domingo, 25 de janeiro de 2015

Ataques de lobos "obrigam" a mudança de manada de Viseu para o Alentejo


Publicado a 20 JAN 15 às 23:31
Um produtor decidiu levar uma manada de mais de cem vacas de raça arouquesa de Cinfães, no distrito de Viseu, para o Alentejo, para não continuar a sofrer ataques de lobos.
O caso foi referido durante uma reunião promovida pela concelhia de Cinfães do PCP na Associação Nacional dos Criadores da Raça Arouquesa, com produtores pecuários afetados pelos ataques de lobos na Serra do Montemuro.
Em comunicado, o PCP refere que Luís Teles, presidente da Junta de Freguesia de Alvarenga e produtor, «deu conta da transferência da sua vacada, de mais de cem animais, da região para o Alentejo, por esta ter sido atacada várias vezes", levando a "dezenas de reses mortas».
O grupo parlamentar do PCP já em outubro tinha questionado os ministérios da Agricultura e do Ambiente sobre o ataque de lobos na Serra do Montemuro.
«Mesmo tendo sido pagas algumas indemnizações, continuam os atrasos, além de que o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) diz que não paga animais mortos fora de áreas confinadas (áreas não vedadas e baldios)», lamenta aquela estrutura partidária.
O PCP acrescenta que, «noutros casos, não pagam porque consideram que os produtores não têm os cães suficientes».
Os atrasos nos pagamentos «significam que os produtores não podem repor com prontidão os seus efetivos, arriscando-se a perder os subsídios a que têm direito, pois a legislação só permite esse vazio durante 15 dias», explica, referindo que já houve agricultores penalizados por isso.
Segundo o PCP, «a solução avançada pelo ICNF é a de que os produtores vedem as suas parcelas e leiras com redes de malha inserida no solo (enterradas 50 centímetros)", o que é "uma manifesta impossibilidade e um absurdo para explorações que desde sempre foram confinadas com os respetivos e tradicionais muros ou renques de árvores e arbustos».
«Além de que, estando algumas em áreas da Rede Natura 2000, tal é proibido», acrescenta.
O PCP assegura que vai tomar novas iniciativas na Assembleia da República de forma a «pressionar a urgente tomada de posições e medidas por parte do Governo».

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