sábado, 10 de maio de 2014

"Desígnios nacionais" do mar e da agricultura de fora da Reforma do Estado

"UM ESTADO MELHOR"

10 Maio 2014, 13:59 por Isabel Aveiro | ia@negocios.pt

O guião da reforma do Estado, divulgado esta semana, adianta pouco no que toca aos sectores da Agricultura, Mar e Florestas. O Alqueva, a "Autoeuropa da agricultura" de Paulo Portas, não consta num "Estado melhor"
A agricultura e as florestas, cujos valor das exportações tem aumentado ao dobro do ritmo dos restantes sectores nos últimos três anos, conforme ainda há dias relembrava o presidente da CAP – Confederação dos Agricultores de Portugal, João Machado, não constam do guião da Reforma do Estado, divulgada esta quinta-feira.
 
Em Fevereiro último,  Paulo Portas, na SISAB, feira que visitou para "assinalar o contributo que o sector agro-alimentar mais o sector florestal dão para as exportações", contabilizou em "20% ou até mais" o peso daqueles dois sectores "do total das exportações portuguesas".
 
As palavras agricultura, mar e florestas até estão escritas na última versão apresentada, mas as grandes opções estão ausentes da reforma planeada. A frase "a agricultura, a floresta, o turismo e o mar são sectores mobilizadores e têm grande potencial de crescimento" menção que constava no primeiro guião, foi agora reforçada com: "naturalmente, os cluster industriais portugueses merecem uma aposta consistente, de modo a que se tornem mais competitivos, constituindo-se como verdadeiros pólos agregadores de valor acrescentado, que são essenciais para consolidar a atractividade do nosso país junto dos investidores internacionais".
 
No mesmo guião, no calendário de medidas a empreender, há três relativas à agricultura e florestas. Nenhuma do mar. O calendário prevê assim a "restruturação da Casa do Douro, criando uma organização limpa de dívidas, focada na representação nos órgãos interprofissionais da região e no apoio aos viticultores", agendada para 2015.
 
Assunção Cristas revelou recentemente o plano para a Casa do Douro, que incluirá a dação em pagamento pela instituição duriense de vinho no valor de 137 milhões de euros, ao Estado, com perdão de juros de mora de 30 milhões de euros.
 
A reforma antecipa ainda a elaboração de um "pacote de simplificação administrativa e de redução de custos de contexto no domínio da floresta e do vinho", denominado "em curso" no calendário. Mas não consubstancia.
 
E, finalmente, a tutela da ministra da Agricultura e do Mar (MAM), Assunção Cristas, do CDPS-PP, prevê a "reestruturação dos laboratórios sob a tutela do MAM, criando verdadeiros laboratórios de referência nacional, com massa crítica e capacidade para realizar as análises requeridas pelos planos de controlo".
 
Na proposta de reforma do Estado de Paulo Portas, vice-primeiro-ministro, do CDS/PP, está assim ausente toda a parceria Lisboa-Bruxelas para a negociação da Politica Agrícola Comum (PAC) que está em curso, e na qual o Estado português tem ainda que legislar, na íntegra, a opercionalização do segundo pilar da PAC, relativo aos apoios ao investimento agrícola. Juntamente com o primeiro pilar da PAC, relativo aos pagamentos directos aos agricultores e medidas agro-ambientais, recorde-se que o que está em causa são cerca de oito mil milhões de euros, a sete anos no horizonte 2020, que Lisboa receberá de Bruxelas.
 
E está também ausente a conclusão do sistema de regadio do Alqueva, empreendimento que ainda há dias Paulo Portas qualificou como a "Autoeuropa da agricultura". Portugal está ainda a tentar negociar que parte do apoio comunitário para o Alqueva tenha outras fontes que não orçamento autónomo da PAC, designadamente fundos estruturais como o FEADER. Mas Bruxelas ainda não deu a aprovação final ao pedido.
 
A segunda versão da Reforma do Estado de Paulo Portas sai quase um ano depois do discurso de 10 de Junho de Cavaco Silva, grande parte dedicado à Agricultura. Na altura, defendendo o percurso feito pelo sector, o Presidente da República tentou afastar a ideia, "ainda enraizada em muitos espíritos e objetivamente errada, de que a agricultura portuguesa se encontra em declínio e que a nossa adesão às Comunidades implicou a destruição do mundo rural".
 
No discurso de há 11 meses, muito comentado nos dias seguintes, também por causa da relação do País com Bruxelas sobre a PAC nas duas últimas três décadas, o antigo primeiro-ministro do PSD reconheceu que "persistem ainda limitações estruturais" na agricultura portuguesa, e apelou ao "rejuvenescimento do seu tecido empresarial" e à "atenção dos decisores políticos" para o futuro dos jovens agricultores.
 
Finalmente, sobre o mar, o "desígnio nacional" que levou Cavaco Silva às Selvagens no Verão passado, e que a AICEP chegou a incluir como um dos 16 sectores para pôr Portugal a crescer, e sobre o qual está ainda por resolver a questão do pedido de Portugal à ONU para a extensão da ZEE – Zona Económica Exclusiva, numa altura em que as negociações para um novo acordo de parceria atlântica entre União Europeia e EUA já é uma realidade, não há nenhuma medida concreta prevista na nova Reforma do Estado.  

A Agricultura e a Integração Europeia

OPINIÃO

SEVINATE PINTO 10/05/2014 - 18:05

Ao longo dos 37 anos que já passaram, desde que o assunto da CEE nos entrou diariamente em casa (9 de negociações e 28 de integração), tenho-me questionado muitas vezes, tal como certamente tem acontecido a muitos agricultores, sobre como estaria a nossa agricultura, se não tivesse sido a nossa integração na CEE, em 1986.

Outra questão, próxima mas não igual à anterior, sobre a qual reflito há muitos anos, é a do impacto que tem tido a Politica Agrícola Comum (PAC) sobre a nossa agricultura.

Quanto à primeira questão, nem eu, nem ninguém, conseguirá responder. O máximo que se pode fazer é especular, com base naquilo que era a nossa agricultura antes da adesão. Uma agricultura que os mais novos não conheceram e que alguns dos mais velhos têm tendência a memorizar de forma idealizada.

Tenho obrigação de a ter conhecido razoavelmente bem, quer pela minha idade e origens, quer porque, à época, tinha responsabilidades de chefia no Gabinete de Planeamento do Ministério da Agricultura. Nessa qualidade, participei ativamente nas negociações para a adesão e num exaustivo "exame sectorial" que ultrapassou em rigor e atualidade o que as estatísticas da época registavam, normalmente, com cinco anos de atraso.

Portugal tinha, de facto, com raríssimas exceções, uma agricultura estagnada, várias décadas atrasada relativamente ao resto da Europa comunitária. Protegida do exterior e muito pouco competitiva, com gravíssimas condicionantes estruturais, fundiárias, empresariais e organizacionais, arrastava-se, sem expectativa de futuro. O enquadramento administrativo era frágil e tecnicamente impreparado, o ensino e a investigação tinham parado no tempo. O enquadramento económico era estatizante, altamente burocrático, servido por um complexo sistema de preços, aos produtos agrícolas e aos fatores de produção, bem como de subsídios ao consumo, controlados por uma rede de Organismos Públicos de Coordenação Económica que também mantinham exclusivos comerciais, incluindo de comércio externo (nos cereais, azeite e oleaginosas, produtos pecuários, vinho, frutas e hortícolas).

Era uma agricultura, ainda largamente camponesa, com centenas de milhares de agricultores pobres, vivendo miseravelmente, com poucas explorações/empresas de média e grande dimensão, raramente modernas e tecnicamente desenvolvidas, muitas das quais ainda feridas por uma reforma agrária recente que as tinha desorganizado e, em muitos casos, destruído.

Quando negociámos a adesão, por várias vezes sentimos que os nossos interlocutores tinham dificuldade em acreditar na descrição que lhes era feita. Portugal tinha, sobretudo na fase final da negociação, preços agrícolas substancialmente mais elevados do que os dos países da comunidade[1] e produtividades físicas, em alguns casos, inferiores a um terço da média Comunitária.

Voltando à questão sobre o que teria acontecido sem a integração na CEE, na minha opinião, ou Portugal se mantinha fechado, isolado do mundo, com uma agricultura medieval, sobrevivendo artificialmente, em função de meios públicos que seriam cada vez mais raros, ou nos abríamos ao mundo, sem condições que nos permitissem manter altos níveis de apoio público e a nossa agricultura não resistiria a uma confrontação direta no mercado mundial, transformando-se, rapidamente numa reminiscência estatística. Os portugueses pagariam muito caro por essas alternativas.

Quanto à segunda questão, a da avaliação do impacto da nossa adesão, muita coisa tem sido dita, muitas vezes sem a mínima relação com a realidade.

A verdade é que Portugal resistiu e tem desenvolvido o sector agrícola, agro-industrial e florestal, que está, globalmente, mais forte, mais apoiado, mais moderno e competitivo. Chegou-se, aliás, ao ponto do segmento agro-industrial, o mais apoiado pelas ajudas ao investimento, ser hoje o mais importante da indústria transformadora.  

Nada disso teria acontecido sem o apoio europeu, que há 28 anos nos paga a 100% os subsídios agrícolas ao rendimento (cerca de 580 milhões de Euros/ano) e sem os 7 sucessivos programas plurianuais de apoio ao Desenvolvimento Rural (cerca de 600 milhões de Euros/ano), que nos têm assegurado o imprescindível apoio à renovação e modernização das nossas infra-estruturas e do nosso aparelho produtivo.

Sem o apoio da PAC, não teria sido possível chegar aos dias de hoje com mais de 80% de auto-suficiência alimentar (em valor)[2] e exportar mais de 4200 milhões de euros em produtos alimentares de base agrícola e 3800 milhões de euros em produtos florestais, o que, em conjunto, representa 16,8% das nossa exportações. Também não nos seria possível instalar cerca de 250 novos jovens agricultores por mês.

De facto, posso não conhecer tudo o que se passa na nossa agricultura, mas não conheço nenhuma adega, nem nenhum lagar de azeite com alguma importância que não tenha sido feito com um fortíssimo apoio financeiro da PAC.

Também não conheço nenhum matadouro, indústria de leite e lacticínios, estação fruteira, estufa, barragem, olival, vinha ou pomar moderno, secador, armazém, estradas rurais, sistemas de rega, de eletrificação, turismo rural, instalações de associações, povoamentos florestais, instalações agro-industriais, fábricas de cortiça e todo o tipo de infra-estruturas, que tenha sido feito sem o forte apoio da UE.

Não conheço igualmente ações de proteção do ambiente e de preservação da biodiversidade, que não sejam financiadas pela UE e pela PAC

Pode-se dizer que tudo é bom na PAC? Que não há injustiças e iniquidades? Que não há sectores e agricultores em má situação?

Claro que não! Contudo, mesmo no que se refere à política de preços e mercados - a componente que é mais contestada - é preciso não esquecer que o que está em causa não é a PAC mas o modo de funcionamento dos mercados mundiais e da globalização, que é normalmente defendido exatamente por aqueles que mais criticam a PAC por ela apoiar o rendimento dos agricultores.

Considerar-se a PAC como a grande responsável por aquilo que se diz ser o "descalabro da agricultura portuguesa", o que está longe de ser uma realidade, não deixa de ser uma patetice sem nenhum fundamento, dito por ingenuidade, ou por falta de informação, mas que, infelizmente, vemos frequentemente repetido na comunicação social.
 
 

[1] O que não era o caso, bem pelo contrário, quando, em 1977, pedimos a adesão
 
[2] Ver DESTAQUE do INE de 2 de Abril de 2013 sobre "Abastecimento Alimentar em Portugal"

Incêndios florestais Fase Bravo com 5.175 operacionais em terra a partir de dia 15



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A fase Bravo de combate a incêndios florestais, a segunda mais crítica, começa no dia 15 e envolve no terreno 5.175 operacionais, 1.251 viaturas, 34 meios aéreos e 70 postos de vigia.

Os dados constam do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais (DECIF), que refere ainda que os meios aéreos não serão disponibilizados logo no início da fase Bravo.

O dispositivo é reforçado este ano com mais 250 bombeiros e quatro meios aéreos relativamente ao ano passado e terá um custo de 85 milhões de euros.

A partir de dia 15, o combate a incêndios contará com oito meios aéreos, sendo que outros cinco serão disponibilizados a 01 de Junho, 17 a partir de dia 15 de Junho e os restantes quatro no dia 20 de Junho, segundo disse à Lusa fonte da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC).

Sobre as expectativas em relação à época de incêndios deste ano, em declarações à agência Lusa, Paulo Fernandes, docente e investigador do departamento florestal da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), disse esperar que a área ardida fique "abaixo da média".

"Espero que as zonas que historicamente são percorridas por grandes incêndios tão cedo não voltem a arder", frisou.

Quanto à influência do Inverno chuvoso na ocorrência de incêndios este ano, o investigador sublinhou que a ocorrência de chuvas não faz diminuir muito a ocorrência de incêndios, ao contrário do que se poderia pensar.

"Talvez no sul do país, o facto de ter chovido muito este Inverno tenha alguma influência positiva na diminuição de fogos, mas no norte não é tanto assim, o que acontece quando chove muito é que, regra geral, a época de incêndios começa mais tarde porque as terras estão mais molhadas, assim como a vegetação, e levam mais tempo a secar", sublinhou.

Segundo o investigador, o que é mesmo "determinante" na época de incêndios são as temperaturas e também os ventos.

Sublinhou, a propósito, que, de Maio a Setembro, estão previstas temperaturas acima da média e que o Outono também se prevê quente, o que "poderá levar a algum agravamento no que respeita aos fogos".

A Serra da Estrela, a zona de Oleiros e todo o maciço central -- entre Oleiros e Santarém -- são, segundo o investigador, algumas "zonas sensíveis" a que é preciso estar atento, uma vez que "não são atingidas por incêndios de grandes proporções há alguns anos".

De acordo com o inquérito realizado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), os danos directos dos cinco grandes incêndios - Caramulo, Picões, Trancoso, Mondim de Basto e Covilhã - ocorridos em 2013 ascenderam a 34,2 milhões de euros (ME).

A soma (34,2 ME) resulta dos valores declarados pelos municípios atingidos e representa 0,02 do Produto Interno Bruto (PIB), tendo a área ardida sido de 27.918 hectares (0,30% do território).

A perda mais significativa, segundo o INE, verificou-se no incêndio do Caramulo, com 13,9 milhões de euros (40,6% do total), seguindo-se o incêndio de Picões, com cerca de 10 milhões de euros, sendo este o valor aproximado dos prejuízos causados no conjunto dos outros três grandes incêndios (Trancoso, Mondim de Basto e Covilhã.

Durante a fase Bravo estão operacionais 512 equipas de vigilância terrestre, 315 equipas de vigilância e ataque inicial e 681 equipas de combate, segundo os dados disponibilizados pelo DECIF.

À fase Bravo -- que termina a 30 de Junho -- sucede a fase Delta, considerada a mais crítica em incêndios, que decorre entre 01 de Julho e 30 de Setembro.

As várias fases no âmbito do combate a incêndios são: Alfa (01 de janeiro a 14 de Maio), Bravo (15 de Maio a 30 de Junho), Charlie (01 de Julho a 30 de Setembro), Delta (entre 01 e 31 de Outubro) e Echo (01 de Novembro a 31 de Dezembro).

Fonte:  Lusa

Parlamento quer reforçar a denominação de origem própria do Vinho Verde Alvarinho

Monção e Melgaço são as únicas sub-regiões que podem utilizar o nome Alvarinho 


A Assembleia da República aprovou dois projetos de resolução que recomendam ao Governo que garanta que apenas os vinhos produzidos em Monção e Melgaço podem usar o nome Alvarinho.

Uma decisão saudada pela Adega Cooperativa Regional de Monção que tem vindo a alertar para a necessidade de proteger a denominação perante vinhos que utilizam casta Alvarinho produzida noutras regiões e que não têm as mesmas características que o vinho Alvarinho da sub-região de Monção e Melgaço.

A casta Alvarinho é a mais nobre das castas portuguesas e produz um vinho monocasta de elevada qualidade. A sub-região de Monção e Melgaço foi criada em 1908, integrada na Região do Vinho Verde, mas a casta Alvarinho existe em Portugal há mais de 700 anos.

Armando Fontinhas, Presidente da Adega Cooperativa Regional de Monção afirma: "O vinho Alvarinho produzido em Monção e Melgaço é reconhecido como um dos melhores do mundo e tudo deve ser feito para proteger e preservar este património. Os projetos aprovados no Parlamento reconhecem a importância do vinho Alvarinho e a importância de limitar a sua Denominação de Origem Própria. Apenas nas regiões de Monção e Melgaço, a casta Alvarinho atinge o seu potencial máximo, dando origem a um vinho único que é hoje um dos principais ex-libris da viticultura nacional. Permitir que outros utilizem a denominação Alvarinho seria pôr em causa um trabalho de séculos para atingir a excelência e delapidar a reputação do vinho Alvarinho."

Nos projetos de resolução aprovados na assembleia da Republica é defendida a necessidade de manutenção da exclusividade de produção do Vinho Verde Alvarinho na sub-região de Monção e Melgaço e mantida inalterável a exclusividade do uso da menção "casta Alvarinho" somente para vinhos produzidos nesta sub-região.

A sub-região de Monção e Melgaço tem 60 pequenas e microempresas, espalhadas por uma área de 1500 hectares de Alvarinho. Há 2 mil famílias ligadas à produção do vinho Alvarinho que movimenta anualmente um volume de negócios, entre uva e vinho, na ordem dos 20 milhões de euros. 

AESA: Novo guia para medir taxas de pesticidas no solo

09-05-2014 
 

 
A Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar (AESA) publicou um novo guia que permite aos cientistas levar a cabo uma avaliação de aspectos especializados da exposição ambiental a pesticidas.
 
O documento de orientação proporciona um método claro para a avaliação de estudos que medem o tempo requerido para a degradação real de 50 por cento de um pesticida químico e seus produtos de transformação no solo.
 
A AESA elaborou o documento de orientação como parte do seu trabalho em curso no campo dos pesticidas para proteger o meio ambiente. A metodologia também se pode aplicar a substâncias químicas lançadas no solo sem utilização de pesticidas.
 
Em Junho próximo, a AESA realiza uma reunião para explicara a melhor forma de utilizar a metodologia estabelecida no guia. O evento terá lugar na sede da AESA, em Parma, na Itália.
 
Fonte: Agrodigital

Conselho adopta disposições de financiamento a medidas para sanidade animal e vegetal

09-05-2014 
 


 
O Conselho adoptou um Regulamento que estabelece as disposições para a gestão das despesas relativas à cadeia alimentar, saúde e bem-estar animal, sanidade vegetal e o seu material de reprodução.
 
O documento tem como objectivo modernizar as disposições financeiras para este âmbito, em conformidade com as conclusões do Conselho Europeu de sete e oito de Fevereiro de 2013, no quadro financeiro plurianual para 2014/2020.
 
Este regulamento substitui as posições financeiras estabelecidas actualmente em vários textos legais num quadro financeiro único que optimiza a implementação e o funcionamento da gestão financeira dos gastos no sector de alimentos e rações. As estruturas de gestão financeira serão simplificadas sobre a base de objectivos e indicadores claros. As taxas de financiamento também serão mais transparentes e ainda mais simplificadas.
 
Esta norma faz parte do Pacote da Cadeia Alimentar e oferece um quadro para financiar as medidas previstas no regime de saúde animal e vegetal, o regime para a produção e colocação no mercado dos materiais e reprodução de plantas, para além das normas que regulam os controlos oficiais.
 
O mesmo financia, em particular, os programas de erradicação de doenças animais, os quais são essenciais para a eliminação progressiva de uma série de doenças, através de uma ampla gama de medidas, como a vacinação, análise, o abate e compensação do mesmo. O financiamento destas medidas é priorizado por doenças de importância na saúde pública e com repercussões económicas par ao comércio e pecuários.
 
O quadro financeiro também oferece apoio à sanidade vegetal da União Europeia e dos regimes dos materiais de reprodução de plantas, dando prioridade às medidas para prevenir a entrada e propagação de pragas não-nativas e o uso de material vegetal saudável no início da cadeia de produção da planta, propondo novas medidas de compensação aos agricultores pelo valor das plantas destruídas.
 
Por último, financia as despesas dos controlos oficiais de forma a melhorar a eficácia dos mesmos, incluindo ainda ajudas par aa formação de pessoa da autoridade nacional do Estado-membro e para a rede de Laboratórios de Referência da União Europeia, para garantir uma uniformidade e a confiança nos métodos de análise ou testes. O Parlamento Europeu adoptou a sua posição em primeira leitura sobre a proposta da Comissão a dois de Abril de 2014.  
 
Fonte: Agrodigital

União Europeia e Japão querem acelerar negociações para acordo comercial

 07-05-2014 
  
A União Europeia (UE) e o Japão concordaram, em Bruxelas, em acelerar as negociações com vista ao estabelecimento de um acordo de parceria comercial «ambicioso» entre as duas partes, que Durão Barroso classificou como «um dos mais importantes dos próximos anos».
 
Na conferência de imprensa no final da 22.ª cimeira UE-Japão, celebrada esta quarta-feira na capital belga, os presidentes da Comissão Europeia, Durão Barroso, e do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, e o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, discutiram as negociações em curso em torno de dois acordos bilaterais, um de parceria estratégica e um outro de comércio livre, ambas lançadas há cerca de um ano, em Abril de 2013, agora numa fase decisiva.
 
Enquanto a parceria estratégica visa reforçar ainda mais os laços políticos entre as duas partes, incluindo ao nível de política externa e de segurança, o acordo de comércio livre tem como objectivo reforçar ainda mais a relação comercial entre as duas partes, sendo que o Japão, a quarta maior economia do globo, é já o segundo maior parceiro comercial da UE na Ásia, a seguir à China.
 
Fonte: Lusa

Copa-Cogeca destaca importância da diversidade e qualidade dos produtos agrícolas da UE

06-05-2014 


 
Na reunião informal dos Ministros da Agricultura da União Europeia (UE), o Copa-Cogeca destacou a grande diversidade e qualidade dos produtos agrícolas da UE e destacou a importância da inovação e investigação para a sua protecção e futuro desenvolvimento.
 
Na sua intervenção, durante o encontro, o presidente da Confederação das Cooperativas Agrícola da União Europeia (Cogeca), organização da qual a Confagri faz parte, colocou em relevância a importância dos agricultores e as organizações de produtores (OP), como as cooperativas, para garantir esta grande diversidade e qualidade dos produtos, para além de um sector agrícola sustentável, eficiente e competitivo.
 
Christian Pèes disse que «a nova política agrícola comum (PAC) refere as oportunidades para encorajar os agricultores a unirem-se e aderirem a organziações de produtores, como por exemplo, as cooperativas, o que lhes permite melhor comercializar os seus productos».
 
O responsável mostrou-se satisfeito com o facto da nova PAC ter destacado as cooperativas agrícolas para um maior papel em todos os sectores, com capacidade de gerir tanto a qualidade e a quantidade das suas produções em certos sectores, como o do gado bovino, cereais e do leite, para além de negociarem contratos colectivos.
 
Pèes insistiu que estes instrumentos não devem ficar apenas em papel mas colocados em pratica, sublinhando que desta forma a posição dos agricultores na cadeia alimentar será reforçada. Também destacou a importância das cooperativas agro-alimentares no momento de contribuirem para as prioridades da UE em matéria de política de desenvolvimento rural. Para isso, o investimento e a inovação são requisitos essenciais.
 
O presidente da Cogeca prosseguiu, e no âmbito das negociações de liberalização do comércio valorizou a necessidade de proteger as especialidades regionais, objecto da legislação sobre as indicações geográgicas frente aos produtos de imitação, de forma a manter  a qualidade e a diversidade da Europa.
 
Por seu lado, a vice-presidente do Copa, Maira Dzelzkaleja, defendeu como esta diversidade face ao sector agrícola da UE pode ser mais resistente em tempos de crise. Na sua opinião, deve-se acelerar a investigação e a inovação, assim como a passagem de conhecimentos aos agricultores. As medidas benéficas para todos as partes, como as encaminhadas para a eficiência no uso dos recursos são cruciais, já que são positivas para o ambiente e, ao mesmo tempo, para  a manutenção da capacidade de produção e a obtenção de remunerações económicas.
 
O Copa-Cogeca apresentou aos ministros uma declaração redigida em conjunto com um grupo de dez associações agrícolas  e da indústria alimentar, na qual chama a atenção para melhores decisões políticas e mais inteligentes, capazes de impulsionar a inovação e gerar emprego, assim como garantir que a cadeia agro-alimentar da UE seja mais produtiva e eficiente na utilização dos recursos.  Atrás do manifesto "Visão para o pontecial de implantação de agricultura e indústrias de alimentos da UE" estão empresas que representam cerca de 30 milhões de empregos e cinco por cento do valor acrescentado bruto da União Europeia.  
 
Nesta visão conjunta, os signatários valorizam a importância de proporcionar um fornecimento alimentar estável e seguro, não apenas para os cidadãos da UE, mas além das suas fronteiras, de forma sustentável e com respeito pelo ambiente. O grupo mostra-se unido neste pedido a favor de um programa político comunitário mais simplificado, verdadeiramente concentrado na inovação, para apoiar uma produção segura de alimentos, de alta qualidade e acessível, assim como a correspondente preferência dos consumidores.
 
Junto com outras partes interessadas, o Copa-Cogeca insta as instituições da UE  a colaborar para promover a inovação nos seus sectores, graças a melhores decisões políticas e fundamentadas na ciência.
 
Fonte: Copa-Cogeca

FAO: Meteorologia e conflitos políticos aumentaram volatilidade do mercado de cereais

09-05-2014 
 
As condições meteorológicas em diversos países e as tensões políticas na região do Mar negro criaram uma maior volatilidade dos mercados alimentares, segundo a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO).
 
A FAO, na sua informação semestral "Perspectivas alimentares", indica que no primeiro prognóstico par ao ano de 2014 estimou para os cereais uma produção total de 2.458 milhões de toneladas, incluindo o arroz, um valor cerca de 2,4 por cento abaixo do recorde alcançado em 2013, embora ainda espera que esta venha a ser a segunda maior registada até agora.
 
E prováveis que a descida seja mais pronunciada nos cereais secundários, contudo os níveis de existências continuam positivos. Os analistas asseguram que não há motivo de preocupação, antes do início das principais temporadas agrícolas de 2014/2015, supondo que os fluxos comerciais não sejam afectados negativamente pela situação na região do Mar Negro.  
 
Em geral, prevê-se que as reservas mundiais de cereais se mantenham em condições relativamente confortáveis, de acordo com a informação, uma publicação semestral que proporciona esclarecimentos sobre a situação do mercado a curto e as perspectivas dos principais produtores de alimentos. A descida dos preços e as condições climatéricas criadas pelo El Niño podem fazer com que a produção mundial de arroz seja menor em 2014, sobretudo na Ásia. Já na Tailândia, uma redução dos preços ao produtor pode ser o principal factor depois de uma contracção nas plantações e produção de arroz.
 
Apesar desta descida da produção, o comércio internacional pode vir a alcançar níveis recorde em 2014, sustentado pela abundância de matéria-prima nos países exportadores e um maior volume de compras dos tradicionais importadores, como o Bangladesh, Indonésia e as Filipinas.
 
A factura da importação mundial de alimentos em 2014 pode vir a fixar-se em 1,29 biliões de dólares norte-americanos, mas estima-se que a dos produtos animais aumente, devido ao crescimento dos volumes comerciais e dos preços.
 
Para a carne e a produção de leite aguarda-se um crescimento. Segundo a FAO, o crescimento da produção mundial de carne será modesto, até um total de 311,8 milhões de toneladas, comum aumento de 1,1 por cento durante 2013, o que reflecte o crescimento nos países em desenvolvimento, os principais responsáveis pela crescente procura mundial.
 
 
Existem grandes diferenças para as previsões comerciais em função das variedades de carne, com a de bovino e de aves domésticas em alta e, por outro lado, a descida na carne de ovino e de porco. A carne de aves continua a ser o principal produto comercializado, com 43 por cento do total do mercado, seguida pela carne de bovino, porco e cordeiro, respectivamente.
Enquanto os preços internacionais da carne mantêm-se em níveis historicamente altos desde o início de 2011, sem indícios de uma descida generalizada, os preços internacionais dos lacticínios baixaram em Março e Abril. Prevê-se que o comércio de leite aumente cerca de 1,8 por cento, até as 69 milhões de toneladas, principalmente impulsionado pela procura por parte da Ásia.
 
Para os óleos e farinhas, a FAO aponta para uma continuidade da expansão, estimulada pela maior oferta e impulsionado pela crescente procura dos países em desenvolvimento da Ásia, apesar do consumo poder crescer menos que o esperado, num contexto de preços internacionais firmes e uma grande disponibilidade de milho.
 
A produção de açúcar tem vindo a registar descidas, mas tudo indica que o comércio cresça com a subida da procura dos países importadores.
 
A FAO também publicou o seu índice mensal de preços dos alimentos, com uma média de 209,3 pontos em Abril de 2014, uma descida de 3,5 pontos, cerca de 1,6 por cento, em relação a Março, e 7,6 pontos, cerca de 3,5 por cento, abaixo de Abril de 2013. A queda registada em Abril passado foi causada, sobretudo, por uma forte descida nos preços dos lacticínios, tal como do açúcar e do óleo vegetal. Pelo contrário, os preços dos cereais e da carne mantiveram-se.
 
Fonte: Agrodigital

Falta de farinha de trigo obriga ao encerramento de várias padarias na Venezuela

09-05-2014 
 
Várias padarias na localidade venezuelana de Caripe, a leste de Caracas, voltam a estar fechadas devido à escassez de farinha de trigo para produzir pão, revelou a imprensa da região.
 
Segundo as rádios locais, ao longo da tarde de quinta-feira um pequeno número de padarias permanecia aberto, mas com longas filas de clientes à espera de poderem comprar pão, numa localidade que é muito conhecida por ser montanhosa e registar um alto consumo de trigo para a produção artesanal com fins turísticos.
 
Além das dificuldades para conseguir farinha de trigo os padeiros da localidade queixam-se de que a escassa matéria-prima que conseguem comprar tem um preço mais elevado em 370 por cento ao estipulado pelas autoridades.
 
Fonte: Diáriodigital; Lusa

AESA propõe redução de zinco nas rações

 07-05-2014 
 


 
A Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (AESA) propôs uma redução dos níveis máximos autorizados de zinco na alimentação de todas as espécies animais.
 
Estima-se que os novos níveis propostos reduzam em 20 por cento a quantidade de zinco lançado para o meio ambiente por excrementos. A redução recomendada no conteúdo máximo permitido de zinco na alimentação garante a segurança dos consumidores, a saúde e bem-estar animal e não afecta a produtividade dos animais.
 
Para completar a sua avaliação de risco, a AESA fez uma revisão da literatura relevante disponível, assim como os dados recebidos pelas autoridades dos países europeus e de todos os interessados.  
 
Fonte: Agrodigital

Alentejo produziu 71% do azeite português na última campanha


O Alentejo tem um peso determinante na produção de azeite em Portugal", sendo "a região mais importante em termos de volume"
O Alentejo tem um peso "determinante" na produção de azeite em Portugal e foi a região responsável pela maior parte (71%) das 90 mil toneladas produzidas no país na campanha olivícola de 2013/2014, foi hoje anunciado.

Na última campanha, "o Alentejo produziu 64 mil toneladas de azeite, o que representa 71% do volume de 90 mil toneladas produzido em Portugal", disse hoje à agência Lusa Henrique Herculano, do Centro de Estudos e Promoção do Azeite do Alentejo (CEPAAL).

Tendo em conta que uma tonelada de azeite virgem extra indiferenciado pode valer cerca de dois mil euros, as 64 mil toneladas produzidas no Alentejo poderão ter rendido "um volume de negócios estimado em 128 milhões de euros, considerando apenas a venda de azeite a granel e excluindo o valor acrescentado pelo embalamento e pela marca e toda a economia adjacente ligada a fatores de produção e serviços", admitiu.

Atualmente, "o Alentejo tem um peso determinante na produção de azeite em Portugal", sendo "a região mais importante em termos de volume", porque "é a que mais azeite produz, a que tem a maior área de olival plantado e a que tem o olival mais moderno e a maior proporção de olival intensivo e superintensivo, o que leva a maiores produções", disse.

Por outro lado, "o Alentejo, em termos de qualidade, assume uma importância capital no setor a nível nacional", frisou, lembrando que o Governo já reconheceu o "Azeite do Alentejo" como Indicação Geográfica (IG), a qual certifica "a origem e a qualidade" e é "determinante para a valorização e o reconhecimento no mercado da superior qualidade" dos azeites oriundos da região.

Henrique Herculano falava à Lusa a propósito do primeiro Congresso Nacional do Azeite - Azeite do Alentejo, que vai decorrer na sexta-feira, em Moura, integrado no programa da 13.ª OlivoMoura - Feira Nacional de Olivicultura.

O congresso, organizado pelo CEPAAL e pela Câmara de Moura, vai reunir agentes e profissionais ligados ao azeite para promover o estudo e o debate em torno do setor oleícola e pretende ser "o ponto de encontro da olivicultura em Portugal", explicou.

O primeiro congresso, que vai decorrer a partir das 09:30, no Cineteatro Caridade, inclui três painéis temáticos especializados e dedicados às políticas de qualidade, económicas e comerciais do setor.

A 13.ª OlivoMoura, que pretende promover o azeite, "um dos produtos de excelência" do concelho, integra-se no programa da tradicional Feira de Maio de Moura, a qual vai decorrer entre quinta-feira e domingo no Parque e Feiras e Exposições da cidade e inclui também o 3.º Salão de Caça de Pesca.

Na quinta-feira, às 20:30, no âmbito da OlivoMoura, o CEPAAL vai lançar a "Carta de Azeites do Alentejo", a qual "gostaria que fosse, a curto prazo, usual" no setor de hotelaria e restauração em Portugal, explicou Henrique Herculano.

A carta, constituída por seis azeites do Alentejo, "pretende criar o bom hábito de os restaurantes, tal como acontece com os vinhos, darem a escolher aos consumidores diferentes azeites do Alentejo para temperarem a comida que vão consumir", explicou.

*Este artigo foi escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico aplicado pela agência Lusa

Acordo para reforçar normas de biossegurança das importações de alimentação de porcos

08-05-2014 
 


 
No Comité Permanente da Cadeia Alimentar ficou decidido reforçar as normas de biossegurança das importações de subprodutos para utilização na alimentação dos porcos.
 
Uma das medidas a introduzir para assegurar a inactivação de possíveis coronavírus presentes nos mesmos subprodutos é a exigência de tratamento a 80 graus, o qual tem de ser seguido de um armazenamento durante seis semanas a temperaturas ambiente. A medida de tratamento térmico já faz parte da Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controlo (APPCC) de muitas empresas.
 
Os especialistas comunitários estabeleceram a proibição de importar porcos dos países afectados. A semana passada, o Governo francês anunciou a sua intenção de proibir as importações de porcos, sêmen e subprodutos destinados à alimentação dos animais procedentes dos Estados Unidos, Canadá, México e do Japão.
 
Posteriormente decidiu esperar o resultado da reunião do Comité Permanente, o qual assinalou como satisfatório, pelo que não pensam tomar nenhuma medida unilateral. Também as autoridades dos Estados Unidos e do Canadá comprometeram-se a não exportar porcos vivos para a União Europeia até a realização de um reexame à situação a nível europeu e também até a próxima reunião da Assembleia da Organização Mundial de Saúde Animal, a decorrer em Paris, de 25 a 30 de Maio.
 
Fonte: Agrodigital

China aumenta reservas de carne de porco para estabilizar preços

09-05-2014 
 


 
A administração chinesa decidiu adquirir mais carne de porco congelada de forma a estabilizar os preços e reduzir as perdas dos produtores, segundo a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma (CNDR), órgão máximo de planeamento económico da China.
 
Esta medida, a segunda em dois meses, visa solucionar a flutuação cíclica do preço da carde de porco, segundo a CNDR, sendo semelhante a outra adoptada em Março, que demonstrou ser efectiva para estimular os preços da carne de proco, levando o seu valor médio a atingir 1,78 dólares o quilo a 30 de Abril e colocando um ponto final a 19 semanas de descidas.
 
Os preços dos alimentos supõem cerca de um terço do cálculo do índice de preços ao consumo, o máximo barómetro da inflação, sendo o preço da carne de porco um importante componente. O governo chinês espera que esta política de apoio assegure a produção de carne de porco a longo prazo, segundo a CNDR.
 
Fonte: Agrodigital

Deco divulga menus saudáveis e baratos contra obesidade infantil

6 de Maio, 2014

A associação de defesa do consumidor Deco lança hoje uma campanha contra a obesidade infantil, disponibilizando na Internet menus saudáveis, fáceis e baratos.
As receitas, elaboradas por alunos da Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril, sob acompanhamento de nutricionistas, vão estar acessíveis no portal http://www.ficanalinha.pt/, a par da respectiva lista de compras dos produtos usados, com os preços.

Segundo a Deco, ao todo irão estar disponíveis 31 menus, correspondentes a um mês de refeições, incluindo cada um deles pequeno-almoço, lanche a meio da manhã, almoço, lanche a meio da tarde e jantar.

As receitas, facilmente executadas por toda a família, são publicadas semanalmente, adianta a associação.

Com a campanha "Fica na Linha", a Deco pretende sensibilizar crianças e jovens e os pais para os benefícios de uma alimentação saudável, mas também prática, variada e sem grandes custos.

De acordo com a gestora do projeto, Dulce Ricardo, uma refeição pode custar um a dois euros por pessoa, podendo os menus, que incluem desde sopas a sobremesas com "scones", ser usados conforme as conveniências e, eventualmente, ser actualizados no portal.

Durante a campanha, alunos de três escolas da zona de Lisboa vão poder provar as receitas, depois de participarem na sua confecção.

Lusa/SOL

Leite: Produtores e cooperativas pedem que supertaxa reverta para o sector

 08-05-2014 
 

O Copa-Cogeca enviou uma carta ao comissário europeu da Agricultura, Dacian Ciolos, na qual solicita medidas para aliviar a situação de pressão que atravessa o sector do leite, frente ao desaparecimento das quotas na próxima campanha.
 
Durante a reunião informal do Conselho de Agricultura da União Europeia, em Atenas, Ciolos lembrou que a Comissão vai apresentar ao Conselho de Junho a prometida informação sobre o balanço de aplicação do pacote do leite. Segundo o comissário, este documento apenas será descritivo da situação, sem incluir nenhum tipo de medida ou proposta.
 
Alguns países, em risco de superar a sua quota, tentaram ao longo dos últimos meses a aprovação de medidas que reduzam a carga da supertaxa, como por exemplo, através do ajuste dos índices de gordura. Estas iniciativas encontraram oposição por parte dos países onde isto não iria acontecer.
 
Em consequência, haverá países que superam a sua referência e têm que pagar a multa. O Copa-Cogeca pediu que este dinheiro seja revertido para investimentos no sector do leite, o que nunca aconteceu, já que as supertaxas colectadas pela Comissão nos últimos 30 anos sempre foram dirigidas para o orçamento geral.
 
Fonte: Agrodigital

Olivum congratula-se com os resultados da campanha 2013-2014


Inês Patola - 02/05/2014 - 07:00 -  Imprimir

A Olivum- Associação de Olivicultores do Sul congratula-se com os resultados da produção nacional de azeite na campanha 2013-2014. Registou-se um aumento que torna o País auto suficiente em azeite.

Com uma produção de azeite superior a 85 mil toneladas, representando um aumento de cerca de 43% em relação à produção média das últimas cinco campanhas, torna Portugal auto-suficiente em azeite, uma vez que a quantidade produzida de azeite excede a quantidade consumida, cerca de 78 mil toneladas por ano, o que já não acontecia desde 1992, segundo dados do INE.

Ainda segundo os dados publicados, o Alentejo afirma-se como a principal região produtora de azeite, com 71,6% da produção nacional. 

A Olivum salienta que estes resultados são fruto dos grandes investimentos que o sector da olivicultura fez nos últimos anos representando um claro esforço de reconversão e modernização, cujos resultados começam a aparecer, beneficiando não apenas o sector mas também o País.

A Olivum recorda que representa já mais de 20 mil hectares de olival entre os seus associados e que o peso da olivícola na agricultura torna-se cada vez mais relevante, colocando novos desafios a todo o sector.

Produtores de fruta e Governo unem-se para impulsionar investigação científica


ANA RUTE SILVA 09/05/2014 - 18:15
Produtos portugueses têm aroma, cor e sabor mas não há dados académicos que ajudem a fileira a promover melhor a fruta.

 
Exportações de fruta dos associados da Portugal Fresh cresceram 26% em três anos NUNO FERREIRA SANTOS

Têm aroma, sabor e cor, mas falta a verdade científica para ajudar a vender a fruta portuguesa a clientes estrangeiros e nacionais. Manuel Évora, presidente da Portugal Fresh, Associação para a Promoção das Frutas, Legumes e Flores de Portugal, diz que o país irá assistir a um expressivo aumento da produção, graças à duplicação da área destinada a alguns tipos de fruta (como a maçã ou a pêra), mas não é cá, em Portugal, que as empresas do sector procuram e obtêm conhecimento científico sobre o produto, garante.

"Toda a investigação devia ser feita em consonância com as empresas. É bom ter as universidades a estudar a diferenciação dos produtos portugueses para termos base científica que prove essa diferenciação e podermos mostrá-la aos clientes", disse, à margem da primeira reunião que, nesta sexta-feira, se realizou no Ministério da Agricultura para discutir a criação de um centro de competência para esta fileira. O encontro juntou cerca de 13 empresas e produtores com Assunção Cristas e Nuno Vieira e Brito, secretário de Estado da Alimentação e da Investigação Agro-alimentar.

Manuel Évora sublinha que em três anos os produtores da Portugal Fresh aumentaram em 26% as exportações e isso "só é possível com fruta de qualidade". Falta, agora, juntar as universidades no estudo das características específicas da produção nacional.

Assunção Cristas, ministra da Agricultura espera que, até ao final do ano, seja possível ter esta estrutura a funcionar. Será semelhante ao centro de competências do sector do tomate, cujo protocolo foi assinado recentemente pelo ministério, a Associação dos Industriais do Tomate e a Confederação dos Agricultores de Portugal. No caso da fruta, a intenção também é juntar os organismos do Estado que já fazem investigação, as universidades e as empresas e "trabalhar num caderno de encargos para dar respostas essenciais e manter a dinâmica da fruticultura, reforçá-la e lançá-la para o futuro", adiantou Assunção Cristas.

Na prática, ajudar as empresas a melhorar a produção, a conservação e a comercialização dos seus produtos, através de uma relação estreita com o mundo científico nacional. "Trata-se de valorizar a fruta nacional. E explicar por exemplo, por que razão as laranjas do Algarve são melhores do que as de Espanha", acrescenta a ministra.

Depois deste primeiro encontro com os produtores, haverá novas reuniões com as câmaras municipais e as universidades. O Governo quer ainda "aproveitar o próximo quadro comunitário de apoio para obter financiamento". O Ministério da Agricultura quer ainda alargar a criação dos centros de competência a outras fileiras, como leite, o azeite, as carnes e o mel e alinhar todas as entidades que, de alguma forma, intervêm em cada um destes sectores para partilhar conhecimento.

Nuno Vieira e Brito, secretário de Estado da Alimentação, lembra que o Estado tem um "conjunto de estruturas que necessitam de ser rentabilizadas e transformadas em [unidades de] investigação mais aplicada". Tratam-se dos laboratórios tutelados pelo Ministério da Agricultura e do Mar que prestam, actualmente serviços ligados à investigação, saúde pública, segurança alimentar, sanidade animal e fitossanidade. O Governo já anunciou, aliás, a reestruturação e encerramento de alguns pólos. Nuno Vieira e Brito defende que a investigação "é um acto de parceria" e a sustentabilidade da agricultura "tem de ser conseguida através do conhecimento partilhado por todos".

2,9 mil milhões de euros ardem em 11 anos

Combate com a maior despesa de sempre. Em onze anos fogos custaram ao país 2,9 mil milhões
Publicado ontem
ALFREDO MAIA
 
 
foto FERNANDO FONTES/GLOBAL IMAGENS
2,9 mil milhões de euros ardem em 11 anos
 

Os incêndios florestais de 2013 custaram mais de 307 milhões de euros, entre encargos com o combate - 87,4 milhões - e os prejuízos na floresta e no ambiente, estimados em 219,6 milhões.

Analisando os dados do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) sobre as áreas ardidas entre 2003 e 2013 e os obtidos junto da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) sobre a despesa com o combate, o JN concluiu que, em onze anos, os quase 1,6 milhões de hectares destruídos custaram quase três mil milhões de euros - em média, cerca de 270 milhões por ano.

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Governo só assume 11% dos prejuízos causados pelos grandes incêndios do ano passado


MARIANA OLIVEIRA 09/05/2014 - 07:35
INE estima danos de 34,2 milhões de euros em cinco incêndios que afectaram 11 municípios. Três destes não receberam qualquer apoio.

 
Só o incêndio do Caramulo causou danos de 13,9 milhões de euros. NELSON GARRIDO

O Governo vai assumir apenas 11% dos prejuízos materiais causados pelos grandes incêndios do ano passado, o que significa uma fatia de perto de 3,9 milhões de euros num total de danos estimado em 34,2 milhões de euros. Dos cinco incêndios cujo impacto o Executivo mandou o Instituto Nacional de Estatística avaliar, só dois, o de Picões — que afectou quatro concelhos do distrito de Bragança — e o do Caramulo — que percorreu três concelhos do distrito de Viseu e um do distrito de Aveiro — foram considerados de excepcional gravidade, o que permitiu a oito autarquias aceder a fundos públicos.

 
De fora ficaram os incêndios de Trancoso, da Covilhã e do Alvão (Mondim de Basto), todos em Agosto do ano passado, que apesar de totalizarem um prejuízo superior a 10 milhões de euros não conseguiram a equiparação a calamidade pública e consequentemente o acesso a apoios da Administração Central.

O incêndio de Picões foi o que registou a maior área ardida em 2013, mas foi o do Caramulo que causou mais danos num total de 13,9 milhões de euros. A maioria dos danos, 10,7 milhões, decorreu da destruição da floresta e do seu potencial, a rúbrica que causou mais prejuízos no global dos cinco incêndios: 21,7 milhões dos 34,2 milhões de euros. No total, 982 explorações agrícolas foram afectadas e 1924 hectares de área agrícola destruídos. Em termos de edificado, foram afectados 197 edifícios, havendo ainda a reportar cinco pessoas desalojadas. Trancoso foi o município que registou mais edifícios afectados (73) e danos de 1,2 milhões de euros, 81,6% dos danos reportados no edificado para a totalidade dos incêndios.

O secretário de Estado da Administração Local, António Leitão Amaro, garantiu ao PÚBLICO que os municípios onde se verificou uma excepcional gravidade tiveram acesso a apoios de "forma rapidíssima". Quanto aos fogos de Trancoso, da Covilhã e do Alvão desvaloriza o seu impacto do "ponto de vista nacional", apesar de reconhecer que isoladamente apresentam prejuízos muito superiores aos reportados por municípios afectados pelos incêndios de Picões e do Caramulo.

O concelho de Oliveira de Frades, por exemplo, registou um dano avaliado em 482 mil euros e o de Torre de Moncorvo de 711 mil euros, tendo tido acesso ao Fundo de Emergência Municipal e aos fundos do Proder para a estabilização urgente de solos e para a reflorestação. Sem acesso aos mesmos fundos ficaram a autarquia de Mondim de Basto, que reportou um dano de 3,8 milhões de euros, ou a de Trancoso que estimou prejuízos de perto de 3,7 milhões de euros. "É preciso perceber que estes danos decorrem da soma de incêndios ocorridos em momentos separados, o que tem outro tratamento legal. À escala nacional estes casos não tinham tanta gravidade como os outros", alega António Leitão Amaro. E acrescenta: "Os autarcas têm que perceber que estes apoios são extraordinários e só acessíveis em casos de gravidade excepcional. O meio normal de ressarcimento de danos são os seguros".

O presidente da União de Freguesias de Peso e Vales do Rio, Rui Amaro, discorda da opinião do secretário de Estado da Administração Local e garante que o fogo de 15 de Agosto "queimou praticamente toda a área verde das freguesias de Coutada, Peso e Vales do Rio", no concelho da Covilhã. Recorda que o incêndio atingiu algumas habitações, uma das quais ainda obrigada os residentes a viver junto de familiares, e inúmeros anexos agrícolas. "A pequena agricultura de subsistência que havia perdeu-se e muitos ainda estão à espera de apoios para reconstruir alguns anexos", conta Rui Amaro.

O autarca garante que foi feito um levantamento exaustivo dos danos e que o mesmo foi comunicado ao Governo. António Leitão Amaro confirma a recepção de um levantamento "parte do qual, muito genérico" e diz que ficaram por demonstrar os danos. "Chegamos ao ponto de contar oliveira a oliveira e videira a videira. O que queriam mais?", interroga Rui Amaro. O responsável pela comunicação na Câmara da Covilhã, Eduardo Alves, diz que foi prometido muita coisa. "Mas até agora não chegou nada", constata, adiantando que a autarquia tem tentado, sem sucesso, marcar reuniões com elementos do Governo.

O secretário de Estado da Administração Local garante que não há pedidos de audiência pendentes e recusa ter feito promessas aos autarcas que dirigiam no Verão passado aqueles municípios. "Falei com alguns dos então presidentes da câmara, mas não lhes prometi nada", realça.


Em Tondela, o município mais afectado pelos fogos do ano passado, com quase 12 milhões de euros de prejuízos estimados, não houve ontem nenhum responsável disponível para falar com o PÚBLICO. Mas o presidente da Junta de Freguesia de Santiago de Besteiros, Armando Laranjeira, confirma que a câmara fez algumas candidaturas a fundos da Administração Central e que há reparações já feitas. "A tubagem que permitia abastecer o tanque do Monte de São Marcos, que serve para abastecer helicópteros e carros de bombeiros nos incêndios, derreteu toda, mas a água já voltou a correr há cerca de um mês", exemplifica Armando Laranjeira.

O autarca explica que uma parte dos baldios gerida pela junta já foi limpa e que outra aguarda que a madeira seja retirada do local. "Com o apoio da população já começamos a reflorestar", congratula-se, precisando que em Março foram plantadas à volta de 4000 árvores, entre carvalhos, medronheiros, morangueiros e cedros. Outros projectos, alguns financiados, Menos optimista está Rui Amaro que garante que já se informou e não existem fundos disponíveis para a reflorestação no distrito de Castelo Branco. "Resta-nos esperar pelo novo quadro de fundos comunitários", desabafa. E em tom de lamento, remata: "Esta já foi a maior zona verde do distrito". com Natália Faria

Agricultura e hotelaria estão a destruir empregos, Estado e indústria a criar


09 Maio 2014, 16:07 por Nuno Aguiar | naguiar@negocios.pt

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Apesar da descida do desemprego, o número de empregados voltou a cair. Dados do Instituto Nacional de Estatística mostram que a agricultura é o sector que mais postos de trabalho destruiu face ao último trimestre do ano. O Estado e outras actividades administrativas foram quem mais criou.
O Inquérito ao Emprego do Instituto Nacional de Estatística (INE) publicado esta sexta-feira, 9 de Maio, revela uma quebra de 42 mil empregos. Dois sectores destacam-se no contributo para esta contracção: agricultura; e restauração e hotelaria. Ambas as actividades têm em comum a sua permeabilidade a variações sazonais. No sector agrícola foram destruídos 30,3 mil empregos. No alojamento e restauração a queda é ainda maior: 37,2 mil.
 
São os dois principais responsáveis pela destruição de emprego. Do lado da criação de postos de trabalho, a indústria transformadora dá o contributo mais relevante, com um aumento de 22,2 mil. Mas são as variações nos dois sectores seguintes que são mais curiosas: actividades administrativas e dos serviços de apoio; e Administração Pública. No primeiro segmento estão incluídas, entre outras, actividades de aluguer (carros, máquinas, etc), empresas de trabalho temporário, agências de viagem, limpeza, segurança e administração. Registaram uma contracção de 12,4 mil. No caso do Estado, estão incluídos vários departamentos da Administração Pública, Defesa e Segurança Social. Observou-se um crescimento de 9,1 mil pessoas.
 
Esta análise por sector de actividade também se reflecte numa abordagem por região do País. A sazonalidade parece ter tido um impacto significativo. As sete regiões do País contam histórias diferentes. Lisboa, Norte e Madeira têm reduções na sua taxa de desemprego, em -0,8, -0,6 e -0,6 pontos percentuais, respectivamente. Contudo, Algarve, Açores e Centro apresentam agravamentos significativos, de 1,3, 0,7 e 0,5 pontos percentuais. O Algarve tem a taxa de desemprego mais alta do País (18,3%) e o Centro a mais baixa (11%).
 
Desemprego nos 15,1%
 
A taxa de desemprego voltou a recuar no primeiro trimestre de 2014, caindo 0,2 pontos percentuais face ao trimestre anterior, para os 15,1%. No entanto, o mesmo trimestre trouxe também uma contracção da população empregada (-0,9%). 788 mil portugueses continuam à procura de trabalho.

PROPOSTAS DO GOVERNO PARA A CASA DO DOURO SÃO PARA ACABAR COM A INSTITUIÇÃO ENQUANTO PATRIMÓNIO DA LAVOURA


Associação dos Vitivinicultores Independentes do Douro

Exmº Senhor Secretário de Estado da Agricultura
  Com conhecimento a outros Órgãos de Soberania e à Opinião Pública.
  
Excelências:

 PROPOSTAS  DO   GOVERNO  PARA  A  CASA  DO  DOURO
SÃO  PARA  ACABAR  COM  A  INSTITUIÇÃO ENQUANTO  PATRIMÓNIO DA  LAVOURA

 A curto prazo, podem colocar o "stock" dos Vinhos do Porto às ordens das Exportadoras…
 
O actual governo criou várias equipas interministeriais para "estudarem" propostas alegadamente para salvar a Casa do Douro.  Porém, "esqueceu-se" de nelas incluir representantes da Lavoura e da Região o que não se aceita.
 
Pelas informações entretanto prestadas pelo Ministério da Agricultura, a "dívida" total da Casa do Douro anda por 160 milhões de euros.  Os Vinhos em "stock" foram agora avaliados (?) em 137 milhões.  
 
Num primeiro comentário, dizer que são valores não coincidentes com avaliações anteriores (190 milhões de euros) desde logo o "stock" dos Vinhos aparece agora, sub-avaliado.
 
Em relação a esta matéria, a primeira reclamação a fazer-se é a do governo fornecer o "deve e o haver", completos, incluindo o valor de todo o Património da Casa do Douro e não apenas dos Vinhos.  Por exemplo, nesse "deve e haver" também deve constar a já abusiva utilização, pelo IVDP, do Cadastro Vitícola que é património da Casa do Douro. 
 
Este apuramento mais consensual dos valores da "dívida" e do Património da Casa do Douro, é uma primeira fase para melhor se avaliar e se resolver os problemas.

 VENDA  DO  "STOCK"  DE  VINHOS  PARA  SALDAR  A  "DÍVIDA"  DA  CASA  DO   DOURO
 É  ASSUNTO  MUITO  CONTROVERSO  E  QUE  PODE  CAUSAR  UM "TERRAMOTO"
 NA  PRODUÇÃO,  NO  COMÉRCIO  DE  VINHO  DO  PORTO  E  NA  REGIÃO

Em primeiro lugar, o precioso "stock" de Vinho do Porto - propriedade da Casa do Douro e da Lavoura - deveria ser considerado como  tesouro Histórico e como tal preservado. 
 
Não é difícil adivinhar o que acontecerá se grandes lotes dos Vinhos, mantidos em "stock", na Casa do Douro, forem introduzidos no mercado, – o comércio, depois de organizado, irá adquiri-los a baixo custo, deixará de comprar as uvas aos pequenos e médios lavradores e os preços à produção reduzirão drasticamente, o "Benefício" descerá ainda mais ou correrá o risco de ficar "congelado" anos a fio. 
  
Os preços no consumidor também iam acabar por baixar pois haveria muita quantidade disponível de Vinho do Porto e rebaixando o preço no Consumidor – na exportação e no comércio interno – o Vinho do Porto tenderia para se desqualificar e a todos os níveis.    Um autêntico "terramoto" que tem de ser evitado.

 
PASSAGEM  DE   ASSOCIAÇÃO  PÚBLICA  A   ASSOCIAÇÃO  PRIVADA
 SERÁ  GOLPE  FINAL  À  CASA  DO  DOURO  ENQUANTO  PATRIMÓNIO  DA  LAVOURA

  O actual "Estatuto" da Casa do Douro consagra esta instituição como uma associação única no País.  É uma "associação PÚBLICA  de direito privado", portanto com uma muito peculiar natureza jurídica e funcional.
 
Nas suas propostas, o governo quer agora transformar a Casa do Douro em associação PRIVADA como qualquer outra, assim como se a Casa do Douro fosse uma coisa qualquer.  "Esquece" o governo, que a Casa do Douro, sendo embora uma associação PÚBLICA, já é de direito PRIVADO pois também é património dos seus sócios, todos os Lavradores Durienses.   E é isto que é necessário defender e a todo o custo !
 
Entretanto, é também necessário realçar que o actual "Estatuto" da Casa do Douro não implica directamente com a questão do acordo, aliás indispensável, para se fazer o saneamento financeiro – justo – da Instituição.  Para se conseguir um tal acordo para o saneamento financeiro, é "apenas" indispensável que haja vontade política do governo em resolver de facto o problema e não vontade, sobretudo, em aproveitar a situação para transformar a natureza jurídica, funcional e patrimonial da Casa do Douro, assim, tipo "golpe institucional".
 
Mas subsistirá, sempre, um problema a resolver também jurídica e constitucionalmente: - afinal, como passar/doar o Património da actual Casa do Douro – enquanto associação  PÚBLICA – para outra entidade, uma (outra) associação PRIVADA ?
 
Uma outra proposta do governo é a de passarem a ser "voluntários" os sócios da Casa do Douro, sendo que, até agora, é obrigatória a inscrição dos Lavradores-Produtores como sócios – mais de 35 mil -  precisamente, dada a natureza que tem e os "Poderes Públicos" de que foi dotada a Casa do Douro.   Nesse contexto, esta obrigatoriedade tem pois razão de ser. 
 
Ou seja, o governo e a Assembleia da República devem é devolver os "Poderes Públicos" à Casa do Douro e não subvertê-la, e não tirar-lhe o seu Património! 
 
Ora, tendo em conta as dificuldades financeiras dos pequenos e médios Lavradores Durienses e outras situações mais subjectivas, o mais provável seria que, dentro de pouco tempo, ficasse reduzido a poucas centenas o número de sócios, ditos "voluntários" da (futura) Casa do Douro ou daquilo que lhe sucedesse. De entre esses futuros "sócios", estariam, certamente, os principais donos das próprias Casas Exportadoras, hoje também muito ligados à  produção de Vinhos do Douro e Porto.  
 
E, assim, se consumaria o esbulho -- feito à Lavoura Duriense e à Região -- da Casa do Douro e do seu valioso Património, conquistados e construídos com "sangue, suor e lágrimas" por gerações de pequenos e médios Lavradores Durienses !  
 
Eis aquilo que é necessário impedir e a todo o custo !
  
Esperamos que a Direcção da Casa do Douro e outras Entidades Durienses saibam lutar contra esta grande tramóia!
  
Os Vitivinicultores Durienses e a Região podem contar com a AVIDOURO !

 A CASA  DO  DOURO  TEM  QUE  CONTINUAR  A  SER  PATRIMÓNIO  DA  LAVOURA  DURIENSE !

Eis uma mensagem que daqui enviamos sem hesitações.
 
Para o governo e demais Órgãos de Soberania !
 
Para os Durienses e para os Portugueses em geral !
 

 
Com os melhores cumprimentos.
 
 
 

Mirandela, 9 de Maio de 2014
 
Pel´ a Direcção da  AVIDOURO
 
 
( Berta Santos )

PortugalFoods em Amesterdão para participar na maior feira mundial de marcas brancas



Quinze empresas agroalimentares nacionais participam na World of Private Label 2014, da PLMA, sob o chapéu da PortugalFoods

A PortugalFoods, associação que reúne as principais empresas do sector agroalimentar português, prepara-se para, em conjunto com quinze marcas nacionais, rumar a Amesterdão para participar na World of Private Label 2014, promovida pela PLMA (Private Label Manufacturers Association).

O certame internacional, de carácter anual, decorre entre os dias 20 e 21 de Maio, no Centro de Exposições RAI de Amesterdão, na cidade de Amesterdão, na Holanda. São esperadas, naquele que é o maior evento mundial de marcas brancas, cerca de 4.000 empresas, distribuídas ao longo de mais de 50 pavilhões nacionais e regionais.

Os produtos em exposição incluem alimentos frescos, congelados e refrigerados, bebidas e alimentos secos e, ainda, produtos não alimentares das áreas da cosmética, saúde e beleza, casa e jardim, entre outras.

O crescimento da quota de mercado das marcas da distribuição deverá acentuar-se no próximo ano, avança um estudo recentemente comissionado pela PLMA e intitulado "Today's European Shoppers". A pesquisa, realizada junto de mais de 10 mil consumidores de 14 países, revela ainda que cerca de 46% dos consumidores europeus compra produtos de marca branca regularmente.

Representadas através da PortugalFoods, estarão as empresas Bicafé, Casa da Prisca, Carnes Campicarn, Cerealis, Cister, Cofaco Açores, Du Bois de La Roche, Eurofrozen, Fábrica de Conservas A Poveira, Faster, Novarroz, Panidor, Primor, Sutol e Vieira de Castro.

A participação portuguesa em mais uma edição da World of Private Label tem como objectivos mostrar o que de melhor se faz em Portugal e potenciar a concretização de negócios e o estabelecimento de parcerias com players da grande distribuição.

Fonte:  mediagate

Floresta segura, sem negócio rentável?


Paulo Pimenta de Castro

Já todos sabemos que as florestas em Portugal são detidas esmagadoramente por privados, em cerca de 98% da área arborizada nacional.

Também sabemos que essa área florestal privada é detida sobretudo por famílias, famílias essas que têm expetativas de rendimentos legítimos a partir das explorações que possuem.

Sabemos também, por forte divulgação na Imprensa, que tais famílias, sobretudo em regiões de minifúndio, não gerem adequadamente as suas superfícies florestais. Por gerir adequadamente entenda-se a realização de práticas silvícolas e comerciais que potenciem a produção e a comercialização de bens ou a prestação de serviços com cotação nos mercados, cotação essa que gere rendimento que, entre outros objetivos, permita custear a proteção dos seus terrenos e dos recursos naturais nele existentes contra os riscos associados aos investimentos em floresta, sejam os incêndios, sejam as pragas ou as doenças.

Todavia, há um risco que se sobrepõe aos demais: os condicionalismos de acesso aos mercados de bens e de serviços de base florestal. Tais condicionalismos podem anular as expetativas de rendimento e dessa forma induzir à minimização ou à ausência da tal adequada gestão dos espaços florestais.

Deste modelo de gestão florestal, minimalista ou ausente, já o País sabe o que pode esperar: maiores riscos na propagação de incêndios e na proliferação de pragas e de doenças, mais despesa pública, depreciação e perda de recursos naturais, contração da economia agrária e industrial, êxodo rural, perda de bens e de vidas humanas.

Poderemos então falar de floresta privada segura, assente num modelo de gestão ativa, profissional, desejavelmente sustentável, sem que nela se desenvolvam negócios sustentados?

Serão socialmente responsáveis as fileiras silvoindustriais, dominadas por oligopólios, onde imperam relações de domínio, com a formação dos preços condicionada por imposições unilaterais à produção?

São politicamente responsáveis as governações que definem apoios públicos às florestas desinseridos das legítimas expetativas de rendimento dos seus detentores, que têm produzido, ao contrário do anunciado, a desflorestação, o declínio da economia florestal e a redução do emprego no setor, sobretudo em meios rurais?

Não serão os apoios públicos às florestas apenas "balões de oxigénio" para fomentar uma estratégia de perpetuidade do pagamento de preços baixos à produção?

Nos apoios públicos inserem-se não só os propagandeados subsídios não reembolsáveis, supostamente atribuídos aos proprietários florestais (sê-lo-ão de facto?), mas também as simplificações legislativas com idêntica estratégia: o fomento de uma oferta descontrolada e de baixa qualidade para garantir o controlo de preços por parte de uma procura concentrada e, totalmente ou cada vez mais, ausente dos riscos associados aos ciclos de produção florestal.

Sendo a atividade florestal tão essencial para a economia nacional:

- Qual a razão para a indústria papeleira ter desinvestido, em mais de 30 mil hectares nos últimos 8 anos, de áreas próprias de eucaliptal, negócio que vende a terceiros como de boa rentabilidade?

- Por outro lado, qual a razão para a indústria de pellets de madeira não investir em florestações que permitam assegurar a sustentabilidade a médio e longo prazo do seu negócio, deixando de assentar a sua atividade principalmente na especulação criada a partir da proliferação criminosa da doença do nemátodo da madeira de pinheiro? Já agora, a indústria dos aglomerados não lhe fica atrás.

Querer vender lógicas de aposta numa floresta segura, quando esmagadoramente privada e sem expetativas de rendimento pelos seus detentores, só com muita hipocrisia.

Lisboa, 8 de maio de 2014

Paulo Pimenta de Castro 
Engenheiro Silvicultor
 Presidente da Acréscimo – Associação de Promoção ao Investimento Florestal

Publicado em 09/05/2014

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Área de cultivo do planeta diminuiu


por Ana Rita Costa
6 de Maio - 2014
A área de cultivo do planeta diminuiu significativamente desde 2000. De acordo com os dados divulgados pela Organização para a Alimentação e Agricultura das Nações Unidas (FAO), nos últimos 14 anos a área urbanizada do planeta triplicou, ocupando atualmente 0,6% da superfície terrestre e forçando o desaparecimento de áreas de cultivo e de floresta.

 
Esta informação foi recolhida através de imagens por satélite e da harmonização de definições e padrões internacionalmente aceites para a classificação da superfície terrestre."Pegámos nas melhores bases de dados disponíveis nacional e internacionalmente, criámos imagens de alta-resolução e juntámo-los numa base de dados global com uma resolução de aproximadamente um quilómetro quadrado", referiu o responsável pelo projeto na FAO, John Latham, ao site SciDev.

De acordo com os dados divulgados, as áreas de cultivo diminuíram de 15,7%, em 2000, para 12,6%, e a superfície terrestre coberta de árvores diminuiu de 29,4% para 27,7%. Com a diminuição das áreas de cultivo para 12,6% da superfície terrestre, John Latham alerta que é necessário inverter este fenómeno que poderá dar origem a uma escassez de alimentos devido ao crescimento constante da população mundial. 

Associação das Rotas de Vinho de Portugal é “precipitação desnecessária”


por Ana Rita Costa
6 de Maio - 2014
O Presidente da Comissão Executiva da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes, Manuel Pinheiro, considerou a constituição da Associação das Rotas de Vinho de Portugal (ARVP)  uma "precipitação desnecessária", uma vez que "não integra as maiores regiões demarcadas do país".

 
Manuel Pinheiro acredita ainda que "seria de todo o interesse do setor, e certamente reforço da associação a constituir agora, que se agendasse sem demora uma reunião com as rotas ora ausentes para se fazer então sim a constituição de uma associação verdadeiramente representativa e que seja um elemento de união do setor".

A constituição oficial da Associação das Rotas dos Vinhos de Portugal , marcada para hoje (6 de maio), congrega representantes de algumas Rotas do Vinho já existentes, associações ligadas à gastronomia e vinhos, várias entidades de turismo regionais e a Associação de Turismo de Portugal, e terá sede no Cartaxo, nas instalações do Museu Rural e do Vinho, sendo presidida por Pedro Magalhães Ribeiro, Presidente do Conselho Diretivo da Associação de Municípios Portugueses do Vinho. De acordo com José Arruda, secretário-geral da Associação de Municípios Portugueses do Vinho, esta associação pretende "fazer a promoção integrada das Rotas do Vinho" portuguesas.

Esporão vence Prémio de Inovação para a Sustentabilidade


por Ana Rita Costa
7 de Maio - 2014
O produtor de vinhos e azeites Esporão foi o vencedor dos "European Business Awards for the Environment" na categoria "Produtos e Serviços". Com esta distinção, o Esporão é reconhecido pelas suas práticas de agricultura sustentável e vai representar Portugal a nível europeu, em novembro.

 
Em comunicado, o Esporão refere que "esta distinção reconhece a abordagem holística e inovadora do Esporão na adoção de diversas práticas de agricultura sustentável, onde se destaca a aposta na melhoria da fertilidade dos seus solos, sanidade das plantas e a preservação dos recursos naturais. A par da proteção da biodiversidade, o projeto pretende estudar as variedades das vinhas ainda pouco estudadas em Portugal e fixar fauna auxiliar, essencial no controlo natural das pragas nas culturas."

Para João Roquette, CEO do Esporão, "a adoção de práticas de agricultura sustentável é determinante na qualidade e fertilidade dos solos, plantas e consequentemente da qualidade dos produtos finais. A perspetiva de longo prazo do negócio do Esporão define a necessidade de preservação dos recursos naturais essenciais à continuidade e sucesso da empresa".

The Fladgate Partnership anuncia três Porto Vintage

201223 Abril, 2014 11:45 | Revista de Vinhos


Na foto: António Magalhães, responsável de viticultura, Adrian Bridge, director-geral, e o enólogo David Guimaraens.
Cumprindo uma tradição já longa, a The Fladgate Partnership anunciou que vai lançar três Vinhos do Porto Vintage da vindima de 2012. São eles o Quinta de Vargellas (praticamente um clássico, da Taylor's), o Guimaraens (da Fonseca) e o Roêda (da Croft). Segundo Adrian Bridge, diretor-geral da empresa, "as relativamente frescas condições de amadurecimento conferiram grande elegância e equilíbrio aos vinhos. São vintages perfeitos para um consumo precoce." Já o enólogo David Guimaraens referiu que "o inverno seco e a fresca primavera conduziram a baixos rendimentos e uma imensa intensidade aromática, à qual a fresca época de maturação adicionou uma atrativa frescura e finesse típica do ano."

O lançamento terá lugar antes do fim do ano e a Fladgate Partnership antecipa muita recetividade por parte dos mercados.

Sogrape distinguida em Bruxelas



07 Maio, 2014 11:39 | Revista de Vinhos


A organização do Concours Mondial de Bruxelles homenageou a Sogrape Vinhos durante a 20ª edição do evento, que decorreu na capital belga no início de Maio. A empresa portuguesa recebeu um galardão especial que sublinha o facto de ser, entre todos os concorrentes mundiais, a produtora mais medalhada de sempre na história deste concurso internacional.

António Oliveira Bessa, CEO da Sogrape Vinhos, recebeu o troféu, entregue durante o jantar de encerramento do Concours Mondial de Bruxelles, que este ano pôs à prova mais de 8000 vinhos, analisados por um painel de 300 jurados oriundos de todo os mundo. No discurso de agradecimento, o líder da empresa destacou o facto de o galardão enaltecer a consistência da qualidade da casa portuguesa ao longo das últimas duas décadas.

Câmara de Lisboa apoia projecto «Alfacinhas Solidários»

28-04-2014 às 11:370

Câmara de Lisboa apoia projecto «Alfacinhas Solidários»

Oitocentos alunos do ensino básico de várias escolas de Lisboa vão plantar 10 mil alfaces para entregar ao Banco Alimentar Contra a Fome. A iniciativa, de solidariedade, acontece no próximo dia 29 de Abril, no Instituto Superior de Agronomia na Tapada da Ajuda, com o apoio da CML.
Nesta festa de solidariedade – os Alfacinhas Solidários –, promovida pela Vitacress, em parceria com o Verde Movimento, alumnISA, e Instituto Superior de Agronomia (ISA), os alunos serão os protagonistas de uma festa em que vão pôr as mãos na terra.
 
A iniciativa Alfacinhas Solidários divide-se em dois momentos: no primeiro, a 29 de Abril, a comunidade escolar troca a sala de aula pelo campo agrícola. A 31 de maio, decorre a segunda fase do evento: a Festa da Colheita, acção aberta a todos aqueles que pretendem participar na apanha das alfaces.
Serão dois dias de animação, com foco na agricultura sustentável e na solidariedade, despertando nos mais novos o respeito pelo ambiente e a vontade de ajudar quem mais precisa.
 
A Festa da Colheita é de entrada livre e o público é convidado a participar em várias actividades, todas gratuitas, como o baptismo equestre ou os workshops de sustentabilidade, alimentação saudável e bem-estar. A Tapada da Ajuda contará ainda com um mercado de produtos tradicionais portugueses e espaços de venda de bens alimentares.
 
O Instituto Superior de Agronomia, AlimunISA e AEISA materializam esta iniciativa através do SolidarISA. Trata-se de um projecto de solidariedade que arrancou em 2011 e que funciona como actividade escolar, permitindo aos alunos porem em prática as matérias leccionadas nas licenciaturas.
Para mais informações e detalhes, os interessados podem consultar o blogue (http://alfacinhassolidarios.blogspot.pt) da iniciativa.

Sem negócio em floresta privada, não haverá perspectivas para as florestas em Portugal



As superfícies florestais em Portugal são em 98% detidas por agentes privados, sejam famílias, sejam comunidades rurais ou a indústria de base florestal. As famílias detêm cerca de 80% dessas superfícies, seja a título individual, sejam organizadas em empresas familiares.

Não é conhecido o número de proprietários florestais. Estima-se que 50% das superfícies florestais portuguesas estejam situadas em áreas sem cadastro rústico. Este facto resulta da incúria das várias governações, a atual incluída, na conclusão deste instrumento básico para a definição de políticas com impacto no ordenamento do território, entre elas a poítica florestal.

De acordo com as estimativas disponíveis, 85% do número de proprietários são detentores de áreas florestais com menos de 20 hectares, áreas que isoladamente dificilmente geram perspetivas de rentabilidade condizentes com uma gestão florestal profissional e sustentável, domínio onde se devem inserir os encargos com as medidas de redução dos riscos dos investimentos florestais, concretamente no que respeita aos incêndios e às pragas e doenças.

Ainda de acordo com tais estimativas, 85% de proprietários florestais detêm cerca de 45% das superfícies florestais com menos de 20 hectares, associadas principalmente à produção lenhosa e a um maior impacto dos incêndios florestais.

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Área ardida 1975 / 2008 (fonte: ICNF)


Face a estas caraterísticas dos espaços florestais portugueses, acresce o facto de os mercados dos principais produtos florestais serem dominados por oligopólios, verificando-se uma situação de concorrência imperfeita, traduzida em relações comerciais do tipo loose-win, com a imposição unilateral de preços à produção por parte da indústria.

Infelizmente, o aumento do número de estruturas organizativas dos produtores florestais, registado ao longo das últimas duas décadas, sejam as associações de cariz socioprofissional, sejam as cooperativas, não foi ainda capaz de induzir alterações dignas de registo, quer ao nível da melhoria da gestão (técnica e comercial) das superfícies florestais, quer ao nível da melhoria das condições de acesso destes agentes aos mercados.

Para o futuro próximo têm sido notórias as inconsistências de uma Estratégia Nacional para as Florestas, bem como medidas de apoio às florestas, a integrar o Plano de Desenvolvimento Rural (PDR) para 2014/2020, que são meros "balões de oxigénio" à manutenção de um status quo que tem revelado péssimos resultados nos últimos 28 anos de disponibilização de fundos públicos, nacionais e europeus, às florestas em Portugal.

Sobre a Estratégia e o PDR 2014/2020, a Acréscimo tem deixado clara a sua posição. Sobre a urgente necessidade de mudança estratégica para a revitalização do investimento florestal em Portugal também. A Acréscimo defende a inversão de prioridades, passando das espécies arbóreas e dos incêndios para as pessoas que detêm os espaços florestais. Igualmente, defende a priorização do investimento florestal economicamente sustentado, ambientalmente sustentável e socialmente responsável, para a valorização das diferentes fileiras silvo-industriais nacionais. Mais do que valorizar as industrias, o investimento florestal tem de valorizar o território. Uma é suscetível de deslocalização, o outro não.

Se a estratégia política para as florestas não passar pelas pessoas que detêm os espaços florestais em Portugal e pelos negócios que as possam sustentar, estes últimos enquadrados pelos princípios da Economia Verde, continuaremos a assistir nos anos vindouros ao declínio progressivo dos espaços florestais em Portugal, declínio esse que tende já hoje a ser agravado pelas alterações climáticas.

A Acréscimo defende assim uma aposta séria e prioritária na investigação aplicada, na criação de um serviço nacional de extensão florestal e na constituição de um instrumento de acompanhamento/regulação dos mercados de bens e serviços de base florestal.

Lisboa, 7 de maio de 2014

Secretário de Estado da Administração Interna visita projecto “Floresta Segura” em S. Pedro do Sul



O Secretário de Estado da Administração Interna, Dr. João de Almeida, presidirá, na tarde do próximo sábado, dia 10 de Maio, às 16h00, à cerimónia de assinatura simbólica do protocolo de cooperação entre a Escola Nacional de Bombeiro (ENB) e o grupo Portucel Soporcel (gPS) que permitiu a estas duas entidades desenvolverem, uma vez mais, o Projecto "Floresta Segura" com o mesmo objectivo central de reduzir a ocorrência de incêndios com origem em queimas de sobrantes agrícolas.

A cerimónia decorrerá na Sede da União de Freguesias de Santa Cruz da Trapa e S. Cristóvão de Lafões (Largo 19 de Abril, 22, Barrios 3660-256 Stª Cruz da Trapa), no especialmente causticado concelho de S. Pedro Do Sul, que em 2013 registou um aumento considerável do número de ignições, e integrará mais uma acção do Projecto "Floresta Segura" que este ano marcou presença também nos concelhos de Rio Maior e Paredes com dezenas de sessões de esclarecimento e exercício práticos juntos das comunidades que mais directamente contactam com a floresta.

Recorde-se que o Projecto "Floresta Segura" foi lançado, a nível nacional, em 2012, pela Escola Nacional de Bombeiros (ENB) em estreita parceria com o grupo Portucel Soporcel, e desde então tem vindo a desenvolver acções de sensibilização em que se ensinam os princípios básicos de prevenção e como efectuar uma queima legal e segura.

"Pretendemos, através do Projecto "Floresta Segura", sensibilizar as populações das freguesias de S. Pedro do Sul para a questão vital de que mais de metade dos incêndios florestais em Portugal resulta da prática de actos de negligência", sublinha José Ferreira, presidente da Escola Nacional de Bombeiros.

Foi aliás com base nesta realidade que a ENB e o grupo Portucel Soporcel criaram em 2012 o projecto "Floresta Segura", conscientes de que era imperioso alertar as populações das zonas florestais, de forma pedagógica e tecnicamente correcta, para a necessidade de adaptarem boas práticas que conduzam à diminuição do número de ignições, ensinando os agricultores e a população rural a efectuarem queimas e fogueiras seguras.

José Ferreira destaca ainda que a "Floresta Segura não está limitada aos municípios onde decorrem as acções. Qualquer autarquia pode, em parceria com o corpo de Bombeiros local, sensibilizar a sua comunidade com recurso aos materiais disponíveis no sítio da ENB: www.enb.pt."

Com o programa "Floresta Segura", a ENB e o grupo Portucel Soporcel assumem assim um papel activo na prevenção dos incêndios florestais e na protecção das populações, nomeadamente através da realização de acções teóricas e práticas em numerosas localidades, contando no caso presente com o apoio fundamental da Câmara Municipal de S. Pedro do Sul, Serviço Municipal de Protecção Civil, Juntas de Freguesia locais, assim como do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), da Guarda Nacional Republicana (GNR), da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC), da Associação Nacional de Freguesias (ANAFRE) e a Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP).

Grande distribuição diz que aumento do IVA vai travar os gastos dos portugueses


ANA RUTE SILVA 07/05/2014 - 18:39
Sector antecipa ano "complexo" para o comércio. No primeiro trimestre, venda de produtos não alimentares cresceu, invertendo a tendência de quebra.

 
Venda de bens alimentares aumentou 4,5% nos primeiros três meses do ano DANIEL ROCHA

O aumento do IVA para 23,25%, inscrito no Documento de Estratégia Orçamental, vai ter impacto no impulso de compra dos portugueses que, nos últimos anos, colocaram um forte travão nos gastos. É, pelo menos, o que antecipa a Associação Portuguesa da Grande Distribuição (APED), que antevê 2014 como "um ano complexo para o sector do comércio".

"O consumidor, de tão sensível que está, vai reagir de imediato [à subida do IVA] e vamos sentir um abrandamento no consumo. Temos essa experiência: qualquer facto tem, imediatamente, reflexo no comportamento do consumidor", diz Ana Isabel Trigo de Morais, directora-geral da APED. Da restauração ao comércio, poucos esperavam um agravamento do imposto que, acredita a APED, "vai ter impacto na tendência de recuperação que se estava a verificar".

Os dados da Nielsen divulgados esta quarta-feira pela associação mostram que, no primeiro trimestre, as vendas de bens alimentares aumentaram 4,5%. E, pela primeira vez nos últimos dois anos, os produtos não alimentares cresceram 8,5%, para um total de 521,7 milhões de euros.

O crescimento mais expressivo foi o da venda de aparelhos de telecomunicações, que aumentaram 50,1% em comparação com o primeiro trimestre do ano passado. Seguiram-se os artigos de papelaria (+14,5%) e os electrodomésticos de linha branca (+9,4%). Os produtos de informática também conseguiram aumentar as vendas de 134,3 milhões para 142 milhões, ou seja, 5,4%.

"O ano começou com uma boa expectativa, mas temos a certeza que, com a entrada em vigor do diploma das práticas restritivas do comércio – que exige grande capacidade de adaptação e limita a actividade promocional – e anúncios de aumentos do imposto sobre o consumo, vamos continuar a sentir incerteza. Um dos pilares do consumo é a previsibilidade do enquadramento fiscal e jurídico", diz Ana Isabel Trigo de Morais, criticando o aumento do IVA. "É uma forma de o Estado se ir financiar ao bolso dos portugueses", disse.

PortugalFoods com forte actividade na China



Marca umbrella do sector agroalimentar português prepara participação nacional no SIAL China 2014 e avança com acção promocional de produtos portugueses em lojas da cadeia de distribuição chinesa City Shop, em Xangai.

A PortugalFoods, associação responsável pela inovação e internacionalização do sector agroalimentar nacional, está a preparar a participação conjunta de seis empresas portuguesas no SIAL China 2014, sob a sua marca-chapéu.

O certame realiza-se entre os dias 13 e 15 de Maio, no Shanghai New International Expo Centre, em Xangai, e irá reunir os maiores players asiáticos da indústria alimentar e de bebidas, entre os quais importadores e exportadores, retalhistas, profissionais de catering e membros do Canal Horeca.

Xangai é a capital económica da China e a cidade mais cosmopolita do país, com mais de 23 milhões de habitantes.

Recorde-se que, na sua edição anterior, em 2013, o SIAL China contou com mais de 2.150 empresas participantes provenientes de cerca de 80 países e regiões, e mais de 41 mil visitantes.

As empresas nacionais que, sob o chapéu da PortugalFoods, marcarão presença neste certame asiático de 2014 são a Chocolame, a Conservas PortugalNorte, a Conserveira do Sul, a Dan Cake Portugal, a Du Bois de La Roche e a Nutrigreen.

No âmbito desta edição do SIAL China, a PortugalFoods, em parceria com a Associação Portuguesa de Turismo de Culinária e Economia – APTECE, organiza a 'PortugalFoods by APTECE', uma acção promocional da gastronomia portuguesa, que consiste em diversas sessões de culinária, nas quais se recorre apenas a produtos nacionais das empresas portuguesas presentes no evento.

A actividade portuguesa em território chinês não termina, contudo, por aqui. Paralelamente à participação nacional conjunta no SIAL China 2014, a PortugalFoods encontra-se a organizar, também na cidade de Xangai, o 'PortugalFoods Festival', uma acção promocional de produtos portugueses, que terá lugar entre 8 e 18 de Maio, em 10 lojas da cadeia de distribuição chinesa City Shop.

Envolvendo nove empresas nacionais, designadamente, a Conserveira do Sul e a Du Bois de La Roche, ambas presentes também no SIAL China 2014, a Cerealis, a Imperial, a Maçarico, a Ramirez, a Sumol+Compal, a Vieira de Castro e a Unicer, a presente iniciativa contempla produtos em destaque nas lojas da City Shop, sessões de culinária ao vivo, provas de degustação diversas e, ainda, uma forte campanha publicitária dedicada a Portugal e aos seus produtos.

A City Shop representa a cadeia de lojas em Xangai que mais produtos importados comercializa. Neste sentido, cerca de 80% dos seus 24 mil produtos são importados.

Com o principal objectivo de captar investimento para Portugal, a presença nacional na China representa mais um passo em direcção ao reconhecimento à consolidação da imagem do agroalimentar português no exterior, concretamente naquele que é um dos mais influentes países do mundo e o mais populoso.

Para Ondina Afonso, directora executiva da PortugalFoods, estas acções revelam-se fundamentais do ponto de vista estratégico, para que "o consumidor chinês retenha Portugal como um país que oferece produtos verdadeiramente diferenciadores e de elevada qualidade, e que vão ao encontro das mais recentes tendências de consumo". Do ponto de vista operacional, é esperado que "as empresas portuguesas participantes tenham sucesso e que este se traduza, no caso do SIAL China, em inúmeros contactos de cadeias de distribuição chinesas e, no caso da acção promocional nas lojas da City shop, em vendas consideráveis", destaca.

Fonte:  mediagate