terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Carne picada sem higiene e mal conservada em todos os testes


por Pedro Sousa Tavares

Carne picada sem higiene e mal conservada em todos os testes
Fotografia © Vasco Neves/Global Imagens
Associação de defesa do consumidor detetou resultados "desastrosos" na carne já picada à venda em 26 talhos. Todas as amostras revelaram falta de higiene e má conservação. Muitas continham sulfitos ilegais e bactérias perigosas.
Resultados "desastrosos". É este o balanço de um teste feito pela Deco à qualidade da carne de vaca já picada à venda em talhos de rua, grandes superfícies e mercados municipais das Áreas Metropolitanas de Lisboa, Porto e Setúbal. A mesma análise já tinha sido feita em 2013, mas os atuais indicadores, disse ao DN Nuno Lima Dias, engenheiro da Associação de Defesa do Consumidor, "conseguem ser piores" do que os anteriores.
Nenhum dos 26 talhos analisados cumpriu os critérios de higiene e conservação. "Cerca de 40% das amostras continham [a bactéria] Listeria monocytogenes e, entre os talhos do Grande Porto, 30% tinham salmonela", contou, acrescentando que "mesmo as que não tinham estas bactérias tinham um elevado número de microrganismos", incluindo "bactérias de origem fecal, como E. coli".
Um facto ao qual não serão alheias as condições de conservação da carne picada analisada: "Nenhum cumpre a lei nas condições de venda. Em média, a carne picada só pode ser vendida no máximo até dois graus centígrados. Todas as amostras que vendemos eram em temperaturas superiores a 9 ºC e chegámos a encontrar amostras a 17 ºC", contou, explicando que foi utilizado "um termómetro calibrado" e que a medição foi feita "logo após o produto ser pago". Generalizada foi ainda a presença de vestígios de carne de aves, apesar de ser proibido prepará-la na mesma máquina.

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