segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Ano de vinho “excelente” alavanca crescimento das empresas do sector


19 Out 2015 Sónia Santos Pereira
As empresas estão confiantes que a qualidade da colheita de 2015 irá potenciar as vendas.

Ano de vinho "excelente" alavanca crescimento das empresas do sector
A vindima deste ano foi "entre muito boa e excepcional" em quase todas as regiões vitivinícolas portuguesas em qualidade e quantidade, garante Miguel Pessanha, administrador da Sogrape Vinhos. A opinião é praticamente unânime entre as empresas contactadas pelo Diário Económico, desde a Sogrape, a maior do sector, à Aveleda, Quinta do Crasto, Casa Agrícola Alexandre Relvas (CAAR) e a pequenos produtores como a Quinta da Gaivosa, Azamor e Quinta de Sant'Ana. Quebras de produção só se registaram no Alentejo. O Dão e a Bairrada destacam-se pela qualidade.

As empresas estão confiantes que a vindima permitirá um bom crescimento das vendas, com destaque para as exportações, em 2016. Martim Guedes, administrador da Aveleda, crê que os mercados de exportação vão ter uma boa dinâmica no próximo ano. A empresa especializada em vinhos verdes tem concentrado "importantes investimentos comerciais e de marketing" nos mercados onde acredita ter espaço para crescer.

Os EUA são um desses destinos. Segundo Martim Guedes, a Aveleda tem lá uma equipa de três colaboradores para potenciar as vendas. Este ano, a facturação atingirá os 31,5 milhões, com vendas em mais de 70 destinos. "O vinho verde está na moda nos principais mercados" e, por isso, a Aveleda tem vindo a adquirir terrenos para aumentar a produção, com o foco na casta alvarinho.

Alexandre Relvas, administrador da alentejana CAAR, tem como objectivo para o próximo ano crescer 20% nas vendas, embora a produção tenha caído 10%. A facturação da CAAR deve atingir este ano 7,5 milhões, com 70% a ser gerado nos 18 mercados externos onde está.

Face ao crescimento contínuo registado, a CAAR carece de investimentos na área de armazenamento e engarrafamento. Alexandre Relvas prevê realizar esse projecto em 2016-17, o que permitirá aumentar a produção anual para 6,5 milhões de garrafas.

A Sogrape tem investimentos orçamentados para a "actualização tecnológica, por forma a produzir para cada nível de preço a melhor qualidade possível", afirmou Miguel Pessanha. O gestor perspectiva um crescimento de 15% a 20% em quantidade nas regiões onde a Sogrape tem produção, com excepção do Alentejo e de Trás-os-Montes, onde aponta respectivamente para um volume idêntico ao de 2014 e para um aumento de 10% com "vinhos de muito boa qualidade". O responsável sublinha o "excelente" ano nas regiões do Dão e da Bairrada.

A duriense Quinta do Crasto tem "grandes expectativas" com a qualidade da colheita deste ano - "um dos melhores anos de sempre", frisou Tomás Roquette, administrador. Essa excelência "terá impacto em termos de produção e vendas", e permitirá assegurar "os objectivos de crescimento do volume de negócios em 2016 e nos anos seguintes, quer no mercado nacional quer no externo", adiantou. A Quinta do Crasto, que prevê facturar neste exercício sete milhões (70% obtido no exterior), reconhece que num horizonte de cinco anos terá de investir na expansão da área de vinificação e armazenagem/logística.

A empresa Alves de Sousa, que detém a Quinta da Gaivosa, inaugurou nesta vindima a nova adega, um investimento de 1,2 milhões. Este investimento permite "aumentar a capacidade de produção" e garantir "a manutenção/aumento da qualidade dos vinhos", revelou Domingos Alves de Sousa, administrador. Esta produtora do Douro, com vendas de 1,2 milhões, tem na exportação "um dos grandes motores de crescimento" (vale 60% das vendas), mas Domingos Alves de Sousa quer aumentar a importância do mercado interno, onde prevê crescer em 2016.

As produtoras 'boutique' Azamor (Alentejo) e Quinta de Sant'Ana (Lisboa) também não fogem à regra. A produção deste ano é "óptima", o que ajudará nos esforços comerciais além-fronteiras.

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