sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Portugal coloca-se na linha da frente contra baixa de preço do leite



Assunção Cristas quer soluções europeias e nacionais. Foto: Lusa

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Portugal defende a criação de uma "frente conjunta" com Espanha, Itália e França, para travar a queda do preço do leite. A ideia é traçar um plano de acção que inclua mecanismos alternativos ao fim das quotas leiteiras. 

O plano proposto por Portugal vai marcar o encontro desta sexta-feira em Madrid entre os ministros da Agricultura dos três países. Assunção Cristas e os seus homólogos vão analisar "soluções conjuntas" que possam ser apresentadas na cimeira de ministros da Agricultura da União Europeia, no dia 7 de Setembro, em Bruxelas. 

"Fomos sempre contra o fim das quotas leiteiras", afirma a ministra portuguesa à agência Lusa. "Entendíamos que ia provocar uma desregulação do mercado, coisa que está a acontecer, e logo na altura dissemos: se não há maneira de evitar esta decisão então é preciso trabalhar desde já mecanismos alternativos", acrescentou. 

Do plano de acção do leite vão constar, entre outras medidas, a implementação de mecanismos de curto prazo, que "podem passar, por exemplo, pelo aumento dos preços de referência para aquilo que são os mecanismos de retirada de produto de mercado, de maneira a que os preços não baixem tanto". 

Quanto às medidas de longo prazo, Assunção Cristas insiste na necessidade de encontrar "uma alternativa ao sistema das quotas, com um montante de produção de referência, mas que não penalize quem produz a mais" e que obrigue quem produz a retirar o produto do mercado durante algum tempo. 

Ao nível nacional, a ministra considera ser necessário implementar medidas que apostem na promoção do consumo interno, no aumento das exportações, na inovação e valorização do sector e, por fim, no rendimento dos produtores. 

O Governo decidiu, por isso, antecipar em dois meses o pagamento das ajudas ao sector leiteiro (para Outubro), o que representa um adiantamento de 50% do envelope financeiro anual de cerca de 12,5 milhões de euros. Os restantes 50% serão pagos em Dezembro. 

Assunção Cristas disse ainda que está em cima da mesa a criação de uma linha de crédito apoiada pelo Banco Europeu de Investimento (BEI), quer para a tesouraria, quer para a modernização e inovação. 

Está também a ser analisada a criação de um Fundo de Estabilização de Rendimentos, no âmbito dos fundos comunitários que o país vai receber até 2020.

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