domingo, 8 de novembro de 2015

Instituições de sete países unem esforços para travar doenças da vinha

29-10-2015 
 

 
Onze instituições de sete países juntaram-se para desenvolver o projecto Winetwork que visa fazer um levantamento da incidência das doenças da vinha, a flavescência dourada e as do lenho, e disseminar boas práticas para as travar.

O projecto é coordenado pela França e, em Portugal, a entidade parceira é a Associação para o Desenvolvimento da Viticultura Duriense (ADVID), com sede no Peso da Régua, distrito de Vila Real.

«O Winetwork visa fazer um levantamento de todas as situações e incrementar boas práticas que ajudem a evitar a disseminação destas doenças», afirmou à agência Lusa a directora-geral da ADVID, Rosa Amador.

A responsável salientou que se trata de uma «rede temática», não propriamente um projecto de investigação científica, que tem como objectivo o intercâmbio e transferência de conhecimento.

A flavescência dourada é uma doença de quarentena que tem como agente causal um parasita e é transmitida por um insecto vector, que se alimenta da seiva da videira e propaga o fitoplasma assassino.

Em Portugal, a doença foi detectada pela primeira vez em 2006, no Minho, região onde mais se tem propagado. No Douro, foram detetados dois casos em Vila Real e Santa Marta de Penaguião.

A flavescência dourada já foi comparada por alguns à filoxera, uma praga que no século XIX destruiu vinha. Para conter a doença está em curso o Plano de Acção Nacional para o Controlo da Videira, que congrega esforços de vários organismos públicos e privados.

As doenças do lenho da videira, que afetam o tronco das plantas, constituem também, actualmente e a nível mundial, uma ameaça à produção estável em vitivinicultura.

Rosa Amador salientou que é necessário disseminar «boas práticas» para travar estas doenças que afectam uma importante actividade económica do país e do Douro, a produção de vinho.

O objectivo do projecto é recolher informação e conhecimento sobre as doenças, até porque muitos viticultores e investigadores estão a testar abordagens inovadoras e sustentáveis de luta contra estas moléstias, e partilhar essa informação pelos países europeus.

No dia 10 de Novembro decorre, no Peso da Régua, a segunda reunião anual que junta a equipa científica do Winetwork. Em simultâneo a ADVID organiza o seminário "Doenças lenho e flavescência dourada".

«Aproveitamos o facto de estar cá o grupo científico do projecto e quisemos aproveitar também o conhecimento deles para o transmitir para o exterior. O objectivo é que cada um deles nos transmita o seu conhecimento sobre estas duas doenças», frisou a diretora geral.

O projecto foi aprovado no âmbito do programa-quadro Horizon 2020 (H2020) da Comissão Europeia, começou a ser implementado em 2015 e vai prolongar-se por três anos.  O Winetwork envolve 11 parceiros de Portugal, Espanha, França, Itália, Alemanha, Hungria e Croácia.

Fonte: Lusa

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