terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Duas organizações apresentaram candidaturas à sucessão da Casa do Douro



As candidaturas têm de ser submetidas ao Instituto da Vinha e do Vinho (IVV), via correio (CTT), com data de hoje, ou internet, até à meia-noite
Duas organizações de direito privado formalizaram hoje a candidatura à sucessão da extinta Casa do Douro (CD) de natureza pública, confirmaram à Lusa fontes das instituições.

Após a extinção da dimensão pública da CD, a 31 de dezembro, o Governo abriu um processo concursal para as associações e federação de direito privado e sem fim lucrativo interessadas em ficar com a gestão da instituição duriense.

As candidaturas têm se ser submetidas ao Instituto da Vinha e do Vinho (IVV), via correio (CTT), com data de hoje, ou internet, até à meia-noite.

Este processo está inserido num plano do Governo, que tem como objectivo resolver o problema da dívida da CD, de cerca de 160 milhões de euros ao Estado, no âmbito do qual foi feita uma alteração legislativa para transformar o estatuto de direito público e inscrição obrigatória em direito privado e de inscrição voluntária.

A Federação Renovação Douro e a Associação da Lavoura Duriense foram recentemente formalizadas na região e apresentaram hoje a candidatura.

Miguel Anaya, um dos representantes da Federação Renovação Douro, mostrou-se confiante no processo e referiu que a sua organização representa cerca de 9.500 viticultores e uma área de vinha de cerca de 22.000 hectares.

No entanto, o responsável ressalvou que a "Federação existirá e trabalhará independentemente de ganhar ou não o concurso de gestão da futura CD".

"A nossa prioridade é a representação e a valorização do trabalho dos viticultores do Douro. A CD não é um fim em si mesmo, é apenas um instrumentos para esse trabalho", sublinhou.

Miguel Anaya afirmou ainda que a CD "continua a ser um instrumento valioso não só de representação dos lavradores durienses como continua a ser um património histórico que é preciso preservar".

Alexandre Ferreira, presidente da Associação da Lavoura Duriense, confirmou à Lusa a entrega da candidatura à CD salientado que o objectivo é "representar os viticultores de uma forma séria, honesta e pró-activa", bem como "negociar com o Governo a resolução da dívida".

"A minha ideia é sentar-me à mesa com o Governo e os exportadores de vinho do Porto para que os quase 200 milhões de euros de vinho da CD entrem no mercado de forma controlada, pelo menos nos próximos 20 anos", frisou.

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