segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Milhares de variedades de arroz conservadas numa base de dados mundial

 08-10-2015 
 
As sequências de genoma de mais de três mil variedades foram cedidas ao Tratado Internacional sobre os Recursos Fitogenéticos para a Alimentação e a Agricultura, pelo principal instituto de investigação de arroz do mundo, numa medida que favorece os planos para estabelecer um sistema global de intercâmbio de dados sobre os recursos genéticos agrícolas.

A iniciativa foi divulgada pelo Instituto Internacional de Investigação do Arroz (IRRI), com sede nas Filipinas e o Tratado Internacional sobre os Recursos Fitogenéticos para a Alimentação e a Agricultura (TIRFAA) no curso de seis períodos de sessões do Corpo Directivo do Tratado, que se reúne esta semana na sede da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), em Roma, com representantes dos 136 países membros.

Em todo o mundo, governos e organizações armazenam material genético em bancos de sementes. Mas a falta de uma única porta de acesso à informação sobre os recursos genéticos, torna muito difícil para os investigadores e geneticistas saberem o que há em cada lugar e que recursos genéticos contêm as sementes.

O secretário do TIRFAA, Shakeel Bhatti, assinalou que «a informação genética que o IRRI coloca à disposição do tratado e também do público em geral, supõe um apoio muito generoso a todos os esforços para que toda a informação pertinente sobre os recursos fitogenéticos esteja disponível para a segurança alimentar do futuro».

«Ter tanta informação sobre o arroz, disse, que depois de tudo constitui o alimento básico para a metade da população do planeta, ao alcance de todo o mundo, +e um passo importante para garantir a segurança alimentar para as gerações futuras».

Uma sequência de genoma é como um livro de instruções que indica aos organismos vivos como crescer e reagir com o meio ambiente. Cada planta de arroz tem cerca de 400 milhões de "letras" na sua sequência de genoma.

Com uma crescente população mundial e aumento dos impactos da mudança climática na produção agrícola, como as secas, inundações e pragas, é fundamental desenvolver variedades de culturas que sejam mais produtivas menos prejudiciais ao ambiente e mais resistentes.

Na reunião em Roma será discutida a forma para melhorar o actual sistema multilateral mediante a criação de um Sistema Mundial de Informação sobre os Recursos Fitogenéticos. Este sistema será desenvolvido e supervisionado pela FAO, que abriga o Tratado e terá informação sobre como aceder ao material genético e as amostras de sementes dos Bancos de genes existentes.

«Não podemos esperar que todos os programas, todos os bancos de genes no mundo resenham as suas bases de dados para cumprir normas internacionais, o que necessitamos é interoperabilidade, ou seja, criar portais onde todas as bases possam comunicar entre si. Nisto consiste o Sistema Mundial de Informação sobre os Recursos Fitogenéticos para a Alimentação e a Agricultura», explicou o director-geral do IRRI, Robert Zeigler.

Fonte: Agrodigital

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