sábado, 24 de janeiro de 2015

"Não devemos vender o vinho do Porto barato"


Adrian Bridge, Diretor-Geral da Fladgate Partnership, fatura cerca de 100 milhões de euros, o mesmo valor que investiu nos últimos anos. Agora que o Douro está no topo mundial de vinhos, defende o fim do subsídio às uvas para o vinho do Porto e a liberalização do mercado. Porque interessa a qualidade, não a quantidade

Cesaltina Pinto (Entrevista publicada na VISÃO 1140, de 8 de janeiro)
15:07 Sábado, 24 de Janeiro de 2015 |


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"Não devemos vender o vinho do Porto barato"

Pertence à linhagem de uma das primeiras famílias inglesas a negociar vinho do Porto. A empresa começou por ser Taylor Fonseca e agora é o grupo Fladgate Partnership, mas continua familiar, com as marcas Taylors, Croft, Fonseca e Krohn. Com Adrian Bridge ao leme, expandiu-se para o turismo e para a distribuição, embora continue a produzir unicamente vinho do Porto. Gere 11 quintas e está a investir €1,5 milhões num centro de visitas na Quinta da Roeda. 
A Fladgate comprou muitas outras empresas no Douro. Porquê?

Quando cheguei à liderança do grupo, em 1998, decidimos ganhar escala para concorrer mundialmente. Atendendo à concentração das redes de distribuição mundiais, permanecer uma empresa pequena tinha riscos. A nossa última compra foi em 2013, com a Wiese & Krohn, uma marca ainda não muito conhecida, mas com vinho de boa qualidade. Há um crescimento mundial da procura dos vinhos 'velhos', com 10, 20 e sobretudo 30 e 40 anos. Ao lançarmos o Scion [um dos mais antigos e raros vinhos do Porto Tawny] provamos que existem consumidores, e colecionadores, com capacidade financeira para estes produtos especiais. Foi um grande sucesso. É um vinho de 1855, que vendemos numa caixa por €2500!. Ficamos com stocks de muito boa qualidade para crescer no mercado de vinhos mais antigos. 

Quais foram as grandes mudanças ?do Douro?
As redes rodoviárias. A consequência é que há muitos mais projetos. Pode-se viver no Porto e ter um projeto lá. Apareceu uma nova geração que rentabiliza melhor as suas quintas, não vende só as uvas. Houve também uma mudança política. Há 20 anos, a Casa do Douro tinha uma forte importância e hoje está extinta. Estas alterações trouxeram capacidade para o Douro reduzir a dependência do vinho do Porto, embora este ainda pague 75% das contas dos lavradores. O turismo alterou o desenvolvimento socioeconómico. Antes, os mais jovens só podiam trabalhar no campo. Hoje, a hotelaria dá ali muito emprego.

O turismo ali já tem viabilidade?
Só em 1998 o Douro teve o seu primeiro hotel de luxo, quando abrimos o Vintage, no Pinhão. Naquela altura, não havia barcos, nem hotéis. Hoje, há muitos hotéis, restaurantes de referência, como o DOC, muito investimento dos grandes grupos em centros de visitas. Mas é fundamental que haja turismo de qualidade e que respeite um vale protegido pela Unesco. É o vale de vinhos mais lindo do mundo, coisa que tem de se valorizar. Com a abertura do Hotel Yeatman [em Vila Nova de Gaia], provamos que construir um produto de luxo aumenta o mercado, não só para nós mas para todos. Nos últimos seis anos, investimos €2,5 milhões só para promover o destino Porto. Construímos o hotel em tempo de crise e lançamos, em 2010, um produto de alta qualidade, com um preço no dobro do nosso maior concorrente, o Sheraton. 

Agarraram o mercado top?
Sim, mas promovemos o Porto, para vender o Yeatman. Esta estratégia funcionou. Hoje há 16 barcos hotéis no rio e, até 2017, serão  20! O Porto é a capital de vinhos de Portugal. Somos o centro de vinhos do País. Não é Lisboa. Uma boa parte dos vinhos portugueses é vinho do Porto. Temos uma cidade que dá o nome a uma categoria de vinhos, tal como Champagne [França]. E hoje o Douro é também vinho de mesa, com muita qualidade.

O Yeatman custou €32 milhões. Já dá lucro?
2014 será o primeiro ano de lucro e pagamento de impostos. Foram quatro anos de prejuízo. O negócio cresceu 15% em 2014, porque aumentamos os preços. Com o número de projetos que aí vejo...as pessoas acham que é só construir, abrir portas, os clientes chegam e faz logo lucro. O problema é quando alguém lança um projeto e percebe que não é assim tão fácil rentabilizar, entra em pânico e baixa os preços. Não devemos vender o Porto barato. Esta cidade é um produto de luxo e às vezes temos falta de confiança. O Porto é rico em história, tem bons artistas, boa arquitetura e gastronomia, temos excelentes produtos de mar. Temos o Douro, os nossos vinhos. Esta é uma cidade compacta, bem feita para o turismo, e, para tudo, é uma experiência quase única no mundo. E há gente que paga para vir.

Não começa a haver excesso de oferta?
Honestamente sim. Por isso, precisamos de construir uma procura antes de continuar a criar oferta. Se continuamos a construir assim, os preços vão baixar e entraremos num ciclo negativo. É um risco a muito curto prazo. É fundamental ter uma estratégia para o grande Porto [com Gaia e Matosinhos], pensar numa grande cidade integrada, para que todos beneficiem deste destino.  

Os vinhos do Douro ficaram muito bem classificados no top da Wine Expectator. ?Qual é a importância destes prémios? 
É fantástico. Prova que temos capacidade de concorrer com os melhores do mundo. ?A primeira vez que Portugal ficou no primeiro lugar foi em 1997, com um Taylor e um Fonseca, ex-aequo, de 1994. Passaram 17 anos. E já não há dúvida que o vinho de mesa do Douro tem grande potencial. A dificuldade é que temos regras e estruturas que pertencem ao 1933 de Salazar. Há lavradores que não estão preocupados se perdem metade da sua produção porque recebem na mesma o beneficio. Se tivéssemos um mercado aberto, e as mesmas regras para o vinho do Porto e para o de mesa, todos beneficiavam. 

Defende a liberalização ?e o fim do benefício?
O benefício não serve. É artificial, distorce o mercado e retira exigência para produzir melhor. 

Os outros produtores ?e empresas concordam?
Depende, se falamos com pequenos lavradores ou se com aqueles que estão vocacionados para produzir o melhor possível. As grandes empresas beneficiam deste sistema, porque podem comprar uvas por menos de um terço do custo de produção. Não é justo para os lavradores. Não tem lógica haver regras diferentes, para as mesmas vinhas e as mesmas uvas. Temos de atacar estas regras antigas e inovar.  Um exemplo: quando inovamos com o Pink, em 2005, queria fazer vinho do Porto rosé e diziam-me que não podia. Porque as regras estipulam que vinho do Porto é branco e tinto. Devia ser verdade, até alguém dizer que quer fazer um rosé! Bem, demorou três anos até o podermos fazer. E hoje representa 1,5% do volume de vinho do Porto mundial. Não canibalizou as vendas do vinho do Porto. Todas as outras regiões mundiais estão a inovar e aqui todos precisamos de coragem para liberalizar e modernizar a gestão do setor.

A extinção da Casa do Douro vai ajudar?
A Casa do Douro tem sido a nuvem negra. A sua extinção pode permitir um novo pensamento para o Douro e abrir uma séria discussão sobre como é que este vale excecional com um potencial impressionante pode ser desenvolvido. Agora há que ver quem vai representar os lavradores. 

A falsificação do Porto é uma ameaça?
Já não. O futuro do Douro são os vinhos a €120 a garrafa, não a €2. Não há vinhos do Porto nos EUA ou na África do Sul que cheguem a esta qualidade. Quem se preocupar com isso não percebe o futuro do Douro. Em 2014, o volume de branco baixou 4%. Não é grave, porque tinha um lucro de 8 a 10 cêntimos por garrafa! Isto não é lucro. É o preço que suporta a qualidade da viticultura no Douro. Produções limitadas dão lucro. 

É a marca, e não a designação, que vende?
Sim. Se eu tirar a palavra vinho do porto do rótulo do Taylor continuo a vender a mesma coisa. Estou mais preocupado em proteger as minhas marcas do que em pôr lá a designação vinho do Porto, usada nos produtos genéricos do Lidl por €3. Aquela garrafa de 1863 vale €2500 e tem o mesmo selo de garantia que está noutra qualquer garrafa de vinho do Porto vendido a €2. O importante é a qualidade do líquido. E quem a garante são as empresas.


Barca Velha e Pera Manca alvo de falsificação


ASAE apreendeu 110 garrafas contrafeitas das duas marcas mais distintas de vinho nacional. Produtores estão "preocupados".
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Carla Tomás |
16:00 Sábado, 24 de janeiro de 2015

É na Quinta da Leda, no Douro, que se produz o vinho Barca Velha /  Rui Duarte Silva

Encontrar uma garrafa de Barca Velha ou de Pera Manca - os vinhos nacionais mais caros do mercado - numa garrafeira no Martim Moniz não é coisa habitual. E, por não ser, o inspetor da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) que tropeçou numa das "marcas de topo" numa loja de vinhos na 'Chinatown' de Lisboa, encontrou aqui mais uma pista para a "Operação Premium".

A investigação, iniciada em finais de 2013, levou à apreensão de 110 garrafas falsificadas "de duas marcas de dois vinhos de excelência, no valor total de mais de 30 mil euros", esclarece a ASAE ao Expresso. Pelo menos oito pessoas foram constituídas arguidas por crime de fraude.

Tudo começou com uma denúncia, seguida da apreensão de garrafas falsas misturadas com as dos 'ícones' verdadeiros no freeshop do aeroporto de Lisboa. A partir daí, a autoridade que se dedica à fiscalização da fraude alimentar e económica procurou o circuito da distribuição e da falsificação de rótulos e garrafas, e descobriu outros postos de venda com exemplares contrafeitos. O "varrimento" a várias garrafeiras - das mais conhecidas, às menos conceituadas, em vários pontos do país - permitiu estabelecer "um circuito com uma origem comum".

Para já, confiscaram pouco mais de uma centena de exemplares, mas a ASAE estima que haja mais, sobretudo direcionadas para o circuito de exportação para o Brasil e Angola. Aliás, uma das denúncias veio de um consumidor brasileiro, que comprou um vinho de €400 pela internet e só se apercebeu de que fora enganado depois de o provar.


A importância da fatura
"Quem anda no métier sabe que quem comercializa de boa-fé este tipo de produto faz-se acompanhar de fatura", adverte o inspetor da ASAE, Domingos Antunes.  Quem não a pede, arrisca-se a perceber que foi enganado só depois de provar.  Por isso o conselho é simples: "Não comprem este tipo de vinhos sem uma fatura que acautele a sua proveniência."

A Sogrape, que detém a Casa Ferreirinha, mãe do duriense Barca Velha, também aponta para a necessidade deste tipo de garantia. Por ser tão escassa a produção destes vinhos (ver caixa) "é possível seguir cada garrafa", garante a relações públicas, Joana Pais, admitindo que, "como todas as marcas que têm prestígio e valor, também a Barca Velha representa um potencial de falsificação". Por isso, a empresa revela estar "preocupada" com o surgimento destes casos e não quer "ver a marca afetada". Esta inquietação levou-a a criar novos elementos distintivos, como o holograma no rótulo ou o relevo incrustado no vidro.

José Mateus Ginó, diretor comercial da Fundação Eugénio de Almeida, que produz o alentejano Pera Manca, admite "a ameaça" de falsificação: "É um problema que nos toca e nos preocupa." Mas, para já, mantém "uma posição de reserva", uma vez que diz saber "muito pouco sobre a eventual contrafação" e prefere aguardar pelos desenvolvimentos da investigação.
As duas casas têm colaborado com a ASAE na averiguação destas fraudes, asseguram ao Expresso. "A autoridade policial é a única a nível nacional a dominar esta área de investigação e deve continuar este caminho de proteção das marcas portuguesas para exportação e combater a concorrência desleal e a falsificação no mercado lusófono", sublinha o inspetor-geral Pedro Portugal Gaspar. Nesse sentido, estão também a "aprofundar a colaboração com as autoridades homólogas em Angola e no Brasil".

Apesar de só pouco mais de uma centena de garrafas falsas terem sido apreendidas, haverá mais em circulação. "Ninguém monta um negócio destes por meia dúzia de garrafas e o negócio fraudulento só compensa para vinhos muito caros e em quantidade", explica Domingos Antunes.
"O vinho não fala e aí está o cerne da questão, pois um não-conhecedor pode ser facilmente enganado", afirma o enólogo Jorge Serôdio. A ideia é corroborada pelo colega Jorge Alves, que caracteriza desta forma o que distingue um Barca Velha ou um Pera Manca reais dos outros néctares dos deuses nacionais: "São vinhos densos, maçudos, considerados tridimensionais porque têm um peso na boca que os distingue de todos os outros."

Mas muitos dos que adquirem estes vinhos são pessoas com poder de compra, que gostam de mostrar status, mas que "não os conhecem verdadeiramente", dizem os entendidos. Os dois enólogos lembram que na China têm sido relatados vários casos de contrafação de vinhos de exceção, sobretudo  envolvendo um dos mais caros do mundo, o francês Château Lafite Rothschild, que custa mais de mil euros. Chegam a circular três vezes mais garrafas na China do que as produzidas na região de Bordéus.


Portugal reduz défice da balança alimentar em 600 milhões até Novembro


23 Janeiro 2015, 18:23 por Isabel Aveiro | ia@negocios.pt

Assunção Cristas reviu os últimos dados de importações e exportações de produtos alimentares. Só o azeite contribui com 100 milhões de euros.
O défice da balança comercial de produtos alimentares sofreu uma redução de 609 milhões de euros entre Janeiro e Novembro de 2014, avançou esta sexta-feira Assunção Cristas.
 
A ministra da Agricultura e do Mar, que falava com os jornalistas à margem de uma visita à herdade do Marmelo, "maior olival do mundo" e sede do lagar da Sovena (grupo Jorge de Mello), acrescentou ainda que daquele valor, "100 milhões de euros [são] do azeite".
 
A redução foi sustentada num aumento de 7,5% das exportações alimentares, explicou a governante, mas também numa redução de 2,7% das importações da mesma categoria de produtos nos primeiros 11 meses do ano passado.
 
Segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística, libertados em meados de 2014, o saldo da balança comercial de produtos agrícolas e agro-alimentares no ano passado "foi deficitário em 3,7 mil milhões de euros", com um aumento de 39 milhões de euros, que o INE qualificou então como de "nível ligeiramente superior ao registado em 2012".
 
No início deste ano, a secretária de Estado da Agricultura, com base em dados de Janeiro a Outubro de 2014, já tinha adiantado que houve nos primeiros 10 meses "uma redução do défice da balança comercial de 560 milhões de euros.
 
Esta sexta-feira, fazendo as contas por alto e sem o ano de 2014 totalmente apurado – uma vez que falta Dezembro – Assunção Cristas contabilizou em mais de 1.200 milhões de euros a redução do défice alimentar, acumulado, desde 2012.
 
Recorde-se que a redução da balança comercial de produtos alimentares é uma meta da actual tutela, cuja legislatura termina em 2015.

PCP propõe criação de imposto sobre grande propriedade rústica



"Uma região como a nossa, que regista os níveis de desemprego que conhecemos e o drama da emigração dos mais jovens porque não encontram emprego, não se compadece com a existência de potencialidades que ficam por aproveitar", afirmou

O PCP propôs hoje a criação de um imposto especial sobre a grande propriedade rústica, com carácter transitório, para "penalizar o absentismo e o abandono de terras", sobretudo na região do Alentejo.

Esta é uma das medidas propostas pelos comunistas no Plano Imediato de Intervenção Económica e Social para o Alentejo, que vai ser entregue, na quarta-feira, na Assembleia da República, em forma de projecto de resolução.

Em declarações à agência Lusa, o líder parlamentar do PCP, João Oliveira, defendeu a criação de "um instrumento que penalize o absentismo e a propriedade da terra que não se traduz no seu aproveitamento", sobretudo no Alentejo.

"Uma região como a nossa, que regista os níveis de desemprego que conhecemos e o drama da emigração dos mais jovens porque não encontram emprego, não se compadece com a existência de potencialidades que ficam por aproveitar", afirmou.

O deputado eleito por Évora realçou que o imposto "faz particular sentido" na região alentejana, para "penalizar o absentismo e o abandono da terra" e, ao mesmo tempo, contribuir para que "as potencialidades agrícolas e agro-industriais possam ser aproveitadas".

Outra das medidas que consta no plano, segundo o presidente da bancada comunista, passa pela regionalização e, em particular, pela criação da "Região Administrativa do Alentejo".

"Esse é um elemento fundamental, não só em relação ao cumprimento de uma imposição constitucional, mas também no plano político e até social" e para "a concretização de muitas das medidas" do plano, considerou João Oliveira.

O aproveitamento das potencialidades nos sectores primário e secundário, a criação de uma reserva estratégica de terras afecta à produção agrícola e agro-pecuária e o desenvolvimento de um programa de apoio à agricultura familiar são algumas das medidas do plano comunista.

O documento inclui ainda outras propostas como a prestação de apoio técnico às explorações agrícolas, o desenvolvimento de mercados de proximidade e outros pontos de venda directa dos produtos da região e a criação de incentivos para a fixação de agro-industriais transformadoras.

O PCP propõe também a valorização de rendimentos e a recuperação do poder de compra, a intervenção na fixação dos preços dos combustíveis dos factores de produção e o reforço do investimento público e dos serviços públicos e a melhoria da sua qualidade.

Com Lusa

Produção de vinho estável em Portugal e em queda livre na Europa

JOSÉ MANUEL ROCHA 23/01/2015 - 15:05
Regiões do Centro e do Norte com quebras, que acabaram por ser compensadas no Sul.

 
Exportações em garrafa estão a aumentar PÚBLICO/ARQUIVO

A produção de vinho em Portugal atingiu os 6,2 milhões de hectolitros no ano passado, o que representa uma quebra ligeira, de 0,8%, face ao ano anterior, revelou o Instituto da Vinha e do Vinho (IVV). Este resultado contrasta com o recuo médio de 8% previsto para o conjunto da União Europeia, onde se destacam as péssimas campanhas de Espanha (-18%) e de Itália (-15%).

A vindima de 2014 acabou por ser menos dolorosa do que faziam crer as previsões avançadas no Verão pelo IVV e pelas regiões demarcadas. Nessa altura, os dados apontavam para quebras quase generalizadas nas principais áreas de produção, o que acabou por não se verificar em algumas delas.

Um olhar nacional pelos resultados da campanha permite, no entanto, perceber que o ano foi mau no Norte, com doenças e mau tempo a afectarem o desenvolvimento das uvas e a colheita, mas este cenário acabou por ser compensado no Sul, com algumas regiões a apresentarem crescimentos robustos, como é o caso da península de Setúbal (+22%).

Globalmente, no Centro e no Norte do país, a produção caiu cerca de 10%, com o Minho a apresentar o maior recuo (14%), seguido do Douro, onde a colheita caiu cerca de 8%. No Sul, verifica-se um aumento de produção de cerca de 9%, com a península de Setúbal a liderar destacadamente os ganhos, seguida do Tejo (mais 17%) e do Alentejo (mais 9%).

Nas regiões do Sul, o facto de não ter havido chuva significativa no período das vindimas, como aconteceu no Centro e no Norte, acabou por pesar no resultado final obtido.

O nível de produção alcançado é fundamental para manter os stocks nacionais e garantir os níveis de exportação, aproveitando as dificuldades que alguns dos maiores produtores europeus irão enfrentar. No ano passado, até Setembro, Portugal exportou cerca de 1,6 milhões de hectolitros de vinho, o que representa um recuo de cerca de 9% face ao período homólogo de 2013. Mas o valor apurado aumentou, embora de forma ligeira (0,3%), o que significa que o valor cobrado por litro teve um incremento significativo.

As exportações portuguesas de vinho renderam, nos três primeiros trimestres, cerca de 502 milhões de euros, dos quais 466 milhões são atribuíveis a vinho engarrafado.

New York Times visita a Adega Mayor


23 Jan 2015 < Início < Notícias

A Adega Mayor, uma Adega exclusiva de Autor em Campo Maior, foi recentemente destacada no artigo do prestigiado jornal internacional New York Times, que distingue o Alentejo.
Numa viagem a Portugal, o jornalista do New York Times teve a oportunidade de conhecer o Alentejo, que enaltece como tipicamente português, referindo que se está a tornar um dos destinos de topo no Mundo.
Aproveitou também a viagem para visitar a Adega Mayor, projectada pelo arquitecto Siza Vieira, e que afirma ser um espaço "hipermoderno".
O jornalista do jornal norte-americano realizou ainda uma prova de vinhos, que proporciona uma experiência inesquecível a quem visita esta terra de referência internacional. "Viajámos pelo edifício engenhosamente construído e provámos alguns dos vinhos requintados", sublinha no seu artigo, publicado no site do New York Times.
Este destaque vem reforçar a distinção atribuída pelo Turismo do Alentejo à Adega Mayor com o prémio Melhor oferta de Enoturismo e desafiar todos os visitantes a viver uma experiência Mayor. A Adega Mayor apresenta uma oferta alargada de actividades como passeios pedestres, passeios de Btt, provas de orientação, experiências de vindima, acções team building, voos de balão, passeios de barco na Barragem do Caia, entre muitas outras experiências desenhadas ao pormenor e personalizadas para cada consumidor.
Todos os consumidores podem ainda optar por um dos três packs exclusivos e adaptados aos diferentes perfis de visitante que prometem surpreender os mais curiosos.
O Pack visita simples sem degustação foi desenhado a pensar nas escolas e seniores. Já, o Pack Visita e Degustação de dois vinhos é ideal para os apreciadores de vinho, no início da educação vínica, e o Pack Visita & Degustação com Tapas foi pensado ao pormenor para os apreciadores mais exigentes que querem adquirir maior conhecimento dos vinhos da Adega Mayor e da gastronomia regional.
 
Fonte: AICEP

Nomeados "Personalidade do Ano no Vinho"


21 Jan 2015 < Início < Notícias
Prémios revista WINE

Dora Simões, Jaime Neves Vaz, João de Vallera e Jorge Dias são os quatro nomeados para a categoria "Personalidade do Ano no Vinho" dos prémios "Melhores do Ano 2014", pela revista WINE - A Essência do Vinho.

Dora Simões, presidente da Comissão Vitivinícola Regional Alentejana, tem cumprido de forma exemplar o papel de defesa e apoio dos produtores, promovendo o Alentejo nos principais mercados e renovando a perceção nacional e internacional do presente e do futuro a região. Jaime Neves é o mentor da Garrafeira Nacional, um conforto para os olhos e uma referência inquestionável para os enófilos nacionais... e brasileiros. João de Vallera, atualmente na posição de embaixador português em Londres e anterior embaixador em Washington, tem tido um papel incansável e dedicado à promoção e valorização dos vinhos portugueses nos países onde tem prestado serventia em nome de Portugal. Jorge Dias, o atual diretor-geral e gerente administrador da Gran Cruz Porto e da Companhia União dos Vinhos do Porto e Madeira, conseguiu construir uma marca de sucesso que para além de vinhos bem conseguidos logrou investir milhões no extraordinário Espaço Porto Cruz em Gaia e vários outros milhões numa nova adega no Douro, que passou a ser um marco indispensável numa visita à região.

O elenco global de nomeados pode ser conhecido em detalhe na edição da WINE que está nas bancas. Os grandes vencedores serão conhecidos numa cerimónia de anúncio e entrega de prémios a realizar-se no próximo dia 30 de janeiro, no espaço BH Foz, na cidade do Porto.

Nomeados "Enólogo do Ano"


23 Jan 2015 < Início < Notícias
Prémios revista WINE

No próximo dia 30 de janeiro, em cerimónia a realizar-se no espaço BH Foz, no Porto, a revista WINE - A Essência do Vinho revela os grandes vencedores dos prémios "Melhores do Ano 2014". Diogo Campilho, Filipa Pato, José Maria Soares Franco e Luís Duarte são os quatro nomeados na categoria "Enólogo do Ano".

Poderá ainda ser um desconhecido para muitos dos que se interessam mais superficialmente pelo vinho, mas Diogo Campilho é hoje muito mais que uma mera promessa entre os novos nomes da enologia, desenvolvendo um trabalho notável, sobretudo na região do Tejo, na Quinta da Lagoalva, e também no pequeno projeto pessoal.
Já Filipa Pato, mais que herdar um nome de prestígio, dedicou-se a criar um nome próprio que rapidamente transbordou as fronteiras da região e as nacionais para se converter num dos principais nomes do vinho nacional. Destaque para a capacidade de criação e permanente inovação sem nunca largar os ensinamentos do passado, a ligação à terra e ao "terroir" da Bairrada e do Dão.
Por sua vez, José Maria Soares Franco, um dos mentores de um dos vinhos mais míticos de Portugal, o famoso Barca Velha, destaca-se pela ousadia de se ter lançado num projeto solitário, um caminho próprio que decidiu trilhar na companhia do grande amigo João Portugal Ramos. Apesar de ter retomado do nada, poucos anos após o projeto Duorum transformou-se num caso muito sério entre os vinhos do Douro.
Para além de naturalmente talentoso, Luís Duarte é um enólogo pragmático, direto, quase cortante na sinceridade e simplicidade com que desenha os vinhos. Mais que procurar desenhar vinhos de pontuações astronómicas, prefere dedicar-se aos vinhos que sejam economicamente acessíveis, de tiragem larga mas de qualidade e personalidade assegurada. Muitos dos vinhos mais famosos do Alentejo são da sua lavra.

O elenco global de nomeados pode ser conhecido em detalhe na edição da WINE que está nas bancas.



Fonte: WINE-A Essência do Vinho

AVISO: Prorrogação do prazo de apresentação de candidaturas

EMISSÃO DE CERTIFICADOS DE ORIGEM - DECRETO-LEI Nº 190/2014



O Decreto-Lei n.º 190/2014 de 30 de dezembro estabeleceu as entidades responsáveis pela emissão de Certificados de Origem dos produtos do setor vitivinícola, sendo que a competência de coordenação do seu processo de emissão incumbe ao IVV, I. P..
Entidades emissoras:

Com a entrada em vigor das disposições deste Decreto-Lei, a emissão dos Certificados de Origem para os produtos vitivinícolas compete:
 Para produtos certificados: às entidades certificadoras das respetivas DO e IG designadas nos termos do DL 212/2004, e ao IVDP;
 Para produtos vitivinícolas não certificados: ao IVV, sendo possível a delegação de competências nas entidades certificadoras.

Procedimentos:

Os procedimentos a seguir para fazer o pedido e para a emissão dos Certificados de Origem dos produtos vitivinícolas são estabelecidos pelo IVV e serão divulgados em www.min-agricultura.pt

 Produtos certificados com DO/IG:

Regiões: Vinhos Verdes, Douro, Dão, Tejo, Península de Setúbal e Alentejo,
Os Certificados de Origem respetivos são emitidos em aplicações informáticas próprias de cada entidade certificadora, devendo para o efeito serem utilizados os códigos de acesso específicos atribuídos aos operadores.

Regiões: Trás-os-Montes, Távora-Varosa, Beira Interior, Bairrada, Lisboa e Algarve
O pedido de emissão de Certificado de Origem é feito através do Sistema de Informação da Vinha e do Vinho (SIvv).

 Produtos não certificados

O Pedido de emissão de Certificado de Origem é feito através do SIvv.

Despesas:
 Para produtos certificados a emissão de Certificados de Origem é gratuita.
 Para produtos não certificados será fixado um preço máximo. As entidades emissoras de certificados de origem fixam depois o preço que cada uma irá praticar. Estes preços serão divulgados pelo IVV em www.min-agricultura.pt

As disposições deste Decreto-Lei entram em vigor a 29 de janeiro de 2015.

PRINCIPAIS DECISÕES DAS AJUDAS DIRETAS AOS AGRICULTORES JÁ PUBLICADAS


Foi hoje publicado, em Diário da República, o despacho normativo nº 3/2015 que contempla as decisões nacionais no que diz respeito ao 1º pilar da PAC (ajudas diretas). A reforma da PAC veio introduzir, no quadro das ajudas diretas aos agricultores, um conjunto de novos regimes que visam dar resposta aos desafios económicos, ambientais e territoriais com que a agricultura europeia se defronta.

Segundo o Secretário de Estado da Agricultura, José Diogo Albuquerque: "Depois de em 2014 termos apresentado publicamente as decisões nacionais da PAC e feito a respetiva comunicação à Comissão Europeia, damos agora continuidade à sua operacionalização com a publicação dessas decisões em despacho. Foi um trabalho intenso com a elaboração de vários estudos e análises, que envolveu uma ampla auscultação às organizações representativas do sector e cujo objetivo foi determinar as opções mais adequadas à realidade da agricultura portuguesa".

As decisões em causa pretendem:
 Reforçar o conceito de agricultor ativo e de atividade agrícola;
 Permitir a entrada de novos agricultores no 1º pilar da PAC, através de uma abertura controlada do sistema;
 Aplicar a convergência parcial e faseada dos apoios como forma de garantir a estabilidade nos rendimentos dos agricultores;
 Aplicar o regime da pequena agricultura;
 Apoiar os jovens agricultores nas ajudas diretas;
 Atribuir pagamentos ligados para preservar a produção em sistemas ameaçados pelo abandono.

Eco-escolas trabalham agricultura biológica, mar e mobilidade sustentável


O Eco-Escolas, com mais de mil estabelecimentos e maior percentagem de adesão na Madeira, pediu este ano trabalhos sobre agricultura biológica, mar ou mobilidade sustentável, disse hoje a sua coordenadora.
"Até ao momento estão registadas 1.220 escolas no projeto Eco-Escolas, em todo o país, envolvendo cerca de 350 mil alunos", revelou à agência Lusa Margarida Gomes, acrescentando que o programa para promover comportamentos sustentáveis entre os jovens está em todos os distritos, em cerca de 230 concelhos.
Este ano, os assuntos propostos são "a agricultura biológica, o mar ou a mobilidade e em torno destes desafios as escolas desenvolvem diversos projetos de forma a trabalhar estes temas, como hortas biológicas e são já mais de 500 as instaladas nas eco-escolas", segundo Margarida Gomes.
A responsável pelo programa falava a propósito do Seminário Nacional Eco-Escolas 2015, que se inicia na sexta-feira, em Monção, uma iniciativa do Agrupamento de Escolas do concelho, da autarquia e da Associação Bandeira Azul da Europa (ABAE), que gere o projeto em Portugal.
Nos projetos de mobilidade sustentável, os alunos podem destacar a importância da deslocação a pé para a escola ou de aumentar a eficiência energética, por exemplo.
A região autónoma da Madeira, onde cerca de 60% dos estabelecimentos de ensino são eco-escolas, regista a maior percentagem de adesão, avançou.
Margarida Gomes explicou, no entanto, que os distritos de Lisboa e Porto "são aqueles que têm maior número de eco-escolas, o que não quer dizer que tenham maior percentagem, já que são as regiões onde há mais escolas".
Assim, "em termos absolutos, será Lisboa e Porto [com maior presença do Eco-Escolas], em termos relativos distingue-se a região autónoma da Madeira", porém, "mais de 80% das escolas mantém-se e continuam no programa para o ano seguinte", resumiu.
As eco-escolas têm de tratar temas da gestão do espaço escola, relacionados com os resíduos, água e energia, e em cada ano o projeto solicita a escolha de um destes assunto para ser desenvolvido.
A edição de 2015 tem novidades como o início de um projeto que pretende ligar eco-escolas do país e todos os municípios e integra "a passagem de um testemunho de escola em escola, feito de forma sustentável, a pé ou a cavalo", por exemplo, e "ao mesmo tempo [realiza] um levantamento das condições de mobilidade em torno da escola, depois entregues à câmara municipal", explicou Margarida Gomes.
O programa abrange todos os graus de ensino, desde jardins de infância a estabelecimentos do ensino superior, que atualmente são seis, a que se juntam outros como universidades da terceira idade, centros educativos ou escolas profissionais.
As eco-escolas de todo o mundo têm em comum a metodologia de trabalho, inspirada na Agenda 21 local e água, resíduos e energia são as atividades repetidas em cada uma, a que se juntam temas anuais.
Diário Digital com Lusa

Açores: Confirmado surto de doença hemorrágica viral em coelhos-bravos


O Governo dos Açores revelou hoje que análises laboratoriais confirmaram que há um surto de doença hemorrágica viral entre os coelhos-bravos das ilhas Terceira, São Jorge e Flores, onde já foram recolhidos mais de quatro mil animais mortos.
O surto desta doença nos Açores foi detetado em dezembro na Graciosa, confirmando-se agora a sua presença em mais três ilhas do arquipélago.
As análises foram realizadas pelo Laboratório Regional de Veterinária e pelo CIBIO/Universidade do Porto a amostras de coelhos-bravos mortos recolhidos nas Flores, São Jorge e Terceira, tendo-se confirmado "a presença da nova estirpe da doença hemorrágica viral (DHV) nas populações de coelho-bravo" daquelas três ilhas, segundo um comunicado do executivo regional.
O Governo Regional decidiu, por outro lado, proibir a caça na ilha Terceira, interdição que havia já sido decidida no início do ano para São Jorge e Flores, por causa do número "significativo" de coelhos-bravos encontrados mortos, e na Graciosa, ainda em dezembro.
Entre 02 e 19 de janeiro foram recolhidos 2.780 coelhos mortos na ilha das Flores, 1.333 em São Jorge e 80 na Terceira, revela o Governo Regional.
"Os serviços das direções regionais dos Recursos Florestais e da Agricultura mantêm em curso iniciativas destinadas a informar a população sobre os comportamentos a adotar para impedir a disseminação do vírus, nomeadamente avisar de imediato os Serviços Florestais dos locais da presença de coelhos mortos, prevenir a disseminação para os coelhos domésticos e promover a desinfeção de calçado, vestuário, ferramentas e interior das viaturas, no caso de contacto com coelhos infetados", diz o governo açoriano.
Segundo a mesma nota, "a implementação destas iniciativas tem permitido uma evolução positiva na contenção dos efeitos do surto da virose hemorrágica detetado em dezembro de 2014 na ilha Graciosa".
O Governo Regional reitera ainda que esta doença, "apesar de muito contagiosa para os coelhos", não se transmite aos seres humanos ou outras espécies animais. No entanto, a carne dos coelhos afetados não deve ser consumida.
Diário Digital com Lusa

Marvão lança concurso de ideias de negócios na área agrícola

Janeiro 22
09:35
2015

A Câmara Municipal de Marvão anunciou o lançamento da segunda edição do "Concurso Municipal de Ideias de Negócio", com o objectivo de incentivar pessoas e empresas a apresentar novas ideias de negócio.

Este ano, este concurso está vocacionado para a agricultura, floresta e agro indústria, tendo sido escolhido este tema pelo potencial recente de terras irrigadas existentes no concelhio e que não estão totalmente aproveitadas.

Um dos objectivos é a fixação de jovens à terra. Existem 400 hectares de terra que beneficiaram do plano de rega do Alqueva e que estão na posse de agricultores muito idosos, que estão dispostos a alugar ou a vender.

Na primeira edição deste concurso, ganhou um jovem que apresentou um projecto para fazer sabonetes a partir de azeite. Esta segunda edição do Concurso de Ideias de Negócio vai ser apresentada no próximo sábado, na Casa da Cultura do Município, em conjunto com a comemoração do 117º aniversario do Concelho de Marvão.

Secretário de Estado prevê que sucessora da Casa do Douro se conheça em Março

22-01-2015 
 

 
O secretário de Estado da Agricultura afirmou que durante o mês de Março deverá estar escolhida a organização privada sucessora da Casa do Douro (CD), com sede na Régua, a qual assumirá funções de imediato.

Após a extinção da dimensão pública da CD, a 31 de Dezembro, o Governo abriu um processo de concurso para as associações e federações de direito privadas interessadas em ficar com a gestão da instituição duriense. Na corrida à nova e privada CD, de inscrição facultativa, estão a Federação Renovação Douro e a Associação da Lavoura Duriense.

O secretário de Estado José Diogo Albuquerque, que há dois anos assumiu o dossiê Casa do Douro, afirmou à agência Lusa que as candidaturas estão a ser analisadas por um júri do Instituto da Vinha e do Vinho (IVV) assegurando-se, desta forma, a desgovernamentalização na escolha das organizações.

Durante o processo vai ser averiguada a veracidade dos viticultores que integram as candidaturas e os critérios para a escolha serão precisamente o número de produtores representados e a área de vinha.

O governante prevê que o vencedor deste concurso seja anunciado durante o mês de Março e referiu que a entrada em funções «será imediata». «É bom sinal que haja duas organizações e que haja disputa para querer liderar a representatividade dos agricultores na região», salientou.

A União das Adegas Cooperativas do Douro aprovou a filiação na Associação da Lavoura Duriense, uma decisão que já foi alvo de uma providência cautelar por parte de duas adegas que querem suspender esta decisão.

José Diogo Albuquerque não acredita que esta questão atrase o processo e salientou que se houver dúvidas quanto à filiação dos viticultores, estas serão resolvidas em tribunal.

O responsável considerou que com a extinção da instituição foram também extintos os postos de trabalho e que será agora, a nova organização, a decidir que tipo de recursos vai necessitar.

Quanto às críticas da direcção cessante sobre os prazos inexequíveis para a realização de eleições e a falta de resposta ao plano de acção apresentado ao Governo, José Diogo Albuquerque sublinhou que o prazo de 60 dias para as eleições «era possível».

Para além disso, lembrou que passaram «200 dias» desde que o decreto-lei que mudou os estatutos da CD foi aprovado, em Conselho de Ministros, e o mês de Dezembro.

Quanto ao plano de acção considerou que este tinha uma série «de inseguranças» e «de riscos» quer financeiros quer de introdução de vinho no mercado.

Fonte: Lusa

Ministra da Agricultura admite quebra na produção de azeite mas preço ao produtor sobe

23-01-2015 
 

 
A ministra da Agricultura, Assunção Cristas, admitiu uma quebra na produção de azeite na campanha deste ano, ainda não quantificada, mas os eventuais prejuízos vão ser compensados com o aumento verificado no preço ao produtor.

No sector do azeite, disse, «foi um ano mau», em virtude de «circunstâncias do clima que, depois, trouxeram outros problemas associados», nomeadamente uma praga de mosca da azeitona e a doença da gafa.

«Prevê-se uma quebra na produção, mas a verdade é que também já há uma reacção do próprio preço ao produtor», que «subiu», pelo que «não compensará tudo, mas permitirá compensar uma parte daquilo que é a quebra de produção», afirmou a ministra da Agricultura e do Mar, em Ferreira do Alentejo.

Segundo a ministra, os números concretos nacionais sobre a quebra de produção no sector do azeite «ainda estão a ser recolhidos», mas estima-se que ronde os «20 ou 25 por cento».

Assunção Cristas falava aos jornalistas durante a visita que efectuou ao Lagar do Marmelo, no concelho de Ferreira do Alentejo e propriedade da empresa Sovena, produtora de marcas como o azeite Oliveira da Serra.

Quanto ao preço pago ao produtor «varia um bocadinho no país», mas a governante insistiu que «está a subir significativamente», com aumentos na ordem dos «40 a 50 por cento». Segundo a ministra, a tendência para Portugal continuar a crescer neste sector «não está em causa», uma vez que a actual quebra deve-se apenas a circunstâncias «a que os agricultores estão habituados» e para as quais «estão preparados porque sabem que têm uma empresa a céu aberto», que depende do clima.

«Já há alguns anos que atingimos a auto-suficiência em valor no sector do azeite», assim como «em tonelagem», recordou Assunção Cristas, afiançando que a primeira não vai ser afectada por esta quebra, mas escusando-se, para já, sem números concretos, a dar a mesma garantia para a segunda.

«Temos um azeite de primeiríssima qualidade e, quando comparamos o preço do azeite que exportamos e o preço do que importamos, verificamos que o nosso azeite tem um preço muito superior», afirmou, sublinhando: «O nosso azeite é vendido quase ao dobro daquilo que é o preço de compra do azeite para o mercado português».

A ministra aludiu ainda aos mais recentes dados estatísticos da balança comercial de Portugal, realçando que, entre Janeiro e Novembro do ano passado, o défice agro-alimentar do país diminuiu «em cerca de 609 milhões de euros», com o sector do azeite a contribuir «na casa dos 100 milhões de euros», o que considerou «muito positivo».

Nesta visita à Sovena, Assunção Cristas conversou com alunos de uma escola do ensino básico de Ferreira do Alentejo e sensibilizou-os para os benefícios da dieta mediterrânica e de uma alimentação saudável, assistindo ainda a uma aula prática de culinária com o chefe Vítor Sobral.

Plantado com recurso a um sistema de GPS, o olival português do grupo Sovena conta com mais de 10 milhões de oliveiras, espalhadas por mais de 10 mil hectares, distribuídos por 57 herdades e quintas que, na campanha 2014/2015, produziram 51 mil toneladas de azeitona.

Fonte: Lusa

Esgotos usados como suplemento vitamínico para as alfarrobeiras

IDÁLIO REVEZ 24/01/2015 - 11:04

A rega dos golfes com efluentes tratados ainda é uma miragem. Agora, o projecto chegou às alfarrobeiras.

 
PEDRO CUNHA
 
A alfarrobeira está em vias de mudar de hábitos, deixando de ser uma árvore do sequeiro para passar a ser regada como se fosse uma laranjeira. O primeiro projecto que reutiliza os efluentes de uma Estação de Águas Residuais (ETAR) na rega das árvores está a ser ensaiado no barrocal de Salir, no concelho de Loulé. A ideia surgiu a partir de uma investigação desenvolvida na Universidade do Algarve (Ualg), mas quando os conhecimentos saíram do laboratório para serem aplicados no terreno ergueram-se as tradicionais barreiras administrativas.

"Desculpem, mas isto é uma humilhação impressionante, trabalhar nestas condições", desabafou nesta quinta-feira o agrónomo que desenvolveu uma tese de doutoramento nesta área, no final da apresentação deste caso de estudo num seminário realizado na Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR), onde se discutia a "reutilização das águas residuais tratadas". Manuel Costa queixou-se do "calvário" que sofreu ao longo de três anos para recolher o parecer de 13 entidades diferentes a pronunciarem-se sobre se seria viável plantar alfarrobeiras "num sítio onde já havia alfarrobeiras — só que, agora, vão passar a ser regadas".

O seminário reuniu vários especialistas na área das águas, procurando difundir junto dos promotores empresariais ligados ao turismo a ideia de que regar com efluentes tratados significa investir na sustentabilidade do planeta. Nesse contexto, o representante das Águas do Algarve, Joaquim Freire, disse que a empresa está em condições de responder ao  desafio que lhe foi colocado há uma dezena de anos e na altura muito vocacionado para os campos de golfe. "Das 63 Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) que temos na região, todas elas estão, à partida, em condições de fornecer água para reutilização". No entanto, para que tal venha a acontecer, disse, é necessário um "tratamento adicional, o que implica investimento". Por outro lado, o investigador da Ualg, Carlos Guerreiro, lembrou que os efluentes, mesmo tratados, contêm microrganismos "não tolerados" por alguns golfistas. Porém, ressalvou, "se o cliente for que a água não terá qualquer problema, penso que isto é um problema que se ultrapassa facilmente". Dos 34 campos existentes do Algarve, apenas dois golfes — Salgados, em Albufeira, e São Lourenço, na Quinta do Lago — utilizam águas residuais para rega.

Já no que diz respeito aos pomares de alfarrobeiras, Manuel Costa só encontrou vantagens em utilizar efluentes tratados. Os sais minerais — azoto, fósforo e potássio — presentes na água da ETAR, disse, funcionam como uma espécie de suplemento vitamínico para as árvores. No caso da ETAR de Salir, adianta, os ganhos equivalem à poupança de "um saco de adubo por dia" num pomar de dez hectares. Por outro lado, enfatiza, "estamos a resolver um problema ambiental". É que a ETAR, até agora,  despejava os efluentes na ribeira da Benémola, onde nasce o principal aquífero da região — o de Querença/Silves.

Da parte da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), Paulo Cruz, técnico da delegação regional da APA, recordou que regar com efluentes implica uma autorização desta entidade, depois do parecer emitido pela Saúde Pública, Ministério da Agricultura e outras entidades. "Dão pareceres contraditórios revelando total desconhecimento da matéria", criticou Manuel Costa, em declarações ao PÚBLICO, revelando oposição à "cultura dominante na administração pública — segue-se o caminho mais fácil, o de chumbar ou dificultar tudo o que aparece de novo".
O barrocal algarvio fornece por ano, em média, dez milhões de arrobas de alfarrobas, o equivalente a 14% da produção mundial.

Quanto aos pedidos de licenciamento para a construção de mais campos de golfe no Algarve, as condicionantes inscritas na Declaração de Impacto Ambiental (DIA) que foram emitidas já obrigam a que a rega seja feita com águas residuais tratadas, quando tal seja possível. O primeiro campo a utilizar este sistema da reutilização foi o dos Salgados, em Albufeira, porque enfrentava o problema das salinização da água captada pelos furos. Mais recentemente, o campo de São Lourenço, na Quinta do Lago, passou a misturar os efluentes tratados pela ETAR (60%) com água das captações subterrâneas (40%). Em Silves, o empresa que explora o campo da Amendoeira,  alegando dificuldades económicas, pediu à APA para adiar o cumprimento dessa medida, exigida na DIA.

Um dos motivos para as empresas não utilizarem os efluentes na rega de jardins e golfes, tem a ver com o seu custo. A água tratada para esse fim, fica três ou quatro vezes mais cara do que aquela que é captada dos furos, cujo preço ronda os 10 cêntimos por metro cúbico.

Andaluzia quer lutar contra a distribuição com concentração da oferta de azeite


por Ana Rita Costa
20 de Janeiro - 2015
A UPA – Andalucía (Unión de Pequeños Agricultores y Ganaderos) definiu como um dos seus objetivos para 2015 a concentração da oferta no setor olivícola, medida que acredita ser fundamental para "lutar contra as práticas abusivas da distribuição e para recuperar o preço do azeite".

 
De acordo com a Oleo Revista, Agustín Rodríguez, secretário-geral da organização, "a campanha de 2013/2014 foi histórica, com 780 000 toneladas de azeite produzido" e com cerca de "dois euros cobrados por cada quilo produzido".

Europa pode quadruplicar exportação de açúcar com fim da quotas

23-01-2015 
 

 
O fim das quotas de açúcar em 2017 pode ser uma grande oportunidade para que a União Europeia recupere a sua posição no mercado internacional, segundo a Agritel, consultora dos mercados agrícolas.

Com a reforma da Organização Comum de Mercado (OCM) em 2006, a produção comunitária reduziu cerca de 30 por cento e colocou a União Europeia como o terceiro produtor mundial com 15 milhões de toneladas, depois do Brasil, com 40 milhões e da Índia, com um total de 25 milhões de toneladas.

A procura mundial de açúcar poderá aumentar até 2023 cerca de 40 por cento, devido ao aumento de consumo por parte da China e África. Por esta razão, a Agritel vê uma oportunidade de crescimento para o sector de produção de açúcar comunitário, assim como também para aumentar a presença no mercado internacional, prevendo-se que as exportações podem passar das actuais 1,5 milhões de toneladas para cinco a seis milhões.

Apesar desta previsão positiva, a Agritel não coloca de lado que um panorama sem quotas também suponha uma maior volatilidade dos preços. Por este motivo, acredita ser necessário contar com um contrato específico de açúcar em euros por toneladas. O açúcar é objecto de contrato na Bolsa de Chicago e na de Londres.

Fonte: Agrodigital

Copa-Cogeca identifica pontos-chave para as negociações de liberalização do comércio mundial

 23-01-2015 
 

 
O Copa-Cogeca destacou pontos-chave para as negociações de liberalização do comércio mundial, a ter em atenção pelos ministros do comércio na preparação do encontro, em Davos.

O Copa-Cogeca assegurou o seu apoio a um sistema forte de comércio multilateral e delineou factore,s que considera cruciais, a serem concluídos nas negociações de liberalização do comércio global, uma posição que surge antes da reunião informal que terá lugar este sábado e também após o avanço nas negociações verificado no ano passado.

O secretário-geral do Copa-Cogeca, Pekka Pesonen, declarou que «o sector agrícola tem uma grande contribuição para o crescimento da economia mundial, com 40 milhões de postos de trabalho no sector agro-alimentar da União Europeia, que corresponde a 3,5 por cento do Produto Interno Bruto (PIB)». Por esta razão, Pesonen diz que a organização congratula-se com o facto da Ronda de Doha ter incluído debates sobre o livre comércio.

O responsável afirma que o embargo russo sobre «as exportações agrícolas comunitárias que prejudica o sector demonstra como é vital ter um sistema de comércio livre multilateral robusto, que garanta a igualdade de condições para os agricultores e as cooperativas e também evite "guerras" comerciais bilaterais e medidas proteccionistas».

Pekka Pesonen assinalou que «a cadeia agro-alimentar da União Europeia tem feito grandes esforços para se integrar em pleno no mercado mundial, sublinhando que actualmente 40 por cento das matérias-primas transformadas pela indústria alimentar do bloco europeu é de origem comunitária». Refere ainda que a reforma da política agrícola comum (PAC) está muito mais orientada para o mercado e com menos distorções comerciais.

Por esta razão, disse o secretário-geral da organização, é importante que os principais países produtores garantam o seu apoio à agricultura interna. Todas as formas de apoio à exportação, como créditos e restituições, também devem ser tratados de igual forma, concluindo que todas as regiões do mundo também devem definir o seu próprio nível de segurança alimentar.

Fonte: Copa-Cogeca

Copa-Cogeca saúda novo relatório sobre estratégia florestal da União Europeia

 21-01-2015 
  
O Copa-Cogeca mostrou-se satisfeito com o novo relatório debatido na Comissão de Agricultura do Parlamento Europeu sobre a Estratégia florestal da União Europeia, destacando a necessidade de promover melhor o sector e o seu papel vital na criação de empregos e para impulsionar o crescimento nas zonas rurais comunitárias.

O secretário-geral do Copa-Cogeca, Pekka Pesonen, declarou que é isto que a organização tem vindo a solicitar, sublinhando que «apenas um sector florestal europeu competitivo e economicamente viável é capaz de o concretizar. As florestas cobrem 40 por cento da superfície da União Europeia e têm um enorme potencial para impulsionar a economia, combater as alterações climáticas, garantir a biodiversidade, a qualidade da água e a eficiência dos recursos».

Pesonen assinala que a madeira desempenha um papel fundamental para ajudar a União Europeia a atingir os seus objectivos de energia renovável, pelo que está satisfeito que a eurodeputada Elisabeth Köstinger tenha reconhecido o papel crucial que as florestas desempenham, a necessidade de aumentar a competitividade e também para evitar um aumento da burocracia no seu projecto de relatório discutido pelo Comité, esclarecendo que os eurodeputados têm um papel fundamental para garantir uma implementação eficiente e bem-sucedida desta estratégia.

O projecto destaca a grande contribuição que uma floresta sustentável tem na luta contra as alterações climáticas, para a bioeconomia, a sua importância para uma melhor utilização dos instrumentos disponíveis e no desenvolvimento do potencial da inovação. O documento apoia ainda uma abordagem orientada para o mercado, reconhece a importante contribuição do sector florestal no âmbito da Estratégia Europa 2020 e promove oportunidades para desenvolver ainda mais a bioeconomia.

Por último, sublinha também a necessidade de aumentar a coordenação de comunicação a nível comunitário e nacional. O projecto será votado pela Comissão em Março e em Plenário em Abril.

Fonte: Copa-Cogeca

Copa-Cogeca intensifica debate sobre necessidades dos produtores de leite com o fim das quotas

21-01-2015 
 


 
O Copa-Cogeca intensificou o debate com os eurodeputados e os governos sobre as necessidades dos produtores de leite durante o período após as quotas leiteiras, solicitando ainda ferramentas que ajudem os produtores a gerirem os mercados cada vez mais voláteis e a conseguirem melhores preços para os seus produtos.

Durante a sua intervenção no encontro sobre "O sector dos lacticínios na União Europeia (UE): Desafios para o futuro", realizado no Parlamento Europeu, Mansel Raymond, do grupo de trabalho "Leite" do Copa-Cogeca, declarou que «o mercado do leite na UE está estritamente ligado ao mercado mundial e é cada vez mais volátil». Por Conseguinte, num mercado cada vez mais competitivo é crucial dispor das ferramentas apropriadas para poder fazer frente á extrema volatilidade. Os produtores devem poder planear melhor o seu negócio. Raymond afirmou que se deve promover o desenvolvimento do mercado de futuros para diminuir a volatilidade do mercado e ajudar os agricultores na sua gestão de risco, devem ser também examinadas outras ferramentas que contribuam para proteger os agricultores frente aos riscos, como os seguros. Entretanto, as cooperativas agrícolas desempenham e têm um papel vital no apoio aos agricultores no que diz respeito a melhorar a gestão de risco.

«Por outro lado, a Comissão Europeia deve dar um carácter mais apropriado à intervenção pública, de forma a impedir colapsos no mercado do leite. Deve actualizar-se o preço de intervenção do leite para ter em conta a tendência de aumento dos custos de produção e as realidades do mercado neste período de tão graves desequilíbrios do mesmo», insistiu Mansel Raymond.

O vice-presidente do grupo de trabalho, Roquefeuil, destacou algumas medidas adicionais, referindo que «os produtores necessitam de ferramentas que os ajudem a melhorar o seu rendimento». O pacote do "Leite" da União Europeia (UE), cujo objectivo é reforçar as relações contractuais entre os agricultores e os transformadores e melhorar a posição dos primeiros, deveria ser aplicado em pleno por toda a UE.

Todos os Estados-membros aplicaram ou vão utilizar num futuro próximo requisitos mínimos para as organizações de produtores (OP) de acordo com o pacote "Leite", com o objectivo de aumentar o poder de negociação dos produtores. Em quase metade dos mesmos introduziu-se os contratos obrigatórios, especialmente naqueles nos quais as cooperativas têm menos quota de mercado. Os contratos são importante e devem ter os resultados esperados, em particular com a suspensão gradual das quotas leiteiras e no actual período com graves desequilíbrios de mercado que se atravessa.

Por outro lado, também é necessário que a cadeia alimentar funcione de forma justa e responsável, uma maior transparência e abertura na cadeia de fornecimento, o qual pode conseguir-se mediante o observatório do mercado do leite da UE recentemente criado, que proporciona dados actualizado sobre o mercado do leite, concluiu Roquefeuil.

Fonte: Copa-Cogeca

Herdade da Comporta à venda


BES Investimento põe à venda fundo imobiliário que detém a herdade alentejana. Investidores chineses e norte-americanos são os potencias compradores
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Expresso |
10:21 Quinta feira, 22 de janeiro de 2015
A Herdade da Comporta, área de desenvolvimento turístico localizada junto à costa entre Alcácer do Sal e Grândola, é detida em 56,6% pela Rioforte, holding do Grupo Espírito Santo, que está em insolvência no Luxemburgo
A Herdade da Comporta, área de desenvolvimento turístico localizada junto à costa entre Alcácer do Sal e Grândola, é detida em 56,6% pela Rioforte, holding do Grupo Espírito Santo, que está em insolvência no Luxemburgo /  Joaquim Norte Sousa/Visão
O fundo de investimento que concentra os principais ativos imobiliários e de desenvolvimento turístico da Herdade da Comporta já esta à venda, noticia o "Jornal de Negócios" desta quinta-feira. A operação está a ser conduzida pelo BES investimento e no grupo de potenciais compradores estão investidores norte-americanos e chineses. 

Tendo em conta que quase todos os ativos estão dados como garantia de um empréstimo contraído junto da Caixa Geral de Depósitos, uma parte do encaixe irá diretamente para o banco público.

A Herdade da Comporta, área de desenvolvimento turístico localizada junto à costa entre Alcácer do Sal e Grândola, é detida em 56,6% pela Rioforte, holding do Grupo Espírito Santo, que está em insolvência no Luxemburgo. A operação foi colocada no mercado depois da visita de enviados do tribunal luxemburguês a Lisboa, na semana passada. 

A grande parte dos ativos do fundo estão dados como garantia de um empréstimo de cerca de 100 milhões de euros junto da Caixa Geral de Depósitos. No final de 2013, o crédito totalizava os 106 milhões de euros e beneficiava das garantias reais avaliadas em 255,6 milhões de euros, segundo o relatório de gestão do fundo.


Produção de caracóis rende três milhões e está a crescer em Portugal



© Leonhard Foeger / Reuters

A produção de caracóis em Portugal ultrapassa as 500 toneladas/ano e rende três milhões de euros, mas pode crescer muito se multiplicar as exportações, segundo dados divulgados hoje na Lourinhã no I Encontro Nacional de Helicicultores.

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A informação disponibilizada aponta para a existência de centena e meia de produtores, de norte a sul do país, e 300 hectares de área de produção.

Entre 2012 e 2013, o número de produtores aumentou mais de 200%, graças em parte ao financiamento comunitário de projetos.

Antes de 2009, estima-se, existiriam apenas cinco produtores em todo o país, mas a procura por áreas de negócio alternativas à agricultura tem vindo a atrair investidores e em 2013 os produtores eram já mais de 60.

A Helixcoop, a única cooperativa de helicicultores a nível nacional, tinha 13 associados em 2011, quando foi constituída, e hoje possui cerca de 30. 

Em Portugal, são consumidas por ano cerca de 13 mil toneladas de caracóis, de várias espécies, por ano. 

Dados de 2014 apontam para mais de 500 toneladas produzidas e três milhões de euros faturados. Desta produção, 80 a 90% tem como destino o mercado nacional, mas em 2014 o país importou 1,1 toneladas, adquiridas a um preço médio de um euro por cada quilograma.

Em contrapartida, exportou 22,6 toneladas, vendendo o produto a um preço médio de três euros o quilograma e tendo como principais mercados a Espanha, França, Itália, os grandes concorrentes de Portugal no mercado externo. Entre os mercados emergentes estão países asiáticos e árabes.

Os helicicultores querem, por isso, valorizar a produção nacional, combatendo a entrada de outras espécies, como a "caracoleta de Marrocos", vendida a baixos preços e sem grande qualidade, e apostando na exportação e na transformação do produto, por exemplo, com a venda de miolo de caracol ou pratos já confecionados.

"É um produto com grande valor nutricional, nomeadamente proteico, e pode substituir muitas carnes, por ter baixo teor de gorduras", explicou Paulo Geraldes, presidente da Helixcoop, que tem sede na Lourinhã.

Os caracóis têm também compostos bioativos que previnem o cancro, motivo pelo qual os ovos e a baba de caracol são procurados pela indústria farmacêutica. O helicicultor adiantou que 1 a 2% da produção tem já esse destino.

A Helixcoop está a desenvolver um projeto para criar a primeira organização de produtores do país, no sentido de organizar a produção e criar canais de comercialização, não só junto de cadeias de hipermercados nacionais, que já absorvem 15 a 20 toneladas, bem como no estrangeiro.

As batatas fritas do McDonald's são mesmo feitas de batata... e mais 18 ingredientes


por DN.ptOntem5 comentários

A empresa multinacional de comida rápida convidou um Caçador de Mitos para responder às preocupações dos clientes. Veja o vídeo para saber o que levam as batatas do McDonald's.

De que é que são feitas as batatas fritas do McDonald's? Como diz o engenheiro e apresentador do programa Caçadores de Mitos, Grant Imahara, "serão sequer feitas de batata?" A resposta curta é "sim", mas também levam outros 18 ingredientes.
O McDonald's decidiu responder às questões dos clientes através de uma campanha publicitária protagonizada por Grant Imahara. Vários dos vídeos ocupam-se da questão das batatas fritas: como são feitas e que ingredientes levam? Imahara começa por dizer que ele próprio tinha essa dúvida, e, começando num restaurante McDonald's e acabando a arrancar batatas do chão, foi saber a resposta.
Num outro vídeo, Grant Imahara explica um por um quais os ingredientes que são acrescentados às batatas fritas, que têm no total 19 ingredientes. O primeiro é batata. "Isso já é um bom começo", brinca Imahara.

O engenheiro explica depois que muitos dos ingredientes usados para fazer as batatas fritas fazem parte do óleo: aquele que é usado para fritar as batatas antes de serem congeladas, e o que é usado nos restaurantes para as voltar a fritar antes de serem servidas. Este é feito de uma mistura de vários óleos, e também outros ingredientes usados para o impedir de oxidar e para que o sabor das batatas seja uniforme por todo o mundo.
Além dos óleos, as batatas levam sal, açúcar para as tornar douradas, e um outro aditivo para impedir que fiquem cinzentas com o tempo que passam congeladas.

X Congresso do Milho volta a reunir cerca de 600 produtores e especialistas para debater futuro e competitividade da agricultura nacional

ANPROMIS
 
 
"Os novos desafios que se colocam à agricultura mundial" e "a agricultura de precisão, enquanto factor de competitividade" são dois dos temas centrais do X Congresso Nacional do Milho que reúne em Lisboa, no próximo dia 11 e 12 de Fevereiro, cerca de 600 produtores e especialistas do sector Agrícola para debater aquele que é a maior cultura arvense regadio semeada no nosso país.
 
Com a participação de representantes da Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO), é no Hotel Altis, em Lisboa, que a ANPROMIS promove mais uma edição daquele que é já considerado o principal fórum de discussão em torna da agricultura de regadio.
 
Luís Campos e Cunha, ex-Ministro das Finanças, será o responsável pelo espaço de debate durante o período de almoço de dia 11, no qual estará em discussão "o futuro de Portugal e o sistema político".
 
O segundo dia deste encontro conta com a representação do Governo Espanhol que, através do Secretario Geral do Ministério da Agricultura Espanhol, Carlos Cabanas Godino, trará a palco o debate em torno da "importância da agricultura de regadio no âmbito da nova Política Agrícola Comum (PAC)".
 
Mais do que debater ideias e trocar experiências, este é um encontro que expressa as preocupações de todos aqueles que se movem no sector de produção de milho, constituindo assim uma oportunidade única no panorama agrícola nacional, para levar um conjunto de oradores nacionais e estrangeiros a discutir temas tão importantes como "a volatilidade dos mercados agrícolas: que politicas a prosseguir" e a "agricultura de regadio no âmbito da nova politica Agrícola Comum".
 
O X Congresso do Milho conta com o Alto Patrocínio do Presidente da República Portuguesa, sendo que o encerramento estará a cargo de Assunção Cristas, Ministra da Agricultura e do Mar, cuja abordagem centrar-se-á nas "novidades sobre as futuras decisões nacionais no âmbito da nova Politica Agrícola Comum".


terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Criadores de coelhos respondem ao Papa Francisco


     
SOL SOL | 20/01/2015 22:50:53 1456 Visitas   

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Criadores de coelhos respondem ao Papa Francisco
O apelo do Papa Francisco aos católicos, depois da sua visita às Filipinas, para uma "paternidade responsável" e para não procriarem "como coelhos" está a correr mundo. Mas os criadores alemães de coelhos não estão de acordo com o comentário.

A associação veio a público referir que, ao contrário do que diz a sabedoria popular, os coelhos não têm um apetite sexual desenfreado e afirmam que o Sumo Pontífice deveria ter tido cuidado na escolha das suas palavras, refere o Telegraph.

Ontem, o Papa disse ainda que partilhava a doutrina da Igreja contra a contracepção artificial, mas que isso não quer dizer que "os cristãos devam ter um filho atrás do outro"

"Ele devia pensar seriamente antes de usar esta expressões e autorizar as pessoas a usarem métodos contraceptivos", afirmou Erwin Leowsky, presidente da Associação Criação de Coelho na Alemanha.

Leowsky acrescentou que esta reputação dos coelhos aplica-se mais aos que vivem em estado selvagem, e não tanto ao que vivem em cativeiro.

Duas organizações apresentaram candidaturas à sucessão da Casa do Douro



As candidaturas têm de ser submetidas ao Instituto da Vinha e do Vinho (IVV), via correio (CTT), com data de hoje, ou internet, até à meia-noite
Duas organizações de direito privado formalizaram hoje a candidatura à sucessão da extinta Casa do Douro (CD) de natureza pública, confirmaram à Lusa fontes das instituições.

Após a extinção da dimensão pública da CD, a 31 de dezembro, o Governo abriu um processo concursal para as associações e federação de direito privado e sem fim lucrativo interessadas em ficar com a gestão da instituição duriense.

As candidaturas têm se ser submetidas ao Instituto da Vinha e do Vinho (IVV), via correio (CTT), com data de hoje, ou internet, até à meia-noite.

Este processo está inserido num plano do Governo, que tem como objectivo resolver o problema da dívida da CD, de cerca de 160 milhões de euros ao Estado, no âmbito do qual foi feita uma alteração legislativa para transformar o estatuto de direito público e inscrição obrigatória em direito privado e de inscrição voluntária.

A Federação Renovação Douro e a Associação da Lavoura Duriense foram recentemente formalizadas na região e apresentaram hoje a candidatura.

Miguel Anaya, um dos representantes da Federação Renovação Douro, mostrou-se confiante no processo e referiu que a sua organização representa cerca de 9.500 viticultores e uma área de vinha de cerca de 22.000 hectares.

No entanto, o responsável ressalvou que a "Federação existirá e trabalhará independentemente de ganhar ou não o concurso de gestão da futura CD".

"A nossa prioridade é a representação e a valorização do trabalho dos viticultores do Douro. A CD não é um fim em si mesmo, é apenas um instrumentos para esse trabalho", sublinhou.

Miguel Anaya afirmou ainda que a CD "continua a ser um instrumento valioso não só de representação dos lavradores durienses como continua a ser um património histórico que é preciso preservar".

Alexandre Ferreira, presidente da Associação da Lavoura Duriense, confirmou à Lusa a entrega da candidatura à CD salientado que o objectivo é "representar os viticultores de uma forma séria, honesta e pró-activa", bem como "negociar com o Governo a resolução da dívida".

"A minha ideia é sentar-me à mesa com o Governo e os exportadores de vinho do Porto para que os quase 200 milhões de euros de vinho da CD entrem no mercado de forma controlada, pelo menos nos próximos 20 anos", frisou.

Uma aplicação para enófilos

DINHEIROONTEM 14:10

INÊS QUEIROZ, FORA DE SÉRIE
Ontem 14:10

A Vivino, que em 2012 trouxe ao mercado uma aplicação destinada a facilitar a vida a pequenos e grandes apreciadores de vinhos, acaba de lançar a sua versão 'Premium', com novas regalias e recursos exclusivos.
A Vivino, que em 2012 trouxe ao mercado uma aplicação destinada a facilitar a vida a pequenos e grandes apreciadores de vinhos, acaba de lançar a sua versão 'Premium', com novas regalias e recursos exclusivos. 

Destinada tanto aos peritos que gostam de registar as suas notas de prova e classificar os vinhos que vão bebendo, como aos leigos que nunca sabem que vinho eleger na carta de um restaurante ou, simplesmente, para dar de presente a alguém, esta aplicação para 'smartphone' há muito que conquistou o seu séquito de fãs em todo o mundo, até porque está disponível não só em inglês, como também em português, francês, alemão, espanhol, catalão e italiano. 

Para quem ainda não conhece, a 'Vivino app' é uma espécie de adega de bolso gratuita que permite, a partir de uma simples fotografia, o rápido acesso à informação sobre vinhos de todo o mundo, desde preços a notas de prova, passando por opiniões e recomendações de peritos e até sugestões de harmonização com vários pratos e petiscos. 

A versão Vivino Premium, o novo 'upgrade' que acaba de chegar ao mercado, custa 4,49 dólares por mês ou 49,99 dólares por ano - cerca de 4,26 ou 42,66 euros - e traz consigo algumas novidades, entre as quais um guia de compras personalizado que é enviado duas vezes por semana, bem como o acesso exclusivo às classificações de Robert Parker e da "Wine Spectator", ou a possibilidade de saber sempre, em tempo real, os preços actualizados dos vinhos em mais de 50 mil lojas de todo o mundo.

Governo vai manter investimento no combate aos incêndios



Segundo o secretário de Estado da Administração Interna, a prioridade do Governo é a segurança das forças que vão para o terreno
O secretário de Estado da Administração Interna, João Almeida, garantiu hoje, na Lousã, que o orçamento do Governo para o dispositivo de combate a incêndios não vai baixar em 2015.

"Vamos programar a época de incêndios de 2015, como programámos a do ano passado, como se tivéssemos enfrentado um ano com a severidade que tivemos em 2013, que, felizmente, não tivemos em 2014", disse o governante.

De acordo com João Almeida, "tudo o que tivemos em 2014 está definido e adquirido para 2015, pois nós não vamos baixar o nível de investimento em nenhuma das áreas - nos meios que teremos disponíveis, nas equipas no terreno, vamos manter tudo aquilo que se acrescentou no ano passado".

O governante, que falava no final de uma visita às obras em curso no polo de formação da Escola Nacional de Bombeiros da Lousã, no distrito de Coimbra, disse ainda que o orçamento do próximo dispositivo, a apresentar até final março, "será o necessário para a operacionalidade adequada ao combate" dos fogos.

"Não esmorecemos e não vamos permitir que o facto de um ano [2014] ter sido menos severo do que o anterior, sirva para que as pessoas não percebam a importância que tem a preparação de um dispositivo robusto para o combate a incêndios florestais", sublinhou o secretário de Estado.

João Almeida destacou ainda a melhoria da capacidade de resposta do polo da Lousã da Escola Nacional de Bombeiros (ENB), que sofreu obras de reabilitação, praticamente concluídas, que permitem já este ano um aumento de 25% na formação de operacionais e quadros de comando.

Segundo o secretário de Estado da Administração Interna, a prioridade do Governo é a segurança das forças que vão para o terreno.

"Não há investimento em equipamentos de protecção individual e meios que se consiga rendibilizar, seja ao nível das viaturas e dos meios aéreos, se depois ao nível dos meios humanos que estão no terreno não houver domínio daquilo que é a realidade que vão enfrentar e o máximo de preparação", frisou.

A intervenção no polo de formação da Lousã da ENB, orçada em cerca de 200 mil euros, aumentou a capacidade de alojamento e salas de formação, permitindo simultaneamente a existência de duas turmas em formação diferentes.

Maçãs: O Minho tem um património por descascar


SAMUEL SILVA 20/01/2015 - 11:45

Raúl Rodrigues, professor da Escola Superior Agrária de Ponte de Lima, coleccionou mais de 60 variedades regionais deste fruto nos últimos anos. E quer usar esse trabalho para mostrar que é possível recuperar uma produção praticamente perdida.


As variedades recolhidas são depois estudadas, a nível morfológico e fenológicosMARIA JOÃO GALA

Será que o leitor conhece os nomes Porta-da-Loja, Três-ao-Prato, Camoesa-do-Biribau ou Sangue-de-boi? São todos designações de maçãs e têm também em comum o facto de serem espécies que podem ser encontradas no Minho. Estas variedades fazem parte de uma colecção mantida por Raúl Rodrigues, que andou a percorrer a região nos últimos anos, de modo a resgatar um património que estava quase perdido. Este professor da Escola Superior Agrária de Ponte de Lima (ESAPL) acredita que é possível recuperar a sua produção.

Até meados do século passado, nos pomares do Minho – como, de resto, nos de todo o país – cresciam maçãs de várias cores e feitios, fruto de séculos de produção e cruzamentos. Mas, desde então, "a cultura da macieira tem vindo a decrescer e com tendência para o desaparecimento", alerta Raúl Rodrigues. Hoje, restam apenas alguns pequenos pomares de variedades comerciais e, em menor escala, da maçã Porta-da-loja, uma variedade regional que tem conseguido manter um nível de procura que lhe permite resistir.

As restantes variedades foram, gradualmente, deixando de ser produzidas, desaparecendo praticamente dos terrenos. O processo deve-se sobretudo aos Planos de Fomento Frutícola Nacionais, lançados durante o Estado Novo. "Foram introduzidas novas variedades, mais produtivas e com melhor aceitação pelo mercado", admite este professor, doutorado em Ciências Agrárias. Os pomares nacionais começaram, então, a ser usados para a produção das variedades de maçã mais em voga e que eram muito apreciadas a nível internacional. Eram as maçãs Royal Gala, Golden ou Reineta, que são as que ainda hoje encontramos com mais frequências nos pomares comerciais e nos mercados nacionais.

Ciente disto, Raúl Rodrigues foi atrás das espécies quase desaparecidas no Minho, num processo que começou há sete anos. Desde então, conseguiu levar para os terrenos do campo experimental da Quinta do Convento, em Ponte de Lima, exemplares de 62 variedades de maçãs da região. O professor sentia a "necessidade de preservar o património genético frutícola" local. "É um legado importante dos nossos antepassados", justifica.

Nos últimos anos, Raúl Rodrigues tem multiplicado as suas "missões de recolha", percorrendo as zonas rurais do Minho em busca de macieiras ainda desconhecidas. A cada novo achado, é recolhido material vegetal que, depois, é enxertado na colecção. As variedades recolhidas são depois estudadas, sendo registados os seus parâmetros morfológicos (tipo de folhas, flores, frutos, hábitos de frutificação e vegetação) e fenológicos (que nos permitem conhecer a época de abrolhamento, floração e maturação dos frutos), bem como a aptidão de cada tipo de maçã. Entre as maçãs do Minho existem as que se prestam ao consumo em fresco, mas também ao fabrico de sidra, confeitaria ou compotas, por exemplo.

O professor da Escola Superior Agrária de Ponte de Lima afirma ainda que o desaparecimento progressivo das maçãs do Minho é também consequência do desconhecimento destas variedades regionais. De resto, algumas das maçãs que integram esta colecção não são familiares ao público em geral nem eram, até há bem pouco tempo, conhecidas da comunidade científica.

A colecção mantida por Raúl Rodrigues tem sido utilizada para actividades de investigação e também para aulas de campo, que o docente realiza com os seus alunos, e como matéria-prima para teses de licenciatura e mestrado de estudantes do Instituto Politécnico de Viana do Castelo, do qual faz parte a ESAPL. O professor quer agora pôr esse conhecimento ao serviço da economia da região.

Culturas sustentáveis
Todas as 62 variedades de maçãs que fazem parte desta colecção podem ser encontradas no Minho, embora algumas não sejam exclusivas da região. Em todo o caso são variedades perfeitamente adaptadas ao clima e solos minhotos, com uma herança genética que as torna particularmente resilientes a determinadas pragas e maleitas. Além disso, a colecção tem a particularidade de estar a ser implementada no modo de produção biológico. Assim, a protecção contra pragas e doenças torna-se mais fácil de obter do que na produção industrial, uma vez que são criadas condições naturais para que inimigos naturais das pragas se desenvolvam, fazendo com que o equilíbrio natural ocorra na maioria dos casos.

Para Raúl Rodrigues estas características podem ser uma mais-valia, no sentido de fazer ressurgir a produção de algumas destas maçãs na região. O modelo agrícola hoje predominante "é insustentável", diz. "É altamente penalizador para o ambiente e limitador do acesso aos mercados por parte dos pequenos agricultores", denuncia. O professor da ESAPL tem, por isso, advogado a promoção de uma fruticultura sustentável, assente em variedades autóctones e adaptadas à região em que são produzidas: "É uma das principais saídas para a conservação da biodiversidade regional e com potencial para o desenvolvimento económico".

Preço do azeite em Itália alcança o valor mais alto da década

20-01-2015 

 
Os preços de origem do azeite italianos mantiveram uma tendência muito alta durante os últimos meses. Na semana de 10 a 16 de Novembro alcançaram o valor máximo do período e da última década com 6,79 euros o quilo.

Este aumento provavelmente deve-se às previsões para uma colheita inferior que a habitual, segundo dados do Conselho Oleícola Internacional (COI), que precisa ignorar o volume das vendas a estes preços.

Após uma ligeira descida na penúltima semana de Dezembro e novamente em finais de Dezembro de 2014 situam-se nos 5,55 euros o quilo, ou seja, mais 109 por cento em relação ao mesmo período do ano anterior.

Os níveis mais baixos do período analisado correspondem à segunda semana de Dezembro de 2013 com um valor de 2,64 euros o quilo, que comparado com os actuais representam um aumento de 110 por cento.

Em Espanha, os preços do azeite também subiram, mas menos que na Itália. Os preços seguem em alta de forma constante desde Junho de 2014, terminando em finais de Dezembro com um valor de 3,12 euros o quilo, o mais alto no período em análise, o que supõe um aumento de 55 por cento frente ao período homólogo do ano anterior. Se comparar-se este valor com o preço mínimo da terceira semana de Maio de 2014, de 1,96 euros o quilo, apresente um crescimento de 59 por cento.

Fonte: Agrodigital

FMI revê em baixa crescimento mundial

20-01-2015 

 
O Fundo Monetário Internacional reduziu as previsões para o crescimento mundial. Quase todos os países são afectados, à excepção dos Estados Unidos, naquela que é a maior revisão em baixa dos últimos três anos.

A economia mundial vai avançar 3,5 por cento este ano, abaixo do valor de 3,8 por cento projectado em Outubro. No próximo ano, o crescimento será de 3,7 pontos percentuais (p.p.), também inferior à projecção anterior de quatro pontos. Já o Produto Interno Bruto (PIB) da zona euro não deverá ir além dos 1,2 p.p. em 2015, um "downgrade" de 0,2 pontos face à anterior estimativa do fundo.

O mesmo aconteceu no cenário traçado para 2016: a projecção para a produção de riqueza no euro diminuiu 0,3 pontos para 1,4 por cento.

O economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Olivier Blanchard, destacou duas fontes de turbulência: o benefício que a derrapagem do petróleo provoca nas grandes economias e, no ponto contrário, o impacto negativo sobre a procura das perspectivas de longo prazo para uma inflação baixa.

Fonte: Económico

Eurodeputados querem rotulagem com indicação de origem da carne processada

20-01-2015 

 
Os eurodeputados Glenis Willmott, Julie Girling, Anelli Jaatteenmaki, Lynn Boylan, Keith Taylor e Piernicola Pedicini, que representam o Comité do Meio Ambiente, apresentaram uma moção em que defendem a rotulagem com a designação do país de origem para a carne processada.

 O Comité do Meio Ambiente considera que existe uma clara necessidade de dar a correcta informação ao consumidor e que as recentes fraudes que se têm verificado no sector alimentar, nomeadamente no da carne, justificam uma acção.

Para os eurodeputados, a Comissão Europeia deve avançar «com urgência» com uma proposta legislativa que torne obrigatória a rotulagem com a origem das carnes e que tenha em conta os custos que implicam esta medida.

Se for aprovada, esta resolução seguirá para o Conselho Europeu, para a Comissão e para os Governos dos respectivos Estados-membros.

Fonte: Vida Rural

Biocombustíveis à base de culturas são vitais para a alimentação animal, ambiente e energia

20-01-2015 
  
O secretário-geral do Copa-Cogeca alertou para o facto dos biocombustíveis à base de culturas serem vitais para a alimentação animal, o meio ambiente, emprego e combustível, considerando ser inaceitável limitar a sua utilização e virar as costas à ciência e inovação.

Numa Conferência Internacional sobre "Combustíveis do Futuro 2015", em Berlim, Pekka Pesonen declarou que se tem feito grandes investimentos no sector depois da União Europeia ter-se comprometido em 2009 em aumentar a utilização de biocombustíveis à base de culturas e assegurar que pelo menos 10 por cento dos combustíveis para transportes sejam de fontes de energia renováveis até 2020, o que tem enormes benefícios para o crescimento de emprego nas zonas rurais.

No entanto, refere Pesonen, a Comissão Europeia voltou as costas a este compromisso e propôs reduzir para metade esse limite, sem qualquer parecer científico, pelo que o Copa-Cogeca rejeita os relatórios utilizados como base na realização de outros para os Estados-membros.

Segundo Pekka Pesonen, «o modelo utilizado para a elaboração do relatório não é transparente nem adequado para estimar com precisão a extensão da mudança do uso da terra em países não membros da União Europeia e as emissões de gases com efeito de estufa, devido a erros críticos de dados».

Como resultado, actualmente não há «nenhum compromisso claro para o sector até 2020, o que ameaça a manutenção de empregos, fontes de alimentação animal e combustível, originando ainda insegurança nos investimentos existentes no mercado comum».

Por seu lado, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), José Graziano da Silva afirmou que «se desenvolvida de forma responsável, a produção de biocombustíveis pode ser um elemento-chave de uma necessária» mudança de paradigma «na produção mundial de alimentos», pelo que incentiva os deputados e ministros a União Europeia a optarem por um limite superior de pelo menos oito e dois por cento para biocombustíveis até 2020, referindo ainda que a integração do sector dos transportes no âmbito do Sistema Europeu de Comércio (ETS) prejudicaria também completamente os critérios de sustentabilidade para os biocombustíveis e biolíquidos e do mercado único dos combustíveis», concluiu.

Fonte: Copa-Cogeca

Região do Douro em agonia




Extinção e insolvência da Casa do Douro pode agudizar a já "dramática" situação dos funcionários da instituição e dos pequenos e médios vitivinicultores. 19-01-2015 7:00 por Olímpia 

Salários em atraso na Casa do Douro pagos através do processo de insolvência
A Região Demarcada do Douro vive um dos momentos mais conturbados da sua história. A extinção da Casa do Douro (CD) como instituição pública, o pedido de insolvência e as consequências para todo o sector do vinho Douro e Porto preocupam vitivinicultores, funcionários e direcção da extinta CD e os sacerdotes da região. 

Uns e outros falam em processo "mal conduzido" que pode levar à "ruína" da mais antiga região demarcada do mundo. 

António Januário, director da extinta CD, não poupa palavras para dizer que "quem criou estes imbróglios foi o Governo e, em particular, o secretário de Estado da Agricultura e, portanto, tem que ser o Governo a resolvê-lo". 

O dirigente reconhece legitimidade política ao Governo para "extinguir a Casa do Douro", mas coloca em causa a forma como o processo foi lançado e está a ser conduzido e que classifica como "um assalto ao património da Casa do Douro, para ser entregue a uma associação privada". 

Também o processo de insolvência, pedido pelo Estado, ao qual foi atribuído um valor de 124,6 milhões de euros, está a motivar preocupações, já que "tem a ver com cerca de 30 mil pipas de vinho do Porto, que pode ser lançado no mercado de uma vez só, e que pode ter graves implicações no sector do vinho do Porto", alerta António Januário. 

Dois anos de salários em atraso 
A Casa do Douro enquanto associação de direito público foi extinta a 31 de Dezembro de 2014, dando cumprimento a um decreto-lei publicado em Outubro, que extinguiu também os postos de trabalho afectos à organização, onde desempenham funções funcionários privados e públicos. 

Maria José é funcionária do quadro da CD há 15 anos. Há dois que não recebe salário. Permanece na instituição porque "a Autoridade para as Condições do Trabalho - Centro Local do Douro, ao pedido de esclarecimento feito pela direcção da CD, respondeu que a instituição não foi extinta, mas apenas a sua qualidade, enquanto associação pública". 

Maria José vive angustiada porque "ninguém diz como e quando vão pagar as indemnizações e os ordenados em atraso". 

"É um momento muito difícil porque não temos perspectiva nenhuma. Está a decorrer agora um concurso. É pedida a insolvência da Casa do Douro a 31 de Dezembro. Deveria ter havido uma preocupação em manter os nossos postos de trabalho para a associação que viesse a seguir, mas não foi o caso. Isto causa-nos muito transtorno", conta à Renascença. 

Também José Carlos, funcionário da Casa do Douro há 12 anos, não sabe se vai receber os "dois anos de salários em atraso" e admite a necessidade de recorrer à ajuda da mãe e da irmã "para viver". 

José Carlos revela que é "o amor à instituição, à região e a preocupação com os vitivinicultores" que o faz permanecer no seu posto de trabalho, "apesar da angústia e da indefinição criada pela extinção da CD". 

Vitivinicultores amargurados 
José Morais de 68 anos é vitivinicultor em Vilar de Maçada, no concelho de Alijó. Produz anualmente cerca de 20 pipas de vinho. Acompanha com apreensão a situação em torno da Casa do Douro e alerta para a ruína da região. 

A sua maior preocupação prende-se com a possibilidade de o 'stock' de vinho do Porto da CD, em consequência da insolvência, ser vendido de uma só vez. 

"Será a ruína completa", afirma o produtor, para quem "todo o processo da extinção da Casa do Douro foi muito precipitado e está a ser mal conduzido". 

O vitivinicultor fala ainda em "tempos difíceis para os lavradores" e afirma que "é insuportável granjear a vinha", ilustrando com o abaixamento dos preços do vinho, face ao aumento dos factores de produção. 

"O generoso [vinho do Porto] estava entre os 1000 e os 1.200 euros e está nos oitocentos; o de consumo anda aí nos 100 e 150 euros. E os factores de produção estão cada vez mais caros", afirma José Morais, concluindo que "não se consegue pagar a um trabalhador para granjear as vinhas e o melhor é deixá-las a monte, que é o que está a acontecer". 

Segundo as contas do vitivinicultor, do ano passado para este ano "há uma diminuição de cerca de 15 mil vitivinicultores" na região do Douro. 

Também Alfredo da Mota, vitivinicultor em Peso da Régua, descreve a situação como "critica". Apesar de produzir cerca de cem pipas por ano, afirma que "o preço a que o vinho é pago não compensa o sacrifício de trabalhar a vinha".  "É só impostos atrás de impostos e as pessoas vivem com muitas dificuldades."

De proprietários a trabalhadores rurais 
As dificuldades por que passam muitos pequenos e médios vitivinicultores estão a preocupar os párocos da região do Douro - Régua, Santa Marta de Penaguião e Mesão Frio - que já em Setembro último alertaram para o "drama social" que se vive na região e pediram a intervenção "urgente" do Presidente da República, Governo e Assembleia da República. 

"É um drama humano" , diz à Renascença o pároco do Peso da Régua, padre Luís Marçal, que explcia: "Implica com a própria pessoa e não apenas com a forma de viver". Acresce que "denota falta de dignidade e de respeito para com as pessoas". 

O sacerdote refere que "muitas famílias estão a emigrar" e revela que "proprietários de vinhas, que antes tinham pessoas a trabalhar para si, agora se vêem obrigados a trabalhar como trabalhadores rurais e que, com a vergonha - porque de patrões passaram a empregados - vão para outras terras".

"Isto conduz à separação das famílias e à degradação das habitações", lamenta o padre Marçal. "Saem ao domingo à tarde e, depois, vêm à sexta-feira à noite. Ao sábado e domingo trabalham nas vinhas deles. É triste!". 

"Casa do Douro forte" é a solução 
O padre Luís Marçal nota que, nos últimos dez anos, o preço dos vinhos, para os pequenos e médios vitivinicultores, "diminuiu mais de 50%", ao mesmo tempo que "as despesas de cultivo foram sempre aumentando", havendo, por isso, "vitivinicultores a arrancarem as vinhas, porque não chegam a receber das uvas o necessário para pagar a própria vindima", conta. 

A solução está, segundo o sacerdote, numa "Casa do Douro forte", que é preciso "defender com unhas e dentes". 

"A Casa do Douro é a mãe - o património. Sem ela, os vitivinicultores ficam órfãos", diz o sacerdote, garantindo que "é possível" fazer do Douro uma "mesa enorme", onde todos se sentem "ao mesmo nível, a comer do mesmo pão, a brindar ao e com o mesmo vinho". 

"É preciso é união e autoridade", remata. 

Criada em 1932, a Casa do Douro vive há anos asfixiada em problemas financeiros e possui actualmente uma dívida ao Estado na ordem dos 160 milhões de euros. 

Esta segunda-feira termina o prazo para apresentação de candidaturas à sucessão da Casa do Douro, extinta como entidade pública, a 31 de Dezembro de 2014. 

Podem candidatar-se à CD as associações ou federações de direito privado, sem fins lucrativos, que estejam constituídas nos termos da lei geral, tenham como associados pelo menos cinco mil viticultores da Região Demarcada do Douro com uma superfície de vinha superior a cinco mil hectares e apresentem uma situação tributária e contributiva regularizada. 

A associação que vier a ficar com a instituição poderá continuar a usar o nome "Casa do Douro" e ficará com o património da organização, a sede, delegações e ainda com a participação na Real Companhia Velha.