quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

CNA em paris para reclamar por soluções efectivas para crise climática

Coimbra, 09.12.2015

A CNA está presente em Paris, com uma delegação, para participar num conjunto de iniciativas da Coordenadora Europeia Via Campesina, paralelas à Conferência Oficial do Clima, COP21.

Desde Paris, a CNA reclama soluções efectivas contra a crise climática e denuncia as falsas soluções que têm sido apontadas como a questão do mercado de carbono e a chamada economia verde.

Na opinião da CNA, o mercado do carbono, sem que haja uma alteração efectiva nas políticas agrícolas, alimentares e comerciais, apenas levará à canalização de enormes investimentos, no sector agro-florestal à escala mundial nos chamados sumidouros de carbono agrícolas e florestais com três principais consequências:

Aumento dos conflitos em torno da posse dos recursos naturais;

Aumento da pressão humana sobre os recursos naturais com a sua inevitável degradação;

Transformação do modelo produtivo agro-florestal, com a sua intensificação e industrialização.

Na opinião da CNA, o modelo agro-industrial intensivo não é a solução para os desafios e crises que se colocam hoje à humanidade, nomeadamente para a crise climática.

Em primeiro lugar, porque o modelo agro-industrial é altamente dependente dos combustíveis fosseis ao depender fortemente da importação de factores de produção, como sejam os fertilizantes, pesticidas mas também rações para a alimentação animal, entre outros, que necessitam para a sua produção de enormes consumos energéticos, o que agrava a questão das emissões de gases com efeito de estufa.

Em segundo lugar, porque a agricultura industrial ao estar suportado num consumo deslocalizado ela implica enormes consumos energéticos para transporte, refrigeração, transformação, embalamento, entre outros, até à chegada dos alimentos ao consumidor final.


Na opinião da CNA a solução para a crise climática, passa pela aposta na agricultura familiar e na pequena agricultura, em modelos de produção mais sustentáveis e na relocalização do consumo alimentar, o que implica, inevitavelmente, uma alteração nas políticas agrícolas, alimentares e comerciais ao nível global.


A Direcção da CNA

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