quinta-feira, 4 de junho de 2015

Câmara de Chaves pede medidas urgentes para combater vespa do castanheiro

03-06-2015 
 

 
A Câmara de Chaves exigiu medidas urgentes para o combate eficaz contra a vespa das galhas do castanheiro e ajudar o sector a vencer esta ameaça que foi detectada no final de Abril em Trás-os-Montes.

O executivo de Chaves, distrito de Vila Real, aprovou por unanimidade uma proposta de resolução através da qual exige uma tomada de posição urgente do Governo no combate a esta praga, que afecta a produção de castanha.

A autarquia afirmou esta quarta-feira, em comunicado, que quer que «sejam tomadas medidas necessárias, no mais curto de espaço de tempo, ao combate eficaz deste potencial flagelo económico e social para a região de Trás-os-Montes».

O município solicitou, «com carácter de urgência, a introdução das medidas financeiras e legislativas capazes de garantir aos agentes da fileira as condições para vencerem esta ameaça, sem os custos por que tiveram que passar outros países».

A proposta de resolução foi enviada para o Ministério da Agricultura e do Mar, Secretaria de Estado da Alimentação e Investigação Agro-alimentar, grupos parlamentares do PSD, CDS, PS, PCP, BE e Os Verdes, Instituto de Conservação da Natureza e Florestas, Direcção Geral de Alimentação e Veterinária, Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Norte, câmaras do Alto Tâmega, Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, Universidade de Trás-os-Montes e alto Douro, Instituto Politécnico de Bragança e a Associação Portuguesa da Castanha - RefCast.

O primeiro foco de infestação desta praga foi detetado no final de Abril na região transmontana, um ano depois de ter sido encontrada primeira vez em Portugal, no Minho.

A Câmara de Chaves teme que esta praga possa «apresentar um impacto negativo na produção da castanha na região, que pode no pior cenário pode provocar quedas de produção até 90 por cento se nada for feito».

No documento enviado às várias instituições, o município salientou «o valor económico gerado pela castanha em Trás-os-Montes, através da criação de riqueza, emprego e fixação das pessoas no meio rural».

«A castanha da região ocupa 85 por cento da área nacional de produção, sendo que cerca de 70 a 80 por cento destina-se ao mercado externo, nomeadamente, Espanha, França, Itália e Brasil, os países mais representativos, contribuindo para a dinamização da economia nacional», sustentou.

Actualmente a castanha é o produto agrícola mais rentável de Trás-os-Montes e responsável pelo maior volume de exportações do nordeste transmontano, estando esse contributo avaliado em cerca de 100 milhões de euros, com impacto associado na produção e na agro-indústria da região.

Segundo a RefCast, a área de expansão da vespa do castanheiro já é maior do que se esperava quando foi detectada neste território. Depois de Valpaços, foi detectada em outros concelhos como Bragança, Macedo de Cavaleiros, Lamego, Trancoso ou Sernancelhe.

Logo em Abril começou a ser implementada uma estratégia de combate à praga, que envolveu juntas, autarquias, produtores, instituições de ensino superior e a Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Norte, que está a fazer o recenseamento e o mapeamento das zonas infestadas.

Neste período, foram realizadas mais de 50 acções de sensibilização e multiplicaram-se os apelos para vistoriar os soutos com o objectivo de retirar o material contaminado dos castanheiros para impedir a sua propagação.

Fonte: Lusa

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