sábado, 17 de janeiro de 2015

Investigador defende sensores de infravermelhos para diminuir risco de incêndio


por LUSA15 janeiro 2015Comentar

Investigador defende sensores de infravermelhos para diminuir risco de incêndio
Fotografia © Paulo Jorge Magalhães / Global Imagens
O investigador António Dinis Ferreira defende o uso de sensores infravermelhos para diminuir o risco de incêndio e detetá-lo a tempo.
O coordenador científico do Centro de Estudos de Recursos Naturais, Ambiente e Sociedade (CERNAS), António Dinis Ferreira, defendeu hoje o uso de sensores de infravermelhos para diminuir o risco de incêndio e permitir uma deteção em tempo real.
"No sentido de diminuir o risco de incêndio na interface entre áreas urbanas e florestais é proposta uma metodologia baseada na deteção e intervenção rápida, usando sensores infravermelhos ou outros pertinentes, que permitam uma deteção [incêndio] em tempo real e uma intervenção rápida e eficaz", defendeu António Dinis Ferreira, em Proença-a-Nova, no distrito de Castelo Branco, durante as Jornadas do CERNAS 2015.
Este responsável sublinhou que a expansão urbana para áreas inicialmente agrícolas, que devido ao abandono se têm transformado em áreas de mato e de floresta, "coloca em risco as infraestruturas, bens e mesmo a vida das pessoas, em situações extremas, em especial durante a ocorrência de incêndios florestais".
O coordenador científico do CERNAS deu como exemplo desta realidade os incêndios de 2003 e de 2005, quando o fogo penetrou na área urbana de Coimbra.
"Se os incêndios podem ganhar alguma dimensão e progredir para dentro da malha urbana, fruto de um interface que se alterou profundamente, a verdade é que uma maior densidade populacional nesta interface floresta/urbana pressupõe uma maior possibilidade de ignições nestas áreas", adiantou.
António Dinis Ferreira referiu que o "preocupa muito" o risco de incêndio entre áreas urbanas e florestais e adiantou que num passado recente foi a causa de "muitos problemas".
"Temos algumas propostas, que passam por uma nova visão do problema e por criar uma maior diversidade na paisagem, sobretudo com a introdução das espécies autóctones, nomeadamente das folhosas, que servem um pouco de tampão aos fogos", disse.
Durante a realização das jornadas CERNAS 2015 foram apresentadas cerca de 40 ideias que vão ser discutidas com as forças vivas da região Centro.
"Vamos discutir estas ideias para saber se têm ou não validade e estamos a tentar fazer um esforço para conseguir depois financiamentos para as colocar em prática", explicou.
Este responsável disse também que o CERNAS está a fazer aquilo que já deveria ter sido feito há algumas décadas, ou seja, concertar posições e discutir os problemas em conjunto.
O CERNAS é um centro de investigação da região centro na área da agricultura e do mundo rural que é reconhecido e avaliado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia.

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