sábado, 8 de agosto de 2015

GPP: ESCLARECIMENTO

Certificação ambiental das explorações especializadas em milho ou tomate para efeitos do cumprimento da prática equivalente à diversificação de culturas no âmbito do greening Nota informativa. http://www.gpp.pt/destaques/Certif_amb_diversific_culturas_Greening.pdf


GPP: FLASH GPP - BOLETIM QUINZENAL




Já se se encontra disponível o boletim quinzenal FLASH GPP (http://www.gpp.pt/flash/flash510.html), N.º 510 de 28 julho 2015, que pode ser consultado no site do GPP.

Museu Agrícola quer comprador


Custos de manutenção do espaço levam proprietário a vender espaço. Por Eugénia Ribeiro Tratores de todo o Mundo, uma caldeira a vapor interligada com uma debulhadora, e uma enfardadeira de rodas de 1850 estão entre os milhares de peças do Museu Agrícola de Montemor-o-Novo que Isidoro Jeremias, o proprietário, vai colocar à venda . Inaugurado em agosto de 2001, o museu, que ocupa uma área de dois mil metros quadrados e se divide por dois pisos, tem-se mantido apenas com as receitas provenientes dos visitantes. "É um espólio muito grande para ser mantido por uma única pessoa", diz ao CM Isidoro Jeremias, que gostaria de o vender a uma instituição pública ou privada. O proprietário do museu, que nunca contactou a Secretaria de Estado da Cultura nem a Direção-Geral do Património, diz aguardar resposta da Câmara de Sintra, para onde escreveu há dias. "É uma autarquia com muito turismo. O museu ficava bem entregue", vinca. Contactado, Basílio Horta, presidente da autarquia, disse desconhecer a carta. Entre o valioso espólio já visitado por milhares de turistas encontram-se oficinas completas de 1840, vários utensílios agrícolas, alfaias e coleções de fotos antigas. Um património que "um engenheiro holandês avaliou, há anos, em cinco milhões de euros", conclui Isidoro Jeremias. 

A pera Rocha está cada vez mais internacional


Hoje às 09:27
Os produtores de pera rocha vão passar a poder exportar para o México, Costa Rica e Colômbia, anunciou o Secretário de Estado da Alimentação e da Investigação Agroalimentar, Nuno Vieira e Brito.


"O México abriu na passada semana as suas fronteiras à pera rocha", afirmou o secretário de Estado da Alimentação e da Investigação Agroalimentar, adiantando que "a partir da próxima campanha" os produtores passarão a ter como alternativa aquele que é "um mercado extremamente importante, que pela grande dimensão quer pela sua capacidade económica".

O mesmo acontece com a Costa Rica, mercado que na próxima campanha poderá ser uma alternativa de escoamento da pera que, face ao embargo da Rússia, perdeu um mercado que valia 4,1 milhões de euros anuais.

A par, afirmou Nuno Vieira e Brito, uma delegação da Colômbia "virá no final deste mês visitar as nossas explorações e organizações de produtores para que possamos, também na próxima colheita, exportar para aquele país".

Ao setor que no último ano viu aumentar a concorrência dos países europeus, impedidos de exportar para a Rússia, abre-se assim, segundo o governante, "um mercado mais exigente, mais valorizado e que poderá trazer maior riqueza para os produtores do Oeste".

No Bombarral, onde visitou o 32.º Festival do Vinho Português, que decorre paralelamente com a 22.ª Feira Nacional da Pera Rocha, Nuno Vieira e Brito, anunciou ainda que o Governo solicitou, na quinta-feira, à Comissão Europeia que "autorizasse por mais um ano a aplicação da toxiquina [um produto fitossanitário] em pera devidamente controlada que vá para países terceiros".

A exceção, que já foi concedida nos últimos anos, pretende "salvaguardar problemas de conservação da pera" para que esta possa continuar a ser exportada para "países que usam a toxiquina", ou seja, mercados exteriores à União Europeia.

Ainda assim, adiantou, para que Portugal possa cumprir a diretiva europeia que impede a utilização da toxiquina, o Governo está também a "apoiar todos os mecanismos de inovação para que consigamos encontrar alternativas" para a conservação do fruto.

A garantia de Nuno Vieira e Brito foi dada durante o jantar anual da pera rocha e do vinho, integrado no festival que decorre até domingo na Mata Municipal do Bombarral.

No evento foram homenageados os produtores presentes no certame e entregues os prémios do Concurso de Vinhos, sector que, ao contrário da pera (cuja produção conheceu uma quebra), passa um momento positivo que mereceu referências do secretário de Estado.

"O vinho tem cada vez mais valores de exportação que são recordes atingindo os 730 milhões de euros", recordou, sublinhando ter-se registado uma "quer um aumento da produção e da exportação" quer o seu valor por unidade, sendo por isso "um bom exemplo do setor agra-alimentar", rematou.

Putin manda destruir toneladas de alimentos



07.08.20159
 
AFP/GETTY IMAGES
Rússia proibiu a importação de produtos da União Europeia e EUA há um ano. Agora, para combater o contrabando, Vladimir Putin ordenou a destruição dos produtos que têm chegado ilegalmente à Rússia


Centenas de toneladas de carne de porco, pêssegos, tomates e queijos foram destruídos esta quinta-feira na Rússia. Porquê? Ordens de Vladimir Putin. O presidente russo justificou a ação dizendo que estes são alimentos importados do ocidente e que vão contra o embargo aos produtos agrícolas da União Europeia e Estados Unidos da América que entrou em vigor há um ano.

Em 2014, a UE impôs sanções à Rússia por causa do confronto no leste da Ucrânia. Como retaliação, os russos decretaram o embargo aos produtos agrícolas europeus e norte-americanos. Com esta imposição, os importadores têm utilizado estratagemas para fazer passar ilegalmente os produtos na fronteira.

Desde o embargo aos produtos agrícolas da UE e EUA, o preço dos alimentos na Rússia duplicou, em alguns casos chegou mesmo a triplicar.

A 29 de julho, Putin ordenou a destruição destes alimentos e esta quinta-feira a ordem foi concretizada. Segundo o "The New York Times", num terreno no sul da Rússia, um grupo de trabalhadores alimentou um incinerador com 114 toneladas de carne de porco. Já a oeste, 73 toneladas de pêssegos foram exterminadas.

Um carregamento de tomates chegou à região de Smolensk. Segundo Vladimir Severinov, um dos responsáveis pelo trabalho, os tomates serão "destruídos com a ajuda de maquinaria pesada e tratores - o processo será gravado em vídeo".

A história está a criar alguma polémica, com várias vozes a dizerem que os alimentos deveriam ser enviados para África ou a instituições de solidariedade nacionais. Entretanto, foi criada uma petição para travar a destruição dos alimentos e a pedir que Putin pare de desperdiçar comida. Mais de 318 mil pessoas já assinaram.

Treino de cães perigosos obrigatório há dois anos mas ainda sem portaria


A portaria que regulamenta o treino de cães perigosos ou potencialmente perigosos continua por publicar, dois anos após a lei ter tornado obrigatória esta formação.
Esta lei, que entrou em vigor há precisamente dois anos, prevê um conjunto de condições para os detentores de cães perigosos (com histórico de violência) ou potencialmente perigosos (devido às suas características físicas), entre as quais um "comprovativo de aprovação em formação".
O detentores destes animais "ficam obrigados a promover o treino (...), com vista à sua socialização e obediência, o qual não pode, em caso algum, ter em vista a sua participação em lutas ou o reforço da agressividade para pessoas, outros animais ou bens", lê-se na lei.
Este treino tem de ser administrado por "entidades formadoras", cuja certificação carece de regulamentação específica, a qual ainda não foi publicada.
Fonte do Ministério da Agricultura e do Mar adiantou que "foi preparada uma proposta de Portaria, que estabelece os requisitos relativos à certificação dos treinadores e à formação dos detentores de cães perigosos e potencialmente perigosos, a qual aguarda aprovação".
Dados da Direção Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) revelam que estão atualmente registados 19.382 cães de raça potencialmente perigosos e 1.606 cães perigosos.
"Estão em condição ativa 15.065 na categoria de cão potencialmente perigoso e 1.405 na categoria de cão perigoso", adiantam os mesmos dados.
Relativamente aos processos instaurados por infrações à lei, encontram-se registados 1.658, "dos quais alguns já foram objeto de decisão sancionatória com coima ou com mera admoestação e outros por arquivamento em virtude de inexistirem os elementos necessários para a prolação da decisão condenatória".
Relativamente às penas de prisão aplicadas, uma vez que a lei prevê a punição com "uma pena de prisão até um ano ou com pena de multa até 360 dias", de quem, "por negligência, circular na via pública, em lugares públicos ou em partes comuns de prédios urbanos, com animal perigoso ou potencialmente perigoso, registando uma taxa de álcool no sangue igual ou superior a 1,2 g/l", a DGAV diz não dispor desta informação.
Diário Digital com Lusa

Suplemento alimentar dado às vacas leiteiras poderá reduzir emissões de metano

Um novo suplemento alimentar para as vacas leiteiras poderá fazer cair em 30% as emissões de metano, gás com efeito de estufa produzido na sua digestão, sendo por isso um elemento promissor contra o aquecimento global, segundo a AFP.
Os bovinos na pecuária produzem cerca de 44% das emissões mundiais de metano, resultantes das atividades humanas, de acordo com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), explicam os autores de um estudo publicado na última edição dos relatórios da Academia Americana de Ciências (PNAS).
A fermentação no rúmen dos bovinos, ovinos e caprinos, uma das quatro cavidades do seu estômago, produz o metano que resulta da ação de micro-organismos durante a digestão, mas estes animais devem expelir estes gases para sobreviver.
As vacas leiteiras expelem cerca de 450 a 550 gramas de metano por dia.
Os cientistas descobriram que uma substância batizada de 3-nitrooxypropanol (3-NOP), desenvolvida pela firma holandesa 'DSM Nutritional Products', dada como suplemento alimentar, bloqueia uma enzima necessária para a formação do metano no rúmen sem afetar a digestão.
Esta pesquisa, realizada durante três meses nos estábulos da Universidade Estadual da Pensilvânia (Estados Unidos) em condições iguais às que se encontram os animais criados na pecuária e nas unidades industriais de produção de laticínios, mostrou também que este novo inibidor de metano permite um ganho de peso 80% superior aos animais do grupo de controle.
Este ganho de massa corporal explica-se pelo carbono que não foi utilizado na formação do metano e que o organismo usou para produzir mais tecido.
A sua saúde não foi afetada e a quantidade de leite produzido não reduziu, segundo Alexander Hristov, professor de nutrição daquela universidade e principal autor desta pesquisa.
Em anos anteriores, várias equipas científicas testaram inúmeras substâncias químicas, especialmente nitratos, para diminuir a produção de metano dos ruminantes, permitindo reduções até 60%, afirmou Hristov.
"Mas esses agentes tiveram de ser abandonados devido aos efeitos nocivos para a saúde e os riscos para a segurança alimentar e ambiente", acrescentou.
"Se a Agência Norte-Americana de Produtos Alimentares e Medicamentos (FDA) aprovar este inibidor de metano, isso poderá ter um importante impacto nas emissões de gás de efeito de estufa proveniente da pecuária", afirmou o professor Hristov à agência noticiosa AFP.
Este novo suplemento alimentar vai ainda ser objeto de investigações para confirmar os resultados.
Segundo o professor, o custo deve reduzir o suficiente ao ser produzido industrialmente e, por isso, não ser impedimento para os criadores de gado.
Para Sesnon Endowed, professor de ciência animal na Universidade da Califórnia, em Davis, que não participou nesta pesquisa, "30% é muito e pode fazer uma grande diferença nos gases de efeito de estufa no setor agrícola", acrescentando que "é muito diferente do que está a ser feito atualmente para minimizar a produção do metano dos ruminantes, que consiste sobretudo em modificar o regime alimentar".
No total, a agricultura contribui para 24% das emissões mundiais de gases de efeito de estufa, CO2 e metano, essencialmente.
Diário Digital com Lusa

Agricultores preocupados com seca e conflitos entre rega e produção elétrica



A seca que está a afetar o território português e os conflitos pontuais entre as necessidades de rega e a produção de eletricidade estão a preocupar as associações de agricultores que exigem medidas ao Governo.

"Somam-se prejuízos para os agricultores de um modo geral, muito especialmente para aqueles das regiões mais do interior, para os produtores pecuários, por causa da falta de pastagem e da alimentação animal, mas também nos pomares, no próprio tomate para indústria que está a ficar queimado pelo sol, as vinhas que não são regadas, as florestas e os matos que estão ressequidos, muito propícios aos incêndios florestais", elencou o dirigente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), João Dinis.

Mostrando-se preocupado com a possibilidade desta ser a pior seca dos últimos 15 anos, o responsável da CNA lembrou que, segundo o boletim climatológico divulgado hoje pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera, a seca severa ou extrema atinge já 80% do território e deve intensificar-se ainda mais.
O secretário-geral da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) Luís Mira reconheceu que quem não tem sistemas de rega, depende unicamente da chuva, que tem sido pouco abundante este ano, mas desdramatiza a situação, sublinhando que a seca é meteorológica, e não hidrológica.
"Não há falta de água, o problema para quem rega é ter água e as reservas de água têm tido quantidade suficiente (...). Todas as culturas que recorrem ao regadio têm reservas, tem sido um ano até positivo", frisou.
A CAP identificou, no entanto, algumas situações "complicadas" que afetaram locais de rega na zona de Abrantes, devido ao baixo caudal do Tejo.
"Houve relatos de que o caudal ecológico que estava acordado com Espanha às vezes está muito baixo", contou Luís Mira à Agência Lusa, acrescentando que ministério do Ambiente informou que "o convénio [luso-espanhol que regula o uso e aproveitamento dos rios internacionais] estava a ser respeitado".
No entanto, os problemas podem ir para além da fronteira.
"Há as barragens portuguesas e os interesses da produção de energia, que não são os mesmos da rega, porque quem tem que vender energia, que é a EDP, interessa-lhe vender nas alturas em que a energia vale dinheiro", armazenando a água nas barragens durante a noite e voltando a bombear para turbinar de novo durante o dia, quando a eletricidade é mais cara.
"Isso não é a melhor coisa para se manter caudal ecológico no rio e para haver sempre água para as funções ecológicas e para a rega dos agricultores", notou Luís Mira.
O dirigente da CAP afirmou que não haver chuva em agosto "é normal" e adiantou que só se a precipitação for escassa em outubro é que os agricultores se vão começar a preocupar.
João Dinis da CNA, pelo contrário, reclama "medidas excecionais" desde já, tal como aconteceu em 2012, face a uma situação "altamente prejudicial para a agricultura familiar".
Entre estas medidas incluem-se apoios a fundo perdido para os produtores pecuários, redução fiscal na eletricidade verde devido à necessidade de intensificar a rega, linhas de crédito altamente bonificadas, isenções temporárias das contribuições mensais para a Segurança Social, antecipação das ajudas da PAC, etc.
Dinheiro Digital com Lusa

Pera rocha: 50% da produção pode estar em causa em 2015



 06 Agosto 2015, quinta-feira  Hortofruticultura & Floricultura
pera rocha

É um ano atípico para os produtores de pera rocha, que estimam uma quebra na produção para quase metade daquilo que conseguiram o ano passado, «consequência de um fungo, mas também da instabilidade climatérica deste ano».
José Presado é produtor de pera rocha, pertence a uma organização de produtores de fruta (maçã e pera rocha) a Ecofrutas, com sede no Bombarral, que o ano passado produziu 9000 toneladas de pera rocha, 70% foi para exportação.
Em relação à campanha deste ano estão pessimistas, uma vez «que 50% da produção pode estar em causa».
No entanto, estes produtores pensam no futuro, que passa pela conquista de novos mercados em países como Colômbia, Peru, Índia e México, «com os quais estamos já em negociações, mas será importante o apoio do governo português, que se tem mostrado interessado».
O aumento da produção está assegurado por novas plantações já feitas que darão frutos dentro de dois anos, esclarece o produtor.
Inovar é preciso e foi o que fez Mário Nunes, que há três anos criou a Frutaformas, que trabalha no segmento premium.
Transformou a pera rocha numa barra, pouco maior que uma peça de dominou, mas muito mais fina, mantendo intactas as características da pera, «sem qualquer tipo de aditivos, um produto 100% natural», garante Mário Nunes, que dá assim uma nova forma à pera, muito mais fácil de transportar e é apresentada sob o nome de «Lingote de Pera Rocha».
Um lingote que entretanto já chegou a outras frutas portuguesas como a maçã de Alcobaça; o ananás dos Açores; laranja do Algarve e a cereja do Fundão, que já é comercializado a nível nacional em mais de 200 lojas de retalho e mercearias finas, ou no El Corte Ingles em Lisboa e Porto e está presente na Feira Nacional de Pera Rocha que começou terça-feira no Bombarral e vai até 9 de agosto.
Fonte: TSF 

Lisboa: eucalipto em debate em outubro



 07 Agosto 2015, sexta-feira  Agroflorestal
eucalipto

"O Eucalipto: produção e ambiente". Assim se designa a sessão que terá lugar a 23 de outubro de 2015, na sala Atos (edifício principal) do Instituto Superior de Agronomia (ISA), em Lisboa.
A iniciativa é, pois, dedicada à espécie que deu origem à fundação do Centro de Estudos Florestais (CEF) em 1976, e que desde então tem sido estudada em vários projetos, muitos deles desenvolvidos em colaboração com a indústria e entidades públicas.
«O eucalipto ocupa a maior área de floresta no nosso país, e a sua fileira gera dezenas de milhar de postos de trabalho diretos e indiretos e um volume de negócios que ultrapassou os 2 mil milhões euros em 2014», salienta o CEF.
Nesta sessão serão apresentados os resultados recentes da investigação desenvolvida, abordando temas como a diversidade de utilizações da espécie, fisiologia e resposta a alterações ambientais, ameaças e limitações à produção, inovações tecnológicas e ainda gestão florestal, de forma a promover o debate e a envolver os oradores e a assistência.
O evento, que terá lugar entre as 9h00 e as 17h30, decorre no âmbito do Ciclo de sessões "Da investigação à aplicação", que tiveram início em 2014.
As inscrições são gratuitas mas obrigatórias e limitadas à capacidade da sala.
A sessão é organizada pelo CEF.
Mais informações/inscrições:
Telef: 213653130

Gestora do Alqueva faz terceiro aumento de capital este ano


30 Julho 2015, 14:18 por Isabel Aveiro | ia@negocios.pt



A Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas do Alqueva (EDIA), detida pelo Estado, vai aumentar o capital social em 5,7 milhões de euros. Pedro Salema, actual presidente, viu também o seu mandato renovado até 2017.
A gestora do projecto de Alqueva, a Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas do Alqueva (EDIA) vai proceder ao terceiro aumento de capital deste ano, desta feita no valor de 5,7 milhões de euros.

De acordo com o comunicado disponível esta quinta-feira, 30 de Julho, na CMVM, no passado dia 22 de Julho "foi aprovado por deliberação unânime por escrito aumentar o capital social da EDIA", no "valor de 5.700.000,00 euros".

A injecção na empresa, de capitais 100% públicos, será feita, segundo a mesma comunicação ao mercado – onde a EDIA tem uma emissão obrigacionista – "através da emissão de 1.140.000 novas acções nominativas, no valor de cinco euros cada, a subscrever e realizar pelo accionista Estado português", dos quais "3.747.536,14 euros até 15 de Setembro".

A EDIA tem, actualmente, um capital social de 400,85 milhões de euros e um capital próprio negativo de 470,95 milhões de euros, de acordo com o mesmo comunicado ao mercado.

Esta é a terceira vez que o Estado português injecta capital na EDIA por aumento de capital: o primeiro foi aprovado a 12 de Março, comunicado ao mercado a 7 de Abril e teve o valor de 3,2 milhões de euros.

O segundo aumento de 2015 foi aprovado a 13 de Maio, comunicado ao mercado no dia 21 do mesmo mês, e ascendeu ao montante de 4,6 milhões de euros.

Em declarações ao Negócios, publicadas a 8 de Abril, o presidente da EDIA, Pedro Salema, explicou que o aumento fora necessário para "despesa como serviço da dívida", cujo entendimento é agora de passar a capital social (depois da integração da empresa no perímetro das contas públicas no final de 2014).

O aumento que a então se referia o presidente da EDIA, o de Março (no valor de 3,2 milhões de euros) tinha sido "proporcional" "à prestação por um empréstimo de longo prazo", devido no semestre ao BEI-Banco Europeu de Investimento, justificou então Pedro Salema.

O projecto do Alqueva faz, em 2015, duas décadas desde que foi lançado, tendo sido elogiado ainda esta semana, por Aníbal Cavaco Silva, Presidente da República.

Pedro Salema reconduzido
Em comunicado separado, mas divulgado também esta quinta-feira ao mercado, a gestora do Alqueva anunciou ainda que, no mesmo dia da aprovação do terceiro aumento de capital – 22 de Julho de 2015 – "foi aprovado por deliberação social unânime por escrito" a "eleição" dos "membros dos órgãos sociais para o mandato 2015-2017 da EDIA".

O conselho de administração mantém-se assim o mesmo: com Pedro Salema como presidente, e Augusta de Jesus Cachoupo e Jorge Manuel Gonzalez como vogais.

A mesa da assembleia-geral é presidida Por Carlos Alberto Portas, tendo como secretários José Pedro Silva Martins e Cristina Maria Freire.

No conselho fiscal, o presidente mantém-se António Bernardo Lores da Séves, assim como Nélson Manuel Costa dos Santos e Cristina Maria Vieira Sampaio permanecem como vogais efectivos. Carlos Lopes Pereira substitui Orlando Castro Borges na mesma função, no triénio 2015-2017.

A EDIA anuncia ainda que foi deliberada "a não eleição de comissão de fixação de remunerações". E que, "para o triénio de 2015-2017", foi ainda fixado "o estatuto remuneratório e as demais regalias e benefícios sociais para os membros dos órgãos sociais".

Governo cria observatório de preços agro-alimentares


04 Agosto 2015, 16:55 por Isabel Aveiro | ia@negocios.pt

Organismo tem como missão recolher, analisar e disponibilizar informação sobre "nível de preços e margens de valor" ao longo da cadeia agro-alimentar.
Foi publicado esta terça-feira, dia 4 de Agosto, o diploma que cria o Observatório da Cadeia de Valor, que irá monitorizar os preços no sector-agroalimentar em Portugal, desde a produção à distribuição ao consumidor.

A ideia teve origem ainda em 2012, no rescaldo da criação da PARCA – Plataforma de Acompanhamento das Relações na cadeia Agro-alimentar, que sentou agricultores e distribuidores à mesma mesa, sob a tutela da Agricultura e da Economia. Mas só agora – e já depois do ser adoptada em 2014 a nova regulamentação sobre as relações contratuais entre distribuidores e fornecedores agrícolas e industriais (diploma das PIRC) – o Governo vem acrescentar um instrumento de análise dos preços e divulgação da informação.

"O desconhecimento sobre a distribuição da margem de valor entre a produção, a indústria e a distribuição e sobre a percentagem da sua apropriação pelos diferentes intervenientes ao longo da cadeia não tem permitido o conhecimento exaustivo sobre o normal funcionamento do mercado", justifica o legislador no despacho publicado estar terça-feira.

O Observatório da Cadeia de Valor tem então o objectivo de "contribuir para uma maior transparência em toda a cadeia agro-alimentar e acompanhar o equilíbrio das evoluções verificadas no sector". Deve "produzir informação decorrente da observação de preços no sector agro-alimentar", e "incrementar a competitividade" do mesmo, "apoiar a formulação de políticas no sector" e coordenar-se com a PARCA.

O Observatório irá reunir, pelo menos, uma vez a cada três meses. Será composto por um representante da Direcção-Geral das Actividades Económicas, presidente; um representante do gabinete de Planeamento, Políticas e Administração Geral, do Ministério da Agricultura e do Mar; e um representante da Direcção-Geral do Consumidor. O mandato é por cinco anos, e os membros não são remunerados por participarem nas reuniões.

O despacho que cria o Observatório entra em vigor quinta-feira, 5 de Agosto, dia seguinte ao da sua publicação.

Novos vinhos com a assinatura de Paulo Laureano para o Verão


Paulo Laureano acaba de apresentar seis novas propostas que prometem refrescar o Verão de forma marcante. O enólogo lançou no mercado novas colheitas dos seus vinhos brancos e um rosé «provocador».
O enólogo promete a plena harmonia com os pratos característicos de Verão. Para tal, preparou seis novas sugestões que prometem frescura, intensidade e personalidade.

«Com a clara certeza que o vinho precisa de um local de eleição para ser produzido e que as castas portuguesas são a base exclusiva do desenho dos meus vinhos. Continuo a acreditar nos vales calcários de Bucelas e nas delicadas colinas, xistosas da Vidigueira, como locais de excelência para a produção dos meus vinhos. Nesta perspectiva, e para celebrar o Verão, surgem estas novas colheitas, frescas e ideais para um brinde ao Verão», explica o enólogo Paulo Laureano.

Os brancos Paulo Laureano DOC Bucelas Branco 2014, Paulo Laureano Premium Vinhas Velhas Branco 2014, Paulo Laureano Reserve Branco 2014, Dolium Escolha Branco 2013 by Paulo Laureano, Paulo Laureano Genus Generationes Maria Teresa Laureano Verdelho 2014 e, a grande novidade, Paulo Laureano Genus Generationes Teresa Laureano Rosé 2014 são as seis novas sugestões do enólogo já disponíveis por preços entre os 5,49 euros e 12 euros.

Seguradora obrigada a indemnizar viúva de trabalhador que morreu com golpe de calor

MARIANA OLIVEIRA 06/08/2015 - 07:40

Generali responsabilizava o trabalhador agrícola por exposição prolongada a temperaturas que atingiram 40ºC, alegando que este podia, a qualquer momento, colocar-se à sombra ou refrescar-se com água.

 
Trabalhador sentiu-se mal após ter estado mais de seis horas a limpar ervas à volta de umas vides. FOTO: PAULO RICCA

O Tribunal do Trabalho de Penafiel condenou e, há menos de um mês, o Tribunal da Relação do Porto confirmou a obrigação da seguradora Generali pagar 5.534 euros de subsídio por morte e uma pensão anual no valor de 2.327 euros à viúva de um trabalhador agrícola de 54 anos que morreu na sequência de um golpe de calor em Julho de 2013, após ter estado mais de seis horas a limpar, com uma enxada, ervas à volta de umas vides numa quinta em Felgueiras, exposto a temperaturas que atingiram os 40º centígrados.

Tudo aconteceu a 5 de Julho de 2013, um dia particularmente quente. Por volta das 15h30 o homem, que estava a trabalhar desde as 9h, começou a vomitar e perdeu a consciência. Foi transportado pelo Instituto Nacional de Emergência Médica para o hospital de Penafiel, onde entrou com diagnóstico de insolação e golpe de calor (uma insuficiência aguda da termorregulação que constitui uma situação clínica de extrema urgência, porque aparece de forma muito rápida e pode revelar-se fatal se não for imediatamente tratada). O trabalhador entrou com o corpo a 41º e sangramentos abundantes, vindo a falecer às 22h47 desse mesmo dia.

A companhia de seguros recusou-se a chegar a um acordo com a família do trabalhador, responsabilizando o homem pela exposição prolongada a temperaturas que atingiram os 40º e alegando que este podia, a qualquer momento, colocar-se à sombra ou refrescar-se com água. "O facto de o sinistrado optar por prolongar aquela exposição, nada fazendo, como podia, para a interromper, torna a ocorrência daquela doença algo não só possível, como também previsível e até provável, para o lesado e para qualquer outro trabalhador normal nas mesmas circunstâncias", alegou a Generalli, que entendia que o caso não podia ser enquadrado como um acidente de trabalho.

Isto porque ficou provado que o trabalhador sempre teve total autonomia para se deslocar para uma sombra, tinha acesso fácil a água e sempre teve a possibilidade de descansar quando o entendesse. Esses factos foram relevantes para o Tribunal do Trabalho de Penafiel considerar que o empregador, a empresa Segmento Primaveril Unipessoal, não teve qualquer responsabilidade no acidente, nem violou as regras de segurança. No entanto, os dois tribunais enquadraram o caso como um acidente de trabalho obrigando a seguradora a indemnizar a família do trabalhador.

 "O trabalhador agrícola não é um trabalhador de gabinete, tendo de se sujeitar às condições atmosféricas existentes, as quais nem sempre lhe são favoráveis. Mas isso é um risco inerente às próprias condições de trabalho, sob pena de o mesmo não ter lugar", sustentaram os juízes da Relação do Porto. "No Inverno", acrescentam "não pode esperar que o tempo aqueça, ou que deixa de chover, assim, como no Verão, não pode esperar que o tempo arrefeça ou que deixe de fazer calor".

No acórdão, os juízes lembram que o trabalhador "não pode manipular um qualquer botão de uma máquina e climatizar o seu local de trabalho a temperaturas do seu agrado". Defendem ainda que não faz sentido alegar que uma pessoa de boa saúde, ao trabalhar intensamente, deva prever como consequência, ainda que remota, a possibilidade de sofrer um golpe calor e a própria morte. "O que aqui transparece é que a ré [a Generali], embora de forma camuflada, entende que existe culpa do sinistrado, por ter trabalhado de forma tão activa e sob uma forte onde de calor e que, ao fazê-lo dessa forma, arriscou ter um golpe de calor. Esta afirmação não pode ser aceite", diz a Relação do Porto, com base nas regras da experiência comum.     

Os juízes sublinham, aliás, que a argumentação da seguradora "de que o sinistrado só estava a trabalhar porque queria e optou por prolongar a exposição ao calor mantendo-se no seu posto de trabalho a executar a suas funções, é ofensiva e denegri a sua vida e a de qualquer trabalhado". Isto porque "o sinistrado, como qualquer ser humano, queria viver, e como trabalhador estava a executar as tarefas que naquele dia hora e local a entidade empregadora lhe ordenou", sustentam.

A viúva pediu ainda 3689 euros relativos a despesas de funeral com transladação, o que o Tribunal de Trabalho de Penafiel indeferiu por esta não ter apresentado qualquer documento comprovativo dos pagamentos feitos. Rejeitada foi ainda uma indemnização de 5000 euros em danos morais sofridos pela viúva com a morte do marido, justificando a primeira instância que as reparações no âmbito dos acidentes de trabalho não abrangem a compensação de todos os danos, não incluindo, por regra, danos não patrimoniais. Estes apenas podem ser reparados se o acidente tiver ocorrido por culpa da entidade empregadora, o que não aconteceu neste caso. 

A floresta e os ursos: uma bênção amaldiçoada?


MIGUEL FREITAS 07/08/2015 - 04:58
Temos uma Estratégia Nacional para a Floresta, mas não temos recursos para a implementar.

Enigma: está numa sala circular com todas as janelas viradas a sul, entra-lhe um urso por uma das janelas. De que cor é o urso? A resposta é fácil, tal como é fácil perceber o erro fundamental das nossas políticas públicas florestais.

Nesta altura do ano, floresta e incêndios soam ao mesmo, mas o problema não são os incêndios, é a natureza do território. Fomos abençoados com uma das maiores produtividades primárias da Europa. Se abandonarmos o terreno, cresce mato e arvoredo com vigor. Esta é também a maldição que nos prende a um ciclo vicioso.

De 2006 a 2013, aplicaram-se 1000 milhões de euros em políticas públicas do setor florestal. Foram 560 milhões de euros de Orçamento de Estado e 460 milhões de euros de Fundos Comunitários, Fundo Florestal Permanente e Fundo de Carbono. Sem surpresa, 75% da verba relaciona-se com incêndios, 17% com investimento florestal e 8% com pagamentos aos produtores por serviços públicos, como a conservação da biodiversidade, proteção de solos e água e balanço de carbono. Estes serviços são uma bênção de 220 milhões de euros/ano, mas os produtores são remunerados em apenas 10 milhões de euros.

Este foco das políticas públicas nos incêndios é o urso na sala, todos o veem, o temem e, mesmo assim, o menorizam. A gestão florestal sofre de problemas crónicos que transformam o potencial produtivo dos ecossistemas em fileiras que não internalizam o valor dos serviços e bens públicos, o que daria à nossa economia um contributo assinalável. Consequência: o investimento na floresta estagna.

Vejamos, entre 2000 e 2013, a relação do investimento entre indústria florestal e floresta foi de 1 para 5. Foram investidos 2,4 mil milhões de euros na indústria (pasta de papel: 1,2 mil milhões de euros; madeira e mobiliário: 780 milhões de euros; cortiça: 525 milhões de euros) e 450 milhões de euros em plantações florestais. Há um desajustamento entre o esforço de modernização industrial e a gestão produtiva da floresta. Não vemos os ursos, pero que los hay…  

Tais sinais económicos desmotivam o ajuste do modelo de gestão, afetam a mobilização dos agentes e a capacidade coletiva para transformar produtividade primária em vantagem económica. E quando o urso ruge, glorificamos o sistema no combate. Deixamos de questionar os 80 milhões de euros anuais alocados ao dispositivo de Defesa da Floresta Contra Incêndios e agrava-se a resposta pública de sempre. Depois de darmos esteróides ao urso, não poupamos recursos para o imobilizar. O sistema funciona. Faz-se a avaliação da área ardida e aguarda-se que a besta volte a hibernar.

O fumo da nossa inconsequência turva o futuro. A pressão sobre os solos aumenta, a necessidade de produzir alimentos e outros bens coloca-nos perante escolhas no uso e afetação dos recursos. Estão em contração as políticas europeias de apoio à agricultura e ao desenvolvimento rural. A Europa não tem uma visão para a sua floresta.

Lamentavelmente, nos também não. Temos uma Estratégia Nacional para a Floresta, mas não temos recursos para a implementar. Já que insistimos em não adaptar as estratégias à realidade, devemos definir claramente prioridades: usar a produtividade florestal a nosso favor, incentivar a gestão integrada e construir a partir daí uma economia sustentável. É preciso liderança com visão e maior racionalidade nas estruturas associativas de intermediação.

Estamos longe de consolidar um programa de fundos públicos de apoio ao investimento florestal, tanto ao nível da produção como na valoração dos serviços silvo-ambientais. É curto o que está disponível nos fundos comunitários e acrescem riscos de se virem a retirar mais verbas da floresta. Precisamos de modelos económicos que integrem incentivos dos programas europeus, bem como das linhas disponíveis quer no BEI como no Horizonte 2020.

É preciso insistir na reforma do sistema fiscal, torná-lo mais justo face ao longo período de retorno que está associado ao investimento na floresta. Precisamos de um quadro regulamentar estável, não perdendo o sentido da sistematização e unicidade legislativa, que devolva a confiança a quem investe e a quem gere. A revisão do Plano Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndio traz a oportunidade de incluir uma avaliação racional de custo-benefício, que de forma integrada priorize metas e objetivos e identifique e programe a natureza dos investimentos necessários para a boa execução do plano.

Quanto ao enigma: o urso é branco, só no polo norte pode existir uma sala circular com todas as janelas viradas a sul. Em Portugal, o urso pode ser da cor que se quiser, basta reconhecer que ele existe.

Deputado (PS) relator do Grupo de Trabalho da Assembleia da República sobre "Análise da Problemática dos Incêndios Florestais"

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Portugal enfrenta pior severidade meteorológica dos últimos 16 anos

05-08-2015 
 

Fonte: publico.pt

Condições são muito favoráveis para os fogos florestais, mas Protecção Civil diz que o combate está a funcionar.

Portugal está a enfrentar condições meteorológicas favoráveis a incêndios florestais como não se via há cerca de uma década e meia. E o calor promete apertar na generalidade do país nesta primeira metade de Agosto. Mas a protecção civil está confiante de que o combate aos incêndios está a funcionar.

O índice de severidade meteorológica – um dos que são normalmente utilizados para descrever as condições de risco para os fogos florestais – está mais elevado do que em 2003, 2005 e 2013, anos catastróficos em termos de área ardida em Portugal. "Este ano é o mais severo dos últimos 16 anos", disse José Manuel Moura, responsável pelo Comando de Operações Nacional de Socorro da Protecção Civil, numa conferência de imprensa esta terça-feira.

Os incêndios deste ano consumiram, até 31 de Julho, 28.781 hectares de matos e florestas, segundo o último relatório do Instituto da Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), divulgado esta terça-feira. Na década anterior (2005-2014), apenas dois anos tiveram maior área ardida até ao fim de Julho: 2005 (92 mil hectares) e 2012 (68 mil hectares).

Em 2014, ao longo de todo o ano arderam apenas 20 mil hectares – o menor valor desde que há registos sobre os fogos florestais em Portugal. Já este ano, tanto a área ardida, como o número de fogos até ao final de Julho ultrapassam os valores totais de 2014, mas estão próximos dos valores médios da década anterior. Houve 10.340 incêndios. A média entre 2005 e 2014 foi de 9961. Já a área ardida está ligeiramente inferior à média, que é de 29.467 hectares.

José Manuel Moura afirma que as condições meteorológicas actuais são capazes de criar grandes problemas em pouco tempo. "Temos incêndios a arrancar em 20 minutos com uma força brutal", afirma.

Mas o coordenador nacional das operações de socorro faz um balanço positivo do combate aos incêndios até agora. "Em nenhuma ocorrência tivemos um incêndio com mais de 24 horas", justifica. O tempo médio para a primeira equipa de combate chegar a um incêndio é de cerca de 12 minutos. E, em média, os fogos têm vindo a ser controlados em 36 minutos.

A "resposta musculada" aos fogos, segundo José Manuel Moura, tem feito com que muitos nem cheguem a ser notícia. Na prática, 79% dos incêndios são fogachos, com menos de um hectare de área ardida, segundo os números do ICNF.

Este ano, contam-se para já 43 incêndios com mais de 100 hectares. Os maiores ocorreram em Sever do Vouga, a 2 de Abril, com 1574 hectares de área ardida, e em Tomar, dia 7 de Julho, com 1580 hectares.

O combate tem sido facilitado por um número menor de fogos ao mesmo tempo, em relação a outros anos. O maior volume de ocorrências diárias foi registado na Primavera, durante uma onda de calor que afectou parte do país entre 27 de Março e 7 de Abril. No dia 4, houve 217 incêndios – o maior número deste ano. Nos verões candentes de 2003 e 2005, chegou a haver mais de 400 ocorrências diárias.

Com a situação meteorológica deste ano, uma nova onde de calor pode complicar substancialmente o trabalho dos bombeiros. Desde Dezembro, tem caído menos chuva do que o normal. O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) classificou todos os meses entre Dezembro e Junho como "secos" ou "muito secos". Os dados para Julho ainda não estão publicados, mas dificilmente fugirão à regra.

O mês de Agosto começou com 383 incêndios registados nos seus três primeiros dias. O mais problemático deflagrou em Oleiros na segunda-feira à tarde e foi dado como dominado na manhã seguinte. Entre 500 a 700 hectares de matos e florestas terão ardido, segundo estimativa da Câmara Municipal.

A previsão do IPMA para os próximos dez dias aponta para condições potencialmente mais problemáticas. O tempo deve-se manter quente e seco e a temperatura vai aumentar na generalidade do território continental no fim-de-semana. No domingo, os termómetros poderão chegar a 40 graus nalguns pontos do país.

Preços das matérias-primas em mínimos de 13 anos

 05-08-2015 
 


Fracos dados económicos na China e o colapso da bolsa de Xangai explicam, em grande medida, a derrocada da cotação das matérias-primas.

O mercado mundial de matérias-primas tem estado ao rubro. Na passada segunda-feira, o Bloomberg Commodities Index, índice que segue 22 das principais matérias-primas recuou até ao patamar mais baixo em mais de 13 anos. Desde o petróleo ao ouro, passando pelos metais industriais como o cobre, o níquel e o alumínio, e pelos produtos agrícolas, como o café, o açúcar e o trigo, a generalidade das 'commodities' vêm a acumular fortes desvalorizações.

Os especialistas do mercado apontam várias razões para justificar o rumo descendente das cotações que se acentuou sobretudo no último mês. Em Julho, o índice de 'commodities' da Bloomberg deslizou perto de 11%, alargando para 13% a queda acumulada este ano. A manter-se essa evolução, 2015 poderá ser o quinto ano consecutivo de quedas para a matérias-primas.

A força do dólar e a expectativa de subida dos juros nos EUA são alguns dos factores incluídos na fórmula que sustentam as recentes quedas. Mas os sinais de fragilidade com origem na China são o principal argumento utilizado para explicar a derrocada das cotações das matérias-primas.

O abrandamento do crescimento da economia chinesa - a maior consumidora de 'commodities' do mundo - para o ritmo mais lento dos últimos 25 anos tem constituído um factor de pressão sobre as cotações. Os últimos dados sobre a economia chinesa divulgados na segunda-feira adensaram ainda mais esses receios. Os números do índice dos gestores de compras Caixin/Markit, patrocinado pelo HSBC mostraram que a produção industrial caiu mais do que o esperado em Julho, sofrendo o quinto mês consecutivo de quedas. O PMI oficial recuou para mínimos de cinco meses. "Os dois índices industriais viram os seus principais componentes - novas encomendas, 'output', inventários de matérias-primas - perderem ritmo, sugerindo que a economia real, que se julgava estabilizada a níveis baixos, ainda está a lutar para dar a volta", explicou Tao Wang, economista da UBS.

O próprio colapso da bolsa chinesa veio também agravar o cenário para as matérias-primas. Segundo o analista sénior de matérias-primas do Commerzbank, Carsten Fritsch, os investidores estão a vender metais porque não podem transaccionar acções devido às restrições impostas pelo governo.

É perante este contexto que as cotações dos metais recuaram até ao patamar mais baixo desde 2009, o petróleo entrou em terreno de 'bear market', com o crude a transaccionar actualmente em torno dos 45 dólares/barril e o 'brent' ligeiramente acima da fasquia dos 50 dólares. Também a platina recuou esta terça-feira até ao nível mais baixo em mais de seis anos e o paládio recuou para valores de 2012.

A expectativa do mercado aponta para que os preços das matérias-primas se mantenham sob pressão pelo menos no curto prazo. "Até que se assista a alguma estabilidade com origem na China, espero que se continue a ver fraqueza nas 'commodities'", defendeu David Lennox, analista da australiana Fat Prophets à Bloomberg.

Metade dos portugueses consome cereais de pequeno-almoço

05-08-2015 
 

Fonte: ANIL/Grupo Marktest

O estudo TGI da Marktest revela que são mais de 4 milhões os portugueses que referem ter consumido cereais de pequeno-almoço nos últimos 12 meses, sobretudo os mais jovens.


O estudo TGI da Marktest quantifica, na vaga global de 2014, em 4 259 mil o número de portugueses que consumiram cereais de pequeno-almoço nos últimos 12 meses, o que representa 49.7% dos residentes no Continente com 15 e mais anos.

Na análise do perfil destes indivíduos, observa-se que é a idade a variável mais discriminante, revelando maiores diferenças entre os indivíduos.


Enquanto 74.0% dos indivíduos entre os 15 e os 24 anos afirma consumir cereais de pequeno-almoço, essa percentagem não vai além de 35.6% nos indivíduos entre os 55 e os 64 anos.


Por género, verifica-se que a penetração deste tipo de consumo é maior junto das mulheres (54.5%), enquanto junto dos homens a penetração é abaixo da média: 44.3%.


Por região Marktest, destacam-se os consumos acima de 50% dos indivíduos da região da Grande Lisboa (54.0%) e da região Sul (50.7%).


Os dados e análises apresentadas fazem parte do estudo TGI, propriedade intelectual da Kantar Media, e do qual a Marktest detém a licença de exploração em Portugal, é um estudo único que num mesmo momento recolhe informação para 17 grandes sectores de mercado, 280 categorias de produtos e serviços e mais de 3000 marcas proporcionando assim um conhecimento aprofundado sobre os portugueses e face aos seus consumos, marcas, hobbies, Lifestyle e consumo de meios.


Presente em mais de 60 países nos 5 Continentes, o TGI poderá ainda caracterizar mercados internacionais com vista ao conhecimento dos consumidores além-fronteiras.

CNA: Comunicado

SECA  PREJUDICA  MUITO  AGRICULTURA  FAMILIAR

GOVERNO DEVE APOIAR  AGRICULTORES AFECTADOS


Como se vê e sente, já desde Março, a Seca está forte e prolongada. Caminha para ser uma das piores Secas desde 2000 (últimos quinze anos), tanto mais que as previsões, pelo menos para este mês de Agosto, não apontam para que chova como seria necessário.

Em finais de Julho (dados oficiais do IPMA – Instituto Português do Mar e da Atmosfera) já o País estava com cerca de 80% da sua área em situação de Seca severa e extrema.  Pela forma como entrou Agosto, e segundo as previsões meteorológicas, a Seca vai intensificar-se ainda mais.  

Particularmente, as Regiões do Interior e, nestas, os Agricultores, estão a ser bastante afectados.

Escasseia a alimentação animal nas pastagens; aumentam de custo os outros tipos de alimentação animal; a Vinha e os Pomares (não regados) não se desenvolvem bem. O Tomate para indústria está a ficar queimado pelo sol. Mesmo a Floresta e os Matos encontram-se ressequidos, propícios a sofrer grandes incêndios florestais.

As regas têm que aumentar de frequência… Também por causa disso, se gasta mais água e aumentam os custos de Produção num contexto agravado pela falta de escoamento e pelos preços baixos à Produção Alimentar e Florestal da Agricultura Familiar.


SITUAÇÕES  EXCEPCIONAIS 

RECLAMAM DO  GOVERNO  APOIOS EXCEPCIONAIS 

Os efeitos da Seca prolongada, por norma, não entram em apólices de Seguros Agrícolas…

Também por isso, o Ministério da Agricultura e o Governo devem rapidamente definir - de forma concertada com as Organizações Agro-Florestais - um conjunto de apoios – designadamente financeiros – destinado a acudir ao Sector e, em especial, às pequenas e médias Explorações Familiares.  

Aliás, em 2012, em idêntica situação de Seca, foram tomadas várias medidas úteis que, agora, já tardam. 

Designadamente, a CNA reclama ao Ministério da Agricultura e ao Governo:

-- Apoios financeiros (modulados), a fundo perdido, para já aos Produtores Pecuários de Ruminantes ( e não só).

-- Mais rápida antecipação e flexibilização das Ajudas da PAC e das Ajudas que exigem comparticipação do Orçamento de Estado Nacional (PRODER e PDR 2020).

-- Aceleração dos processos administrativos que incidem sobre apoios à Pecuária.

-- Isenção temporária da Taxa de Recursos Hídricos.

-- Ajuda à Electricidade Verde.

-- Isenção temporária do pagamento das Contribuições para a Segurança Social dos Pequenos e Médios Agricultores.

-- Medidas de apoio com incidência fiscal ( por ex., acelerar a devolução do IVA).

-- Linhas (especiais) de Crédito altamente bonificado.


                                                                    Coimbra, 6 de Agosto de 2015

       A Direcção da C N A 

fonte: CNA

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Finalmente legislação europeia para as máquinas agrícolas atreladas

Agosto 04
21:48
2015

A partir de 1 de Janeiro de 2016, os tractores especiais, os reboques e as máquinas atreladas podem beneficiar de uma homologação única em todos os países da UE. Esta evolução vai permitir que a matrícula para todo este tipo de máquinas seja semelhante em todos os países da Europa. Neste momento, cada país tinha o seu sistema de matrícula, o que levava, por vezes, à existência de vários problemas.

O regulamento UE nº 167/2013 uniformiza o processo para os tractores especiais, os reboques e as máquinas rebocadas. Vai entrar em vigor em 1 de Janeiro de 2016, mas será, contudo, ainda, facultativo para os tractores de rasto contínuo, para os pulverizadores, para as enfardadeiras, bem como para os reboques espalhadores.

Este procedimento pode, assim, facilitar aos agricultores a compra de material noutros países.

COPA-COGECA vai preparar posição para Conselho de Ministros da Agricultura de 7 de Setembro

Agosto 04
21:47
2015

Face à gravidade da crise que o sector pecuário atravessa, o COPA-COGECA resolveu reunir extraordinariamente os seus grupos de trabalho da carne de suíno, da carne de bovino e do leite.

Assim, decorrerão dia 1 de Setembro as reuniões da carne de bovino e do leite e, no dia 2, da carne de suíno.

Com estas reuniões pretende-se definir a posição a tomar, em termos de reivindicação, junto da Comissão das medidas urgentíssimas para o sector.

Estão previstas, também, reuniões das presidências destes grupos com o gabinete do Comissário Phil Hogan e da presidência luxemburguesa.

Estas reuniões só foram marcadas para Setembro devido às férias, em Bruxelas, dos altos responsáveis, o que leva a que qualquer acção, durante este período, não tenha eco.

Entretanto, é necessário que os representantes dos diferentes Estados Membros actuem junto dos seus Ministros, no sentido de sensibilizá-los para as dificuldades e para que apoiem as medidas a pedir no próximo Conselho de Ministros da Agricultura de dia 7/9.

Agricultores em fúria – manifestação 7 de Setembro em Bruxelas


Agosto 04
08:51
2015

Os agricultores europeus continuam a manifestar vivamente o seu descontentamento pela situação dos preços de alguns produtos agrícolas actualmente praticados.

Conforme informámos, dia 7 de Setembro vai realizar-se um Conselho de Ministros da Agricultura extraordinário em Bruxelas, cujos pontos da ordem de trabalhos serão a situação do leite, da carne de porco e da carne de bovino.

A contestação na Bélgica continua a subir de tom e todos os sindicatos agrícolas, em conjunto com o European Milk Board, estão a organizar protesto em comum, que irá passar por uma grande manifestação, exactamente dia 7, em Bruxelas, durante a realização do Conselho de Ministros.

A situação no sector do leite é de tal maneira grave, que é a primeira vez que todas as organizações da fileira estão juntas num processo de luta, pois temem pelo futuro das pequenas e médias explorações leiteiras.

Neste momento, está lançado um apelo à solidariedade dos consumidores e um pedido à grande distribuição para que suba o preço do leite que irá ser pago ao produtor.

Entretanto, os bloqueios nas estradas e nas centrais de distribuição continuam e os agricultores não mostram sinais de aliviar essa pressão.


Medida cheque-formação entra em vigor terça-feira

04-08-2015 
 

Fonte: ANIL/Jornal de Noticias

Empresas e trabalhadores podem candidatar-se a partir de terça-feira ao novo cheque-formação, segundo um diploma publicado na segunda-feira (3 de Agosto), no qual o Governo classifica esta medida como "experimental" e a avaliar.


Pedro Mota Soares anunciou que o "esforço financeiro que está ligado a esta medida" será de 67 milhões de euros até 2020.

"O apoio a atribuir, por trabalhador, considera o limite de 50 horas no período de dois anos, um valor hora limite de quatro euros, num montante máximo de 175 euros, sendo que o financiamento máximo é de 90% do valor total da ação de formação, comprovadamente pago", lê-se na portaria do Ministério da Solidariedade, Emprego e Segurança Social.


Os beneficiários do cheque-formação são empregados, independentemente do nível de qualificação, cujas candidaturas são apresentadas pelos próprios ou por entidades empregadoras, e os desempregados inscritos no Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) há, pelo menos, 90 dias consecutivos.


As entidades empregadoras são também beneficiários indiretos da formação, apoiada pelo cheque-formação, através da participação dos seus ativos empregados.


Os beneficiários que frequentem percursos de formação, com uma duração máxima de 150 horas no período de dois anos, passam a ter direito a um apoio financeiro correspondente ao valor total da ação de formação até ao montante de 500 euros, comprovadamente pago.


Mas os desempregados durante o período de frequência da formação mantêm o dever da procura ativa de emprego.


Em meados de julho, o ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social, Pedro Mota Soares, à margem de uma reunião em sede de Concertação Social, anunciou que o "esforço financeiro que está ligado a esta medida" será de 67 milhões de euros até 2020, dos quais 60 milhões de euros provenientes do Orçamento do Estado (OE) e sete milhões de euros do orçamento comunitário.


O objetivo da medida é abranger "previsivelmente" cerca de 35 mil desempregados e 180 mil ativos empregados, revelou na altura o ministro.

Proteção Civil destaca resposta do dispositivo, apesar do aumento de fogos

04-08-2015 
 

Fonte: Lusa

O número de incêndios florestais mais do que duplicou este ano em relação a 2014, tendo-se registado 10.695 ocorrências de fogo, valor superior à média dos últimos 10 anos, segundo dados hoje apresentados.

Numa conferência de imprensa realizada na Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), o comandante operacional nacional, José Manuel Moura, afirmou que a resposta do dispositivo de combate tem sido "notável" e de "sucesso", apesar do aumento do número de ocorrências de fogo, num balanço do primeiro mês da fase mais crítica em incêndios florestais.

"A resposta tem sido notável, para mais do dobro de ignições, a reposta ser o que é, eu concluo que na resposta do dispositivo nada falhou, pelo contrário, tudo melhorou para conseguirmos ter estes resultados. Agora o número de ignições não está nas nossas mãos", disse José Manuel Moura, destacando que este ano ainda não ocorreu um incêndio com mais de 24 horas de duração.

De acordo com os números divulgados, 10.695 incêndios registaram-se entre 01 de janeiro e 31 de julho, enquanto no mesmo período do ano passado tinham deflagrado 4.165.

A área ardida mais do que triplicou este ano, tendo os incêndios florestais atingido uma área de 27.921 hectares, enquanto no mesmo período de 2014 as chamas consumiram 7.575.

O comandante adiantou que "o número de ignições e área ardida" foi superior à média dos últimos 10 anos entre janeiro e junho, mas, em julho, os fogos atingiram valores próximos, enquanto a área ardida foi inferior.

José Manuel Moura referiu que 2014 foi "o melhor ano de sempre, desde que há registo", devendo-se, por isso, fazer-se uma comparação a 10 anos.

Explicando que a severidade meteorológica é este ano a mais grave dos últimos 16 anos, o comandante sublinhou que, em julho, o primeiro mês da fase mais crítica em incêndios florestais, ocorreram 3.500 fogos, número idêntico aos valores de 2012 e 2013. Já a área ardida foi a quinta mais baixa dos últimos 10 anos.

Segundo José Manuel Moura, mais de metade da área ardida registou-se fora do período critico.

O comando reafirmou que o objetivo principal do dispositivo deste ano é a "permanente segurança das forças" no terreno, avançando que "alguns bombeiros já sofreram queimaduras" e atualmente está um internado no hospital.

Durante a fase charlie de combate a incêndios florestais, que começou a 01 de julho e termina a 30 de setembro, estão operacionais 2.234 equipas das diferentes forças envolvidas, 9.721 operacionais e 2.050 veículos, além dos 236 postos de vigia da responsabilidade da GNR, segundo o Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais (DECIF).

O DECIF estabelecia também 49 meios aéreos, mas a fase crítica em fogos conta com 47, estando inoperacionais dois helicópteros Kamov da frota do Estado.

Produção de pequenos agricultores poderá garantir segurança alimentar

 04-08-2015 
 

Fonte: ANIL/Revista Vida Rural

A produção agrícola de pequenos agricultores, nomeadamente a produção biológica, poderá ser a 'bóia de salvação' da segurança alimentar mundial. Quem o diz é Hilal Elver, relatora especial das Nações Unidas para o Direito à Alimentação.

"A agricultura ecológica (biológica) está mais voltada para as pequenas propriedades, com uma nova abordagem, como está a acontecer em vários locais em França. Temos de utilizar de forma mais racional o sistema ecológico para a produção agrícola", referiu Hilal Elver.

De acordo com a Lusa, as declarações foram feitas durante a conferência "Direito humano a uma alimentação adequada: desafios e oportunidades a partir de diferentes geografias", que se realizou no Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), em Lisboa.

De acordo com a relatora da ONU, "é necessário realizar uma adaptação e uma mitigação neste campo", mas isso "não é interessante para as grandes corporações do setor da alimentação".

Segundo Hilal Elver, os pequenos produtores que vivem em redor de Nova Iorque poderiam alimentar a cidade e também todo o Estado de Nova Iorque. Assim, os Governos deveriam focar-se em "ajudar os pequenos agricultores a serem mais eficazes na produção dos alimentos" através de "políticas específicas para o setor".

Para a relatora, "os governos têm de criar estruturas para que as pessoas possam ter acesso à alimentação, seja produzindo os seus alimentos ou seja através de empregos, que fornecem os recursos para a aquisição dos alimentos".

De acordo com a ONU e a FAO, cerca de 795 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de fome crónica. Um dos Objetivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM) estabelecia a meta de, até 2015, reduzir para cerca de metade esse número, objetivo que "não foi conseguido".

Prazo de legalização de pecuárias não é suficiente, processo é complexo

04-08-2015 

Fonte: Lusa

A Confederação Nacional de Agricultura (CNA) pede mais tempo e apoios financeiros para a legalização de pequenas e médias explorações pecuárias, alegando que o processo é complexo e o prazo não é suficiente.

Em comunicado enviado à agência Lusa, a CNA alega que a legalização final de vacarias e outras instalações pecuárias, através da regularização extraordinária, "é um processo muito complexo que envolve diversas entidades públicas e que, por isso, necessita de tempo para ser realizado pelos agricultores".

No texto, a confederação argumenta que o Governo estipulou o prazo de um ano, que termina no início de 2016, para o licenciamento das explorações, mas que parte daquele período "foi consumido pela própria administração na preparação do regime".

"Assim, está mais uma vez atrasado o processo de licenciamento das explorações pecuárias", sustenta.

A CNA reclama mais tempo, alegando que irão começar a caducar as licenças provisórias e os prazos concedidos aos produtores pecuários para adaptarem as suas explorações às novas regras nomeadamente em matéria de ordenamento do território.

Acrescenta que o licenciamento das explorações pecuárias e em especial das vacarias "tem sido um processo que vários governos arrastaram no tempo apesar de todos eles terem produzido legislação específica sobre a matéria" e que a legislação "foi saindo desadequada das realidades regionais e das explorações pecuárias de tipo familiar".

"Sob a pressão da Comissão Europeia, exigia-se tudo aos produtores pecuários em termos das alterações físicas e de outro o tipo a introduzir nas instalações e a burocracia era, e é, um tormento", acusa a CNA.

"Porém, nunca houve vontade política, por parte dos sucessivos governos, em atribuir os apoios necessários, designadamente financeiros, para adaptação das instalações das pequenas e médias explorações pecuárias", salienta.

Para a CNA, o resultado "é terem expirado prazos atrás de prazos" sem que o processo fosse concluído.

"E aí temos de novo a mesma perspetiva. Ou se vão encerrar, à força, largas centenas de explorações pecuárias ou o prazo para a regularização extraordinária (que expira a 02 de janeiro de 2016) vai ter que ser alargado", reclama.

E agora, que vão dizer os opositores aos transgénicos?


António Coutinho  Email
4/8/2015, 12:1149425 PARTILHAS
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Lobby muito poderoso e vocal, promotor frequente de arruaças, o "movimento anti-transgénico" é fruto de uma total irracionalidade


Há ambientalistas que respeitam a racionalidade e conhecem a ciência, mas também há ambientalistas que se guiam apenas por chavões adoptados de interesses politiqueiros ou mesmo arruaceiros, sem fazerem a mínima ideia do que estão a falar. Têm o seu direito, naturalmente, longe de mim a ideia de proibir esta, entre tantas outras, irracionalidades. Na batalha contra a ignorância e a superstição não há melhor arma que a educação. E terá de ser por aí que os faremos desaparecer. Preocupa-me, todavia, que o "peso" mediático e consequentemente político dos lobbies que constituem tem graves consequências para o progresso do conhecimento e da economia.

A invenção da agricultura há uns 10.000 anos foi dos passos mais críticos na história da humanidade, permitindo entre muitas outras coisas, a sedentarização, a emergência das cidades e da cultura, da filosofia e da ciência. Como é bem sabido, a agricultura trouxe aos que a praticavam uma enorme vantagem competitiva, como o demonstra a sua progressão inexorável do crescente fértil até ao ocidente da Europa: os agricultores não ensinaram o que sabiam aos caçadores-recolectores, ou estes não quiseram (ou não souberam) aprender.

Os agricultores foram avançando e substituindo os povos anteriores nos espaços que eles ocupavam, alterando para sempre a composição genética das populações europeias. Mas a agricultura não foi inventada apenas no Médio Oriente; sabemos que apareceu independentemente em pelo menos mais uns 4 ou 5 lugares por esse mundo, dando de novo lugar à proeminência dos seus praticantes. O mesmo se passa, de resto, com espécies "sociais" de outros animais: muitas dezenas de espécies de formigas "inventaram" a agricultura e, também aqui, nenhuma destas "reverteu" para uma forma de vida e organização social sem agricultura.

Se as primeiras espécies cultivadas parece terem resultado de "acidentes genéticos" naturais, ao longo destes milénios os agricultores têm vindo a proceder paciente e sistematicamente, ao "melhoramento" das espécies cultivadas ou domesticadas, seleccionando plantas mais resistentes a pragas e variações climáticas, que produzem mais e melhores frutos, sementes ou raízes, ou seleccionando animais mais inclinados a co-habitar com o homem, que produzem mais carne, gordura ou leite.

Este processo de melhoramento das espécies "domesticadas" foi uma verdadeira epopeia, como o foram as inúmeras e extraordinárias deslocações de espécies interessantes, transportadas das terras originais para todo o mundo (basta lembrar que antes das "descobertas", a Europa vivia sem batatas, feijão, tomate, café, entre muitas outras coisas). Nos tempos modernos, a melhoria na agricultura foi dramática: ainda no século passado conseguimos um feito inimaginável pouco antes (particularmente pelos malthusianos e outros profetas da desgraça): o mundo passou a produzir dez vezes mais alimentos com dez vezes menos agricultores e ocupando apenas uma parte dos terrenos cultiváveis por esse mundo.

Esta evolução "cultural", com tudo o que tem de "artificial", ou seja, de mão humana, representa um enorme progresso na luta contra a fome e a subnutrição, e deve-se à conjugação de muitas outras descobertas e inovações, como o conhecimento dos solos, os processo "artificiais" de rega e outras protecções contra variações climáticas, a invenção e utilização de novos adubos e pesticidas, a mecanização e automatização de processos.

De resultados por vezes inesperados, o processo de melhoramento genético das variedades domesticadas foi, sobretudo, um trabalho paciente e lentíssimo, pois muitas gerações são habitualmente necessárias para "melhorar" uma qualquer característica do animal ou planta seleccionados. Tudo isto se foi fazendo, guiado por noções rudimentares de heriditariedade, mas "às cegas" e sem qualquer conhecimento das alterações genéticas, por vezes dramáticas, que assim fomos introduzindo em todas as espécies cultivadas/domesticadas. Ou seja, todos os produtos "biológicos" que hoje pagamos mais caro, foram obtidos por "manipulação genética" das respectivas espécies. Sempre por "interesse comercial" de quem as produzia, nunca para "respeitar" a natureza, mas para melhor a explorar.

Nos últimos 20 ou 30 anos, com o progresso da genética molecular e da fisiologia, tornou-se possível proceder ao melhoramento de espécies de maneira totalmente controlada e racional, com resultados quase imediatos. Naturalmente, agora como sempre na História, o "interesse comercial" continua a ser a força motriz de tudo isto, mas novos objectivos mais "nobres" são também agora prosseguidos. Por exemplo, arroz geneticamente modificado que contém vitaminas e assim salva da cegueira e de várias outras doenças os povos de regiões pobres. Por vezes, os dois tipos de interesses conjugam-se: a resistência de plantas transgénicas a várias pragas e parasitas permite limitar ou eliminar a utilização de pesticidas tóxicos, é "amiga do ambiente" e diminui grandemente os custos de produção.

Em resumo, hoje fazemos melhor, mais controladamente e, sobretudo, muito mais depressa o que sempre fizemos na História. Donde a minha enorme surpresa ao assistir à resistência de alguns ambientalistas contra os alimentos "transgénicos". Lobby muito poderoso e vocal, promotor frequente de arruaças, o "movimento anti-transgénico" é fruto de uma total irracionalidade. Se os factos acima não são suficientes, podemos juntar muitos outros. Aqui ficam os mais óbvios.

Não é verdade que os alimentos "transgénicos" fazem mal à saúde: não há qualquer demonstração, nem mesmo qualquer resultado experimental ou epidemiológico que sequer o indique (as raras "declarações" iniciais do contrário foram, entretanto, sistematicamente desmentidas por observações mais rigorosas e sérias).  De resto, não é possível que tal seja verdade: o ADN do "transgene" introduzido na espécie modificada é exactamente igual ao ADN dessa espécie, feito das mesmas 4 bases (A,T,G e C) de todo e qualquer ADN que todos nós comemos diariamente em grande quantidade, mesmo aqueles de nós que só comem produtos biológicos, cujo ADN, ó cruel desengano, é também exactamente igual a qualquer outro ADN. O que nos faz diferentes dos macacos, mosquitos, eucaliptos ou bactérias é a sequência das 4 bases que os enzimas digestivos não distinguem (como se poderia ter antecipado pela enormíssima variedade de alimentos, cada qual com as suas sequências distintas e únicas.

Entrámos agora num novo período de "transgénicos", razão deste texto. Investigadores japoneses descreveram recentemente uma variedade de porcos "transgénicos" com músculos muito desenvolvidos que, portanto, são excepcionais produtores de carne com pouca gordura. Imagino que o lobby dos anti-transgénicos dirá, como antes, que comer carne desses animais faz mal à saúde. Infelizmente para eles, todavia, estes porcos "transgénicos" não contêm nenhum gene novo ou adicional a um porco perfeitamente "biológico". O desenvolvimento abundante dos músculos foi obtido pela remoção de algumas bases de ADN de um gene que, nos porcos correntes, inibe esse desenvolvimento. Ou seja, o ADN destes novos porcos não têm nada de novo, têm até menos que os porcos que muitos de nós comemos todos os dias.

Espero bem que alguns dos ambientalistas do lobby anti-transgénicos, pelo menos aqueles que mantêm algum respeito pela racionalidade, reparem agora na incongruência dos seus (antigos) argumentos. Um conselho para os mais radicais: preparem-se para uma nova "frente de luta", pois estou certo que esta maneira de fazer "transgénicos", por mais fácil, será abundantemente praticada no futuro. Além de tudo, estudos genéticos e fisiológicos indicam que a estratégia agora utilizada (inactivação de genes inibidores) foi, muito provavelmente, a base genética mais frequente do "melhoramento" feito às cegas de todas as espécies domesticadas que hoje possuímos. Ou seja, sabemos fazer agora em poucos meses o que levava muitas gerações a conseguir, usando o mesmo mecanismo genético.

Reconheço que, sendo de base irracional, o "medo" dos transgénicos, como todos os outros, só poderá ser vencido por mais e melhor educação nas escolas e nos media. Mas não será altura dos legisladores Europeus (e nacionais), que se deixaram levar por esses lobbies sem argumentos válidos mas com um forte "impacto" disruptivo, se deixarem "iluminar" pela ciência e levantarem o travão ao desenvolvimento económico que tais medos têm vindo a impor? Nem que seja por uma razão (constitucional) de equidade: não queremos proibir ninguém de comer apenas alimentos biológicos (se são suficientemente ricos para os pagarem), mas tão pouco podemos aceitar que nos proíbam, a nós, de comer "transgénicos", tanto mais que a hipotética doença que provocam não é contagiosa.

Um último comentário sobre um argumento, aparentemente válido, do lobby anti-transgénico: a introdução dos trangénicos resultará, a termo, numa perda de diversidade genética das espécies/variedades domesticadas. Perda de diversidade, todavia, já existia com as variedades "tradicionais", na medida em que, num mundo globalizado, as melhores (mais resistentes, ou produtivas) substituirão progressivamente todas as outras. No caso dos transgénicos, é verdade, esse processo pode ser mais acelerado, dada a superioridade tão vincada das novas variedades.

Todavia, o argumento não é inteiramente racional, já que, cada transgénico, representa ele próprio uma nova variedade, um acréscimo de diversidade; o que precisamos é da livre produção e circulação de transgénicos, de maneira que cada produtor possa escolher na diversidade (de transgénicos e não transgénicos) existente.

Mais uma vez, a solução não está em proibir, mas em antecipar as respostas: hoje sabemos identificar e preservar para sempre (justamente por métodos de genética molecular) todas as variedades de quase todas as espécies e devemos, isso sim, apoiar o trabalho sistemático dos investigadores e técnicos dos nossos laboratórios que a tal se dedicam. Ou seja, os laboratórios especializados de todos os países deviam ter as condições para o fazer sistematicamente para todas as espécies locais.

Em Portugal, esse projecto já está a ser prosseguido, por exemplo, para a extraordinária diversidade do nosso vinhedo, mas, para ir mais longe, teremos de esperar pela reforma dos Laboratórios de Estado, há muitos anos anunciada mas nunca feita, e por maior investimento na investigação. Se não apoiamos a investigação pública, não poderemos depois queixar-nos que todas as espécies foram preservadas por privados, para usos de interesse comercial.

Ex-director do Instituto Gulbenkian de Ciência 1998-2012, presidente da Sociedade das Ciências Médicas de Lisboa

Um minúsculo insecto australiano vai combater as acácias em Portugal


RICARDO GARCIA 04/08/2015 - 20:27
Cientistas obtêm autorização para começar a libertar insectos em Outubro.

 
O minúsculo insecto australiano, visto á lupa HÉLIA MARCHANTE
 
Milhares de insectos australianos começarão a ser libertados no próximo Outono em Portugal para controlar uma praga vegetal que também veio daquele país. Em causa está uma pequenina vespa, com apenas três milímetros, capaz de comprometer a reprodução da acácia-de-espigas, uma planta também originária da Austrália que se espalhou descontroladamente por vastas áreas em Portugal.

Este tipo de controlo biológico é comum nalgumas circunstâncias – como para reduzir pragas que afectam culturas. No entanto, é a primeira vez que é autorizada, em Portugal, a libertação deliberada de um insecto para controlar directamente uma planta invasora.

Ironicamente, será uma espécie exótica – ou seja, que nunca existiu no país – a combater outra espécie exótica. Este tipo de operação, "se for mal feita, pode dar muito mal resultado", afirma Hélia Marchante, investigadora do Departamento de Ambiente da Escola Superior Agrária de Coimbra, que há anos trabalha neste projecto. O principal risco seria o de outras plantas virem também a ser afectadas.

Mas neste caso, o insecto escolhido – da espécie Trichilogaster acaciaelongifoliae – tem uma relação específica com a acácia-de-espigas (Acacia longifólia), da qual depende para o seu ciclo reprodutivo. As fêmeas põem os ovos nas gemas das plantas – de onde brotam os ramos ou flores. Com o desenvolvimento das larvas, formam-se bugalhos ou galhas, impedindo o aparecimento das flores. Sem flores não há sementes, e sem sementes não há novas acácias.

Com este método, pretende-se eliminar um dos factores centrais para a proliferação desta praga em Portugal. "Um dos grandes problemas da acácia é que as suas sementes permanecem viáveis no solo por muitos anos", explica Hélia Marchante. As acácias depois formam povoamentos muito densos, impedido que vingue qualquer outro tipo de vegetação e reduzindo os fluxos de água.

A utilização da minúscula vespa australiana já foi testada na África do Sul, onde o insecto foi libertado na natureza no princípio dos anos 1980. Houve reduções de mais de 85% na produção de sementes da acácia-de-espigas.

Em Portugal, há 12 anos que este projecto está a ser desenvolvido. Foram já feitos testes e ensaios em ambientes confinados. Para chegar à libertação dos insectos, foi preciso ainda passar por um longo processo de autorização, que começou no Instituto de Conservação da Natureza e Florestas, passou pela Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária e seguiu depois para a Comissão Europeia.

Uma palavra decisiva foi a da Agência Europeia de Segurança Alimentar, a quem Bruxelas pediu uma avaliação do risco de introdução daquele insecto para a Europa. No seu parecer, de Abril passado, a agência concluiu que os riscos eram reduzidos, mas que a libertação deve ser monitorizada. Além disso, os efeitos sobre outras duas espécies de plantas – outra acácia invasora (Acacia retinodes) e a giesta-das-serras (Cytisus striatus) – deveriam ser melhor investigados.

A luz verde foi dada agora e em Outubro deverão começar a ser libertados os insectos, que virão em galhas provenientes da África do Sul. Serão dez a 15 quilos de cada vez. A área inicial do projecto, realizado em colaboração com o ICNF, estende-se entre a Figueira da Foz e São Jacinto. "Não vamos libertá-los em toda a costa", diz Hélia Marchante.

terça-feira, 4 de agosto de 2015

ISA arranca com vindimas na única vinha de Lisboa e promove venda de uva

A colheita de uva começou ontem dia 3 de agosto, naquela que é a única vinha da cidade de Lisboa. Trata-se de uma iniciativa levada a cabo pelo instituto Superior de Agronomia (ISA), na qual todos podem participar, seja através da compra de uva, seja experimentado colhê-la diretamente.

A atividade começou com a casta Moscatel Galego, para venda ao público, devendo estender-se até ao início de setembro, com as castas para vinificação, em que se espera a colaboração de vários voluntários, para a vindima propriamente dita.

Toda a informação, como horários e procedimentos, se encontra disponível no documento em anexo.

Contactos:
Prof. Cristina Queda
Telemóvel: 96 352 97 68

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Bayer lança APP para avaliação da condição corporal em bovinos


A Bayer lançou a "BCS Cowdition", uma aplicação para smartphones e tablets que permitirá a médicos veterinários e produtores avaliar com maior precisão a condição corporal de vacas leiteiras.
Esta app, que ajuda a detectar transtornos metabólicos através da avaliação da condição corporal, funciona de forma simples e rápida, mesmo para os mais inexperientes, e fornece resultados fiáveis. Apenas com duas fotografias da vaca consegue-se calcular o seu estado nutricional. Com estas fotografias o utilizador é guiado através de um assistente onde define alguns parâmetros básicos e calcula, de uma forma cientificamente rigorosa, o valor da condição corporal. Ayhan Karaloek, gestor do projecto, refere que "é importante os utilizadores sentirem confiança nos resultados que obtêm através da APP. Por esta razão testámos, desde o início do projecto, a funcionalidade e fiabilidade das funções básicas em condições normais do dia-a-dia, quer internamente quer na exploração de ensaios da Universidade de Bonn." Estes ensaios envolveram testes em diferentes condições de luminosidade e com animais que apresentavam diferentes graus de sujidade.
Experimente-a descarregando-a no seguinte link:

Área de produção de castas nobres dos vinhos do Pico vai duplicar

 03-08-2015 
 
Fonte: Lusa

A ilha do Pico, nos Açores, prepara-se para duplicar a produção das castas nobres do seu vinho, numa altura em que surgiram mais quatro marcas no mercado e cuja oferta é insuficiente para a procura.

"Desde que entrou em vigor o programa VITIS, em agosto de 2014, já foram entregues candidaturas para mais de 130 hectares no Pico, essencialmente para as castas tradicionais, como o verdelho, arinto dos Açores e terrantês do Pico. Estamos prestes a duplicar a área das castas nobres dos Açores em produção", disse à agência Lusa o presidente da comissão executiva da Comissão Vitivinícola Regional dos Açores.

Atualmente, existem em produção no Pico, onde a paisagem da cultura da vinha é classificada como Património da Humanidade pela UNESCO, cerca de 130 hectares, acrescidos de cerca de 100 hectares que, segundo Paulo Machado, estão em fase de instalação e que resultam de projetos apoiados pelo Governo dos Açores ao abrigo do programa para a reabilitação das vinhas abandonadas.

Estas vinhas, de acordo com o responsável pela Comissão Vitivinícola Regional dos Açores, estarão em produção dentro de cerca de três anos, enquanto as do Regime de Apoio à Reestruturação e Reconversão da Vinha (VITIS) darão frutos dentro de cerca de quatro anos.

A maioria dos produtores do Pico manteve as marcas que tinham lançado em 2014, tendo surgido, entretanto, um novo produtor que recentemente lançou quatro produtos diferentes no mercado, designadamente um rosé, um tinto e dois brancos.

"Os produtos estão a ter uma grande empatia e aceitação por parte do público, tendo a maior parte sido para exportação, para diferentes países europeus, o que pode ser o abrir de algumas portas para toda a produção, não só do Pico mas também da região", considerou Paulo Machado.

Numa altura em que existem cerca de 20 marcas de vinhos certificados, o presidente da Comissão Vitivinícola Regional dos Açores sublinhou que, nos últimos anos, tem-se assistido a uma "evolução exponencial" em termos de valorização do preço dos vinhos, atingindo-se hoje o triplo de há cinco anos.

Paulo Machado admitiu que este ano se registe um "decréscimo muito ligeiro" da produção na ilha do Pico, havendo ainda a destacar o facto de, no âmbito da qualidade, começarem a aparecer sinais de podridão em algumas castas mais precoces.

Tem chovido com alguma regularidade e o tempo tem estado muito húmido, o que é "extremamente favorável" a estas situações, de acordo com o responsável da cooperativa regional.

"Este ano, vamos ter uma vindima antecipada porque as uvas estão mais avançadas no seu estado de maturação", declarou o dirigente da Comissão Vitivinícola Regional dos Açores, apontando que, "por enquanto, a maioria do produto é consumida na região e não chega para a procura".

Regista-se o facto de começar a haver algumas marcas a percorrerem o caminho da internacionalização, o que dá "bons indicadores de que [esta] será também uma alternativa de mercado", segundo Paulo Machado.

Há alguns anos que o produtor e consultor de vinho António Maçanita tem conseguido colocar um vinho de origem da ilha do Pico (Arinto) em vários restaurantes europeus com três estrelas Michelin, como o belga 'Carlet', o que tem contribuído para a notoriedade do produto açoriano.

Consumo mundial de sumo de laranja caiu 15,2% em dez anos



 02 Agosto 2015, domingo  Hortofruticultura & FloriculturaIndústria alimentar
O consumo mundial de sumo de laranja caiu 15,2% entre 2004 e 2014 como consequência da expansão de outras bebidas não alcoólicas e a perda do hábito de tomar o pequeno-almoço.
Os dados constam de um estudo da Associação Nacional dos Exportadores de Sumos Cítricos divulgado na semana passada.
A entidade assinala que para enfrentar essa redução pretende realizar campanhas orientadas a médicos e nutricionistas, com o propósito de fomentar o saudável consumo da bebida, principalmente na Europa.
O estudo coincidiu com outro divulgado pelo Departamento de Agricultura dos EUA sobre o mercado mundial de cítricos e que indica que o Brasil deverá ter uma queda de 10% da sua produção de laranjas, como consequência da seca que afectou o país.
Nesse sentido, a produção de sumo de laranja calculada pelo órgão americano será de 23%.
O Brasil responde atualmente por cerca de 57% da produção mundial de laranja e, aproximadamente, por 81% do comércio internacional, segundo dados do setor.
Fonte: Diário Digital

Rússia proíbe importação de flores da Holanda



 03 Agosto 2015, segunda-feira  Hortofruticultura & Floricultura


A Rússia proibiu a importação de flores da Holanda, depois de a Agência Federal de Fiscalização de Produtos Agrícolas Russa - Rosselkhoznadzor, ter afirmado haver a possibilidade de transmissão de doenças através da importação de flores.
Segundo a Reuters, esta proibição é temporária, enquanto as autoridades sanitárias dos dois países encetam discussões técnicas sobre o assunto.
A Rússia importava, por ano, 30 700 toneladas de flores holandesas, num valor de aproximadamente 200 milhões de euros.
Esta medida vai afetar, também, o mercado das flores de corte na Rússia, uma vez que um terço do aprovisionamento vinha da Holanda.
As autoridades holandesas afirmam, por seu lado, que toda esta posição não passa de uma retaliação pela tentativa de levar a tribunal os responsáveis pela queda do voo MH17, em 17 de julho do ano passado.
Paralelamente a esta medida, a Rússia confirma a extensão do prazo do embargo à carne, ao peixe, aos produtos lácteos e às frutas e vegetais da UE por mais seis meses.  
Fonte: Reuters/Agronegócios

Framboesa. O fruto que faz de Portugal a Califórnia da Europa

Alentejo e Algarve estão a captar cada vez mais investimento para a produção de framboesas. E há cada vez mais pessoas a rumarem a Sul para abraçarem o negócio. Em 2014, foi o segundo fruto mais exportado; este ano já rendeu 27 milhões de euros


Framboesa
 
01/08/2015 | 00:10 |  Dinheiro Vivo
Na estrada que liga São Teotónio às praias da Zambujeira do Mar a azáfama de quem quer pôr os pés na areia contrasta com a de quem trabalha dia após dia nas várias quintas quase a paredes meias com a praia. As peles bronzeadas, cobertas de alto abaixo para proteger do sol, os sapatos enlameados e os chapéus de proteção não deixam margem para dúvidas: a exposição a um calor de 35 graus é a única coisa que têm em comum com os veraneantes.
Dizem-nos que chegámos à Califórnia da Europa, uma região onde o clima ameno, tanto no verão como no inverno, é temperado pela brisa do mar, fatores essenciais à produção da framboesa - o segundo fruto mais exportado por Portugal em 2014 e a nova atração alentejana e algarvia que está a chamar jovens e menos jovens para o campo. O apelido foi atribuído pela Driscoll"s, uma empresa norte-americana especializada na produção de pequenos frutos nascida, precisamente, na Califórnia, há mais de 140 anos. Foram eles que descobriram estas características na Costa Alentejana onde chegaram há mais de dez anos e hoje são os maiores incentivadores do negócio das berries em Portugal. Trabalham com alguns produtores isolados, mas a maior fatia da produção está na parceria com duas associações nacionais a Luso Morango (Costa Alentejana) e a Madre Frutas (Algarve) e movimentam quantidades incríveis de frutos vermelhos.
Eunice Assis e Manuel Lopes fazem parte da família Driscoll"s há dois anos. Ele ex-formador em Ferreira do Alentejo, ela ex-socióloga em Lisboa decidiram iniciar uma vida a dois e para o meio trouxeram um gosto em comum: a agricultura. Arrendaram um terreno perto da Zambujeira do Mar e dois anos depois da primeira cultura já contam várias toneladas de framboesa e mirtilo produzidos. "É preciso muito trabalho", diz Eunice Assis, hoje sócia da Lopes e Assis, com Manuel. "Quem vem à espera que isto seja romântico, não é. Eu farto-me de dizer isto". Já estava à espera de um trabalho mais braçal, mas com 23 hectares de terreno arenoso e 3,8 hectares cobertos com frutos, já não tem ilusões. É que "é preciso ter o olho e dar o exemplo". "Isto não podia dar certo sem que colocássemos a mão na massa", completa Manuel.
A framboesa é entre as pequenas bagas, a que permite um retorno mais rápido ao produtor e, em Portugal, é possível produzi-la durante todo o ano - uma vantagem face aos restantes países onde também há produção deste fruto. Há quem diga, por isso, que é o grande novo negócio da agricultura em Portugal, e com margem para crescer.
"Tem havido uma grande aposta na produção de framboesas em especial no Alentejo e Algarve e há cada vez mais jovens a olharem para esta produção. Pessoas novas, a maior parte sem tradição na agricultura", diz José Martino, especialista em pequenos frutos. Mas os investimentos iniciais são elevados e, estima o especialista, devem rondar os 125 mil euros de capital inicial para a cobertura de um hectare de framboesa.
Os apoios comunitários ajudam a dar os primeiros passos. A maior parte dos agricultores candidatam-se a projetos do PRODER, o programa estratégico de desenvolvimento rural que atribuiu no último quadro, 163 milhões de euros aos pequenos frutos, 21% dos fundos destinados ao Alentejo e Algarve.
Eunice e Manuel utilizaram esta ferramenta, tal como Nuno Silveira e Rui Rebelo de Andrade, outros recém produtores, que viram neste negócio um novo início de vida. Depois de vários anos em setores próximos da agricultura - sistemas de rega e agropecuária - voltaram-se, em 2012, para a produção de framboesa e, com o apoio da Driscoll"s, já levantaram as primeiras colheitas. Nas suas duas quintas, de dois hectares cada uma, a Alenbaga - nome da empresa - conseguiu colher mais de 20 toneladas de framboesa por hectare. "Superou as expectativas", conta Nuno Silveira. "Uma das coisas que acho que ajudou ao sucesso é que seguimos tudo o que a Driscoll"s disse. Como não sabíamos seguimos e quando não há vícios as coisas correm melhor", diz Rebelo de Andrade.
Ainda a dar os primeiros passos e com muitos hectares disponíveis pela frente, Eunice e Manuel fazem as contas à produção e, sem levantarem o pano à produtividade, recordam que já saíram da Quinta Lopes e Assis duas culturas de framboesa Maravilla, uma de framboesa Carmina e uma de mirtilos, a sua outra produção. "Estamos muito satisfeitos com as berries e com a Driscoll"s", diz Eunice, confirmando que foi a aceitação e o acompanhamento da empresa norte-americana que deu a ajuda que precisavam.
O negócio da Driscoll"s é esse: fornece a espécie (a variedade da planta que já ensaiou e reconhece qualidade), acompanha os produtores através de técnicos que vão, pelo menos uma vez por semana a cada quinta, e tratam da comercialização e do transporte dos frutos. A empresa norte-americana tem também a responsabilidade de receber as berries dos produtores e de fazer testes aleatórios à sua qualidade.
Todas as framboesas de maior qualidade são para exportar. Falamos de mais de 95% do total de framboesa produzida em Portugal. A produção assinada pela Driscoll"s não é excepção: "Infelizmente o mercado português é ainda incipiente no que toca ao consumo de framboesa e apenas 3% da nossa produção em Portugal é vendida a clientes nacionais, fundamentalmente uma das principais cadeiras de retalho alimentar", confirma Nuno Madureira Simões, diretor de operações da Driscoll's para a Europa do Sul, África e Médio Oriente.
O negócio desta multinacional é enorme: estima-se que a eseja responsável por cerca de 600 mil plantas de frutos vermelhos na Europa; em 2014, terá exportado só a partir de Portugal, à volta de 50 milhões de euros em berries; e na sua rede de produtores, consegue assegurar, 3500 postos de trabalho diretos.
A Luso Morango, da qual a Driscoll"s é parceira, e também acionista é um dos exemplos do crescimento que as berries têm tido nos últimos anos: a facturação era de cinco milhões de euros em 2005, o ano da sua criação, e no passado passado era já de36,8 milhões de euros.
No conjunto de todas as produções nacionais, o negócio das framboesas é, sem dúvida o mais rentável. Dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) mostram que em 2014 foram produzidas de 5000 toneladas de framboesas em Portugal. Alemanha, Bélgica, Holanda, França ou Reino Unido estão entre os melhores compradores deste fruto português e, no ano passado, a framboesa rendeu 65 milhões de euros ao País. Só nos primeiros cinco meses de 2015, a soma ia já em 27 milhões de euros de vendas ao estrangeiro. Recorde-se que um quilo de framboesa custa entre 8 e 9 euros no Inverno e 5 e 6 euros no Verão, segundo o Quadro de Produção Vegetal da DRAP Algarve.
É precisamente a Sul do País, perto de Olhão que encontramos a segunda Associação de produtores parceira da Driscoll"s. Mas as diferenças face ao que encontrámos no Alentejo são imediatas : tudo é diferente, desde o aspecto dos túneis de abrigo que fazem crescer as plantas, ao solo onde crescem. Até o clima parece outro. Há uma outra diferença ainda mais notória: enquanto no Alentejo só agora se começa a abrandar o ritmo, a acalmia já chegou às quintas algarvias há mais de um mês. Como o pico da produção ficou em maio,"agora é a chamada época sem stress onde há tempo para um mergulho ao fim do dia".
Em maio, a Madre Fruta, que agrega 32 produtores, consegue fazer sair da sua sede seis camiões de framboesas por dia. São cerca de 300 toneladas deste fruto a serem entregues por semana. E a azáfama é outra: é que cada associado tem de entregar o fruto na sede até um máximo de duas horas da colheita. É ali que se arrumam as caixas e se arrefecem para uma temperatura de 3 graus para que possam viajar até ao cliente. Nesse período, o número de produtores associados chega a rondar as 3000 pessoas - só 600 são permanentes.
Para fazer face às necessidades, a Madrefruta estabeleceu uma parceria com o Instituto de Emprego, mas a necessidade é sempre superior à resposta que se consegue obter só em Portugal. "Ainda hoje temos uma reunião com o Centro de Emprego para programar a próxima campanha, onde vamos precisar de cerca de 3200 pessoas", diz João Bento Inácio, um dos fundadores daquela Associação, afirmsndo que sem migrantes não há negócio.
O cenário repete-se no Alentejo. "A mão de obra, talvez seja o problema grande da área. Não é por falta porque vai-se buscar lá fora...aqui temos nepaleses, tailandeses, bangladesh...portugueses nada. Temos um português, mas daquilo que vemos aqui à volta, portugueses não há", admite Rui Rebelo de Andrade. O diagnóstico sai de imediato: "As empresas pagam-lhes para trabalharem, o Estado paga-lhes para não trabalharem...Se me pagarem para não trabalhar eu também fico em casa".
Nas duas quintas que a Driscoll"s tem em Odemira, a maioria dos funcionários também são emigrantes. Têm, por isso, alojamentos preparados para os receberem, com quartos e balneários. No entanto também há quem prefira afastar-se do local de trabalho que já exige tantas horas de empenho e arrende quartos ou casas pela zona, mesmo que, por vezes, sob o olhar desconfiado dos locais. A deslocação entre quintas faz-se entre a bicicleta, a mota, ou o caminhar. Também os vimos, de raças e fisionomias tão diferentes.
Slavka é um dos exemplos dos que trabalham longe de casa. O português, bastante correcto para quem nasceu na Bulgária, mostra gosto pelo que faz: "Vim de um local onde não havia agricultura, mas comecei na apanha como os outros. É duro, são precisas muitas horas". Hoje, Slavka já é supervisora de produção na Quinta das Taliscas, onde a Driscoll"s tem o seu campo de ensaios de espécies. Partilha o espaço com outros 36 trabalhadores tailandeses, homens e mulheres. Só a vimos a ela, estava à espera. Os restantes já se tinham recolhido depois de terminda a jornada às 16h00.
Saber quantas pessoas são precisas para um período de campanha que pode durar vários meses é mais fácil do que parece. É que apesar de não se conseguir parar o ponto de maturação da framboesa, os especialistas já conseguem quebrar o seu ciclo normal, deixar a planta a acumular energia, e programá-la para alturas de maior necessidade do mercado. "Temos de fazer uma contabilização diária para perceber quantas pessoas vamos precisar, quantas entregas vamos fazer", confirma João Bento Inácio, admitindo que entre as estimativas e a realidade "as falhas são poucas".
Há, no entanto, regras que são para cumprir à risca seja ou não pico de produção: cada framboesa só pode ser tocada duas vez - uma na apanha e outra quando o consumidor a vai comer. Tudo o resto afecta a qualidade do fruto.