sábado, 29 de agosto de 2015

Preços da gasolina: expliquem-nos como se fôssemos muito burros

Pedro Santos Guerreiro
PEDRO SANTOS GUERREIRO


28.08.2015 17h454

A cotação do petróleo cai 50% num ano. O preço das gasolinas cai 4%. Como? A resposta mais ou menos mal disposta das gasolineiras é de que nós não percebemos porque somos muitos burros. Eu acho que percebo que há quem seja muito esperto.

Não tem a ver com populismo, tem a ver com contas. Os preços de venda ao público das gasolinas não variam diretamente em função da cotação do brent, o índice internacional mais importante do petróleo. Variam sim em função da evolução dos produtos refinados (e já agora, dos impostos), que por sua vez são vendidos pelas refinarias em função das cotações internacionais da gasolina e do gasóleo. Depois, já sabemos, há custos logísticos (armazenagem e transporte do combustível) e de comercialização (custos nos postos de venda). OK, está certo, compreendemos. Mesmo assim, continuamos a fazer contas.

E sim, OK, há dois factores muito relevantes no preço das gasolinas que atenuam muito a comparação possível entre preço da matéria prima e preço do produto final: os impostos cavalares e a evolução do câmbio dólar/euro.

Começando pelo câmbio. O petróleo é transacionado em dólares, as gasolinas em Portugal são vendidas em euros. Ora, nos últimos 12 meses, o euro valorizou-se mais de 13% face ao dólar. E isto significa que, se o barril de petróleo se desvalorizou 50% em dólares, só desvalorizou 42% em euros. Pronto, a queda da matéria prima não foi afinal assim tão grande para uma empresa portuguesa.

Agora os impostos. Suportamos uma das cargas fiscais sobre os combustíveis mais elevadas da União Europeia. Como se viu na execução orçamental que ainda esta terça feira foi apresentada, a ganância estatal dá frutos. E como parte dos impostos que recaem sobre os combustíveis é fixa, a desvalorização do petróleo nada afeta essa parcela. Ora, no preço de um litro de gasóleo, 53% do preço são impostos; e no de gasolina, o peso fiscal sobe para 60%. Mesmo que todos os impostos fossem valores fixos (o que não se aplica ao IVA), isso significa que, descontados os efeitos cambial e tributário, o gasóleo deveria ter caído 20% e desceu 11%; e o das gasolinas deveria ter caído 17% mas desceu 4%.

A diferença entre estas proporções, que é maior na gasolina que no gasóleo, terá com certeza excelentes razões, incluindo os custos de armazenagem, transporte e comercialização - e ainda uma contribuição obrigatória para os biocombustíveis. Mas custa a crer que uma dessas razões não seja o aumento das margens com que os combustíveis estão a ser vendidos. O preço é livre, cada um vende ao preço que quer, a concorrência existe para resolver o jogo entre oferta e procura. E como a Autoridade da Concorrência está tranquila, é porque concorrência não falta. Falta talvez pelo menos explicar por que é que os preços do gasóleo e da gasolina não descem quando o petróleo embaratece à velocidade com que sobem quando o petróleo encarece. O aumento de margens é perfeitamente lícito, mas deve ser pelo menos revelado, para que não tomem por parvos aqueles que, no princípio e no fim, passam por burros.

Lavradores de Feitoria comemora 15 anos e investe em nova adega

Três milhões de euros é quanto deverá custar a nova adega

Será precedida de um aumento de capital

Os vinhos da Lavradores de Feitoria
1/3 | 29.08.2015 |  Foto © DR

29/08/2015 | 00:00 |  Dinheiro Vivo
A Lavradores de Feitoria está a comemorar 15 anos. Depois da aquisição de uma quinta própria, a empresa que resulta da associação de produtores durienses - hoje são 48 os acionistas, dos quais 18 produtores, detentores de 19 propriedades -a Lavradores de Feitoria prepara-se para investir na construção de uma nova adega, precisamente na Quinta do Medronheiro. O investimento está estimado em três milhões de euros e deverá arrancar no início de 2016.
Criada em setembro de 2000, a Lavradores de Feitoria, Vinhos de Quinta SA assume-se como um "projeto de matriz única" e que constituíu uma "revolução no Douro", ao unir, então, 15 produtores distribuídos pelas três subregiões do Douro Vinhateiro. "Fomos beber o que de melhor havia no espírito cooperativo, mas com um novo posicionamento. Propusemos-lhes que fossem simultaneamente acionistas e fornecedores da empresa e passaram a ter uma equipa de viticultura para os ajudar, o que permitiu baixar custos de produção e aumentar a qualidade. E, claro, temos uma equipa de enologia e uma equipa comercial que trata de assegurar a venda dos vinhos", explica Olga Martins, administradora delegada da empresa.
Hoje, a Lavradores de Feitoria fatura 1,7 milhões de euros e exporta 60% da sua produção para 25 países distintos, com especial destaque para a Noruega, Polónia, Suiça, Canadá e Brasil. Este último, a par dos EUA, onde a empresa assegurourecentemente um distribuidor para cobrir todo o país, são os mercados de maior aposta para já.
Lavradores de Feitoria, Gradiva, Cheda, Três Bagos, Meruge e Quinta das Costa das Aguaneiras são as marcas da Lavradores de Feitoria. Que conta com uma longa lista de espera de produtores que se pretendem associar ao projeto. "Quando aceitamos um novo produtor, assumimos o compromisso de lhe comprar a totalidade das uvas durante 10 anos. Por isso, só vamos aceitando novos produtores à medida das necessidades", frisa Olga Martins.
Para festejar o aniversário, a empresa promove na próxima quarta-feira, dia 2 de setembro, prova 'Lavradores de Feitoria: 15 vinhos que contam a nossa história' que decorre na Casa de Mateus (um dos 18 produtores associados), em Vila Real, e será seguida de jantar. Os conviudades terão, ainda, a oportunidade de, no dia seguinte, visitarem a Quinta do Medronheiro, adquirida em 2006. Foi a primeira quinta comprada pela empresa e na qual já foram investidos mais de 150 mil euros na reconversão da vinha. O passo seguinte é a construção da nova adega e a aposta no enoturismo, com uma espaço para provas e venda de vinhos.
"Temos uma adega, na zona industrial de Sabrosa, que não é bonita, mas é muito funcional. Aliás, nasceu para dar resposta a esse objetivo. Mas já estamos a trabalhar muito à justa nestas instalações e achamos que, para aquilo que queremos fazer e para crescer, precisamos de uma nova adega. Até porque sentimos necessidade de ter um espaço de provas e de venda de vinhos. De por um pé no enoturismo", diz Olga Martins.
Para já, a nova adega será construída para permitir a vinificação de cerca de 1500 pipas ao ano. Neste momento a Lavradores de Feitoria produz cerca de 500 pipas (cada pipa leva 550 litros). Mas o espaço está todo ele desenhado e pensado para que possa acrescer até às quatro mil pipas.
"Somos muito cuidadosos nos nossos investimentos. Não queremos ter endividamentos grandes, não queremos dar passos maiores do que as pernas, por muita vontade que tenhamos de ter uma adega. Não faltam exemplos de quintas que investiram imenso e depois ficaram em situações apertadas. E, por isso, queremos fazer uma adega pensada, desde início, para crescer e não uma cheia de remendos sempre que a queiramos aumentar", explica a gestora.
Para já, a Lavradores de Feitoria não tem qualquer intenção de investir em dormidas no Douro, até porque vários dos seus produtores acionistas, têm essa valência nos seus projetos próprios de enoturismo. Mais tarde, quem sabe... "Como o Douro está a crescer muito ao nível das dormidas, não pomos de lado a hipótese de criar uma pequena unidade de enoturismo. E a quinta tem espaço para isso. Mas mais tarde. Queremos dar sempre passos pequenos e firmes", frisa Olga Martins. A construção da adega, que só estará disponível para a vindima de 2017, deverá ser precedida de um aumento de capital para fazer face ao investimento.

Árabes, americanos e chilenos à procura de terrenos em Alqueva


27 Ago 2015 Cátia Simões

Frutos secos e forragens são as novas culturas que podem chegar a Alqueva, em terrenos de grande dimensão.

Árabes, americanos e chilenos à procura de terrenos em Alqueva
Há investidores árabes, norte-americanos e chilenos, assim como de outros países sul-americanos, interessados em comprar ou concessionar terrenos agrícolas na área de regadio da barragem de Alqueva. Os contactos foram realizados com a EDIA - Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas de Alqueva, que faz a ponte com os agricultores e donos dos terrenos naquela zona, explica ao Diário Económico José Pedro Salema, presidente da EDIA.

"Temos tido uma série de reuniões e há um conjunto de grupos que estão em negociações e demonstraram muito interesse em comprar terras ou realizar concessões de longa duração", revela o responsável. "São sobretudo árabes, norte-americanos e chilenos, operadores do hemisfério sul que estão com a produção a contra-ciclo da nossa."

Ou seja, no caso dos chilenos, como já noticiou o Económico, a lógica é produzir noz ou amêndoa no hemisfério norte para ter duas culturas anuais. Também os contactos realizados por grupos norte-americanos visam a produção de amêndoa. "A Califórnia atravessa uma seca nunca antes vista que está a obrigar os operadores desta região a pensar em alternativas para as suas culturas."

O interesse de grupos do Médio Oriente tem uma lógica diferente: o objectivo é produzir ferragens, ou alfafa, para exportar para os países de origem como alimentação de gado.

Todas estas culturas necessitam de grandes extensões de terra pelo que os grupos em causa estão a avaliar terrenos com, pelo menos, mil hectares numa fase inicial, explica José Pedro Salema.

Proteção Civil alerta para perigo de incêndio florestal no interior e sul


por LusaOntem1 comentário

Proteção Civil alerta para perigo de incêndio florestal no interior e sul

Fotografia © Global Imagens/ José Carlos Marques

12 concelhos do centro e sul do país com risco elevado de incêndio. Proteção Civil alerta para os cuidados a ter devido à subida das temperaturas - crianças e idosos são os grupos mais vulneráveis.
O aumento da temperatura máxima, a descida da humidade e as condições do vento levaram a Proteção Civil a lançar hoje um aviso de perigo de incêndio florestal e a aconselhar cuidados aos grupos vulneráveis, como crianças e idosos.
A Autoridade Nacional de Proteção Civil, com base em previsões do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), alerta para o risco de incêndio, que deverá aumentar gradualmente, principalmente nas regiões do interior e do sul do país, onde se espera aumento da temperatura máxima.
A humidade relativa deverá registar uma descida gradual dos valores para os 20% a 30%, durante o período diurno, naquelas regiões, e o vento deverá ser em geral fraco do quadrante sul, com aumento da intensidade durante o período da tarde acompanhado de rajadas, em particular nas regiões do litoral oeste.
A Proteção Civil recomenda a adequação dos comportamentos à situação de perigo de incêndio florestal, nomeadamente com medidas de prevenção e precaução, cumprindo as proibições em vigor e tomando especial atenção à evolução do perigo de incêndio para os próximos dias.
"Se efetuar trabalhos agrícolas e florestais mantenha as máquinas e equipamentos limpos de óleos e poeiras, abasteça as máquinas a frio em local com pouca vegetação, e tenha cuidado com possibilidade de ocorrência de faíscas, durante a sua utilização", aconselha a entidade.

Num ano, o petróleo caiu 50% e a gasolina... 4%


28.08.2015 às 8h50102

Excesso de oferta mundial de crude tem feito baixar a cotação da matéria-prima


O excesso de oferta de crude tem feito as cotações cair a pique, mas para as famílias o efeito é bem menos elástico. Mas há indícios de que tão cedo não ouviremos falar de subidas vertiginosas da gasolina e do gasóleo

O preço do petróleo desceu para um dos níveis mais baixos dos últimos seis anos, mas em Portugal o custo dos refinados (gasolina e gasóleo), sem impostos, mantém-se nos valores mais elevados praticados entre os 28 países da União Europeia (UE). Para os produtores de petróleo, as baixas cotações da matéria-prima vêm ensombrando as suas perspetivas de negócio, obrigando a adiar investimentos até que os preços voltem a proporcionar maiores margens de lucro.

Para o consumidor português a queda do preço do petróleo até podia ser benéfica. Mas a queda no preço do crude está longe de se refletir de com a mesma amplitude nos valores praticados nos postos de combustíveis. Mesmo expurgando o efeito da fiscalidade, Portugal paga um preço relativamente elevado pelos produtos refinados.

Segundo dados da Comissão Europeia, a gasolina 95 vendida em Portugal, sem impostos, é a quinta mais cara da UE. E o gasóleo português, também sem impostos, é o nono mais caro entre os 28 países da UE.

Na Península Ibérica, persistem diferenças de preços nos combustíveis refinados sem impostos, devidas, sobretudo, à maior incorporação em Portugal de biocombustíveis e aditivos mais "limpos" na gasolina e no gasóleo.

Espanha incorpora menos quantidades percentuais de biocombustíveis na gasolina e no gasóleo, praticando preços base (sem impostos) mais baixos.

Também os Preços de Venda ao Público (PVP) são superiores em Portugal, pois o mercado nacional continua a ter uma fiscalidade mais pesada que a praticada em Espanha.

Enquanto em Portugal, sem impostos - segundo dados da Comissão Europeia relativos a 17 de agosto -, o preço do litro de gasolina 95 é de 0,582 euros, em Espanha este combustível é vendido a 0,573 euros por litro. No gasóleo, o preço sem impostos é de 0,555 euros por litro em Portugal, e em Espanha é de 0,538 euros.

Em PVP, a Comissão Europeia refere que na semana de 17 de agosto a gasolina 95 era vendida em Portugal a 1,476 euros por litro, enquanto no mercado espanhol custava 1,252 euros por litro. O gasóleo, na mesma semana, custava 1,178 euros por litro em Portugal e 1,096 euros por litro em Espanha.


O IMPACTO DOS BIOCOMBUSTÍVEIS
O presidente da BP Portugal, Pedro Oliveira, explica que a incorporação legal de biocombustíveis é superior em Portugal, o que encarece ligeiramente o preço base da gasolina e do gasóleo no mercado nacional, comparativamente aos preços praticados em Espanha, que travou a quantidade de biocombustíveis incorporada nos refinados".

"No gasóleo é incorporado o designado Fame, que é o biocombustível utilizado para ser adicionado até aos níveis fixados na lei portuguesa e que é um produto nacional", refere Pedro Oliveira, explicando que "o mercado português não pode recorrer à incorporação de Fame adquirido no mercado internacional, que tem preços mais favoráveis".

Por outro lado, o mercado português de combustíveis não tem as infraestruturas necessárias para efetuar a mistura de etanol na gasolina, que exigem instalações separadas. "Como em Portugal não há linhas de produção segregadas para efectuar a mistura de etanol, a produção de gasolina menos poluente, mais limpa, é feita através da incorporação do designado MTBE, o que encarece o preço base da gasolina", comenta o presidente da BP Portugal.

No entanto, Pedro Oliveira esclarece que "sem a incorporação de Fame e MTBE, o custo da gasolina e do gasóleo refinados em Portugal é inferior ao dos refinados em Espanha".

Na atual conjuntura internacional do mercado petrolífero, "é previsível que se mantenha o excesso de reservas e de combustíveis armazenados (stocks) e que continue a ser produzido petróleo em quantidades superiores aos níveis atuais do consumo, o que prolongará a descida das cotações internacionais do barril de petróleo", adianta Pedro Oliveira.

"Esta tendência de queda de preços será mantida até ao dia em que a quantidade de petróleo produzido coincida com a quantidade de petróleo consumida, mas atualmente há incerteza sobre o momento em que isso possa acontecer", refere o responsável da BP Portugal.

Ao longo dos últimos 12 meses a cotação do brent afundou mais de 50% mas o preço de venda ao público da gasolina em Portugal apenas recuou 4%, enquanto o preço final do gasóleo baixou cerca de 10%

Face ao forte abrandamento no crescimento da China - e ao aumento de problemas com as quedas de exportações da segunda maior economia mundial, que já determinaram sucessivas desvalorizações cambiais do yuan por parte do Banco Popular da China -, ao aumento das reservas petrolíferas dos EUA e ao aumento de vendas do petróleo do Irão no mercado internacional, persistem os fatores que poderão prolongar a descida de cotações internacionais do petróleo.

Ou seja, atualmente não há certezas sobre o efeito do abrandamento chinês na redução do consumo mundial de petróleo, sendo certo que a quantidade de petróleo produzida diariamente em todo o mundo continuará a ser superior aos níveis de consumo diários.

Assim, a cotação internacional do petróleo continua a cair, com o petróleo do Texas (o WTI) a ser negociado em Nova Iorque perto dos 38 dólares por barril, enquanto o petróleo do mar do Norte (o Brent, que é o petróleo de referência para o mercado português) está a ser negociado em Londres a níveis próximos dos 43 dólares por barril.

PREÇOS BAIXOS SÃO PARA CONTINUAR
Embora ao longo dos últimos 12 meses a cotação do brent tenha afundado mais de 50%, o preço de venda ao público da gasolina em Portugal apenas recuou 4%, enquanto o preço final do gasóleo baixou cerca de 10%. O elevado peso da fiscalidade (note-se que o ISP tem um valor fixo por litro de combustível) faz com que as flutuações da matéria-prima se repercutam no preço final dos refinados com menor intensidade. Além disso, a desvalorização do euro face ao dólar também tem sido um entrave a que a queda do valor do crude se traduza em maiores benefícios para as famílias portuguesas.

António Costa Silva, presidente executivo da Partex (petrolífera da Fundação Calouste Gulbenkian), admite que a cotação do ouro negro permaneça em níveis historicamente baixos. "Estamos claramente num ciclo de preços baixos. E com tendência para baixar ainda mais", declarou o gestor ao Expresso.

Tem havido correções pontuais de preços nas cotações do WTI e do Brent, que, durante horas, travam a tendência de queda do petróleo nos mercados internacionais. Mas os especialistas do sector reconhecem que a descida de preços do petróleo vai continuar em setembro. Os contratos de futuros de petróleo (os barris que são negogiados para serem entregues no prazo de três meses) têm batido mínimos históricos sucessivos, forçados pela sobreprodução mundial de petróleo.

A agência Bloomberg estima que os "stocks" de petróleo no mercado norte-americano aumentaram cerca de dois milhões de barris na semana de 21 de agosto.

"Já estamos com excesso de oferta no mercado. E com a produção do Irão é muito provável que continue a haver excesso de oferta", aponta António Costa Silva. O que não deixa de ser um sinal positivo para quem consome produtos petrolíferos. "Creio que este ano e o próximo os preços vão estar muito baixos, na faixa dos 45 a 50 dólares por barril. A menos que haja uma catástrofe geopolítica!", sublinha o presidente da Partex.

Seguros agrícolas já têm novo diploma

14 Agosto 2015, 17:04 por Isabel Aveiro | ia@negocios.pt


O novo sistema de seguros agrícolas (SSA), com co-financiamento comunitário, maior coberta e regras mais exigentes, já foi promulgado.
O diploma, que foi publicado esta sexta-feira, 14 de Agosto, põe fim ao Sistema Integrado de Protecção contra Aleatoriedades Climáticas (SIPAC), concebido há 19 anos e que, até o início de Junho, tinha uma dívida acumulada de 35,8 milhões de euros às seguradoras. 

A nova regulamentação para os seguros agrícolas passa por garantir financiamento de "fundos do orçamento geral da União Europeia", que acrescem às "dotações do Orçamento do Estado" já permitidas no anterior diploma.

Irá abranger "seguros de colheitas, de animais e de plantas"; "o seguro vitícola de colheitas"; e "o seguro de colheitas de frutas e produtos hortícolas no âmbito dos fundos agrícolas europeus".

A cobertura estende-se, o financiamento é maior – e as regras acompanham: "flexibilidade", "articulação de apoios públicos" e "razoabilidade dos preços das apólices", são três princípios pelos quais se regerá o novo SSA.

Mas não são só estes. Assim, vigoram também os princípios da "subsidiaridade" (passando o Estado a compensar em situações apenas não cobertas pelo SSA e apenas agricultores que estejam no SSA); não pode haver "compensação excessiva" e, no limite, pode ser accionada a "obrigatoriedade tendencial" (não sendo mencionada em que casos) de a "contratação de seguros agrícolas" poder "vir a ser estabelecida como condição de acesso para a atribuição de outros apoios públicos".

A reforma do sistema de seguros agrícola tinha sido aprovada no Conselho de Ministros do passado dia 18 de Junho.

Governo dos Açores considera as medidas tardias

Segundo Governo Açoriano as medidas para o sector do leite vêm tarde de mais 
Por Lusa 

O Governo açoriano considerou esta sexta-feira que a proposta de medidas para o setor do leite "peca por muito tardia" e que o pacote anunciado por quatro países europeus deixa de fora ajudas adicionais aos Açores, região ultraperiférica e insular. O secretário regional da Agricultura, Luís Neto Viveiros, afirmou, em declarações à Lusa, que o Governo dos Açores tem, nos últimos meses, defendido a intervenção no mercado do leite e que se a "pressão junto da Comissão Europeia", que "agora se vislumbra", por iniciativa de quatro países, tivesse ocorrido há mais tempo, provavelmente, os preços pagos aos produtores não tinham atingido valores tão baixos como os atuais. Neto Viveiros destacou que a proposta para aumentar os preços de referência do leite que permitem a intervenção no mercado "está no âmbito" daquilo que o Governo Regional dos Açores. No entanto, acrescentou que "fica de fora" do pacote apresentado hoje por Portugal, Espanha, Itália e França uma outra reivindicação açoriana e pela qual o arquipélago "tem pugnado" junto de Lisboa e Bruxelas: a necessidade de, enquanto o mercado não se ajusta ao novo cenário de liberalização, haver também "ajudas adicionais" a regiões como os Açores, enquanto região ultraperiférica e insular, que está mais distante dos mercados de consumo.

Produtores de leite consideram positivas as medidas

Medidas articulada pela ministra foram bem vistas aos olhos dos produtores de leite 

A Associação de Produtores de Leite e Carne de Entre Douro e Minho (LEICAR) - considerou positiva a decisão de Portugal, Espanha, Itália e França pedirem à Comissão Europeia que suba o valor a partir do qual podem comprar o leite, para fazer subir os preços. O presidente da LEICAR considerou que a medida tomada esta tarde pelos ministros da Agricultura destes países "é um avanço positivo para iniciar a recuperação de um setor [leiteiro] que em Portugal está a passar por grandes dificuldades". Ainda assim, José Oliveira lembra que esta posição, articulada pelos governantes esta tarde em Madrid, "tem de ser acompanhada com outras medidas de controlo da produção". "Sei que a nossa ministra da Agricultura está, por exemplo, a trabalhar numa linha de apoio financeira, de maneira que os produtores possam usufruir de crédito com taxas de juros acessíveis para fazer face aos problemas de tesouraria que atualmente sentem, e que poe em causa a continuidade das explorações", partilhou José Oliveira, também produtor. O presidente da LEICAR considera que é necessário a União Europeia "encontrar um modelo, tal como acontece por exemplo nos Estado Unidos da América, no Canadá ou na Nova Zelândia, que controle a produção", para assim evitar cenários insustentáveis.

PS diz que plano de ação do leite «chega tarde» e não traz nada de novo


O PS considerou hoje que o plano de ação do leite que o Governo pretende criar «chega tarde» e não traz nada de novo, e acusou o executivo de ter desprezado os contributos dos socialistas sobre a matéria.
«O Governo vem agora anunciar um plano de ação para o leite que chega tarde e não traz nada de novo. Não conseguiram antecipar o problema e, na verdade, o que era necessário era que se tivesse percebido que com o fim das quotas leiteiras era necessário imediatamente avançar com um programa específico para o leite, tal como o PS propôs em abril», disse o deputado socialista Miguel Freitas à agência Lusa.
As críticas do PS surgem no dia em que a ministra da Agricultura, Assunção Cristas, e os seus homólogos espanhol, italiano e francês, se reuniram em Madrid, Espanha, para encontrarem «soluções conjuntas» para um plano de ação do leite que possam ser apresentadas na cimeira de ministros da Agricultura da União Europeia, no dia 07 de setembro, em Bruxelas.
Diário Digital / Lusa

Portugal vai pedir a Bruxelas que baixe os preços de intervenção estatal no leite


LUSA28 de Agosto de 2015, às 18:36

Portugal, Espanha, Itália e França vão pedir à Comissão Europeia que suba o valor a partir do qual os Estados podem comprar e armazenar leite, para retirar produto do mercado e assim fazer subir os preços.
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"É uma das conclusões relevantes desta nossa reunião. Estes quatro países acordaram em pedir a Bruxelas no dia 07 de setembro - e também falar com outros países para criar uma maioria qualificada - de pedir um aumento dos preços de referência, que permitem retirar produto do mercado quando o produto está em excesso - e que está a pressionar o preço para baixo - e com isso ajudar a regular o preço do próprio produto", disse à agência Lusa a ministra da Agricultura de Portugal, Assunção Cristas.

A ministra - que falava à margem de uma reunião de trabalho que manteve hoje em Madrid com os seus homólogos de Espanha, Itália e França - acrescentou que os preços de referência atualmente em vigor, 21 cêntimos de euro por cada quilo de produto, terão de aumentar substancialmente, mas escusou-se a definir o valor. A média do preço do leite em Portugal atingiu novos mínimos em junho, poucos meses depois do fim das quotas leiteiras da UE, para os 28,8 cêntimos por quilo de produto.

"A nossa preocupação é que o preço possa subir a ponto de ser efetivamente um mecanismo regulador, que neste momento entendemos que não está a ser", disse Assunção Cristas.

Para que no Conselho de Ministros extraordinário de ministros da Agricultura (a 07 de setembro) as medidas propostas por Portugal, Espanha, França e Itália possam ter andamento, estes quatro ministros vão tentar juntar outros Governos ao pacote de medidas. Assunção Cristas conta com o Leste europeu e o Norte da Europa, mais afetados pelo embargo da Rússia a produtos agrícolas comunitários.

"Espero que alguns países como a Polónia - que esteve connosco na crítica ao fim das quotas leiteiras - a Eslovénia, a Bulgária e eu creio que todos os que estão no Norte da Europa, mais próximos da Rússia - mais diretamente afetados pelo embargo da Rússia - e onde os preços estão mais baixos têm todo o interesse em apoiar estas medidas", salientou a ministra.

Do pacote de medidas que os quatro países vão apresentar a Bruxelas consta também um pedido para um armazenamento privado de queijo - "para retirar produto do mercado", disse a ministra espanhola, Isabel Tejerina. Outra das medidas será pedir à Comissão um aumento das verbas da PAC - Política Agrícola Comum destinadas aos produtores e ganadeiros.

Em outubro está previsto que se disponibilize 50% do montante total aos produtores dos vários países. O que Portugal, Espanha, Itália e França pedem agora é que essa percentagem seja aumentada.

Os quatro países também vão solicitar "a melhoria da promoção dos produtos lácteos" no espaço europeu, para aumentar o consumo, e a criação de um grupo de Alto Nível para analisar em profundidade o setor lácteo no atual cenário pós-quotas.

Do lado do financiamento, vão fazer um pedido para que o Banco Europeu de Investimento abra linhas para apoiar os projetos de exportação e modernização dos produtores europeus.

NVI// ATR

Lusa/Fim

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Principais conclusões da conferência de imprensa de Phil Hogan


Agosto 28
08:45
2015

As principais conclusões da conferência de imprensa do Comissário Phil Hogan são as seguintes:

a) Concorda e aceita que existem problemas de mercado mais acentuados para o leite e a carne de porco;

b) Existem condicionantes para as medidas a tomar e o orçamento é limitado;

c) No sector do leite, as quotas acabaram para sempre e, apesar do mercado apresentar a curto prazo uma grande volatilidade, a medida vai trazer bons resultados no futuro;

d) Não crê que a situação do leite seja tão negativa como em 2008/2009, mas a situação é diferente;

e) Está relutante em aumentar o preço de intervenção do leite, apesar de vários Ministros o pedirem;

f) No que diz respeito às multas por ultrapassagem do montante da quota no último ano, diz que legalmente não pode pôr esse valor num fundo para o leite, mas algum desse montante pode vir a ser utilizado para apoiar investimentos do sector;

g) Está receptivo a medidas especiais para os países mais atingidos pelo embargo russo, como é o caso dos Estados Bálticos, que precisam da solidariedade de todos;

h) Vai estar focado em conseguir a abertura de novos mercados e desenvolver o acordo de livre comércio com o Japão;

i) Tem consciência do problema do mercado do arroz na Itália, devido à pressão do Vietname, mas não considera que o acordo de livre comércio com aquele país venha trazer grandes perturbações;

j) No sector da carne de porco, ficou muito desapontado pelo facto das ajudas que foram dadas à stockagem privada não terem tido efeito no mercado, pelo que tem de estudar outras medidas;

k) Tem grande simpatia pelos produtores que são esmagados pela grande distribuição e está preparado para defender legislação que proteja os produtores;

l) Existem verbas para campanhas promocionais e para desenvolver novos mercados.

Os neonicotinóides responsáveis pela mortalidade das abelhas


Agosto 28
08:45
2015

A European Food Safety Authority (EFSA) publicou um estudo sobre o perigo da utilização de três pesticidas da família dos neonicotinóides na saúde das abelhas.

A avaliação de riscos ligados à pulverização por thiamethoxam (da Syngenta), da clothianidin e da imidaclopride (da Bayer), conclui que os riscos são elevados e não podem ser excluídos.

Neste estudo, a EFSA confirmou o que outros estudos já tinham afirmado, que o uso dos neonicotinóides é perigoso para as abelhas.

Estes três pesticidas têm uma proibição de utilização temporária, que acaba em 31 de Dezembro deste ano e a Comissão vai seguramente apoiar-se no parecer da EFSA para tomar uma decisão.

A Greenpeace defende que, face a este estudo, a Comissão não tem outra opção senão proibir completamente o uso destes pesticidas.

A proibição europeia, actualmente, não cobre todo o tipo de culturas e, em Inglaterra, os produtores pediram uma autorização especial para os usar na cultura da colza, pois, caso contrário, as perdas de produtividade são importantes.

Tomate: entidades europeias desaprovam patentes


Ago 28, 2015Destaque Home, Notícias0Like

A coligação internacional No patents on seeds condenou, num comunicado emitido a 25 de Agosto, a patente que o Instituto Europeu de Patentes (EPO) concedeu a uma variedade específica de tomates com maior teor de flavonoides – compostos químicos – desenvolvida pela Monsanto.

O que está em causa é a patente EP1515600 que foi atribuída a sementes que resultam do cruzamento entre variedades de tomates selvagens e domesticadas, através de métodos clássicos de reprodução, advoga a coligação.

Algo que a No Patents on Seeds diz não ir ao encontro da lei europeia de patentes, que «proíbe as patentes de variedades de plantas e de métodos clássicos de reprodução».

«Ao conceder estas patentes o EPO está a ignorar os interesses do público em geral e simplesmente a servir os interesses do lobby das patentes. Caso esta tendência continue, ficaremos ainda mais dependentes de um grupo de grandes empresas internacionais», notou Christoph Then, coordenador da coligação.

Alguns países, como a Holanda, Alemanha e França, parecem concordar com os problemas apontados e também planeiam intervir contra o EPO.

A No Patents on Seeds é uma coligação criada por um grupo de organizações de nível nacional que pretendia lutar por leis de patentes mais claras. Hoje, a sua causa é apoiada por mais de 300 organizações não-governamentais, entre as quais a Plataforma Transgénicos Fora e as 11 organizações e associações portuguesas que representa.

Produtores do Dão esperam aumento de 20 a 30 por cento na produção de vinho

28-08-2015 
 

 
A União Demarcada das Adegas Cooperativas do Dão (UDACA) espera um bom ano para o vinho daquela região e prevê um aumento de 20 a 30 por cento na produção, que será acompanhado por um incremento da qualidade.

«Este ano, haverá um crescimento de 20 a 30 por cento na região do Dão, dependendo das castas», disse à agência Lusa o presidente da UDACA, Fernando Figueiredo, prevendo uma produção de 12 a 15 milhões de litros no sector cooperativo e uns totais de 30 a 35 milhões de litros no total dos produtores da região.

Apesar do receio de que os níveis de maturação pudessem ser afectados devido à falta de chuva, a ocorrência de precipitação recentemente vem garantir «uma boa maturação» do vinho, sublinhou.

«A chuva veio ajudar à maturação e a tendência é para que as vindimas sejam antecipadas para o início de Setembro», acrescentou Fernando Figueiredo, salientando que se espera uma «boa colheita» este ano.

Em 2014, apesar de uma «boa qualidade e cor de vinho, em termos de grau as coisas já não foram tão boas», recordou, considerando que este poderá ser um melhor ano, com níveis de açúcar elevados «e uma maturação mais acentuada».

«Está tudo preparado para termos uma boa vindima, com quantidade e qualidade excepcionais», frisou. O presidente da UDACA afirmou ainda que a ocorrência de incêndios na região demarcada do Dão poderá ter levado à «queima de alguma vinha, mas não deverá afectar a produção» total.

A região demarcada do Dão, instituída em 1908, tem cerca de 376 mil hectares de terra, estendendo-se por concelhos do distrito de Coimbra, Guarda e Viseu.

Fonte: Lusa

Governo promete plano para salvar produtores de leite

Publicado hoje às 08:48
Nuno Guedes

Foto: Lusa
Ministra diz que leite nos hipermercados está com preços demasiado baratos que podem ser a ruína do sector leiteiro português. Governo vai a Bruxelas pedir medidas de apoio e promete promover o consumo de leite "made in Portugal".
O Ministério da Agricultura vai avançar com um plano nacional de apoio para o sector do leite. O governo admite que o fim das quotas europeias, desde abril, afetou gravemente os produtores portugueses.

A ministra, Assunção Cristas, diz à TSF que o preço do leite nos hipermercados portugueses está abaixo do sustentável: "se formos às grandes superfícies vemos preços baixíssimos (45 ou 47 cêntimos) que não são sustentáveis e que só existem pagando muito pouco aos produtores, o que significa a condenação de um sector".

Perante o embargo russo e o fim dos limites à produção (quotas) que existiam nos países europeus, a Ministra da Agricultura admite que são sérias as dificuldades sentidas pelos produtores nacionais.

Com o objetivo de chegar a propostas conjuntas, Cristas reúne esta sexta-feira em Madrid com os responsáveis da agricultura de Espanha, França e Itália.

Portugal coloca-se na linha da frente contra baixa de preço do leite



Assunção Cristas quer soluções europeias e nacionais. Foto: Lusa

"Subsídios, não. Preços competitivos, sim". O recado do sector leiteiro para Madrid
Produtores de leite protestam em Vila do Conde por "uma luz ao fundo do túnel"
Governo quer produtores de leite a apostar na inovação
Trás-os-Montes teme futuro da produção leiteira
Leite português em risco. Produtores aflitos com fim do regime de quotas
Portugal defende a criação de uma "frente conjunta" com Espanha, Itália e França, para travar a queda do preço do leite. A ideia é traçar um plano de acção que inclua mecanismos alternativos ao fim das quotas leiteiras. 

O plano proposto por Portugal vai marcar o encontro desta sexta-feira em Madrid entre os ministros da Agricultura dos três países. Assunção Cristas e os seus homólogos vão analisar "soluções conjuntas" que possam ser apresentadas na cimeira de ministros da Agricultura da União Europeia, no dia 7 de Setembro, em Bruxelas. 

"Fomos sempre contra o fim das quotas leiteiras", afirma a ministra portuguesa à agência Lusa. "Entendíamos que ia provocar uma desregulação do mercado, coisa que está a acontecer, e logo na altura dissemos: se não há maneira de evitar esta decisão então é preciso trabalhar desde já mecanismos alternativos", acrescentou. 

Do plano de acção do leite vão constar, entre outras medidas, a implementação de mecanismos de curto prazo, que "podem passar, por exemplo, pelo aumento dos preços de referência para aquilo que são os mecanismos de retirada de produto de mercado, de maneira a que os preços não baixem tanto". 

Quanto às medidas de longo prazo, Assunção Cristas insiste na necessidade de encontrar "uma alternativa ao sistema das quotas, com um montante de produção de referência, mas que não penalize quem produz a mais" e que obrigue quem produz a retirar o produto do mercado durante algum tempo. 

Ao nível nacional, a ministra considera ser necessário implementar medidas que apostem na promoção do consumo interno, no aumento das exportações, na inovação e valorização do sector e, por fim, no rendimento dos produtores. 

O Governo decidiu, por isso, antecipar em dois meses o pagamento das ajudas ao sector leiteiro (para Outubro), o que representa um adiantamento de 50% do envelope financeiro anual de cerca de 12,5 milhões de euros. Os restantes 50% serão pagos em Dezembro. 

Assunção Cristas disse ainda que está em cima da mesa a criação de uma linha de crédito apoiada pelo Banco Europeu de Investimento (BEI), quer para a tesouraria, quer para a modernização e inovação. 

Está também a ser analisada a criação de um Fundo de Estabilização de Rendimentos, no âmbito dos fundos comunitários que o país vai receber até 2020.

Ministros da Agricultura debatem em Madrid preços do leite



Espanha quer o apoio de Portugal, França e Itália para mudar regras de apoio à produção leiteira na UE, entre as quais uma subida do valor abaixo do qual um Estado pode comprar leite para controlar os preços.

A ministra da Agricultura, Alimentação e Ambiente espanhola, Isabel García Tejerina, recebe hoje em Madrid a sua homóloga de Portugal, Assunção Cristas, bem como os de Itália (Maurizio Martina) e de França (Stéphane Le Foll). E o objetivo do encontro é concertar uma posição comum para o Conselho Europeu extraordinário do dia 07 de setembro.
No encontro de setembro, Espanha vai propor um aumento temporário dos preços de referência para o leite em pó desnatado e a manteiga. Estes preços de referência são preços garantidos abaixo dos quais um organismo de intervenção designado por um Estado-membro pode comprar e armazenar as quantidades produzidas pelos agricultores, para assim obter efeitos no preço final.

Madrid considera que o preço do leite em Espanha (cuja produção leiteira representa 4,8% de toda a UE) está diretamente ligado ao preço de mercado da União Europeia.
Após o fim do sistema de quotas leiteiras na UE (abril deste ano), os preços do leite têm vindo a baixar. Em julho, o preço médio comunitário estava nos 0,299 euros/quilo.
Em França, a fileira do leite (em toda a cadeia de valor, desde a produção à distribuição) concertou-se para elevar o preço do leite para os 0,34 euros/quilo. Em maio, a média em França era de 0,296 euros/quilo).
O setor leiteiro espanhol pediu medidas semelhantes, mas a ministra da Agricultura recordou que a fixação de preços mínimos é contrária às leis de livre concorrência na União Europeia. Em alternativa, o governo espanhol anunciou um subsídio de 300 euros por cada vaca para as explorações leiteiras que estejam a vender abaixo da rentabilidade.
Nestes cinco meses sem quotas de leite (abril, maio, junho, julho e agosto), os preços têm sido os mais baixos desde janeiro de 2013.
Em junho, Portugal registou o seu preço mais baixo: 0,288 euros/quilo. É um valor ainda mais baixo do que os "mínimos" de Espanha (0,294 euros/quilo) e de Itália (0,347 euros/quilo), também registados em junho.

Na terça-feira, o comissário europeu da Agricultura, Phil Hogan, descartou, para já, a possibilidade de subir os preços de referência para que um Estado possa comprar e armazenar leite, fixados atualmente nos 0,21 euros/quilo.
Hogan considerou que esse tipo de alteração «poderia prejudicar a concorrência do setor lácteo da EU», bem como o «necessário ajuste da oferta». No entanto, confirmou que está em preparação o alargamento (além do prazo de 30 de setembro) das ajudas públicas e para o armazenamento privado de leite.

«Os atuais níveis [dos preços de referência para intervenção estatal] para a manteiga e o leite em pó desnatado, tal como foi acordado no Parlamento Europeu e no Conselho durante a reforma da PAC [Política Agrícola Comum] de 2013, estão num nível apropriado para evitar a volatilidade extrema de preços, uma vez que desincentivam a sobreprodução», considerou Hogan.

Enquanto não se criam novas medidas de apoio aos agricultores, que possam acalmar um setor que se diz em crise, o Governo espanhol enfrenta protestos da fileira do leite. Os produtores espanhóis iniciaram na semana passada uma 'Marcha Branca' em León, que chegará na próxima semana a Madrid, onde preveem manifestar-se em frente ao ministério de Isabel García Tejerina.
Dinheiro Digital com Lusa

Procuram-se bons projetos na agricultura e no mar

AGRONEGÓCIOS

28 Agosto 2015, 10:00 por Caixa Empresas

O Gabinete de Agronegócio da CGD está a trabalhar para potenciar investimentos e minimizar riscos no setor primário da economia.
Quatro mil milhões de euros até 2020. Eis a soma dos fundos comunitários para os setores agrícola e do mar, apoios que voltam a cativar os empresários portugueses, os quais já procuram crédito e aconselhamento para os seus projetos.

Nesta matéria, o Gabinete de Agronegócio da Caixa Geral de Depósitos está no terreno. Além do apoio especializado à vasta rede comercial do banco, cabe-lhe avaliar as candidaturas de quem procura crédito para se financiar e investir no setor primário.

Passo a passo, "analisamos cada projeto, vamos ao terreno, recolhemos informação e mitigamos o risco", enumera Filipe Ravara, diretor do Gabinete de Agronegócio da CGD.

Para o gestor, que recentemente participou na conferência Blue Business Forum, em junho, em Lisboa, as linhas de atuação da CGD no setor primário são claras: na agricultura, na pecuária, nas florestas, na aquacultura e nas pescas – cujo programa comunitário está em fase de arranque – "o nosso papel é financiar e promover o desenvolvimento de soluções financeiras à medida dos projetos e seus contextos".

Mas a atuação da CGD não se fica pelo simples suporte a investimentos. Procura também descobrir e incentivar bons negócios. "Muito além do apoio financeiro, apostamos na promoção das fileiras. Procuramos boas oportunidades e bons projetos com vista ao desenvolvimento global do setor", salienta Filipe Ravara.

Vinho e azeite, tal como as frutas e as hortícolas – em que Portugal antecipa a produção relativamente à generalidade dos países –, continuam a ser fileiras com franco potencial. Mas há também oportunidades em atividades como a aquacultura, que representa apenas 1,5 por cento da produção nacional de pescado. "Temos ótimas condições para a área e têm-nos aparecido muitos projetos", assegura o diretor do Gabinete de Agronegócio da CGD.

Além desta equipa especializada, no total, a CGD disponibiliza 155 milhões de euros para financiamento através de linhas enquadradas nos programas comunitários destinados a empresas (Portugal 2020 e PME Crescimento). Há soluções para problemas de financiamento, de tesouraria ou do âmbito dos serviços e seguros.

Disponíveis no universo da CGD existem assim vários instrumentos de apoio a curto e médio prazo para os empresários do setor primário.
Para as necessidades mais imediatas de exploração de unidades produtivas, enquanto apoio à tesouraria, existe o "Crédito de campanha IFAP – Agricultura" e o "Crédito para antecipação de subsídios".

Consulte mais detalhes em www.cgd.pt.

Faça as malas e parta para as vindimas


     
José Manuel Moroso José Manuel Moroso | 27/08/2015 15:46 603 Visitas   
Faça as malas e parta para as vindimas


A mais antiga região demarcada do mundo espera por nós para uma experiência inesquecível: as vindimas. Três quintas no Douro - Quinta do Pôpa, Quinta de La Rosa e Quinta das Carvalhas (Real Companhia Velha) - apresentam-nos programas para viver de perto a azáfama das vindimas (que começam habitualmente em Setembro) e usufruir momentos únicos numa paisagem de cortar a respiração.

Poderá optar pelo programa de cada quinta ou, e penso que esta seja a decisão mais apetecível, gozar três dias no Douro encadeando as três propostas.

Que tal começar pela Quinta do Pôpa, situada na mais bela estrada do mundo, a Nacional 222, que liga a Régua ao Pinhão? Aqui poderá fazer o corte dos cachos de uvas, fazer a pisa a pé no lagar, provar alguns vinhos da Quinta e terminar com um almoço onde estará presente a tradicional sopa de cebola, uns pezinhos de coentrada, rojões e pratos quentes de bacalhau e carne. A marcação é obrigatória e pode fazê-la para o 924 382 643 ou para rita@quintadopopa.com.

Daqui, pode ir já dormir à Quinta de La Rosa, acordar na manhã seguinte e refrescar-se num retemperador banho de piscina, preparando-se para começar o programa 'I Trod La Rosa (Eu Pisei La Rosa)' que terá início às 15h30, com a duração de sete horas. Depois de uma prova de vinhos, irão jantar às 19h30 e às 21h começarão a pisa a pé nos lagares da Quinta. A reserva (obrigatória) deve ser feita para 254 732 254 ou para vindimas@quintadelarosa.com.

Por último, rumamos à lindíssima Quinta das Carvalhas, da Real Companhia Velha, para uma visita seguida de almoço na famosa Casa Redonda (no topo da Quinta), de onde se avista um panorama que ficará para sempre guardado na nossa memória. O almoço será uma apetitosa feijoada à transmontana. Depois, segue-se para a Quinta da Granja (também da Real Companhia Velha), onde podem aprender como se escolhem as uvas. Segue-se uma lagarada nos típicos lagares de granito. Finalmente, regresso à Quinta das Carvalhas para uma prova de vinhos. Faça a sua marcação (obrigatória) para quintadascarvalhas@realcompanhiavelha.pt.

Com um programa destes, ficará a conhecer bem melhor o Douro e os vinhos que chegam à sua mesa. Aconselha-se que as reservas sejam feitas desde já. Boas vindimas!


Olh’ó chícharo de Alvaiázere


     
Pedro d´Anunciação Pedro d´Anunciação | 27/08/2015 22:14 625 Visitas   

O chícharo, ainda pouco conhecido mas apreciadíssimo por quem o prova, é uma leguminosa (como as ervilhas e as favas), cuja semelhança anda entre o grão-de-bico e os tremoços, muito rica em proteínas, hidratos de carbono e sais minerais, sem gordura (como convém aos tempos). Cultiva-se normalmente de forma intercalar, entre oliveiras, figueiras e outras árvores de produção, aparecendo também associada ao cultivo do grão-de-bico – pedindo terrenos áridos e não exigindo manutenção ou acompanhamento enquanto se desenvolve na terra.

Foi sinónimo de pobreza – era 'a carne dos pobres' –, mas tem sido recuperado como produto tradicional. Sem exigências de amanho nem terrenos, cresce em qualquer quintal. A recompensa que oferece este chícharo é um paladar requintado e a polivalência de ser usado para pão, doces, sopas, guisados, purés...
A zona da sua produção é fundamentalmente Alvaiázere, uma vila de Leiria, e tem extremas em Ansião, Figueiró dos Vinhos, Ferreira do Zêzere, Ourém e Pombal.

O nome parece vir do latim, Cícer; os romanos denominavam-no de 'círcula'. De origem discutível, é dado como seguro o aparecimento no Mediterrâneo Oriental: Grécia, Turquia e Síria. Daí se expandiu, com relativa rapidez, pelo mundo habitado. Há para alimentação humana na Ásia, África Oriental e países mediterrânicos da Europa. É usado há quatro mil anos na Índia.

O consumo contínuo pode produzir uma intoxicação denominada 'latirismo', que afecta tanto homem como animais. Caracteriza-se esta intoxicação por tremores, paraplegia e parestesias. E surgiu com intensidade em Espanha, durante a grande fome que se seguiu à guerra civil de 1936-39.

Parece assente que entrou em Portugal pelo SuI, sendo trazido para as Beiras pelas populações nos seus movimentos sazonais. Foi sempre sinónimo de pobreza, considerado a 'carne dos pobres'. Teve um papel importante na alimentação nos anos 30 e 40, sobretudo no SuI do país e nas Beiras. Servia também de alimento a rebanhos de gado bovino e caprino.

Está agora a ser recuperado a partir da região de Alvaiázere, como produto tradicional, e é cada vez mais usado nas gastronomias de todo o país. Os jovens não são ainda muito adeptos, mas para lá se pretende caminhar (havendo até programas intensivos nesse sentido, por instituições turísticas e ligadas à gastronomia tradicional).

Cozido, em fresco ou seco, é a forma mais garantida de o comer. O paladar considera-se requintado e agradável. Mas os Festivais de Alvaiázere (aí por Junho) pretendem ir avançando com receitas diversas, desde o pão (há uma padaria local que o vende, diz-se que agridoce e de sabor muito suave, perfeito para sanduíches e não só) e do puré ao chocolate, bombons e queques, passando por doces e licores (ver texto em cima). E há sopas, guisados, saladas, pudins, crepes, enfim, todo um mundo de iguarias.

Como não tem exigências de terrenos nem de amanho, o leitor pode experimentar em qualquer quintal a que tenha acesso, mesmo entre árvores e outras culturas. Se não gostar do resultado, tem fama de funcionar como óptimo adubo.

E, embora se cultive e use bastante noutros locais de Leiria (Santa Catarina da Serra também lhe dedica um Festival), Alvaiázere é efectivamente a sua capital.

A vindima como trabalho de campo

Colher e fermentar uvas ajuda-nos a avaliar um vinho com rigor. É uma festa didática. 


28.08.2015 00:30 

A educação dos portugueses em matéria de vinhos deve-se muito à figura do enólogo transformado em técnico de relações-públicas nas feiras vínicas, num exercício copiado ao detalhe do que se passava no novo mundo do vinho (Califórnia, Austrália, Argentina, Nova Zelândia, África do Sul, Uruguai ou Chile). Noutros tempos, o enólogo era um engenheiro (por vezes nem isso) que vivia fechado na adega, com um ou outro passeio às vinhas em setembro e outubro. Hoje, ele é a cara do vinho. Ele é quem explica, educa e seduz os consumidores. 

Ora, se as feiras funcionam, por assim dizer, como sala de aula dos consumidores, as vindimas são uma espécie de trabalho de campo. É durante o período da apanha e fermentação das uvas que o enófilo empenhado reúne um conjunto de informações importantes que o ajudarão a avaliar corretamente um vinho. Conceitos como vindima de precisão, escolha no tapete, fermentações a baixa temperatura, leveduras indígenas ou não, batonnage, barricas de meia tosta, fermentações maloláticas no inverno, colagens e outros termos são explicados aos consumidores pelo enólogo/relações-públicas. 

É por isso que as empresas apostam – e bem – na oferta de programas de vindima para iniciados e enófilos encartados, regra geral com programas lúdicos associados. Podemos ir cortar uvas, pisá-las, almoçar em grande estilo, fazer uns passeios interessantes à volta das vinhas, comprar umas garrafas mais em conta e regressar a casa vinicamente mais cultos. 

Quem quiser saber onde há programas de vindimas deverá contactar as comissões vitivinícolas regionais ou as entidades regionais de turismo.

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

IFAP: DECLARAÇÕES DE ATIVIDADE APÍCOLA - Anos 2014 a 2015


O IFAP disponibilizou informação estatística atualizada relativa às «Declarações de Atividade Apícola» para os anos de 2014 e 2015.

Esta informação pode ser consultada na página Estatísticas do Portal do IFAP.

CNA fala de «crise» na agricultura familiar


Ago 27, 2015Destaque Home, Notícias0Like

A expressão é de João Dinis, membro da direcção da Confederação Nacional da Agricultura (CNA). A declaração surge na sequência de uma manifestação organizada por um grupo de agricultores britânicos, frente à delegação da Comissão Europeia em Belfast, na Irlanda do Norte, Reino Unido, a 24 de Agosto.

Os produtores uniram-se para pedir a criação de preços mínimos à produção, assegurando uma retribuição justa na agricultura familiar e o consumo de produtos nacionais antes de se proceder à exportação.

Em Portugal, na fileira hortofrutícola, «os agricultores ficam com 10% do preço que chega ao consumidor final». Este aspecto, diz o responsável da CNA à Frutas, Legumes e Flores, transforma os pequenos produtores em «meros fornecedores de matéria-prima para a transformação, a agro-indústria e o agro-comércio».

O caminho defendido por João Dinis passa pela criação de «preços justos garantidos à produção». Algo que, reconhece, implicará «mudar os regulamentos», mas que não requer «alterar muito os preços no consumo».

João Dinis explica que «a agricultura familiar é aquela que recorre predominantemente a mão-de-obra da família, que não utiliza modos de produção super-intensivos, ocupa o território, mantém e vivifica os recursos naturais».

Em Portugal, existem actualmente cerca de 300.000 pequenas e médias explorações de tipo familiar que produzem mais de metade daquilo que se consome no país. No mundo, estas estruturas garantem 80% dos bens alimentares consumidos.

Seminário “ As Políticas Públicas na Gestão e no Ordenamento da Floresta”



Publicado em quarta, 26 agosto 2015 09:33
 

A necessidade de dotar os produtores e proprietários florestais de conhecimento e dos mecanismos fundamentais à gestão adequado do espaço florestal, num quadro de gestão equilibrada do território, de competitividade e de responsabilidade social, conduziu à formatação por parte do Município de Penela, da Junta de Freguesia do Espinhal e da Flopen do IX Seminário Florestal subordinado ao Tema " As Políticas Públicas na Gestão e no Ordenamento da Floresta" que decorrerá no dia 5 de Setembro de 2015, integrado na XXVI Feira do Mel da Vila do Espinhal.

Programa (pdf)

Ficha de inscrição.

Ciclo de Conferências PDR2020



Publicado em quinta, 27 agosto 2015 15:09
 

Ciclo de Conferências «PDR2020 e empreendedorismo agrícola»

Beja 16 Setembro | Alqueva: a espinha dorsal da agricultura portuguesa

A entrada é gratuita, mediante inscrição.


Beja
CICLO DE CONFERÊNCIAS «PDR2020 E EMPREENDEDORISMO AGRÍCOLA

Título: Alqueva: a espinha dorsal da agricultura portuguesa?
Local/Data: Beja (auditório da EDIA), 16 de Setembro

PROGRAMA

14h30 | Sessão de Abertura
Nuno Vieira Brito, Secretário de Estado da Alimentação e Investigação Agroalimentar
Francisco Santos Murteira, Diretor Regional de Agricultura e Pescas do Alentejo
 
15h00| José Pedro Salema, EDIA, «Alqueva: uma nova realidade económica, social e ambiental»
15h30 | António Campeã da Mota, DGADR, «Políticas de Gestão de Regadio»
15h50 | Francisco Gomes da Silva, Agro.GES, «Regadio em Alqueva: custos, tarifas e competitividade na utilização da água para rega»
16h10 | Jorge Gaspar, Santander,«Financiamento do Setor Agrícola e Agroindustrial»
 
Coffe-break
 
Mesa Redonda: Que novos projetos no Alqueva e para o Alqueva?

Regime de aplicação da ação n.º 7.11, «Investimentos não produtivos» - PDR2020

Publicado em quinta, 27 agosto 2015 15:05

Portaria n.º 261/2015 - Diário da República n.º 167/2015, Série I- Ministério da Agricultura e do Mar

Foi publicada a Portaria que estabelece o regime de aplicação da ação n.º 7.11, «Investimentos não produtivos», integrada na medida n.º 7, «Agricultura e recursos naturais», da área n.º 3, «Ambiente, eficiência no uso dos recursos e clima», do Programa de Desenvolvimento Rural do Continente, abreviadamente designado por PDR 2020.

Para aceder à Portaria n.º 261/2015.

Alemanha insiste na proibição de OGM



 27 Agosto 2015, quinta-feira  Cerealicultura
ogm
O ministro da Agricultura alemão, Christian Schmidt, escreveu aos governos regionais, no sentido de lhes manifestar a sua intenção de aproveitar a nova legislação europeia para proibir o cultivo de sementes OGM - Organismos Geneticamente Modificados, mesmo das variedades autorizadas por Bruxelas.
Os governos regionais têm até 11 de setembro de 2015 para se pronunciarem e informarem o governo central alemão da sua decisão.
Neste momento, os países que quiserem exercer esse direito devem notificar dessa intenção a Comissão, até ao dia 2 de outubro.
Esta posição alemã vem juntar-se à posição do governo escocês, que também quer proibir todo o cultivo de OGM's na região.
Fonte: Reuters/Agronegócios 

Évora acolhe em 2016 congresso mundial sobre sistemas silvo-pastoris



 27 Agosto 2015, quinta-feira  Agropecuária
silvo pastoril

De 27 a 30 setembro de 2016 a universidade de Évora é palco do Congresso Mundial sobre Sistemas Silvo-Pastoris.

Durante quatro dias são diversos os temas em análise, a saber: "tendências em grande escala: a avaliação e o mapeamento nas escalas regionais e globais", "paisagem avaliação e classificação: consistência em padrões difusos", "os sistemas de pastoreio, gestão de gado e de produtos animais", "a gestão florestal", "pragas e doenças", "incêndios florestais e riscos naturais", "água, carbono e as alterações climáticas", "madeira, cortiça, bioenergia e produtos não lenhosos", "transformação e indústria", "conservação da biodiversidade e funcionamento ecológico", "os serviços do ecossistema como um quadro que permita a transição em direção a sistemas silvo pastoris sustentáveis", "economia dos sistemas silvo pastoril, incluindo novos mercados", entre outros.

O evento irá reunir investigadores de diferentes disciplinas, profissionais e decisores políticos aos diferentes níveis de governação que lidam com a gestão e a sustentabilidade dos sistemas silvo-pastoris.

Este Congresso é promovido pela Universidade de Évora em colaboração com outras universidades espanholas.  



Açores entregam a 21 de Setembro candidatura das fajãs de S. Jorge a reserva da biosfera

27-08-2015 
 
 
Os Açores formalizam a 21 de Setembro a candidatura das fajãs da ilha de São Jorge a Reserva da Biosfera da Unesco, que terá uma resposta em Março de 2016, anunciou o executivo regional na quarta-feira.

O Governo Regional dos Açores, as duas câmaras municipais da ilha (Velas e Calheta), o Parque Natural de São Jorge e o Comité Nacional do Programa MAB – O Homem e a Biosfera assinaram na quarta-feira à noite, numa cerimónia pública, em São Jorge, o formulário da candidatura que vai ser entregue à Comissão Nacional da Unesco a 21 de Setembro e que depois segue para Paris, para o secretariado desta agência das Nações Unidas.

A decisão em relação à candidatura será conhecida em Março de 2016, no Peru, onde decorrerá o próximo Congresso Mundial de Reservas da Biosfera. Miguel Clusener, da Unesco, felicitou as autoridades regionais e locais pelo trabalho que fizeram para concluir esta candidatura e fez votos para que «termine bem», ressalvando que o desfecho «não depende apenas da Unesco», mas «principalmente da comunidade internacional», ou seja, dos estados membros da agência das Nações Unidas para a educação e cultura.

Os Açores possuem três ilhas classificadas como reserva da biosfera, Flores, Corvo e Graciosa, havendo no total do país oito zonas com esta distinção.

Este "peso dos Açores" nas reservas da biosfera portuguesas foi destacado por Jorge Mesquita, da comissão nacional da Unesco, que considerou, em declarações aos jornalistas, «impressionante» a «riqueza natural» do arquipélago, «a dimensão das fajãs de São Jorge» e «a sua ligação com a identidade cultural e o modo de vida» local, dizendo que «tudo isto é reconfortante» em relação a esta nova candidatura.

Também o secretário regional da Agricultura e Ambiente do Governo dos Açores, Neto Viveiros, se mostrou confiante no êxito da candidatura, dizendo que as suas «enormes potencialidades» foram reconhecidas «por todos».

«Estão reunidas todas as condições, do ponto de vista humano, cultural, social, económico, para que esta candidatura possa sair vencedora», disse aos jornalistas.

Neto Viveiros destacou ainda «os ganhos» que a classificação da Unesco traz consigo, como «tornar os Açores mais conhecidos no mundo» e «tornar mais conhecidos os produtos» que se fazem na ilha de São Jorge, que poderão passar a ostentar o selo da reserva da biosfera.

Tal como a generalidade dos intervenientes nesta cerimónia, Neto Viveiros destacou que a classificação de um local como reserva da biosfera «não representa» a imposição de restrições.

Uma reserva da biosfera é «um lugar vivo», que «necessariamente tem de ter pessoas e actividade humana», onde a conservação da riqueza natural e do património cultural se alia ao desenvolvimento sustentável, acrescentou, por seu turno, Anabela Trindade, do Programa MAB.

«Se uma reserva da biosfera não está a contribuir para o desenvolvimento regional e local não está a cumprir a sua função» e acabará por ser desclassificada, sublinhou, afirmando que a sua gestão exige cooperação de diversas entidades e o envolvimento das populações.

As fajãs de São Jorge - que são mais de 70 e, diversos casos, são de difícil acesso - são terrenos planos ao nível do mar numa ilha que é muito escarpada e com alguma altitude.

As fajãs resultaram da acumulação de detritos, na sequência de terramotos, ou de escoadas lávicas das erupções vulcânicas e os seus terrenos planos e férteis, onde existe um clima mais ameno do que nos pontos altos da ilha, acabaram por ser usados pelas populações, ao longo dos séculos, para a agricultura.

Fonte: Lusa

Nova Zelândia anuncia apoio de 14,5 milhões de dólares para sectores do café e cacau timorenses

 27-08-2015 


 
O Governo neozelandês anunciou um programa de apoio de 14,5 milhões de dólares neozelandeses, 8,26 milhões de euros, ao longo de cinco anos, para o desenvolvimento dos sectores do café e do cacau em Timor-Leste.

Murray McCully, ministro dos Negócios Estrangeiros neozelandês, disse que o apoio pretende ajudar a estimular sectores que podem ser potenciados em Timor-Leste.

«O café é a maior exportação de Timor-Leste depois de petróleo e gás, mas problemas de produtividade significam que o sector tem um desempenho significativamente abaixo do seu potencial», explicou Murray McCully

«Quase 20 por cento das famílias timorenses dependem exclusivamente de café para o seu rendimento, mas a produtividade por árvore é menos 20 por cento do que a média global. O investimento da Nova Zelândia visa aumentar a produtividade global do sector e o retorno para os produtores», explicou.

O projecto, denominada Oportunidades de Agronegócio no Café e Cacau, incidirá em particular na renovação dos campos de café, na melhoria da qualidade da produção de sementes e no fornecimento de ferramentas e equipamentos para os agricultores.

Prevê ainda formação e a criação de campos de demonstração, que ajudem a melhorar os conhecimentos e capacidades dos agricultores através de cursos práticos de curta duração.

Segundo o Governo neozelandês, espera-se que o projecto crie 4.680 novos empregos, permanentes e sazonais, duplicando o rendimento dos 19 mil agricultores participantes, «proporcionando-lhes maior acesso aos mercados internacionais e melhores preços através da estrutura cooperativa de agricultores», explicou McCully. O café é o principal produto exportado de Timor-Leste, com o seu valor ainda a ser reduzido, em torno a 15 milhões de dólares anuais.

Fonte: Lusa

Arqueólogos descobriram lagar de vinho romano em Alijó


27/8/2015, 12:27
Arqueólogos acreditam ter descoberto um dos lagares de vinho mais antigos do Douro e Trás-os-Montes, datado do século I d. C., em Vale de Mir. Há quatro anos estudam a evolução da ocupação em Alijó.


Vista de uma zona industrial em Alijó.
Rui Manuel Ferreira / Global Imagens


Arqueólogos acreditam ter descoberto um dos lagares de vinho mais antigos do Douro e Trás-os-Montes, datado do século I d. C., em Vale de Mir, onde há quatro anos estudam a evolução da ocupação humana no concelho de Alijó.

"É a primeira vez que se encontra um lagar de vinho desta época, fim do século I d. C. nesta zona de Portugal. Temos um lagar de vinho e em baixo temos uma adega", afirmou esta quarta-feira o arqueólogo Tony Silvino.

O investigador nasceu em França mas os seus pais são naturais de Pegarinhos, freguesia onde se localiza a aldeia de Vale de Mir. O sonho de criança de escavar nesta região concretizou-se em 2012, ano em que arrancou o projeto de investigação sobre a "Ocupação Humana em torno da Aldeia de Pegarinhos".

Durante a primeira campanha foram feitas sondagens num terreno junto ao castro de Vale de Mir, através das quais foram descobertas estruturas e vestígios de ocupação humana que datam de há cerca de 2500 a 1500 anos. As escavações decorrem junto ao vale do Douro, onde existem várias "lagaretas" e lagares de vinho romanos escavados na rocha.

No entanto, segundo Tony Silvino, neste local foi posta agora a descoberto uma 'vila' romana, uma grande quinta, onde se descobriu a estrutura de um lagar de vinho e de uma adega, que se pensa "ser o mais antigo datado nesta zona do país".

"Aqui temos a chamada parte rústica, a zona económica da quinta. Temos várias atividades, temos os estábulos, encontramos muitas mós, zonas de trabalho do minério (ferro) e temos uma coisa muito importante, um lagar de vinho", salientou.

O que, na sua opinião, prova que se produzia vinho "há muito tempo nesta região". Agora, segundo o responsável, o lagar vai ser estudado para se tentar perceber como se fazia o vinho e com se conservava, se em talhas de cerâmica ou em pipas de madeira.

O projeto termina este verão, mas Tony Silvino diz que é importante restaurar e musealizar este espaço. "É muito importante preservar o sítio", sublinhou. Os trabalhos de campo são dirigidos conjuntamente com o arqueólogo Pedro Pereira e a mão-de-obra é quase toda voluntária, de estudantes ou populares.

Ana Marinho, estudante de mestrado de arqueologia, na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, é natural de Alijó e há quatro anos que abdica das férias no mês de agosto para trabalhar nestas escavações.

"É para ganhar experiência, aprender e acrescentar coisas ao que sabemos", salientou. A jovem salientou que no primeiro ano não se tinha a percepção do que este espaço é. "É um grande orgulho depois de tanto tempo investido, tanto esforço físico e também de interpretação, conseguirmos ter este resultado tão fantástico", sublinhou.

Tiago Ferreira é de Penafiel e frequenta também o curso de Arqueologia. Para o jovem este trabalho tem sido aliciante pelas descobertas que têm sido feitas, desde as estruturas dos edifícios, às moedas e cerâmicas.

Hoje mesmo foi encontrada uma moeda de bronze que se pensa que remonta ao século I d.C., mas segundo Tony Silvino aqui também já foram descobertas moedas de prata e ferramentas.

O arqueólogo salientou que esta zona do país, desde o vale do Douro a Trás-os-Montes "tem estado um pouco esquecida", ou seja, está cheio de potencial arqueológico mas tem sido pouco estudado e escavado.

"Sabíamos que havia qualquer coisa aqui, mas não tínhamos ideia da dimensão. Foi uma boa surpresa", frisou. Tony Silvino referiu que e projeto só é possível devido ao mecenato de empresas, como a Gran Cruz, a Unicer, a Associação Cultural Desportiva e Recreativa de Freixo de Numão e da junta de Pegarinhos.

Vindimas do Dão vão ser em festa

Programa cultural prevê 60 horas de várias iniciativas. Por Luís Oliveira Quem pretender participar na vindima e no processo de produção de vinho do Dão poderá fazê-lo entre os dias 18 e 21 de setembro, no distrito de Viseu. É a Festa das Vindimas, um evento que além do trabalho na vinha e adega, prevê mais 60 horas de programação cultural. A iniciativa, ontem apresentada no Solar do Vinho do Dão, conta com a adesão de 12 quintas dos concelhos de Viseu, Carregal do Sal, Mangualde, Nelas e Penalva do Castelo. As quintas vão proporcionar "experiências reais de vindima", onde se inclui a pisa tradicional e degustação de vinhos. "A cidade-região de Viseu está a consolidar-se como destino enoturístico e quer afirmar o Dão como uma região vinhateira vibrante e dinâmica", disse Almeida Henriques, presidente da Câmara de Viseu. Arlindo Cunha, presidente da Comissão Vitivinícola do Dão, refere que, devido ao clima favorável, as vindimas este ano "vão ser antecipadas duas semanas", prevendo-se uma produção de 35 milhões de litros de vinho do Dão. O ponto alto da festa é o Baile das Vindimas (dia 18) e o concerto dos Deolinda (dia 19).

Afinal Monsanto já não quer a Syngenta


por Ana Rita Costa
27 de Agosto - 2015
 
A Monsanto retirou a oferta de aquisição da Syngenta, depois da empresa suíça ter dito que a oferta de 41 mil milhões de euros não correspondia às suas expectativas. Desde o anúncio, as ações da Monsanto dispararam em mais de 8%.

"Sem uma base construtiva de acordo por parte da Syngenta, a Monsanto vai continuar focada nas oportunidades de crescimento construídas nos seus negócios", referiu a Monsanto em comunicado.

As ações da Syngenta, por outro lado, sofreram uma quebra abrupta após o anúncio, caindo mais de 20% no mercado norte-americano.

A Monsanto fez pela primeira vez uma oferta sobre a Syngenta em maio deste ano, proposta desde logo recusada pela Syngenta que defendeu que "a oferta da Monsanto não reflete as projeções de crescimento da companhia."

De acordo com o Financial Times, o presidente da Syngenta, Michel Demaré, explicou na altura que cotação da empresa está desvalorizada devido à evolução do franco suíço, no entanto, "os lançamentos recentes de novos produtos estão a atingir rapidamente crescimentos nas vendas, devido à forte procura por novas tecnologias. Além disso temos um forte 'pipeline' de inovações de produtos para proteção de culturas em desenvolvimento, que garantem um potencial de vendas de mais de três mil milhões de dólares."

Agricultores do Alentejo e de Castelo Branco aflitos com a seca


Publicado hoje às 12:09

A Associação dos Agricultores de Castelo Branco recebe todos os dias queixas dos agricultores por causa dos prejuízos causados pela seca prolongada. Há culturas que estão a ser afectadas pela falta de água, mas o maior problema são as pastagens.

 
Em declarações à TSF, José Mesquita Milheiro,dirigente daquela Associação, diz que as pastagens estão secas e "os agricultores estão a comprar rações para os animais a um custo elevado. Além disso , os animais já estão a comer o feno que estava armazenado para o inverno".
José Mesquita Milheiro pede ao Governo medidas urgentes como "a implementação do regadio ao sul da serra da Gardunha (uma medida viável, mas que depende da vontade política), também apoio financeiro aos agricultores nomeadamente a criação de linhas de crédito especiais com juros bonificados a médio e longo prazo para permitir aos agricultores da região equilibrar a tesouraria".
João Girão/Global Imagens
Agricultores do Alentejo e de Castelo Branco aflitos com a seca 
O dirigente considera que estes apoios são indispensáveis e aproveita para criticar a decisão do Governo que vai antecipar para outubro os apoios comunitários ao setor do leite . "Esta decisão é uma não medida já que em anos normais os pagamentos já são antecipados com o pagamento de metade das ajudas em outubro e a outra metade a 31 de dezembro . Por isso, o que está anunciado é igual a zero e não tem impacto nos problemas que os agricultores estão a enfrentar neste momento", acrescentou .
As dificultades são sentidas também no Alentejo . O presidente da Federação dos Agricultores do Baixo Alentejo e do Alentejo litoral , também ouvido pela TSF, considera que a antecipação das ajudas comunitárias "não passa de um paliativo ".
Manuel Castro e Brito lembra que houve muito investimento na agricultura, também por parte dos jovens agricultores, e refere que " o governo tem obrigação de saber o que se passa porque tem os números sobre os investimentos que foram feitos e todos sabem que, quando se investe, o retorno não é imediato". Manuel Castro e Brito sublinha que "se houver possibilidade, seria bom que o Governo apoiasse os agricultores, independentemente de haver eleições ou não".
No Alentejo e em Castelo Branco não se fizeram ainda contas aos prejuízos provocados por esta seca prolongada. Existe, no entanto, uma certeza: se não chover com abundância em setembro a situação, que já é considerada grave, vai piorar .
Paula Dias

Biomassa, riqueza energia e floresta


00:05 Económico

O Governo vai alargar o prazo para a construção de centrais de biomassa licenciadas no âmbito de um concurso lançado em 2006.

A ideia era criar uma rede de centrais de biomassa florestal com uma potência total de 250 megawatts e um investimento de 500 milhões de euros, criando entre 500 e mil postos de trabalho.

Na altura foram licenciadas 15 centrais, das quais só foram construídas duas e uma delas já deixou mesmo de funcionar. As razões para o falhanço desse concurso vão desde a má localização, a problemas de aprovisionamento, à burocracia de procedimentos dos concursos e à dificuldade de acesso ao crédito. Ora, a produção de energia a partir de biomassa diminui o consumo de combustíveis fósseis – petróleo, gás natural e carvão – importados e com graves problemas ambientais. Portugal tem mais de um terço do território constituído por florestas.

O custo anual do combate aos incêndios é superior a 100 milhões de euros e os prejuízos que advêm dos produtos que deixam de ser fabricados no nosso país por falta de madeira são várias vezes superiores, havendo quem fale em mil milhões de perdas anuais. 

A biomassa tem valor energético, cria riqueza e emprego e contribui para a limpeza das florestas. Além disso, a biomassa é considerada verde uma vez que as emissões que produz são neutras. Com efeito, as plantas fixam o dióxido de carbono da atmosfera e a quantidade que é libertada na combustão é a que foi armazenada no processo de crescimento. Por isso, é necessário que a produção de biomassa florestal seja acarinhada e, se necessário, que sejam autorizadas culturas energéticas para viabilizar os projectos.

Seca leva governo a apertar fiscalização do uso da água


Publicado hoje às 08:13

Ministério do Ambiente sublinha que seca meteorológica ainda não causou seca hidrológica. Não há falta de água, mas, na dúvida sobre a chuva que pode cair (ou não) em setembro, o governo "prepara-se para o pior".

Jornalista Nuno Guedes entrevistou o secretário de Estado do Ambiente.
 
Por causa da seca, o Ministério do Ambiente apertou a fiscalização do uso da água em rios e barragens para fins industriais e agrícolas. Esta é uma das medidas do governo para evitar consequências graves da seca meteorológica severa e grave que atinge 79% do Continente.
Em entrevista à TSF, o Secretário de Estado do Ambiente sublinha que, por agora, ainda não há falta de água no país e a "principal preocupação é que as albufeiras consigam responder aos vários usos necessários como para a produção de energia, o abastecimento de água, as indústrias e a agricultura".
Paulo Lemos admite que a situação pode agravar-se se setembro, como o resto do ano, até agora, tiver menos chuva do que o normal: "se não chover, os níveis de armazenamento vão naturalmente baixar e em algumas barragens teremos situações preocupantes. Esperamos que chova com alguma intensidade pois o ano tem sido de escassez".
Tony Dias/Global Imagens
Seca leva governo a apertar fiscalização do uso da água
O governante sublinha que, na dúvida, "estamos a preparar-nos para o pior que, se acontecer, terá uma resposta imediata".
A aposta do Ministério tem sido aumentar e apertar a fiscalização do uso da água. Paulo Lemos recorda que têm sido feitas mais ações para verificar melhor as descargas, mas também se existem captações ilegais e se as legalizadas estão a captar a água para que estão licenciadas.
A ideia do governo é aumentar a presença das autoridades (Agência Portuguesa do Ambiente e GNR) para "punir os infratores e sensibilizar os envolvidos de que, estando em seca meteorológica, é preciso mais cuidado no uso da água".
As ações de fiscalização feitas até agora já motivaram multas, nomeadamente no Rio Tejo. Se a seca se agravar, o governo admite ainda accionar um mecanismo exceptional previsto na lei e mudar as regras e prioridades do uso da água armazenada nas barragens.
Nuno Guedes

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

CDU e PS criticam visita de Portas e Cristas a obras do Alqueva



Partidos acusam vice-primeiro-ministro e a ministra da Agricultura de campanha eleitoral "encapotada"

hoje às 12:23 Redação Paulo Portas (NUNO VEIGA/LUSA)

A CDU e o PS acusaram hoje o vice-primeiro-ministro e a ministra da Agricultura de "utilização do aparelho de Estado", "oportunismo político" e campanha eleitoral "encapotada" na visita que efetuaram na terça-feira a obras do Alqueva. 

Num comunicado enviado à agência Lusa, a CDU refere que a visita de Paulo Portas e Assunção Cristas, que decorreu "a pouco mais de um mês das eleições legislativas" e contou com a presença da cabeça-de-lista da coligação PSD/CDS-PP por Beja, Nilza de Sena, "representa uma inaceitável utilização do aparelho de Estado para a promoção dos governantes do CDS-PP e de propaganda eleitoral". 

Também num comunicado enviado à Lusa, a Federação do Baixo Alentejo do PS considera que a visita "revela falta de decoro e oportunismo político, naquela que é uma forma encapotada de campanha antecipada", e "demonstra falta de respeito pelos baixo alentejanos, pela região e pelo futuro do interior do país". 

Paulo Portas e Assunção Cristas visitaram na terça-feira as obras da Estação Elevatória de São Matias e do Sistema Elevatório das Almeidas, do projeto Alqueva, num investimento total de 48,8 milhões de euros para beneficiar a área de regadio de São Matias, no concelho de Beja, a qual irá abranger um total de cerca de 5.800 hectares. 

A CDU e o PS criticam a presença, durante a visita, de Nilza de Sena, que, frisam os comunistas, "não é nem deputada da comissão de obras públicas, nem eleita pelo distrito". 

A CDU acusa os governantes de quererem "agora capitalizar politicamente" com o projeto Alqueva, que "durante muitos anos não defenderam", e contesta que PSD e CDS "façam uso dos meios públicos para campanha eleitoral". 

Segundo o PS, o projeto Alqueva "é hoje uma realidade devido ao esforço e empenho dos governos socialistas, por entenderem a importância vital e a estratégica para o desenvolvimento da região, tantas vezes esquecida e ostracizada pelo atual Governo". 

Na sua intervenção durante a visita, Paulo Portas considerou o projeto Alqueva "um investimento público do bom" e "produtivo", porque atrai empresas privadas e criação de riqueza, cria oportunidades de emprego e tem "um multiplicador económico altíssimo". 

Na atual campanha de rega, o Alqueva já rega 88 mil hectares e, após ficar concluído, no final deste ano, chegará, na campanha de 2016, aos 120 mil hectares previstos no sistema global de rega do projeto. 

A conclusão do projeto, inicialmente prevista para 2025, foi revista pelo anterior Governo PS para 2015 e, depois, antecipada para 2013, o que acabou por não ser possível, segundo o atual Executivo PSD/CDS-PP, que, entretanto, assumiu o compromisso de terminar as obras este ano.

Problemas em setores do leite e da suinicultura prometem dominar reunião de ministros da Agricultura da UE em setembro


26/08 16:05 CET

Consciente do possível agravamento do tom dos protestos, o comissário Europeu responsável pela Agricultura e Desenvolvimento Rural anunciou que os problemas com que setores como o dos laticínios e da suinicultura se deparam serão debatidos na reunião dos ministros da União Europeia, a 7 de setembro.

Sem concretizar possíveis medidas, Phil Hogan descartou a implementação de um sistema temporário de quotas: "Não vamos reintroduzir quotas. Acredito que ainda temos grandes oportunidades no futuro especialmente em mercados na Ásia e em África. Queremos ser capazes de tirar partido disso. Teremos uma volatilidade de preços de curto prazo, mas indiquei sempre isso desde que me tornei comissário em novembro passado."

O verão ficou marcado pelos protestos de produtores belgas e franceses contra a queda dos preços no setor dos laticínios. Apelaram à União Europeia para introduzir um sistema temporário de quotas, pelo menos até à estabilização do mercado.

Para 7 de setembro, dia em que está prevista uma reunião dos ministros da Agricultura da União Europeia, já se anunciaram protestos.

Maior olival da Península Ibérica está em curso em Alcoentre


por Ana Rita Costa
26 de Agosto - 2015
 
Está já em curso a plantação, nas freguesias de Alcoentre e de Manique do Intendente, no concelho de Azambuja, daquele que será o maior olival da Península Ibérica. De acordo com o meio regional Valor Local, a exploração está a desenvolver-se em terrenos da cadeia de Alcoentre e da Torrebela, a cargo da empresa de Córdoba, Campo Nuevo Técnicas Agrícolas, SLU.

Oscar Orihuela, representante da empresa e responsável da Torrebela, revelou à publicação que "numa fase inicial, a empresa, uma das líderes do setor no país vizinho, pensou no Alentejo, onde já possui olivais mais pequenos, mas depressa mudou de ideias ao verificar a qualidade dos solos bem como a existência de muita água nestas terras".

Dentro de dois anos, altura em que o olival com cerca de 700 hectares poderá ser apelidado de "o maior da Península Ibérica", a produção de azeitona estará pronta a ser colhida e será canalizada para outros países. A produção já emprega cinco pessoas, mas quando atingir o seu pico deverão ser cerca de 200 pessoas a trabalhar, 10 meses por ano.

O objetivo é que daqui a quatro anos a extensão de olival tenha já 2200 hectares, o suficiente para exportar para países como "Espanha, Brasil e Itália." Por outro lado, parte da produção ficará por terras lusas e servirá para produzir 5 mil toneladas de azeite diretamente nos terrenos, onde existem lagares antigos.

Ainda de acordo com o meio regional, a plantação é de azeitona da variedade espanhola Arbequina e apanha será totalmente mecanizada, a rega será feita pelo sistema gota a gota e com recurso a "duas lagoas existentes na propriedade, com interligação através de tubagens e que abastecem as bombas de rega existentes."