sábado, 17 de outubro de 2015

Governo nomeia administradora para regularizar dívidas da Casa do Douro


15/10/2015, 12:58
Os ministérios da Agricultura e Finanças nomearam Célia Custódio como administradora para proceder à liquidação das dívidas da extinta Casa do Douro, segundo um despacho publicado em Diário da República.


JOSÉ COELHO/LUSA

Os ministérios da Agricultura e Finanças nomearam Célia Custódio como administradora para proceder à liquidação das dívidas da extinta Casa do Douro, segundo um despacho publicado em Diário da República (DR).

De acordo com o despacho n.º11523/2015, a licenciada Célia Maria Pedro Custódio é designada para proceder à regularização das dívidas da extinta Casa do Douro (CD) com a natureza de associação pública.

Criada em 1932 e com sede no Peso da Régua, a CD viveu durante anos asfixiada em problemas financeiros e possui uma dívida ao Estado na ordem dos 160 milhões de euros.

O processo de regularização das dívidas da organização, extinta enquanto associação pública a 31 de dezembro de 2014, deve ser concluído no prazo de um ano, prorrogável uma vez por igual período.

Esta nomeação cumpre o estabelecido no decreto-lei n.º 182/2015, publicado a 31 de agosto, o qual refere que a partir da nomeação da administradora os membros dos órgãos da extinta associação pública ficam com um prazo de "sete dias" para entregar "todos os bens, valores monetários e documentos, nomeadamente os de prestação de contas à data de 31 de dezembro, bem como os livros, documentos e demais informação contabilística da associação e o inventário dos respetivos bens e direitos".

Segundo este decreto-lei, a direção da CD pública fica privada de "quaisquer poderes, bem como de conservar e ocupar os bens móveis e imóveis".

Estes poderes e funções passam a constituir obrigação da administradora, a qual deverá proceder à determinação do ativo, cobrar créditos e alienar bens e direitos, com exceção da alienação dos vinhos, que deve ser objeto de autorização prévia dos membros do Governo responsáveis pelas áreas das Finanças e Agricultura.

A "conta final" deve ser apresentada "até 60 dias após o respetivo termo, em forma de conta corrente e acompanhada de todos os elementos comprovativos", para aprovação pelo Governo.

O saldo remanescente da CD, após o pagamento de todo o passivo, será entregue à associação de direito privado que sucedeu à extinta CD.

No final de maio o Ministério da Agricultura anunciou a escolha da Federação Renovação do Douro como a associação de direito privado que sucede à organização duriense.

Já em setembro, a direção cessante da extinta Casa do Douro anunciou que interpôs uma providência cautelar para travar a nomeação deste administrador.

O despacho, publicado hoje e que entra em vigor na sexta-feira, refere que Célia Custódio terá que elaborar um relatório trimestral, a apresentar aos membros do Governo responsáveis pelas áreas das Finanças e da Agricultura, sobre o ponto de situação do processo de regularização das dívidas.

2º Concurso de terras do Estado no âmbito da Bolsa Nacional de Terras

Outubro 16
13:03
2015

Irá ser lançado o 2º Concurso de terras do Estado da Bolsa de terras, no seguimento da publicação, em Diário da República, do Despacho 11524.2015, de 15 de Outubro, da lista dos prédios do Estado disponibilizados na Bolsa Nacional de Terras, nos termos do n.º 3 do artigo 6º da Lei n.º 62/2012, de 10 de Dezembro.

O referido despacho determina a forma, o prazo e o valor base de cedência das terras identificadas para disponibilização na Bolsa de terras, bem como o procedimento a adoptar.

Encontra-se igualmente previsto no n.º 3 do citado despacho, a dispensa do pagamento da renda pelo período de 2 anos consecutivos, nos casos em que o arrendatário for agricultor com mais de 18 e menos de 40 anos de idade e celebre contrato de arrendamento rural tendo por objecto a exploração das terras disponibilizadas pelo presente despacho.

Para efeito de apresentação de candidaturas e propostas a estas terras, os interessados devem aguardar pela publicitação dos respectivos anúncios de abertura do procedimento, a qual será efectuada na página Internet da Bolsa de terras e divulgada no Facebook e Nota Informativa da Bolsa de terras.

Sobe o prémio à vaca leiteira nos Açores

Outubro 16
12:56
2015

O prémio à vaca leiteira passa para 190 euros em todas as ilhas dos Açores, depois de ter sido aumentado 45 euros na Terceira e São Miguel.

De acordo com uma resolução do governo regional, vão ser disponibilizados 3,3 milhões de euros, para antecipar, no final do mês, 70% deste montante aos agricultores.

Esta resolução leva a um esforço financeiro suplementar do governo regional de cinco milhões de euros, a que somam 7 milhões que já estavam previstas no plano de actividades para 2016.

O executivo regional vai também criar uma linha de crédito especial de apoio ao pagamento de juros, para aliviar a situação financeira de explorações que têm financiamentos bancários.

O pagamento das medidas agro ambientais será antecipado em 85% no final deste mês e o montante ascende a 13 milhões de euros.

Assim, prevê-se que o sector leiteiro tenha, para 2016, um reforço de ajudas de 11,8 milhões de euros, verba que, no entanto, vai ficar abaixo dos 20 milhões de euros que tinha sido solicitada pela Federação Agrícola dos Açores.

Jovens agricultores querem aumentar a produção de cereja em Alfândega da Fé

Outubro 13
12:55
2015

A Cooperativa Agrícola de Alfândega da Fé distribuiu hoje 25 hectares de terrenos por jovens agricultores, que pensam aumentar muito a produção de cereja, no prazo de seis anos, na zona de Trás-os-Montes.

Para atrair mais jovens para a produção de cereja naquele concelho, foi feito um concurso, onde foram seleccionados quatro projectos, três individuais e uma sociedade.

Estes jovens estão empenhados em usar práticas mais inovadoras, com um sistema intensivo de produção e, assim, julgam conseguir triplicar as actuais 60 a 80 toneladas produzidas no distrito de Bragança. Os jovens terão uma renda anual de 250 euros por hectare durante 20 anos.

Esta cooperativa agrícola pretende acompanhar os novos investidores, com um projecto para a plantação de "mais 10 a 15 hectares" de pomares de cereja, que ainda se vai candidatar a fundos comunitários.

Do ponto de vista do despovoamento, esta iniciativa também é muito importante, pois alguns jovens devem fixar-se naquela zona.

Uso de órgãos de animais em humanos está mais próximo


JN | 14/10/2015
Uma nova técnica desenvolvida por um professor de Harvard poderá tornar realidade o transplante de órgãos animais para uso em humanos.
 

A técnica CRISPR (Repetições Palindrómicas Curtas Agrupadas e Regularmente Espaçadas, em português) ganhou nome em 2002 e em 2011 percebeu-se que poderia ser uma ferramenta para ajustar o ADN, tornando os tecidos animais aptos a serem recebidos por seres humanos.

A CRISPR começou a ser utilizada na área da engenharia genética e são conhecidos agora os resultados da investigação relacionada com a utilização de órgãos animais, como o do porco, no corpo humano.

George Church, professor da Universidade de Harvard, conseguiu desativar um retrovírus (vírus que afeta principalmente animais vertebrados e que não pode ser combatido por sofrer uma mutação constante) presente no porco através desta técnica inovadora.

O uso deste método em células de porco foi capaz de destruir sequências de ADN potencialmente perigosas em 62 cópias do genoma do animal. Como realça a revista especializada "Science", trata-se do exemplo mais extremo das potencialidades deste método.

"Esta área tem estado estagnada durante 15 anos. Tem havido alguns crentes, mas penso que isto muda o jogo por completo", afirma Church.

Uma das principais preocupações abordadas no artigo da revista norte-americana é a possibilidade do corpo humano rejeitar o órgão ou de ser transmitida uma infeção devido ao vírus presente no organismo do porco.

Caso esta barreira seja transposta, a técnica de Church poderá ser a solução para o baixo índice de doação de órgãos. O porco é o animal que tem os órgãos com um tamanho mais semelhante ao humano, sendo por isso a escolha mais óbvia.

No caso de Portugal, o transplante mais comum é o do rim. A 31 de dezembro de 2014, havia 1970 pessoas à espera de um órgão e, destas, 43 acabaram por morrer por não o receber.

O artigo em questão realça, porém, que serão necessárias ainda mais pesquisas para que se consiga tornar os órgãos animais aptos para uso no corpo humano. Falta ainda encontrar outras moléculas no animal que poderão fazer com que o sistema imunitário humano possa rejeitá-lo.

Todavia, esta descoberta representa uma grande esperança para o uso de órgãos de animais em humanos, o xenotransplante, realça o investigador.

Contudo, este avanço traz consigo questões culturais que serão difíceis de ser ultrapassadas. "Mesmo depois das questões científicas e de segurança serem resolvidas, deveríamos considerar possíveis preocupações culturais e impactos sociais associados ao uso disseminado de órgãos de porcos para transplante humano", refere Sarah Chan, especialista da Universidade de Edinburgo, citada pela "BBC Brasil".

Dois vinhos portugueses entre os sete melhores do mundo


EM 15 OUTUBRO, 2015
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A revista norte-americana 'Wine Enthusiast' colocou o verde branco de 2014, da Quinta da Aveleda, e o Pedra Cancela Selecção do Enólogo entre os sete melhores vinhos do mundo vendidos em 2015 por menos de 15 dólares.

O vinho da Aveleda, produzido em Penafiel e comercializado nos Estados Unidos a nove dólares, foi colocado no terceiro lugar e o Pedra Cancela, vendido naquele país por 11 dólares, no sétimo.

Na lista de 100 marcas, designada "Top 100 Best Buys", os críticos da revista colocaram mais sete vinhos portugueses, de várias regiões, que apresentam uma boa relação entre a qualidade e o preço.

Em análise estiveram 19.500 vinhos de várias nacionalidades. Entre os portugueses, o Morgado da Canita, do Alentejo, foi colocado em 12º lugar.

Na 21ª posição aparece "Q do E-Quinta do Encontro", da Bairrada. Em 27º lugar da lista emerge o "Bridão Clássico Fernão Pires", do Tejo.

O lugar 30 é ocupado pelo Reserva do Monte Lisboa e a 40ª posição é ocupada pelo vinho "Herdade de São Miguel Alicante Bouschet", do Alentejo,

No 74º lugar consta o "Aluado Alicante Bouschet Lisboa".

Em relação aos vinhos portugueses consta ainda da lista o "douROSA Douro tinto 2013″, no 81º lugar.

Portugueses criam nova utilização para a batata


     
15/10/2015 13:12 11560 Visitas   
Portugueses criam nova utilização para a batata


Uma equipa de investigação da Universidade de Aveiro desenvolveu um bioplástico para a indústria alimentar, a partir de batata, que promove uma melhor conservação dos alimentos, anunciou hoje a Academica.

O bioplástico resulta de um trabalho de colaboração entre os departamentos de Química e de Engenharia de Materiais e Cerâmica, e é desenvolvido exclusivamente a partir da batata, com o objetivo de substituir o plástico sintético na embalagem de alimentos, já que além de ser biodegradável, permite uma melhor conservação dos produtos alimentares, quando comparado com os plásticos tradicionais. 

Produzidas à base de amido, um dos hidratos de carbono presentes nas batatas e cujas propriedades permitem obter películas transparentes, resistentes à rutura, inodoras e sem sabor, as bioembalagens produzidas em Aveiro são também uma barreira eficaz entre o alimento e o exterior.

"A biodegradabilidade inerente às embalagens de amido é a grande vantagem em relação aos plásticos", aponta Idalina Gonçalves, investigadora do projeto, que lembra que o "aumento considerável nos últimos 20 anos de embalagens sintéticas [plásticos] tem agravado o problema de eliminação de resíduos". 

Citada num comunicado da Unviersidade, Idalina Gonçalves realça também "as boas propriedades de barreira, nomeadamente ao oxigénio e ao vapor de água, dos filmes de amido, quando comparados com os materiais sintéticos". 

No horizonte da equipa científica está também a possibilidade da embalagem bioplástica poder fornecer informações relevantes aos consumidores. No laboratório os químicos preparam-se para adicionar às películas já desenvolvidas moléculas capazes de detetar a degradação dos alimentos, sensores de humidade e de temperatura.

 "Um dos nossos objetivos é, por exemplo, desenvolver materiais colorimétricos que respondem às alterações das propriedades físico-químicas dos alimentos [como indicadores de tempo, temperatura, pH ou frescura], permitindo ao consumidor uma avaliação da qualidade dos seus alimentos", revela a equipa de investigação.

Lusa/SOL

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Eurodeputados querem protecção geográfica para os produtos artesanais


Outubro 09
11:48
2015

Os eurodeputados querem que a protecção geográfica seja estendida aos produtos artesanais.

Até hoje, a protecção geográfica abrangia produtos alimentares de qualidade reconhecida, sendo a sua lista extensa, contando com mais de 1.200 produtos.

Agora, os eurodeputados querem que este sistema abranja também os produtos não alimentares, tais como o Tartan escocês ou as facas de Laguiole.

Este pedido vem no sentido de proteger os fabricantes artesanais de concorrência desleal e criar condições para que continuem a trabalhar. Estão previstos que cerca de 800 produtos possam vir a beneficiar desta medida, se tal for aprovada.

A Comissão estima que o sistema de protecção geográfica para produtos alimentares tenha gerado um volume de negócios desses produtos de 54,3 mil milhões em 2011.


Dezanove países querem proibir as sementeiras de OGM’s


Outubro 09
11:49
2015

Dezanove países europeus notificaram a Comissão Europeia antes do final do prazo, que foi em 3 de Outubro, a sua intenção de proibir a utilização de sementes OGM's para cultivo.

Esta exclusão atinge, no final, a sementeira de milho da Monsanto MON 810, que acaba por ser a única variedade autorizada na União Europeia e semeada, sobretudo, em Espanha e Portugal.

Os países que querem proibir as sementeiras OGM's são a Letónia, a Eslovénia, a Grécia, a Hungria, a França, a Austrália, a Holanda, a Polónia, a Bélgica (na Valónia), o Reino Unido (Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte), a Croácia, a Bulgária, a Alemanha, a Dinamarca, Chipre e o Luxemburgo.

Portugal continua a ser um país onde é autorizada a sementeira das variedades OGM's aprovadas e a virem a ser aprovadas por Bruxelas.

Dispositivo para proteger apicultor e abelhas vence concurso Poliempreende

 08-10-2015 
 

 
Um dispositivo electrónico para proteger o apicultor e as suas abelhas durante o maneio das colmeias venceu o concurso nacional Poliempreende, cujos prémios vão ser entregues na quinta-feira, em Leiria.

Trata-se de um instrumento inovador, concebido por uma equipa do Instituto Superior de Engenharia de Coimbra (ISEC), coordenada pela professora Cristina Faustino Agreira, em colaboração com a Cooperativa Lousamel, que reúne produtores de mel com denominação de origem protegida (DOP) da Serra da Lousã.

«Não existe ainda nada nesta área», disse à agência Lusa Cristina Agreira, que teve a ideia de avançar com o projecto "BeeAway", em que participaram o aluno do ISEC Rafael Filipe Mendes, finalista da licenciatura em Engenharia Electromecânica, e a directora executiva da Lousamel, Ana Paula Sançana.

A equipa do Departamento de Engenharia Eletrotécnica do ISEC, em representação do Instituto Politécnico de Coimbra (IPC), vai receber o primeiro prémio daquele concurso nacional, durante o 2.º Congresso do Poliempreende, esta quinta-feira, na Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Leiria, informou o IPC em comunicado.

Sem revelar para já detalhes do projecto, por estar ainda em curso o processo de registo da patente, Cristina Agreira disse que se trata de «uma caixinha quadrada que associa a tecnologia à apicultura» e que mede sete centímetros de largura por cinco de altura, concebida para uso dos produtores durante o maneio de enxames e colmeias.

Por sua vez, Ana Paula Sançana, diplomada pela Escola Superior Agrária de Coimbra, que integra também o IPC, disse à Lusa que o dispositivo, já testado em apiários, serve para «aclamar as abelhas e garantir alguma segurança no maneio».

Permite assim «evitar a morte das abelhas», com vantagens ambientais, substituindo o uso do fumigador, utensílio a que os apicultores recorrem para lançar fumo e repelir estes insectos durante a cresta, como é designada a extracção de mel das colmeias.

Para prevenir os incêndios florestais, o uso do fumigador é proibido durante os meses de Verão, «precisamente quando ele é mais necessário», observou Ana Paula Sançana.

Os inventores pretendem que o "BeeAway" venha a ser comercializado em Portugal e noutros países com potencialidades no sector apícola, afirmou Cristina Agreira.

O Poliempreende é um concurso de projectos de vocação empresarial que envolve as instituições politécnicas do país, escolas superiores não integradas e escolas politécnicas das universidades, num total de 21 parceiros, mais de 100 mil estudantes e sete mil docentes.

Fonte: Lusa

Copa-Cogeca realiza conferência de imprensa sobre taxas de importação anunciadas pelos EUA para a manteiga e creme de leite da UE

09-10-2015 
 

 
O Copa-Cogeca vai realizar uma conferência de imprensa sobre as negociações comerciais transatlânticas com os Estados Unidos da América, depois de aquele país ter anunciado o aumento das taxas de importação para a manteiga e creme de leite proveniente da União Europeia.

O Copa-Cogeca demonstra sérias preocupações sobre as intenções dos Estados Unidos da América (EUA) quanto ao impacto negativo das mesmas nas exportações e indústria de lacticínios da União Europeia (UE).

As organizações argumentam que tendo em conta as negociações entre os dois lados para definir o acesso a mercados nas negociações comerciais transatlânticas (TTIP), vão realizar uma conferência de imprensa para traçar novos pontos de vista sobre esta questão e sobre a necessidade urgente de eliminar as barreiras não tarifárias ao comércio, como parte das negociações.

O presidente e vice-presidente apela a todos os interessados que participem na conferência de imprensa sobre o impacto que esta decisão dos EUA terá sobre o sector agro-alimentar, no próximo dia 14 de Outubro, pelas 14:00 horas, no Copa-Cogeca, em Bruxelas.

A 11ª ronda de negociações de comércio livre entre os EUA-UE vai decorrer em Miami, na Florida, de 19 a 23 de Outubro de 2015.

Fonte: Copa-Cogeca

EUA aumenta taxas de importação da manteiga da União Europeia

09-10-2015 
 

 
O governo dos Estados Unidos decidiu aumentar as taxas de importação da manteiga procedente da União Europeia e de outros países da Organização Mundial do Comércio.

De fora ficaram o Canadá; México; Jordânia; Singapura; Chile; Austrália; Marrocos; El Salvador; Honduras; Nicarágua, Guatemala; Republica Dominicana, Costa Rica; Peru; Bahrein; Omã; Coreia; Colômbia e o Panamá.

O motivo apresentado é que foram superados os níveis de importação que desencadeiam esta medida de segurança, estabelecido em 9,414, 976 quilos. O aumento das taxas será aplicado de forma temporária, de 05 de Outubro a 31 de Dezembro de 2015.

A cláusula de salvaguarda aplicada pelos estados Unidos permita subir as taxas das importações fora da quota em 25 por cento. O valor normal para importações exterior à quota é de 1,541 dólares por quilo. As taxas adicionais aplicadas foram de 0,51 dólares por quilo para a manteiga e de 0,54 para o creme de leite, em consequência, a nova taxa é de 2,05 dólares por quilo.

Os preços da manteiga nos Estados Unidos são muito robustos como consequência de uma boa procura interna. A União Europeia exportou para este país 8,924.000 quilos entre Janeiro e Julho de 2015, ou seja, 95 por cento do nível que desencadeia a medida de salvaguarda.

Desta forma, a o bloco pode ser um dos mais afectados pela mesma, que o governo Obama decide aplicar num no momento em que decorrem as negociações para um acordo comercial entre os Estados Unidos e a União Europeia.

Fonte: Agrodigital

FAO: Preços mundiais dos alimentos baixam graças aos cereais e óleos vegetais

09-10-2015 
 

 
Os produtos básicos agrícolas passam por um período de preços mais baixos e menos voláteis, segundo o documento "Perspectivas Alimentares" da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação

Após de diversas subidas bruscas de preços entre 2007 e princípios de 2011, a maioria dos preços dos cereais e de óleos vegetais seguem uma tendência de constante descida, indica o documento em uma edição especial.

Entre as várias razões, encontram-se os altos níveis de stocks, os preços do petróleo muito mais baixos e a força renovada do dólar norte-americano, factores que é pouco provável reverterem a curto prazo, embora não se possa excluir vaivéns inesperados, como o impacto da meteorologia sobre as colheitas.

O Índice de Preºos dos Alimentos da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) caiu para o seu mínimo de seis anos em Agosto. Os novos números, também publicados esta sexta-feira, mostram que subiu cerca de dois terços de um ponto percentual desde esse mínimo de Agosto, até os 165,3 pontos, o que supõe menos 18,9 por cento em relação ao ano anterior

«A leitura derivada é que, estatisticamente, as mudanças de comportamento mais recentes preveem um impulso para a baixa de preços com menor volatilidade», assinalam Adam Prakash e Frederike Greb, especialistas em produtos básicos da FAO, nas conclusões da informação.

A trajectória dos preços dos últimos anos, e que pode ser prevista no futuro, não são iguais para todos os grupos de alimentos. Os preços do arroz tendem a movimentar-se de forma independente de outros cereais, enquanto os do açúcar permanecem instáveis, tendo perdido e ganho mais de metade do seu valor em mais de 12 ocasiões desde 1990. Os produtos de carne e lacticínios ajustam-se à actual tendência mas, por tratar-se de bens mais perecíveis, fazem-no com um tempo de atraso.

Os cereais básicos são a base da tendência para a queda dos preços, como resultado de vários de colheitas abundantes em todo o mundo, assim como o armazenamento, que levou as reservas a atingirem níveis recorde. Estas estão a ser liberadas lentamente e é provável que as existências mundiais de cereais terminem a temporada de 2016 em 638 milhões de toneladas, menos quatro milhões em relação aos seus níveis de início, de acordo com as previsões na última Nota Informativa da FAO sobre oferta e a procura de cereais.

Entretanto, a projecção da produção mundial de cereais para este ano baixou 2.534 milhões de toneladas, menos seis milhões que o previsto no mês passado e 0,9 por cento abaixo do recorde de 2014, sobretudo devido à queda de produção de milho nos Estados Unidos da América (EUA), onde os preços caíram para metade desde Julho de 2012

Os preços baixos dos alimentos «parecem ser uma bênção para a segurança alimentar» e são para as famílias que destinam grande parte dos seus rendimentos na compra de alimentos, assinalam os autores.

De facto, espera-se que a factura mundial de importações de alimentos passe por uma queda em 2015, situando-se no seu nível mínimo dos últimos cinco anos, com uma descida de quase 20 por cento desde o máximo histórico em 2014.Esta queda, para a qual contribuíram substancialmente os cereais, lacticínios, carne e açúcar, foi também encorajada por uma descida nos custos dos fretes.

Assim, os autores da informação alertam que na hora de calcular as vantagens há também que ter em conta que os preços mais baixos reduzem os rendimentos dos agricultores. Margens reduzidas para os agricultores tendem a diminuir os investimentos nas explorações, cujas deficiências foram culpadas no passado em grande parte pelos bruscos aumentos de preços da última década. Os rendimentos baixos podem também criar incentivos para aumentar os investimentos na agricultura e serviços económicos rurais, que vão desde o crédito, passando pelas estradas até as instalações de armazenamento.

Enquanto a produção mundial é solida e os stocks permanecem altos, o volume de cereais comercializados a nível internacional estão a diminuir e as previsões situam-se em torno dos 364 milhões de toneladas para o período 2015/2016, de Julho a Junho, menos 2,9 por cento frente ao período anterior.

A tendência para uma queda vê-se impulsionada pelo trigo, sobretudo pelas menores importações da ásia, em especial da República Islâmica do Irão e do Norte de África e também devido aos cereais secundários, com uma menor procura por parte da Ásia, apesar de aguardar-se um aumento das importações, tanto de África como da Europa.

O comércio de mandioca, por seu lado, prevê-se um crescimento de 19 por cento e que alcance um máximo histórico devido, principalmente, à procura da China de uma matéria-prima mais barata para os sectores da alimentação, energia e indústria.

Fonte: Agrodigital

Milhares de variedades de arroz conservadas numa base de dados mundial

 08-10-2015 
 
As sequências de genoma de mais de três mil variedades foram cedidas ao Tratado Internacional sobre os Recursos Fitogenéticos para a Alimentação e a Agricultura, pelo principal instituto de investigação de arroz do mundo, numa medida que favorece os planos para estabelecer um sistema global de intercâmbio de dados sobre os recursos genéticos agrícolas.

A iniciativa foi divulgada pelo Instituto Internacional de Investigação do Arroz (IRRI), com sede nas Filipinas e o Tratado Internacional sobre os Recursos Fitogenéticos para a Alimentação e a Agricultura (TIRFAA) no curso de seis períodos de sessões do Corpo Directivo do Tratado, que se reúne esta semana na sede da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), em Roma, com representantes dos 136 países membros.

Em todo o mundo, governos e organizações armazenam material genético em bancos de sementes. Mas a falta de uma única porta de acesso à informação sobre os recursos genéticos, torna muito difícil para os investigadores e geneticistas saberem o que há em cada lugar e que recursos genéticos contêm as sementes.

O secretário do TIRFAA, Shakeel Bhatti, assinalou que «a informação genética que o IRRI coloca à disposição do tratado e também do público em geral, supõe um apoio muito generoso a todos os esforços para que toda a informação pertinente sobre os recursos fitogenéticos esteja disponível para a segurança alimentar do futuro».

«Ter tanta informação sobre o arroz, disse, que depois de tudo constitui o alimento básico para a metade da população do planeta, ao alcance de todo o mundo, +e um passo importante para garantir a segurança alimentar para as gerações futuras».

Uma sequência de genoma é como um livro de instruções que indica aos organismos vivos como crescer e reagir com o meio ambiente. Cada planta de arroz tem cerca de 400 milhões de "letras" na sua sequência de genoma.

Com uma crescente população mundial e aumento dos impactos da mudança climática na produção agrícola, como as secas, inundações e pragas, é fundamental desenvolver variedades de culturas que sejam mais produtivas menos prejudiciais ao ambiente e mais resistentes.

Na reunião em Roma será discutida a forma para melhorar o actual sistema multilateral mediante a criação de um Sistema Mundial de Informação sobre os Recursos Fitogenéticos. Este sistema será desenvolvido e supervisionado pela FAO, que abriga o Tratado e terá informação sobre como aceder ao material genético e as amostras de sementes dos Bancos de genes existentes.

«Não podemos esperar que todos os programas, todos os bancos de genes no mundo resenham as suas bases de dados para cumprir normas internacionais, o que necessitamos é interoperabilidade, ou seja, criar portais onde todas as bases possam comunicar entre si. Nisto consiste o Sistema Mundial de Informação sobre os Recursos Fitogenéticos para a Alimentação e a Agricultura», explicou o director-geral do IRRI, Robert Zeigler.

Fonte: Agrodigital

Moçambique: Governo considera insustentável manter níveis de subsídio ao pão

08-10-2015 
 

 
O Ministério da Indústria e Comércio moçambicano considerou em Maputo que era insustentável manter os níveis de subsídio ao pão em vigor desde 2010, tendo optado por permitir o agravamento dos preços pelos industriais de panificação.

«Avaliando os níveis de desembolso para o subsídio de pão que o Governo vinha fazendo desde 2010 e a desvalorização acentuada que o metical está a sofrer face ao dólar, mostrou-se insustentável manter os níveis de subsídio anteriores» afirmou o inspector-geral das Actividades Económicas no Ministério da Indústria e Comércio, José Rodolfo, em conferência de imprensa.

Rodolfo afirmou que com o agravamento dos preços do pão anunciado esta semana pelos industriais do sector, o subsídio pago pelo Governo cobre apenas 50% por cento e poderá reduzir gradualmente até à sua remoção final.

«Apesar de o subsídio não ter acompanhado o agravamento, a proporção que ainda é paga cobre cerca de metade do preço, porque, sem essa proporção, o pão ficaria mais caro que o que já está», afirmou.

O inspector-geral das Actividades Económicas adiantou que o Governo moçambicano já desembolsou desde 2010 mais de 1,7 mil milhões de meticais, mais de 35 milhões de euros, de subsídio ao preço de pão, prevendo atribuir este ano 400 milhões meticais, mais de oito milhões de euros.

Prevendo uma atenção normal dos consumidores em relação aos relatos de adulteração do peso de pão face ao agravamento do preço, José Rodolfo afirmou que as autoridades serão implacáveis em relação a estes casos.

«Seremos implacáveis em relação à falsificação do peso do pão, até porque as normas de controlo têm sido reforçadas nos últimos anos», sublinhou Rodolfo.

A Associação Moçambicana de Panificadores (Amopao) agravou o preço do pão em todo o país em 1,5 meticais (0,031 euros), devido ao aumento dos custos de produção, indicou esta semana o presidente da agremiação, Vitor Miguel.

Em comunicado divulgado em Maputo, a Amopao refere que o pão de 250 gramas passou de seis meticais (0,12 euros) para 7,5 meticais (0,15 euros), o de 200 gramas aumenta de 4,5 meticais (0,09 euros) para seis meticais (0,12) e o de 150 gramas passa de três meticais (0,06 euros) para 4,5 meticais (0,09 euros).

«Os custos de produção vão aumentando a cada dia que passa e chegámos à fase em que já não aguentámos com o peso. Não temos alternativa que não seja aumentar o preço do pão. E porque somos uma associação nacional, o aumento vai abranger todo o país», disse Vítor Miguel, em declarações ao Notícias, diário de maior circulação em Moçambique, e ao canal privado STV.

O presidente da Amopao apontou o aumento do peso do volume dos ordenados no sector como um dos factores que levaram ao agravamento dos preços. «Há que entender que a produção do pão não é só farinha de trigo, existem outros custos, como a compra de lenha, vitaminas, combustíveis, cujos preços foram sendo reajustados nos últimos anos, sem que nós fizéssemos o mesmo com o pão», frisou Vítor Miguel.

Fonte: Lusa

União Europeia aprovou ultracongelação dos Ovos Moles de Aveiro

07-10-2015 
 
A Associação dos Produtores de Ovos Moles de Aveiro (APOMA) anunciou ter sido publicado o Regulamento Europeu que permite a ultracongelação daquele doce tradicional, considerado crucial para promover a exportação.

A alteração ao Caderno de Especificações, agora aprovada e publicada no jornal oficial da União Europeia, contemplou a alteração da validade do produto, quando submetido a ultracongelação, «o que permitirá aceder a mercados longínquos».

«No mercado europeu pretende-se iniciar a comercialização do produto ultracongelado de uma forma efectiva na diáspora portuguesa», adianta a APOMA.

Fonte: Lusa

Fabrico de chocalhos quer ser reconhecido pela UNESCO


07 Outubro 2015, 22:15 por Lusa

Os chocalhos marcaram o ritmo do mundo rural, como uma espécie de "GPS do gado", mas caíram em desuso e o seu fabrico artesanal, em Portugal, está à beira da extinção, restando poucos mestres chocalheiros.
"Temos que ter paciência. Não é só este ofício que está em decadência, há mais. E gente nova a aprender não há ninguém", lamenta à agência Lusa o chocalheiro António Augusto Sim Sim, de 68 anos, de Estremoz, ciente de que é "uma vida dura, sempre a bater", para moldar o chocalho.

O perigo de extinção desta profissão, que em Portugal se manteve artesanal, é sublinhando por António Ceia da Silva, presidente da Turismo do Alentejo e Ribatejo.

"É importante o fabrico de chocalhos associado à transumância, ao pastoreio, às componentes do território, hoje em vias quase de extinção. Há poucos fabricantes de chocalhos no país, porque já se usam outros formatos de identificação do gado, e é um bem que importa preservar e lutar pela sua autenticidade", diz.

Para não deixar "apagar do mapa" a arte chocalheira, Portugal candidatou-a a Património Cultural Imaterial da Humanidade com Necessidade de Salvaguarda Urgente, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), num processo liderado pela Turismo do Alentejo.

O pedido de inscrição vai ser analisado na 10.ª reunião do Comité do Património Cultural Imaterial da UNESCO, entre 30 de Novembro e 4 de Dezembro, na Namíbia.

O que foi candidatado "é a construção de um objecto sonoro que é suspenso ao pescoço dos animais por uma coleira, que é um chocalho", explica o coordenador técnico do dossiê, Paulo Lima.

"Um objeto feito a partir de uma chapa de ferro que é dobrada, martelada, em cujo interior é colocada uma argola que é o ´céu'", para suspender o batente, e que "leva um banho em latão, antigamente noutros metais, e é afinado", acrescenta.

Em Portugal, há sete zonas onde ainda "moram" chocalheiros, muitos deles com idade avançada. O roteiro passa por Bragança, Tomar, Cartaxo, Estremoz, Reguengos de Monsaraz, Viana do Alentejo e Angra do Heroísmo (Açores).

A vila de Alcáçovas (Viana do Alentejo) foi onde este fabrico mais floresceu no país, a partir do século XVIII, originando muitos mestres chocalheiros. Alguns rumaram a outros concelhos, como foi o caso da família Sim Sim, uma das mais emblemáticas. 

Mas, na "capital" dos chocalhos, esta arte também começou a decair a partir do meio do século XX e, agora, são poucos os fabricantes que restam.

Exercido por famílias, o ofício ressentiu-se do corte na transmissão, por falta de descendentes masculinos ou por os mais novos seguirem outras profissões, refere a candidatura à UNESCO. 

E a quebra na procura devido a alterações verificadas no mundo da pastorícia, com o fim da transumância do gado ou a introdução de cercas, é outra causa da quase extinção.

"As cercas deram cabo disto e hoje há poucos moirais, daqueles antigos que gostavam de ter os chocalhos" porque "andavam atrás das vacas e das ovelhas de dia e de noite", frisa António Augusto, que aprendeu o ofício com o avô e o pai, tendo-o ensinado a um sobrinho, com o qual trabalha.

Rodrigo Penetra, que mantém o Museu do Chocalho, em Alcáçovas, fundado pelo seu pai, mestre chocalheiro já retirado, também aprendeu o fabrico e fala com paixão sobre o mundo em que cresceu, apesar de ter seguido caminho profissional distinto.

"O pastor, à noite, andava atrás dos animais e, como o som dos chocalhos era diferente, sabia onde andavam as vacas mais gulosas, que saíam do rebanho e iam comer a pastagem ou as searas do vizinho. Era mesmo um 'GPS' do gado", lembra.

Rodeado por milhares de chocalhos, um deles mais pequeno do que a unha do dedo mindinho, coleccionados ao longo de décadas pelo pai, Rodrigo acredita que a arte chocalheira seja classificada pela UNESCO e deixa a promessa: "Sou capaz de vir aqui chocalhar os chocalhos".

Também Paulo Lima "gostaria" de ver atribuído esse "selo", para "sensibilizar produtores de gado", para os reintroduzirem na pastorícia, e "chamar a atenção" para "uma arte invisível, para um som, a que quase" não se liga "por ser tão presente" no campo, "mas que está à beira da extinção".

“Vila Verde contribuiu para uma revolução na agricultura nacional”

CÁVADO

2015-10-10visitas (275)comentários (0)


O concelho de Vila Verde conheceu um investimento de mais de 13 milhões de euros, no âmbito do PRODER, para apoio e criação de novos projectos ligados ao sector agrícola. Os dados foram relevados ontem, durante a sessão inaugural da Festas das Colheitas de Vila Verde, pelo director Regional adjunto da Agricultura e Pescas do Norte, Mário Silva. O dirigente referiu que o concelho de Vila Verde "contribuiu, a nível regional, para uma revolução na agricultura nacional", onde se registou um aumento das exportações e, por sua vez, uma diminuição das importações.

O director regional adjunto considera que a agricultura portuguesa deverá agora aproveitar o novo quadro comunitário de apoio para apostar na inovação e afirmar-se nos mais de 70 mercados mundiais com os seus produtos.
Mário Silva integrou um vasto leque de personalidades e entidades do concelho de Vila Verde que participaram na abertura oficial do certame, que decorre no Campo da Feira.

São 166 os expositores que ao longo de dez dias vão dar corpo à 14.ª edição da Festa das Colheitas, contando com uma vasta rede de parceiros. Com um programa alargado, o certame conta com a dinamização de mais de 50 iniciativas das mais diversas áreas, numa média de mais de cinco eventos por dia.
O presidente da Câmara Municipal de Vila Verde afirmou, nesta sessão de abertura, que o evento "mostra a vitalidade e a importância que os vilaverdenses dão ao concelho", contribuindo "de forma decisiva para a afirmação da nossa economia, quer no que se refere à agricultura como ao turismo".

António Vilela diz que Vila Verde foi um dos concelhos que mais cresceu, por exemplo, na produção de pequenos frutos, na produção de vinho, apostando agora também na produção de cogumelos, através da criação da Real Associação, que conta já com mais de 20 produtores. E foi a pensar nos novos produtores que o autarca vilaverdense lança o desafio para que se organizem e criem novas âncoras que lhes permitam exportar o que produzem.
E porque considera a agricultura e o turismo "sectores estratégicos para o concelho e para o país", António Vilela diz que a autarquia local isentou, há já alguns anos, de taxas municipais todos os investimentos ligados a estes dois sectores "a pensar numa visão estratégica para o nosso território".

Perante a presença do director regional adjunto da Agricultura, o presidente da câmara de Vila Verde garantiu que o concelho "quer continuar a crescer ao nível da agricultura e do turismo".
Já o presidente da ATHACA, Mota Alves, destacou também a ideia de que os investidores têm de aproveitar as oportunidades dadas pelo quadro comunitário de apoio, que disponibiliza um pacote de de 11 milhões para este sector. 
Mota Alves frisou Vila Verde é um dos poucos concelhos que isenta de taxas quem pretende apresentar novos projectos, "facto que mostra que a autarquia está muito atenta à agricultura", e exemplificando com os casos de projectos ligados à produção de frutos vermelhos ou de cogumelos.

Cogumelo é um dos produtos em destaque na Festa das Colheitas

Uma das novidades da edição deste ano da Feira das Colheitas prende-se com a realização da Festa do Cogumelo, que passa a contar com um espaço próprio, onde pode ficar a saber tudo sobre esta deliciosa iguaria que tem vindo a singrar no concelho de Vila Verde. O sector dedicado aos cogumelos, com vários expositores e espaços de degustação, é da responsabilidade da colectividade vilaverdense Real Cooperativa Agrícola, constituída em Junho deste ano para agregar os pequenos produtores e dar a oportunidade de se candidatarem a fundos comunitários. 

"Neste momento estamos a trabalhar na exportação dos produtos, que é o que os nossos produtores mais precisam", garante Hélder Forte, presidente da Real Associação, que conta já com mais de 20 produtores de cogumelos. 
Para o dia de hoje, o programa da Festa das Colheitas reserva vários concursos gastronómuicos (mel, doces típicos, broa).
Para as 23 horas está agendado o espectáculo musical de Zézé Fernandes.

Agricultor de Lousada criou aplicação gratuita para ajudar produtores a vender


Ontem 19:13 Lusa
Um antigo bancário de Lousada, que agora se dedica à agricultura, desenvolveu uma aplicação informática, sem custos para o utilizador, destinada à promoção e venda de produtos biológicos.

Agricultor de Lousada criou aplicação gratuita para ajudar produtores a vender
O projeto chama-se "sachar.pt" e está disponível há várias semanas, exibindo produtos de cerca de 40 pequenos agricultores da região que se têm registado na aplicação.

O conceito é simples: quem quiser regista-se na plataforma, gratuitamente, e pode colocar, para além dos seus contactos, fotografias e características dos produtos que pretende divulgar e vender. A aplicação tem um motor de busca que permite indicar os produtores mais próximos da região onde se encontra o potencial interessado.

A partir daí, os clientes contactam diretamente o produtor e realizam o negócio, que pode ser uma aquisição ou permuta, sem quaisquer intermediários. 

Pedro Mariano, o autor do projeto, sublinha que a plataforma, para além de não ter custos para os utilizadores, é muito fácil de utilizar e tem permitido aproximar os produtores dos clientes e vice-versa.

"Pretendemos mudar a forma de comercializar no setor agrícola, potenciando e apoiando os verdadeiros motores desta economia, que são os agricultores e os produtores", explicou.

O projeto começou em 2010 quando, por motivos de saúde, Pedro Mariano, agora com 39 anos, foi aconselhado a deixar o setor bancário. Como era proprietário de uma parcela de terreno, com cerca de 1.200 metros quadrados, em Boim, Lousada, dedicou-se à agricultura biológica, sobretudo cultivo de frutos.

Em parceira com duas pessoas que conhece e que têm conhecimentos informáticos, avançou para o desenvolvimento da aplicação, como forma de promover os seus produtos. Mais tarde, decidiu melhorá-la e abri-la à participação de todos, sem custos.

"Estamos perante uma plataforma que pode ser usada em qualquer parte do mundo através de um computador ou um telefone", reforçou.

A plataforma, salientou ainda, propõe-se ajudar os agricultores a definir as melhores práticas agrícolas no modo biológico, para além da componente dos negócios.

"Com este projeto, pretendemos um mundo mais justo e solidário para todos, construído por todos. Aqui todos têm a mesma oportunidade", disse, aludindo às vantagens retiradas por agricultores e consumidores. 


Trás-os-Montes assiste a fenómeno impensável há 40 anos

    
09/10/2015 15:17 27083 Visitas   
Trás-os-Montes assiste a fenómeno impensável há 40 anos


A zona da Terra Fria Transmontana está a assistir a um fenómeno impensável há 40 anos, com plantações de castanheiros a 900 metros de altitude, mais 200 do que o limite que impunham os manuais. 

O cenário foi hoje traçado por Abel Pereira, presidente da associação de produtores florestais ARBOREA, que não tem dúvidas de que a agricultura transmontana está a sofrer transformações devido ao aquecimento global e às alterações climáticas das últimas décadas, de que o castanheiro é um testemunho natural.

"As alterações climáticas estão a afetar a produção e estão a fazer com que nós tenhamos castanheiros já a 900 metros de altitude, o que provavelmente há 40 anos era impossível: ficava-se pelos 700, 800 metros, que era o que se dizia nos manuais escolares. Acima dos 800 metros não havia castanheiro, hoje há castanheiros a 900 metros", afirmou.

Para o dirigente da associação que se dedica sobretudo a esta cultura, "o castanheiro é um grande indicador de que as coisas estão a mudar", com as temperaturas a subir e a precipitação média anual a descer.

Os dados estatísticos, segundo apontou, indicam que há 20 anos o distrito de Bragança tinha 900 milímetros de precipitação anual, enquanto hoje tem 700.

Estes fatores originam, na opinião do dirigente, aquilo que "toda a gente, se calhar teme".

"Onde temos castanheiro, provavelmente daqui a 40 anos temos oliveiras", exemplificou comparando uma cultura associada à Terra Fria Transmontana (o castanheiro) com a oliveira típica da chamada Terra Quente, mais a sul do distrito de Bragança.

A menor precipitação leva também a "uma descida muito grande a nível de humidade dos solos", o que implica a necessidade de regar culturas como o castanheiro, tipicamente de sequeiro.

As alterações preocupam os responsáveis por esta cultura, já chamada de "o ouro" de Trás-os-Montes, tendo em conta que a castanha é atualmente o produto agrícola mais rentável.

O concelho de Vinhais é o maior produtor nacional de castanha, com uma produção média anual de 15 mil toneladas que movimentam 25 milhões de euros.

O castanheiro é também a referência paisagística da região com extensos soutos e cada vez mais atrativo para novos investidores com a área a duplicar em apenas uma década, no concelho de Vinhais.

Além do clima, a produção está confrontada com outras ameaças como as doenças da tinta, cancro e, mais recentemente, a vespa das galhas do castanheiro.

A Câmara de Vinhais e a ARBOREA realizaram há alguns meses vistorias às novas plantações de soutos, as mais suscetíveis de estarem contaminadas com a praga do inseto, e destruíram todas as árvores infetadas.

As possíveis consequências desta praga só serão conhecidas na primavera, época em que o inseto fica ativo.

O presidente da ARBOREA defende que são necessários mais estudos sobre o setor e troca de conhecimento entre investigadores e produtores, o que pretende com as jornadas que decorrerão no fim de semana de 23 a 25 de outubro, integradas na Feira Rural Castanea, em Vinhais,

Abel Pereira alertou que "não há alternativa agronómica ao castanheiro" nesta zona de Trás-os-Montes.
"Se deixarmos de ter castanheiro passaremos a ter áreas desertas", afirmou.


Lusa/SOL