18-05-2015
Os produtores de cereja do concelho de Resende, no norte do distrito de Viseu, prevêem que se o bom tempo se mantiver a produção deste ano terá qualidade e quantidade.
Depois de, no início deste mês, ventos fortes terem destruído grande parte da cereja que estava madura, as perspectivas são agora mais animadoras.
«O mau tempo destruiu-nos 60 por cento da cereja mais precoce. Mas, no que respeita à serôdia, se o tempo continuar assim, o prejuízo ficará entre os 20 e os 30 por cento, porque ainda estava numa fase mais verde», explicou à agência Lusa o presidente da associação de promoção CER Resende – Cerejas de Resende, Rogério Silva.
Também o presidente da Câmara de Resende, Garcez Trindade, disse estar optimista e acreditar que no Festival da Cereja, a realizar no último fim-de-semana deste mês, haverá muita cereja de qualidade para vender.
«Tivemos um tornado que deu cabo da primeira cereja. Esta é a região do país onde há cereja mais cedo e foi essa que foi abalada. Mas, felizmente, iremos ter um bom ano de cereja», considerou.
As primeiras cerejas de Resende a serem colhidas são as da zona ribeirinha ao Douro e, só mais tarde, as da zona serrana. O microclima duriense dá à cereja de Resende uma das suas principais vantagens, que é a de conseguir chegar ao mercado duas semanas antes do que a do resto do país.
Rogério Silva, que tem 24 hectares de cerejeiras, explicou à Lusa que a colheita da cereja mais precoce está prestes a terminar e que em breve se iniciará a das outras variedades. O pico da colheita da cereja acontecerá a partir do dia 25, num concelho que, anualmente, produz «entre 3.500 e 4.000 toneladas» deste fruto.
«Comecei a apanhar cereja há 15 dias e pretendo fazê-lo até meados de Julho, se o tempo deixar. Mas uma só noite é suficiente para destruir o esforço de um ano inteiro», lembrou.
Segundo o presidente da Câmara de Resende, no Festival da Cereja estarão entre 130 e 140 produtores. Na edição do ano passado foram vendidas 100 toneladas de cereja durante o fim-de-semana.
Atendendo à importância que a cereja tem para a economia local, a autarquia quer aproveitar as possibilidades de financiamento do novo quadro comunitário, através do Programa de Desenvolvimento Rural (PDR).
«É um trabalho que irá iniciar-se em Resende no sentido de fazer algum ordenamento da produção da cereja, com o objectivo principal do aumento da escala de produção, para que haja possibilidade de passarmos à fase da internacionalização, do registo e certificação da marca», explicou Garcez Trindade.
Paralelamente, acrescentou, há também o objectivo de melhorar a qualidade da cereja, com o apoio técnico e científico da Universidade de Trás os Montes e Alto Douro.
«Há toda uma estratégia que estamos a iniciar no sentido de projectarmos ainda mais a cereja de Resende, porque efectivamente é o que mais contribuiu para o desenvolvimento económico do nosso concelho», frisou.
Fonte: Lusa
Sem comentários:
Enviar um comentário