quarta-feira, 15 de abril de 2015

Sabe o que anda a comer? Perigos escondidos nos rótulos dos alimentos

Os perigos para a saúde não estão só no açúcar e no sal como demonstrou a SIC na reportagem 
"Somos o que Comemos". Quais os outros "ingredientes" que devem ser consumidos com conhecimento e moderação?


Informe-se sobre composição dos produtos que está a comprar
13/04/2015 | 14:07 |  Dinheiro Vivo

"Sempre que tivermos de dobrar a língua muitas vezes para conseguir ler o que está escrito nos rótulos é porque não é comida. Não compre". O aviso, feito há precisamente um ano, por Cristina Sales, médica especialista em alimentação, numa entrevista à Notícias Magazine, parece ter passado despercebido, apesar de serem cada vez os portugueses a preocuparem-se com o que comem. Até que surgiu a reportagem da SIC, "Somos o que Comemos".
Este trabalho fez as contas às quantidades gigantescas de açúcar e sal que os portugueses comem diariamente. Presente em quase todos os alimentos, o açúcar e o sal surgem muitas vezes escondidos ou indecifráveis.
Ler também: Saiba como ler os rótulos dos alimentos
Tal como os aditivos usados pela indústria alimentar, que comummente conhecemos por corantes e conservantes e que onde se incluem também os antioxidantes e edulcorantes. Apesar de haver aditivos com papel importante na prevenção de intoxicações alimentares e os conservantes que travarem a multiplicação de micro-organismos, prolongado a vida dos alimentos, aconselha-se o seu consumo com moderação.
A lista destes aditivos é enorme e o seu consumo sem conhecimento e moderação "podem ser geradores de inflamação em contacto com o organismo", dizia Cristina Sales alertava, na mesma entrevista. Uma outra nutricionista, Helena Santos, que colabora na revista online da Clínica de Cristina Sales, "Esmeralda Azul" defende que a lista de ingredientes de qualquer produto/alimento deve ser sempre verificada. Mas para ser compreendida, há que saber ler o rótulo.
Deste logo é preciso saber que os aditivos podem ser denominados pelo seu código ou pelo seu nome. Por exemplo E 621 é glutamato monosódico ou monossódio glutamato. "Quantas mais palavras conhecer na lista de ingredientes melhor, e se começa a ter muitas palavras estranhas, provavelmente não é muito natural", defende a nutricionista, que aconselha: "Não queira produtos com adoçantes, E621, corantes artificiais, gordura hidrogenada, e não escolha com frequência produtos com frutose." Sobretudo, tratando-se de alimentação para crianças. Ler mais aqui.
Mas o que é isto de "E" seguido de um número? A cada aditivo alimentar corresponde um código constituído pela letra E (de Europa) seguida de 3 ou 4 algarismos, sendo o mesmo válido em todos os países da União Europeia. A explicação está na área de nutrição do site do hipermercado Continente, onde constam os aditivos alimentares mais comuns e as suas funções. Veja aqui a lista completa.
O Dinheiro Vivo destaca os mais importantes, alguns deles prejudicam o cérebro, como defende a nutricionista Daniela Seabra.
E621 ou Glutamato monossódico: Este aditivo alimentar é classificado como um intensificador de sabor, e é o responsável pelo gosto saboroso dos alimentos. Quando o ingerimos sob a forma concentrada e usada como aditivo alimentar, este é absorvido rapidamente, ao contrário do glutamato naturalmente presente nos alimentos que vai sendo absorvido à medida que o alimento vai sendo digerido. A entrada de quantidades elevadas de glutamato a nível cerebral pode induzir uma hiperexcitabilidade demasiado elevada a nível destes neurónios capazes de "ouvir" o glutamato, que pode mesmo induzir morte neuronal. Hiperatividade, enxaquecas, náuseas e vómitos são apenas alguns dos sintomas.
Atualmente este aditivo pode ser encontrado em diferentes aliementos e sob diferentes nomes: "glutamato monossódico", "Monoglutamato de sódio", "extrato de levedura" ou "proteína vegetal hidrolisada". Saiba mais aqui.
E 951 ou Aspartame: Descoberto "por acidente" em 1965, é constituído em 90% por dois aminoácidos (50% fenilalanina e 40% de ácido aspártico) e em 10% por metanol. O consumo elevado deste edulcorante poderá estar na origem ou no agravamento de: dores de cabeça e enxaquecas, depressão, alterações graves de humor, perda de memória, tonturas e alterações de equilíbrio, comportamento agressivo, desorientação, hiperatividade, excitabilidade, alterações na visão, ataques de pânico, convulsões, alterações no sono e insónia, perda de memória, e mesmo aumento da incidência de doença de Alzheimer. Veja aqui como.
Corantes alimentares E102, E133 e E124. Presentes nas gomas de todas as cores, gelados de cores vivas, sumos e gelatinas, tentam substituir as cores da natureza. "O consumo destes corantes alimentares está associado a hiperatividade infantil, ao despoletar de crises de asma e a eczemas", diz Daniela Seabra.
Tartrazina ou E102, Ponceau Red ou E124 e Azul Brilhante ou E133 são alguns dos nomes que deve evitar, mas há mais. Em 2013, eram estes os corantes sob suspeita. Leia aqui a lista completa, as suas consequências e atitudes a tomar.
No entanto, há aditivos naturais que podem ser consumidos com segurança. É o caso de:
Os carotenos ou E160a. Nesta categoria temos as diferentes apresentações dos mesmos compostos que dão a cor laranja à cenoura - os carotenos, ou pró-vitamina A. São bons para a visão, para o sistema imunitário e para um crescimento adequado.
Licopeno ou E160d. Este corante de cor avermelhada é responsável pela cor vermelha do tomate, sendo um importante antioxidante.
As xantinas ou E161. Este grupo contempla diferentes compostos fitoquímicos, com capacidades anticancerígenas, e antioxidantes. Neste grupo estão incluídas as flavoxantinas (E161a), a luteína (ou E161b), a criptoaxantina (ou E161c), a rubixantina (ou E161d), a violaxantina (ou E161e), a rodoxantina (ou E161f) e a cantanxantina (ou E161g).

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