segunda-feira, 6 de abril de 2015

Produtores lamentam contestação alentejana à indicação "Medronho Algarve"

02-04-2015 
 

 
A Associação de Produtores de Aguardente de Medronho do Barlavento Algarvio (Apagarbe) lamentou a posição de autarcas do Alentejo que contestaram o pedido de Indicação Geográfica Protegida (IGP) "Algarve", por incluir produções alentejanas sem menção à zona.

Em causa está o pedido de registo da IGP "Medronho do Algarve" efectuado pela Apagarbe à Direcção Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural (DGADR) e cujo aviso já foi publicado em Diário da República, mas que os presidentes dos municípios alentejanos de Almodôvar, Odemira e Ourique contestaram em fase de discussão pública.

Os autarcas consideraram, na terça-feira, num comunicado, que a proposta de IGP, que conta com o apoio da Direcção Regional de Agricultura do Algarve, foi apresentada «de forma prepotente e abusiva» ao incluir medronho produzido em oito freguesias dos concelhos de Almodôvar, Odemira e Ourique, no Baixo Alentejo, «à revelia dos produtores, associações e autarcas alentejanos».

A Apagarbe veio a público «lamentar profundamente» o tratamento dado a esta matéria pelos autarcas alentejanos, considerando que o medronho produzido no Algarve e nessas freguesias do Baixo Alentejo «merece ser defendido e valorizado por todos, em conjunto e parceria», por se tratar de «um importante recurso da economia rural e da ecologia e meio ambiente das serras do Algarve e da sua área geográfica».

A associação referiu, num comunicado, que a candidatura tinha que ser apresentada até 15 de Fevereiro por uma organização de produtores, no caso a Apagarbe, que teve «o cuidado» de se deslocar, com a Direcção Regional de Agricultura do Algarve, aos municípios de Odemira e de Almodôvar para uma reunião onde esteve presente também o vice-presidente de Ourique».

A Apagarbe acrescentou que o objectivo deste encontro foi prestar «esclarecimentos e informação sobre o modo como tinha sido conduzido o processo de pedido de registo da IGP» e, por isso, considerou ser «no mínimo estranha» a contestação desses autarcas sobre a designação "Algarve", quando «se pretende a defesa e promoção conjunta de algo que é comum aos concelhos e freguesias do Algarve e Baixo Alentejo abrangidos».

Outra das justificações dadas pela Apagarbe foi a de haver já outras IGP que abrangem as duas regiões, só mencionam o Alentejo e foram aprovadas sem que produtores ou autarcas do Algarve tivessem contestado, porque também beneficiam com elas.

Assim, a Apagarbe incluiu na proposta de IGP "Algarve" as «freguesias limítrofes desta região» localizadas nos três concelhos do Baixo Alentejo, «na medida em que a produção de aguardente de medronho é aqui também um recurso fundamental», à semelhança do que aconteceu, em sentido inverso, com as IGP "Cabrito do Alentejo", Linguiça do Alentejo", "Presunto de Santana da Serra ou Paleta de Santana da Serra" e com a Denominação de Origem Protegida (DOP) "Presunto e Paleta do Alentejo".

A integração numa indicação geográfica «melhora o acesso ao mercado» a todos os produtores abrangidos, argumentou a Apagarbe, mostrando disponibilidade para «colaborar com todos os que pretendem a valorização» da aguardente de medronho das duas regiões.

Fonte: Lusa

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