domingo, 26 de abril de 2015

Alguma broa tradicional contém milho transgénico sem rotulagem adequada


por DN.pt22 abril 2015Comentar

Alguma broa tradicional contém milho transgénico sem rotulagem adequada
Fotografia © Paulo Jorge Magalhães / Global Imagens
A responsável pelo programa que identificou a falha, Fátima Quedas, sublinha que não há violação do ponto de vista da segurança ambiental, mas que o consumidor deve ser informado.
O Ministério da Agricultura está a investigar os casos de broa de milho que está a ser comercializada sem rotulagem que indique que foi feita com milho transgénico. A situação foi revelada pelo projeto europeu Price, que procurou avaliar se as medidas de rotulagem e separação dos organismos geneticamente modificados (OGM) estavam a ser postas em prática. Foi o primeiro caso a ser detetado em Portugal de alimentos que não estavam identificados, conta esta quarta-feira o jornal Público.
De acordo com as regulamentações europeias, qualquer alimento cuja composição tenha mais do que 0,9% de alimentos transgénicos deve ser identificado, seja no rótulo, seja no ponto de venda. Mas amostras recolhidas nos distritos de Braga, Porto e Viana do Castelo mostram que existe broa de milho vendida nessas zonas que contém percentagens muito mais elevadas de milho transgénico sem que o consumidor seja informado.
"Do ponto de vista da segurança alimentar, não há violação nenhuma", sublinhou ao Público a coordenadora da parte portuguesa do projeto Price, Fátima Quedas. Os organismos geneticamente modificados que foram detetados nestas broas sem rotulagem não são ilegais, tendo sido escrutinados pela Agência Europeia de Segurança Ambiental.
Os resultados das análises do Price chegaram em janeiro ao Ministério da Agricultura e do Mar, que acionou um plano, juntamente com a ASAE e as direções regionais, para analisar a cadeia do milho nos distritos onde estas infrações foram detetadas. O mais provável é que o milho geneticamente modificado encontrado nessas broas seja importado.
No entanto, esta foi a única falha detetada até agora em Portugal no que toca às medidas de controlo e identificação dos organismos geneticamente modificados, sublinha ainda o Público. O projeto Price concluiu que a coexistência entre transgénicos e não-transgénicos é possível, permitindo às pessoas escolher, de forma informada, que alimentos querem consumir.

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