10-04-2015
No âmbito da visita do Comissário Europeu da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Phil Hogan, a CONFAGRI participou num encontro com a sua presença, tendo tido a oportunidade de apresentar alguns aspectos preocupantes e apelar à intervenção e ao empenho, do Comissário Europeu.
Apresentamos, de seguida, uma síntese da intervenção da Eng.ª Maria Antónia Figueiredo.
«É reconhecido o importante papel que as Cooperativas Agrícolas, enquanto Organizações de Produtores representam no Sector Agro-Alimentar, na organização da produção e no acesso aos mercados, interno e de países terceiros.
As Cooperativas sem esquecer os seus princípios base:
a ligação aos agricultores
e ao território
Conseguem alcançar as principais prioridades desta Comissão Europeia – a criação de valor e de emprego.
Senhor Comissário, queremos expressar o sentimento de instabilidade e de insegurança provocada pela falta de resposta da PAC nos agricultores portugueses e nas suas Organizações económicas, face a alguns aspectos, nomeadamente:
1. A Volatilidade dos preços dos produtos agrícolas
É indispensável criar condições para as Organizações de Produtores, tais como as Cooperativas Agrícolas, para que os agricultores possam unir-se para a comercialização dos seus produtos e que traga valor acrescentado para obter melhores receitas e fazer face à extrema volatilidade dos mercados.
2. O Embargo Russo
Estamos perante uma crise política, resultante de uma decisão da Comissão Europeia. Mas não pode ser o sector agrícola a suportar este problema.
Os Agricultores e as Organizações de Produtores precisam de medidas que ajudem a minimizar a situação criada. Sendo que as ajudas financeiras, não deveriam vir dos fundos agrícolas, mas do Orçamento Geral.
3. A crescente abertura de fronteiras da União Europeia
Neste momento estão em curso negociações bilaterais com algumas potências económicas mundiais, tais como o Japão, os Estados-Unidos.
Nós gostaríamos muito de poder contar com o Senhor Comissário da Agricultura para não permitir que nessas negociações, a agricultura se torne numa moeda de troca em relação a outros sectores de actividade.
Senhor Comissário, nos momentos mais difíceis, como os que estamos a passar, tanto no domínio agrícola, como no político, temos necessidade de políticas agrícolas com uma visão de mercado e que nos permitam estabilidade.
Em relação ao Sector Cooperativo Agrícola português, ele necessita de ganhar dimensão económica nalguns sectores, por isso solicitamos a intervenção do Senhor Comissário, no sentido de permitir que o apoio à Integração Empresarial não se limite só às micro-empresas.
O Programa de Desenvolvimento Rural português poderia ser mais ambicioso para este objectivo.
A informação que tivemos do nosso Ministério da Agricultura, foi que o apoio à Integração Empresarial das Empresas, no nosso caso das Cooperativas, no âmbito do Programa de Desenvolvimento Rural não pode ser para pequenas e médias empresas, por imposição da Comissão Europeia. Ora, isto é uma grande limitação e impeditivo da dinâmica de ganho de dimensão.
Pedimos, por isso, que esta situação seja revista ainda no actual período de programação.
Finalmente, sabendo a CONFAGRI da sua sensibilidade e conhecimento do Sector Cooperativo, nomeadamente a realidade do país de onde é oriundo, a Irlanda, gostaríamos muito que tivesse oportunidade de conhecer as Cooperativas Agrícolas Portuguesas, tanto ao nível das suas dificuldades como ao nível dos seus êxitos, e numa próxima vinda a Portugal tivesse a possibilidade de visitar a realidade cooperativa portuguesa».
Fonte: CONFAGRI
Sem comentários:
Enviar um comentário