sábado, 10 de janeiro de 2015

FAO: Preço dos alimentos em baixa pelo terceiro ano consecutivo

09-01-2015 
 

 
O índice mensal de preços dos alimentos da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação baixou em Dezembro após três meses de estabilidade.

Uma contínua oferta e as existências recorde, combinadas com a força do dólar norte-americano e a queda dos preços do mercado do petróleo, contribuíram para esta descida.

O índice de preços dos alimentos em Dezembro teve uma média de 188,6 pontos, com uma queda a partir de Novembro, arrastado pelo açúcar e o óleo de palma. Para 2014, o índice de preços dos alimentos registou uma média de 202 pontos, com uma descida de 3,7 por cento em relação a 2013, marcando a terceira redução anual consecutiva.

Esta queda ano após anos aconteceu apesar do subíndice da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) para a carne ter alcançado uma média anual histórica de 199 pontos, mais 9,1 pontos em relação ao ano passado. Os cereais, pelo contrário, caíram 12,5 por cento frente a 2013, afectados pelas previsões de uma produção recorde e stocks abundantes.

O índice de preços dos alimentos da FAO tem como base as trocas comerciais que faz o seguimento dos preços nos cincos principais grupos de alimentos básicos no mercado internacional, como os cereais, a carne, lacticínios, óleos vegetais e açúcar.

O índice médio de preços dos cereais foi de 183,9 pontos em Dezembro, o que supõe mais 0,4 por cento em relação a Novembro com o aumento de preços do trigo, devido aos receios de restrições por parte da Rússia às exportações. Assim, o aumento ficou limitado pela força do dólar norte-americano. Por outro lado, os preços do arroz caíram significativamente em consequência d e uma boa oferta para a exportação.

O dos óleos vegetais baixou em dezembro cerca de 2,4 por cento até o seu nível mínimo em cinco anos de 161 pontos, sobretudo devido a uma quebra da procura de óleo de palma como matéria-prima para o biodiesel, vinculada á descida dos preços mundiais do petróleo. Contudo, o excesso de chuva no final do ano atrasou a colheita, o que favoreceu os preços do óleo de palma, o qual que tem um maior peso neste subíndice.

Para os lacticínios verificou-se uma redução de 2,3 por cento, até 174 pontos, o nível mais baixo desde finais de 2009, desacelerando as importações da China e da Rússia e aumentado a oferta para a exportação nos mercado internacionais. As quebras de preços foram maiores para o leite em pó, manteiga e queijo.

O índice da carne também passou por uma redução em Dezembro de 1,9 por cento frente ao mês anterior, já que o dólar travou as cotações dos preços da carne de cordeiro da Oceânia e da carne de porco da Europa. Assim, em 204 pontos, este índice encontra-se nos seus máximos mensais históricos e durante um ano aumentou cerca de 8,1 por cento em 2014, em comparação a 2013, sendo o único grupo de produtos básicos que registou os maiores preços médios durante o ano.

Para o açúcar, o índice da FAO caiu cerca de 4,8 por cento, com 291 pontos em Dezembro, o nível mais baixo em menos de quatro anos, em grande parte devido à forte oferta nos principais países produtores, como o Brasil. A descida dos preços do crude, que reduziu a procura de cultura de açúcar para produção de etanol, também influenciou as cotações internacionais do açúcar em Dezembro.

A diminuição de preços do crude levaram a uma baixa dos preços das matérias-primas que podem utilizar-se para biocombustíveis, em especial o açúcar, mas também o óleo de palma, assinalou o economista da FAO, Abdolreza Abbassian.

Fonte: Agrodigital

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