenas é aproveitado para produzir energia através da sua queima. Seria possível usar suberina para substituir os sacos de plástico que inundam o mundo? “O uso da cortiça para este fim é limitado”, responde a investigadora.

Mas a equipa está a tentar repetir o mesmo processo para extrair suberina e outros poliésteres naturais da bétula, das cascas do melão, da mandioca, da batata, da maça ou do tomate. “Se este processo for feito com outras fontes, poderá ter todo o tipo de usos, desde os mais mundanos aos mais sofisticados.”

Meio Rural


por José Pereira de Carvalho 
(Caixa de Crédito Agrícola Mútuo da Costa Azul) 

A Política Agrícola Comum

Retomando o tema abordado na crónica anterior, onde foi feito um resumido historial da evolução da Política Agrícola Comum desde os seus primórdios, deverão ser tidos em conta alguns aspetos.

A PAC atravessou três períodos marcantes, levando a Europa de escassez alimentar à abundância, à redução de custos, tendo sido criados novos desafios ligados à sustentabilidade do meio rural e à defesa do ambiente, à segurança alimentar entre outros, atribuindo o papel de guardião desses valores ao agricultor.
 
Se fizermos uma análise um pouco mais profunda, constata-se que os objetivos da PAC estão estritamente ligados com os objetivos dos países do Norte da Europa, com melhores condições naturais, mais avançados tecnologicamente e com uma Industria poderosa.
 
Senão vejamos. Na primeira fase da PAC, o foco situava-se em aumentar as produções, modernizar as exploração, criar infraestruturas, havendo até nos primeiros anos da integração de Portugal, ajudas ligadas à produção de cereais e à produção de carne, de que os produtores portugueses logicamente beneficiaram, mas em muito menor escala, dado que as nossas produções unitárias estão e estavam bastante abaixo das produções desses países.
 
Mais tarde foram fixadas produções por freguesias com base nos dados históricos das explorações agrícolas. Ora aqui, mais uma vez, os Países do Norte da Europa conseguiam produções unitárias muito superiores, o que lhes conferiu um valor de histórico bastante mais elevado nalguns casos. Só para ilustrar o que se passou, se em Portugal a nossa produção média de Trigo andaria nos 1800 Kg / hectare, esses Países teriam uma média de cerca de 6000 Kg / hectare.
 
Também nesta fase era necessário modernizar as explorações agrícolas, dado o atraso em que a nossa agricultura possuía relativamente ao exterior. Havia que apoiar o Investimento em máquinas, equipamentos, sistemas de rega, infraestruturas, etc. Muitos desses investimentos foram apoiados, mas o retorno dessas verbas foi diretamente para os Países que possuíam a industria fornecedora desses bens, melhorando assim os resultados económicos das empresas e os indicadores dos Países.
 
Mais tarde surgiram problemas ambientais. Também aqui e sem ser necessário fazer uma busca muito exaustiva, os problemas ambientais tinham lugar nos Países do Norte e não do Sul e havia que ter uma forma de os resolver. O mesmo se passou com algumas doenças animais, por exemplo a vulgarmente denominada Doença das Vacas Loucas – BSE – que esteve na base da criação do atual SNIRA, cujas virtudes são inequívocas como forma de garantir o controlo e a rastreabilidade da Carne. O não cumprimento destas regras é por si só, impeditivo do pagamento das ajudas ao Agricultor.
 
A pergunta que sempre se tem posto é se Portugal teria condições para negociar e alcançar objetivos mais vantajosos. A resposta penso que será não. Portugal é um País pequeno, com pouco peso na Europa, com uma Industria fraca, com pequena representatividade eleitoral, sem uma moeda de troca poderosa que conseguisse atribuir alguma mais valia nas negociações e portanto o que nos tem restado é quase sempre apanhar o comboio e conseguir algumas pequenas vantagens que não serão desejadas ou que não podem ser conseguidas por outros.
 
De qualquer forma e aquilo que deverá ser referido é que todas essas alterações – aumentar produção, reduzir produção, defender o ambiente, etc, têm sido sempre tomadas politicamente, nos corredores de Bruxelas, não tendo logicamente em conta o interesse da Agricultura e dos Agricultores portugueses. A pergunta que se pode fazer é se será possível qualquer agricultor definir uma estratégia para a sua exploração, nem que seja a médio prazo. Claro que não. Resta aos Agricultores irem gerindo as suas explorações ao sabor das "orientações" da PAC, tentando tirar o máximo partido das ajudas a que têm direito, sabendo que daí virá provavelmente a garantia da sua subsistência.
 
Esperemos que no futuro também não venham a ser responsabilizados por essas decisões…

José Pereira de Carvalho - 07-04-2014 09:59

Nike relança modelo clássico de ténis com opção de fabrico de cortiça


Filipa Alves (08-04-2014)

A Nike relançou recentemente o seu clássico modelo Air Force 1 com opções de personalização que incluem o fabrico em cortiça. O Nike Air Force 1 Premium apresenta versões para homem e mulher, em ténis e bota, que podem ser encomendadas online na loja virtual da marca por 190-200 euros.

O modelo original foi designado Air Force 1 em alusão ao avião do presidente dos EUA, tendo sido o primeiro da marca equipado com o sistema Nike Air, indicado para a prática de Basquetebol, e que foi usado com sucesso por jogadores da NBA como Moses Malone e Charles Barkley.

Depois do LeBron X ET, lançado no ano passado em homenagem ao basquetebolista da NBA LeBron James, este é o segundo modelo da Nike que usa cortiça em substituição de materiais convencionais como a malha de poliéster e o couro, sendo uma edição limitada.

As quatro versões dos ténis Nike Air Force 1 Premium (High-Homem, High-Mulher, Low-Homem e Low-Mulher) podem ser personalizadas de acordo com o gosto pessoal em 14 passos, o primeiro dos quais corresponde à selecção do material principal da forma, que pode ser couro ou cortiça de tom escuro/cortiça de tom claro.

Para além desta parte do sapato desportivo, o cliente pode optar por cortiça em vez de couro na “base”, na lingueta, no remate traseiro ao nível do tornozelo e na sola intermédia.

*Escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico

EDIA promove ação de sensibilização ambiental "Vamos aprender com as nossas ribeiras"



A EDIA promove amanhã, dia 08 de abril, uma ação de sensibilização ambiental sobre ecossistemas ribeirinhos no Açude do Monte de Bolor em Beringel.

Trata-se de uma iniciativa, que surge na sequência de uma solicitação da Junta de Freguesia de Beringel, dirigida às crianças dos ATL’s locais.

Sob o mote “Vamos aprender com as nossas ribeiras” serão desenvolvidas atividades que permitem a apreensão de conceitos como ecossistema ribeirinho, habitat, galeria ripícola, conservação da natureza e biodiversidade, a partir dos quais se pretende que sejam interiorizadas atitudes e comportamentos que contribuam para a preservação do ambiente.

Crítico de vinhos brasileiro Carlos Cabral apoia a cortiça

InterCork chega ao Brasil

O enófilo Carlos Ernesto Cabral de Mello será o embaixador da cortiça no InterCorkII – Promoção Internacional da Cortiça – no Brasil.

Para dar início a esta parceria, Carlos Cabral visitou durante uma semana Portugal e o sector da cortiça. O crítico de vinhos visitou o montado e a indústria da cortiça, de modo a poder vivenciar a história da fileira, assim como recolher informação mais técnica sobre as rolhas de cortiça e os outros sub-sectores. O enófilo será o porta-voz da cortiça em vários seminários a desenvolver no país, assim como noutros eventos de promoção da rolha de cortiça naquele mercado.

Carlos Cabral deu conta da sua visita nas redes sociais, onde conta com cerca de quatro mil seguidores. Após a visita, o enófilo deixou o seguinte comentário: “Simplesmente fantástico o mundo da cortiça! Do respeito total à natureza até à mesa do consumidor final, este material tem uma força activa e forte colaboração na preservação das qualidades de um vinho. Do montado à mesa, uma viagem onde todo o cuidado é perseguido e praticado, a cortiça é trabalhada de forma ecologicamente correcta além de ser cem por cento aproveitada. Agora é só passar a todos as maravilhas que vi com o objectivo de informar e instruir sobre a importância desta dádiva da natureza.”

Carlos Cabral estuda o universo dos vinhos desde 1969, ano em que recebeu das mãos de seu futuro sogro, Heinz Godau, uma garrafa de Porto Dom José. Em 1980, fundou a Sociedade Brasileira dos Amigos do Vinho (Sbav) e, actualmente, é consultor de vinhos do Grupo Pão de Açúcar e profundo conhecedor do Vinho do Porto. O enófilo define os rótulos das prateleiras dos supermercados e é responsável pela formação do grupo de promotores de vinhos especializados, que orientam os clientes nas suas compras.

Carlos Cabral é, ainda, um palestrante nato, quer no Brasil quer nos países produtores de vinhos que habitualmente visita, organizando, também, viagens às caves brasileiras e internacionais. A consultoria na área vinícola e a escrita (possui vários projectos literários) são outras das suas paixões.

Registe-se que esta campanha está inserida num projecto global de promoção da cortiça em nove mercados e que está orçada em 7,3 milhões de euros - financiada em 80 por cento pelo programa Compete (Programa Operacional Temático Factores de Competitividade) e 20 por cento pelos associados da Apcor.

Fonte:  Apcor

Concurso Nacional de Queijos Tradicionais Portugueses com Nomes Qualificados: Queijo de São Jorge é o "Melhor dos Melhores"

Concurso Nacional de Queijos Tradicionais

                            Portugueses com Nomes Qualificados

Queijo de São Jorge é o "Melhor dos Melhores"

O Queijo de São Jorge (7 meses de cura) produzido pela Lactaçores - União
das Cooperativas da Lacticínios dos Açores, Crl.
(andreia.santos@lactacores.pt) foi distinguido com o prémio "Melhor dos
Melhores" na 4ª edição do Concurso Nacional de Queijos Tradicionais
Portugueses que decorreu no Centro Nacional de Exposições, em Santarém, no
passado dia 1 de Abril, e que foi organizado pelo CNEMA e pela Qualifica,
cujo júri avaliou em prova cega 46 amostras, em representação de várias
regiões do país. O Queijo de São Jorge (3 meses de cura), confecionado pela
mesma empresa, conquistou a Medalha de Prata.

Neste Concurso foram ainda premiados os seguintes produtores, nas
respectivas categorias:


- Queijo da Beira Baixa Amarelo: Medalha de Ouro - Beiralacte - Lacticínios
Artesanais da Beira Baixa, Lda. (bertag.beiralacte@gmail.com); Medalha de
Prata - Queijaria Lourenço & Filhos, Lda. (queijaria@queijarialourenco.com).
- Queijo da Beira Baixa Picante: Medalha de Ouro - Queijaria Almeida -
Indústria e Comércio de Queijos, Lda. (queijaria.almeida@gmail.com); Medalha
de Prata - Queijaria Lourenço & Filhos, Lda.
- Queijo da Beira Baixa Amarelo Velho: Medalha de Ouro - Queijaria Lourenço
& Filhos, Lda; Medalha de Prata - Queijaria Almeida - Indústria e Comércio
de Queijos, Lda.
- Queijo de Azeitão: Medalha de Ouro - José Fernando Xavier Simões
(josefernando.queijoazeitao@hotmail.com); Medalha de Prata - Fernando &
Simões - Queijaria Artesanal, Lda. (geral@fernandoesimoes.com).
- Queijo de Cabra Transmontano: Medalha de Ouro - Leicras - Cooperativa de
Produtores de Leite de Raça Serrana, Crl. (leicras@mail.telepac.pt).
- Queijo de Castelo Branco: Medalha de Ouro - Beiralacte - Lacticínios
Artesanais da Beira Baixa, Lda.; Medalha de Prata - Cooperativa de
Produtores de Queijos da Beira Baixa / Idanha-a-Nova, Crl.
(qualidade@saboresdaidanha.pt).
- Queijo de Castelo Branco Velho: Medalha de Ouro - Cooperativa de
Produtores de Queijos da Beira Baixa / Idanha-a-Nova, Crl.; Medalha de Prata
Queijaria Almeida - Indústria e Comércio de Queijos, Lda.
- Queijo de Évora: Medalha Prata - Monte do Ganhão, Lda.
(montedoganhao@gmail.com).
- Queijo de Serpa (Cunca e Merendeira): Medalha de Ouro - Queijaria
Guilherme, Unipessoal, Lda. (info@queijariaguilherme.com).
- Queijo de Serpa: Medalha de Prata - Produção de Queijos Francisco Pacheco
& Filhos, Lda. (filomenasoudo@gmail.com).
- Queijo de Serra da Estrela: Medalha de Ouro - Queijos São Gião
(pedro_freire@netcabo.pt); Medalha de Prata - Quinta de S. Cosme - Sociedade
Agro-industrial, Lda. (quintasaocosme@sapo.pt) e António F. L. Vaz Patto,
Lda. (dos-lobos@hotmail.com).
- Queijo de Serra da Estrela Velho: Medalha de Ouro - António F. L. Vaz
Patto, Lda.
- Queijo de Terrincho: Medalha de Prata - Quinta da Veiguinha - Queijaria
Artesanal, Lda. (telmo.ramos@tuacar.pt).
- Requeijão da Beira Baixa: Medalha de Ouro - Queijaria Almeida - Indústria
e Comércio de Queijos, Lda.; Medalha de Prata - Cooperativa de Produtores de
Queijos da Beira Baixa / Idanha-a-Nova, Crl.
- Requeijão da Serra da Estrela: Medalha de Ouro - Paulo Rogério Simões
Figueiredo (queijariaartesanalpaulorogerio@gmail.com).
- Travia da Beira Baixa: Medalha de Ouro - Cooperativa de Produtores de
Queijos da Beira Baixa / Idanha-a-Nova, Crl.; Medalha de Prata Queijaria
Almeida - Indústria e Comércio de Queijos, Lda.
- Queijo de Ovelha Fresco: Medalha de Ouro - Fernando & Simões - Queijaria
Artesanal, Lda.
- Queijo de Ovelha Curado: Medalha de Prata - Produção de Queijos Francisco
Pacheco & Filhos, Lda.
- Queijo de Ovelha Curado Velho: Medalha de Ouro - Monte do Ganhão, Lda. e
Beiralacte - Lacticínios Artesanais da Beira Baixa, Lda.
- Queijo de Cabra: Medalha de Ouro - Beiralacte - Lacticínios Artesanais da
Beira Baixa, Lda.
- Requeijão de Cabra Velho: Medalha de Ouro - Queijos Fortunato - Produção e
Comercialização de Queijos, Lda. (queijosfortunato@sapo.pt).
- Queijo de Ovelha e Cabra: Medalha de Prata - Cooperativa de Produtores de
Queijos da Beira Baixa / Idanha-a-Nova, Crl.

FONTE: CNEMA