quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Seca leva governo a apertar fiscalização do uso da água


Publicado hoje às 08:13

Ministério do Ambiente sublinha que seca meteorológica ainda não causou seca hidrológica. Não há falta de água, mas, na dúvida sobre a chuva que pode cair (ou não) em setembro, o governo "prepara-se para o pior".

Jornalista Nuno Guedes entrevistou o secretário de Estado do Ambiente.
 
Por causa da seca, o Ministério do Ambiente apertou a fiscalização do uso da água em rios e barragens para fins industriais e agrícolas. Esta é uma das medidas do governo para evitar consequências graves da seca meteorológica severa e grave que atinge 79% do Continente.
Em entrevista à TSF, o Secretário de Estado do Ambiente sublinha que, por agora, ainda não há falta de água no país e a "principal preocupação é que as albufeiras consigam responder aos vários usos necessários como para a produção de energia, o abastecimento de água, as indústrias e a agricultura".
Paulo Lemos admite que a situação pode agravar-se se setembro, como o resto do ano, até agora, tiver menos chuva do que o normal: "se não chover, os níveis de armazenamento vão naturalmente baixar e em algumas barragens teremos situações preocupantes. Esperamos que chova com alguma intensidade pois o ano tem sido de escassez".
Tony Dias/Global Imagens
Seca leva governo a apertar fiscalização do uso da água
O governante sublinha que, na dúvida, "estamos a preparar-nos para o pior que, se acontecer, terá uma resposta imediata".
A aposta do Ministério tem sido aumentar e apertar a fiscalização do uso da água. Paulo Lemos recorda que têm sido feitas mais ações para verificar melhor as descargas, mas também se existem captações ilegais e se as legalizadas estão a captar a água para que estão licenciadas.
A ideia do governo é aumentar a presença das autoridades (Agência Portuguesa do Ambiente e GNR) para "punir os infratores e sensibilizar os envolvidos de que, estando em seca meteorológica, é preciso mais cuidado no uso da água".
As ações de fiscalização feitas até agora já motivaram multas, nomeadamente no Rio Tejo. Se a seca se agravar, o governo admite ainda accionar um mecanismo exceptional previsto na lei e mudar as regras e prioridades do uso da água armazenada nas barragens.
Nuno Guedes

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