sábado, 13 de junho de 2015

Setor florestal «esquecido no PDR 2020», acusa ANEFA



 12 Junho 2015, sexta-feira  Agroflorestal

A ANEFA - Associação Nacional de Empresas Florestais, Agrícolas e do Ambiente considera que o setor florestal é «mais uma vez esquecido no Programa de Desenvolvimento Rural (PDR 2020).
Em comunicado enviado às redacções, a associação refere que «numa altura em que existe um déficit de matéria-prima que põe em causa milhares de postos de trabalho o Governo deixa cair mais uma vez o setor florestal».
«As medidas florestais do PDR2020, que deveriam ter tido início em março deste ano, apenas agora estão a começar e só se conhece a regulamentação de duas das nove medidas associadas ao setor», critica a direção da ANEFA.
Os responsáveis afirmam que «a chamada época de transição, iniciada no ano passado, cujo objetivo seria não fazer parar o investimento pode vir a tornar-se num pesadelo para o sector».
Um ano volvido, recorda a ANEFA, essas candidaturas «não começaram sequer a ser analisadas e o pior é que nem sabem dizer aos investidores quando irão começar a ser aprovadas».
«A ANEFA questiona então de que serviu a época de transição? E o PDR2020 onde está?», pergunta a associação.
«O único concurso florestal que abriu (abriu a 11 de junho) diz respeito à luta contra fatores bióticos (pragas e doenças) e abióticos (incêndios) e irá consumir mais de um terço destinado ao setor para o PDR2020, sendo que, apesar de encerrar o concurso já no final do mês (não dando praticamente prazo para se prepararem devidamente as candidaturas, já que não se conheciam as regras), 90 % do orçamento desse concurso já se encontra comprometido com a referida época de transição. Uma boa altura para iniciarmos operações de prevenção contra os incêndios – o verão», argumenta a associação.
A associação lembra que «não nos podemos ainda esquecer que o investimento na floresta é sazonal. Estes atrasos somam praticamente dois anos sem se investir na nossa floresta, colocando em causa a sustentabilidade dos espaços florestais e das próprias empresas, e esta é sem dúvida uma preocupação da ANEFA. Empresas que geram riqueza, que empregam milhares de pessoas e que se vêem uma vez mais à beira do abismo…».
No mesmo comunicado a ANEFA lamenta ainda que «infelizmente o atual Governo ainda não percebeu que o "superavit" do setor tem como base a própria floresta, e que se ela não existir, passaremos a ter um deficit semelhante ao que acontece com a agricultura. Com a agravante de que a floresta não se "faz" de um ano para o outro».

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