segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Agroalimentar: CNA diz que em 2014 o rendimento do setor baixou 3%


 24 Agosto 2015, segunda-feira  IndústriaIndústria alimentar
agroalimentar

Na sequência das recentes estatísticas do Instituto Nacional de Estatística (INE) sobre as perspetivas agrícolas a CNA – Confederação Nacional da Agricultura considera que em relação ao agroalimentar o rendimento do setor baixou 3%.
Em comunicado, a CNA refere que «as estatísticas divulgadas pelo INE dão conta de uma baixa de 3% no rendimento da atividade agrícola por UTA (Unidade de Trabalho Ano) em 2014 comparativamente com 2013 e também da redução, menos 3,1%, da mão-de-obra».
«Em termos meramente estatísticos, esta baixa resulta da redução (nominal) do VAB - Valor Acrescentado Bruto da produção agrícola – com menos 3,2% – e das ajudas públicas com menos 4,2%. Mas, de facto, em 2014 também se registaram baixas – média de 6% – nos preços à produção como sobretudo aconteceu no leite, na carne e na batata, e também em várias frutas», lê-se no comunicado.
Para a CNA, «o défice da balança comercial agroalimentar – a diferença, negativa, entre aquilo que importamos e aquilo que exportamos – apesar de ter reduzido, atingiu os 3,2 mil milhões de euros, dados oficiais». «É um défice que continua muito alto para Portugal, sabendo-se que na economia real o défice é ainda maior», afiança a CNA.
Em termos alimentares, «o défice continua muito alto nos cereais – importamos cerca de 75% – e aumenta nas carnes e miudezas comestíveis que, em termos financeiros, nominais, passou para o primeiro lugar, com as importações a atingirem já 28% do consumo interno. Nos frutos, as importações atingiram uma média de 23,2 % do consumo».
Porém, alerta a CNA, «o INE não esclarece qual é o défice na produção nacional das componentes como as proteaginosas muito utilizadas nas rações para a alimentação animal. Défice que continua a ser, sem dúvida, aquele que apresenta um valor (negativo) percentualmente superior. Algumas estimativas apontam para um défice, nessas componentes para rações, acima dos 85%, das necessidades e onde se mantém um nível inadmissível de especulação e monopólio na respetiva importação/comercialização».
«Certas produções, como o azeite e as hortícolas, aumentaram mas em resultado da concentração da produção em grandes empresas do agronegócio e dos métodos de produção super-intensivos (delapidadores dos recursos naturais), o que também provoca a ruína da produção mais tradicional de bom azeite», considera a Confederação.
Agricultura familiar

A CNA refere ainda, no mesmo comunicado, que «a seca, as baixas nos preços à produção, a redução do consumo, o aumento de custo de vários fatores de produção, os incêndios florestais, estão na base da situação muito difícil (2015) que vive a Agricultura Familiar e que aponta para prejuízos incomportáveis».
E apela ao Governo que tome «medidas urgentes com apoios excecionais - como aqueles que a CNA reclama - para acudir a uma situação de excecional gravidade».
De outra forma,« a ruína ameaça dezenas de milhar de explorações agroflorestais, com pesadas consequências para a economia agrícola, para a soberania alimentar do país e para a qualidade alimentar da nossa população», conclui a CNA

Sem comentários:

Enviar um comentário