sábado, 25 de abril de 2015

FAO: Resposta a alterações climáticas exige esforço colectivo

 24-04-2015 
 

 
Um esforço forte e colectivo é necessário para enfrentar as alterações climáticas, que já estão a ter consequências «trágicas» para as vidas das pessoas, disse hoje o director-geral da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação aos deputados italianos.

Ao discursar no parlamento, o chefe da agência da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), José Graziano da Silva, afirmou que factores relacionados com o clima estão a agravar a insegurança alimentar para muitas das pessoas mais vulneráveis do mundo, deteriorando situações que já são dramáticas, acentuou.

«Quando a agricultura não se pode desenvolver, e a comida é escassa, as consequências podem ser dramáticas», alertou Graziano da Silva, segundo comunicado distribuído pela organização.

«A fome pode obrigar as pessoas a abandonarem famílias e casas para procurarem melhores oportunidades, que nem sempre encontram. A perda de vidas no Mediterrâneo é uma lembrança trágica disto», continuou o brasileiro que dirige a FAO desde 2011.

Da mesma forma, as recentes tempestades tropicais nas Filipinas e em Vanuatu mostraram como as colheitas alimentares podem ser destruídas por eventos climáticos extremos, tal como as secas recorrentes têm um mesmo efeito mortífero, comparou.

Durante a intervenção, feita também perante o ministro do Ambiente italiano, Gian Luca Galletti, Graziano da Silva explicou que a FAO estava especialmente preocupada com as alterações climáticas, devido às suas ligações evidentes à segurança alimentar e à agricultura. «As alterações climáticas afectam a produção agrícola e podem alterar a geografia da produção alimentar», pormenorizou.

O sector agrícola é em si mesmo um produtos de gases com efeito de estufa, mas também tem o potencial de sequestrar mais carbono no solo e floresta se políticas de produção e gestão sustentável forem adoptadas.

Para a FAO, o mundo precisa de uma mudança de paradigma para sistemas alimentares sustentáveis, inclusivos e resilientes, que assentem em técnicas produtivas menos dependentes do uso intensivo de químicos e recursos naturais.

«Em 2015, precisamos de transformar os compromissos políticos em acções e resultados», afirmou, aludindo à agenda diplomática do ano, que inclui designadamente a Cimeira de Paris, em Dezembro, organizada pela Convenção Quadro das Nações Unidas para as Alterações Climáticas.

Fonte: Diáriodigital; Lusa

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