domingo, 18 de janeiro de 2015

Investigadores desenvolvem plástico comestível


Investigadores desenvolvem plástico comestível


Investigadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) desenvolveram uma película plástica comestível que pode ser produzida a partir de alimentos como espinafres, mamão, goiaba e tomate. As características do produto (resistência, textura e capacidade de proteção), no entanto, são muito similares às da película convencional.

A pesquisa foi desenvolvida pela Rede de Nanotecnologia Aplicada ao Agronegócio (AgroNano) da Embrapa e recebeu investimentos de 64 mil euros. Os trabalhos foram coordenados pelos cientistas Luiz Henrique Capparelli Mattoso e José Manoel Marconcini.

«É uma forma de processamento de alimento na forma de filme, mas têm características similares às películas convencionais, seja a diminuição da passagem de gases ou do contacto com outros organismos. É algo que não deixa ter contato directo com o alimento», destaca o líder da Rede de Pesquisa de Nanotecnologia para Agronegócio da Embrapa, Cauê Ribeiro.
Aves envoltas em sacos que contêm o tempero na sua composição, saquetas de sopa que podem se dissolver com o seu conteúdo em água a ferver, goiabadas vendidas em plásticos, sushi envolvidos em plástico comestível no lugar das tradicionais algas, são algumas possibilidades imaginadas pela equipa da Embrapa para aplicar a nova tecnologia.

Os alimentos, usados como matéria-prima do filme, passam pelo processo de liofilização - um tipo de desidratação em que, após o congelamento do alimento, toda a água contida é transformada do estado sólido directamente para o gasoso, sem passar pela fase líquida. O resultado é um alimento completamente desidratado, mas com propriedades nutritivas.
O processo pode ser aplicado aos mais diferentes alimentos como frutas, verduras, legumes e até alguns tipos de temperos. Os investigadores adicionaram quitosana, um polissacarídeo formador da carapaça de caranguejos, com propriedades bactericidas - o que pode aumentar o tempo de prateleira dos alimentos.

«O tempo para chegar ao mercado depende muito do tipo de alimento ou do tipo de parceria iremos desenvolver com empresas. Temos de dar ênfase é no processo para fabricar esses itens», destaca Ribeiro.

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