quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Europa aprova fim dos subsídios para as touradas


JN | Hoje às 17:05

O Parlamento Europeu aprovou, esta quarta-feira, uma emenda que proíbe o uso de fundos da Política Agrária Comum para subsidiar a "reprodução ou criação de touros destinados às atividades de tauromaquia".
 

LEONARDO NEGRÃO/GLOBAL IMAGENS/ARQUIVO

A proposta apresentada pelo grupo parlamentar dos Verdes foi aprovadas com 438 votos a favor, 199 contra e 55 abstenções.

Uma proposta que pedia que os fundos não fossem "usados para financiar as atividades letais de tauromaquia" foi também aprovada no Parlamento Europeu, tendo por base a Convenção Europeia para a Proteção dos Animais nas Explorações de Criação, numa decisão que afeta as corridas de morte em Espanha.

Eurodeputados chumbam proposta da Comissão sobre organismos geneticamente modificados

28/10 16:45 CET   | updated xx mn ago   | updated at 28/10 - 17:3914460539461446047133



Justiça europeia invalida acordo de transferência de dados entre UE e EUA
06/10 17:17

Com uma maioria de 577 votos contra, o Parlamento Europeu rejeitou a proposta da Comissão que contempla a possibilidade de os Estados-membros limitarem ou proibirem a utilização de organismos geneticamente modificados (OGM) aprovados pela União Europeia em géneros alimentícios ou alimentos para animais nos respetivos territórios.

Os eurodeputados alegam que a iniciativa é incompatível com o funcionamento do Mercado Único Europeu, uma vez que poderia obrigar a controlos fronteiriços entre Estados com posturas diferentes.

"A reintrodução de controlos internos, com barreiras entre os Estados-membros, pode constituir um retrocesso face aos progressos económicos da União Aduaneira e do Mercado Único. Não podemos sequer pensar em ter um mercado interno com diferentes posturas depois de todos os esforços que nos permitiram, ao longo dos anos, eliminar as barreiras internas nas fronteiras internas da União Europeia", sublinhou o eurodeputado conservador italiano Giovanni La Via.

Ao pedido de uma nova proposta, feito pelos eurodeputados, o comissário responsável pela pasta da Saúde e Segurança Alimentar, Vytenis Andriukaitis, reiterou que o executivo comunitário não vai voltar atrás e que vai manter a discussão com o Conselho de ministros da União Europeia: "Confirmo que a Comissão acredita que esta proposta é o caminho certo para fazer face aos desafios relacionados com o processo de tomada de decisão acerca dos OGM ao nível da União Europeia. A Comissão não vai retirar a proposta."

O assunto ainda promete fazer correr muita tinta.

Margherita Sforza, euronews – A proposta da Comissão Europeia pode expor os Estados-membros a ações legais por violação das regras do Mercado Único e do comércio internacional. As multinacionais que produzem OGM e os países exportadores podem apresentar queixas contra os países europeus junto da Organização Mundial de Comércio ou do Tribunal de Justiça Europeu.

Consumo de carne de vaca e porco tem diminuído em Portugal

 27-10-2015 
 

 
O consumo de carne de vaca e de porco tem vindo a diminuir em Portugal desde 2008. «Desde que há registo, inverte-se pela primeira vez uma tendência: a carne de aves cresce ao contrário da de bovino e a de suíno».

«Mesmo assim, a proporção de proteína de origem animal ainda está acima do desejável», refere o relatório Alimentação Saudável em Números 2014 da Direcção-geral da Saúde (DGS), que recorre a dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) entre os anos de 2008 e 2012.

De acordo com dados do INE, em 2008, a carne bovina tinha um peso no consumo de 19,6 quilos por habitante, que baixou para 16,7 em 2012. Também a carne de porco registou a tendência decrescente, passando de um consumo de 47,1 quilos por habitante em 2008 para 43,3 quilos/habitante em 2012. Já o consumo de carne de animais de capoeira foi aumentando, de 33,8 quilos/habitante em 2008 para 35,8 quilos em 2012.

De uma forma geral, registou-se entre 2008 e 2012 um decréscimo de consumo do grupo de alimentos «carne, pescado e ovos», que contudo «não foram suficientes para baixar substancialmente as disponibilidades excedentárias destes grupos».

Fonte: Lusa

Portugal e vinhos nacionais elogiados em revista italiana do sector

 27-10-2015 
 

 
Portugal e os vinhos portugueses estão em destaque na última edição de uma revista italiana, das mais prestigiadas no sector vinícola, publicação que realça 50 exemplos de várias regiões portuguesa, apresentados como sendo de «elevada qualidade».

Resultado da prova de mais de 200 amostras, a classificação dos melhores vinhos pela revista italiana Spirito diVino abrangeu as regiões do Douro, Vinho Verde, da Bairrada, das Beiras e do Dão, do Ribatejo e do Alentejo.

A mais elevada pontuação nos vinhos do Douro analisados foi atribuída ao produtor Prats & Symington, com o Chyseia 2012 (95 pontos), enquanto o segundo lugar foi para a Quinta Vale D.Maria, com o Vinha da Francisca 2012.

A Quinta do Soalheiro e a Quinta da Pedra (da IdealDrinks) foram as escolhidas para liderar entre os vinhos verdes, com o Reserva Alvarinho 2013 e o Alvarinho 2013, ambos classificados com 92 pontos.

Quando a região analisada é a Bairrada, o primeiro lugar foi para a Colinas de São Lourenço, com o vinho Principal Rosé Tête de Cuvée 2012 (95 pontos) e o segundo para o mesmo produtor, com o Principal Grande Reserva 2011, igualmente da IdealDrinks.

A Quinta da Falorca teve o Garrafeira Old Vines 2009 a liderar o grupo de Dão e Beira, com 93 pontos, enquanto a Quinta de Bella Encosta, com o Dom Bella Pinot Noir 2012, foi o segundo classificado.

No Ribatejo, os especialistas italianos gostaram mais do Tejo Trincadeira Preta Vinhas Velhas 2011, da Casa Cadaval, e do Tejo 2008, da Quinta do Alqueve, ambos com 92 pontos.

Na região Alentejo, lideraram, com 92 pontos, a Herdade dos Grous, com o seu Alentejano Reserva 2011, e a Herdade São Miguel, com o Alentejano Reserva 2011.

A degustação dos vinhos foi realizada por três dos especialistas da revista que, depois, na reportagem, vão apresentando as características de cada região, ao mesmo tempo que destacam a evolução de Portugal neste sector.

Para a capa, os responsáveis da "Spirito diVino" escolheram um investidor nos vinhos portugueses, Carlos Dias, presidente da IdealDrinks, uma empresa nacional presente também em Hong Kong, Macau, Brasil e Angola.

Ao longo de quase 40 páginas, os jornalistas apresentam as regiões vitivinícolas portuguesas, mas também falam do país, da cultura e da história, refletidas nas muitas fotografias publicadas de paisagens do Porto, das vinhas, do Douro, do Tejo.

Listam igualmente propostas de restaurantes e hotéis no Douro e no Porto, em Lisboa, Alentejo, Algarve e Madeira, além de lembrarem que a companhia aérea portuguesa tem uma carta de vinhos nacionais, com 13 exemplos na classe Business e cinco na Económica.

Fonte: Lusa

Austrália considera “farsa” comparar carne e tabaco


27/10/2015, 6:56397 PARTILHAS
A Austrália, um dos maiores exportadores mundiais de carne, ridicularizou hoje um relatório da OMS que diz que a carne processada é cancerígena, considerando-o uma "farsa".


A Austrália, um dos maiores exportadores mundiais de carne, ridicularizou hoje um relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) que diz que a carne processada é cancerígena, considerando uma "farsa" sugerir que pode ser tão letal como o tabaco. "Não, não deve ser comparada aos cigarros e obviamente isso faz com que tudo isso seja uma farsa — comparar salsichas a cigarros", afirmou o ministro da Agricultura australiano, Barnaby Joyce à rádio nacional.

Lembramos que a classificação da Agência Internacional para a Investigação sobre o Cancro (IARC, na sigla em inglês) se limita a avaliar as provas científicas que ligam um agente ao aparecimento de cancro e que nada diz sobre o risco que cada agente constitui (como lhe explicamos aqui).

O "mais importante" a fazer é garantir uma "dieta equilibrada", dado que é impossível para os humanos evitar todo o tipo de cancro causado por toxinas na vida moderna, assinalou.

Um estudo divulgado na segunda-feira pela Agência Internacional para a Investigação sobre o Cancro adverte que a carne processada — como bacon, salsichas ou presunto — é cancerígena para os seres humanos e que a carne vermelha "provavelmente" também o é.

O grupo de trabalho da IARC, agência que depende da OMS, teve em consideração mais de 800 estudos que investigaram a associação de mais de uma dúzia de tipos de cancro com o consumo de carne vermelha e de carne processada em vários países e populações com diferentes dietas.

O estudo coloca a carne processada na categoria 1 dos cancerígenos, o mesmo grupo que inclui substâncias como o álcool, amianto e tabaco. "Se pegarmos em tudo o que a Organização Mundial de Saúde afirma ser cancerígeno e tirarmos das necessidades diárias, somos capazes de voltar à caverna", sublinhou ainda o ministro australiano.

Os australianos estão entre os maiores consumidores de carne do mundo. Também têm a oitava maior taxa de incidência de cancro colorrectal.

O relatório da IARC refere que a ingestão diária de 50 gramas de carne processada — menos de duas fatias de bacon — aumenta em 18% a probabilidade de desenvolver cancro colorrectal (também conhecido como cancro do intestino). No entanto, só quando o relatório for publicado integralmente se poderá perceber o que os autores entendem com este aumento.

O documento foi elaborado por um grupo de trabalho composto por 22 especialistas de dez países, que foram convocados para o Programa de Monografias da IARC, organização com sede na cidade francesa de Lyon.

O grupo de trabalho considerou que existem "provas suficientes" de que a ingestão de carne processada está ligada ao cancro colorrectal.

Indústria da carne diz que é “inapropriado” apontar todas as culpas aos produtos transformados


ANA RUTE SILVA 27/10/2015 - 18:20
Há centenas de empresas a produzir charcutaria em Portugal, onde o consumo per capita de fiambre ultrapassa os dois quilos

 Salsichas, bacon e enchidos são cancerígenos, diz a OMS
Dos industriais da carne, aos empresários da restauração e hotelaria, chegam apelos à calma e críticas ao relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Em Portugal há centenas de empresas que produzem produtos de charcutaria e enchidos (só a APIC, Associação Portuguesa dos Industriais de Carne, tem 83 associados), algumas com uma presença importante nas prateleiras dos supermercados como a Nobre e a Sicasal. Nenhuma quis prestar declarações sobre os impactos que o relatório da OMS pode ter no consumo (e em consequência nas vendas), remetendo comentários para a APIC.

A associação subscreveu a posição oficial da sua congénere europeia, que considerou "inapropriado atribuir a um único factor um risco aumentado de cancro". "É um assunto muito complexo que pode depender de uma combinação de muitos outros factores como a idade, a genética, o ambiente e o estilo de vida. Não é um único grupo de produtos que, por si só, define os riscos associados à saúde, mas a dieta [alimentar] como um todo, a par de muitos outros factores", defende a Clitravi (Centre de Liaison des Industries Transformatrices de Viande da UE). Por seu lado, a APIC recomendou à OMS uma "abordagem mais holística", considerando "que da vasta fama de produtos de carne produzidos na União Europeia todos têm valor nutricional ideal e cumprem os diferentes requisitos dos consumidores".

Em Portugal produziram-se em 2013 perto de 170 mil toneladas de preparações de carne (incluindo charcutaria), valor record registado pelo INE. Nesse mesmo ano, a empresa de estudos de mercado Nielsen dava conta que, por exemplo, 91,7% das famílias portuguesas consumiam fiambre. O consumo médio per capita é de 2,14 quilos. Os números do INE quanto à produção de presunto mostram que, em 2013, produziram-se 10.535 toneladas, também o mais alto desde 2000.

A OMS também apontou baterias às carnes vermelhas e de porco, produção que representa mais de 8% no total da agricultura europeia. Os maiores produtores de carne de bovino são França, Espanha, Reino Unido e Irlanda que, juntos, têm mais de 70% dos animais. Em Portugal, o consumo anual de carne é de cerca de 100 quilos per capita, dos quais 18,5 quilos são de vaca. Quanto à carne de porco, tem vindo a reduzir a produção na ordem dos 10% na UE, numa altura em que o embargo russo a este produto também coloca desafios aos produtores. Por cá, em 2014, a produção aumentou 4,2% atingindo as 382 mil toneladas.

A preocupação com a alimentação tem estado na ordem do dia e os consumidores são cada vez mais sensíveis aos estudos científicos ou opiniões que todos os dias surgem sobre os benefícios (e malefícios) dos alimentos. Para o director-geral da Associação de Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (Ahresp) o relatório da OMS "deve ser encarado tranquilamente e sem pânico". "Tranquilamente, vamos todos, cada um por si como consumidores, estar sempre atentos, mas sem pânico. O relatório da OMS é positivo. É bom que a população esteja sensibilizada, mas sem pânico", declarou à Lusa, sublinhando que o mais importante é o equilíbrio alimentar.

Tomate de indústria atinge valor «record» em 2015


Out 26, 2015Destaque Home, Notícias0Like
As mais recentes previsões agrícolas do Instituto Nacional de Estatística (INE), publicadas em Outubro de 2015, apontam para uma produção «record» de tomate de indústria (1,7 milhões de toneladas).

O relatório do INE refere uma «campanha muito favorável na maçã» que, pela primeira vez, ultrapassou as 300.000 toneladas. O pêssego também «manteve a tendência de crescimento de produção já observada em 2014».

Por seu turno, «as pereiras e os kiwis foram afectados pelas condições climáticas adversas na floração/vingamento do fruto e por problemas fitossanitários». A batata e o milho registaram ambos quebras de 5% na produção. Também nas plantas forrageiras se verificou uma menor produção do que nos anos anteriores.

O INE refere também «aumentos na produção de arroz (+10%, face a 2014) e de girassol (+60%)».

Ao nível do índice de preços no produtor, as alterações mostraram-se mais significativas na batata (+167,5%), no azeite a granel (+39,4%), nos hortícolas frescos (+14,5%) e nos frutos (+9,5%).

Portugal não consegue travar avanço da vespa asiática

26-10-2015 

 
Portugal vai ter de aprender a conviver com a vespa-asiática, insecto predador de abelhas que, além de ser responsável por uma quebra na produção de mel, está também a preocupar as autoridades, pelo à-vontade com que instala os seus enormes e populosos vespeiros em zonas urbanas.

Estas duas características levaram as autoridades nacionais a definirem um plano de acção para controlo desta espécie invasora, que constitui também uma ameaça à biodiversidade e à saúde pública. Mas, no terreno, as organizações de apicultores e os bombeiros, que assumem o trabalho de identificação e destruição de ninhos, queixam-se de falta de apoio, e pedem mais verbas nacionais para uma tarefa que se multiplica de dia-para-dia.

Só neste ano já foram destruídas muitas centenas de ninhos de vespa-asiática nos distritos de Viana do Castelo, Braga e Porto, os mais afectados pela presença desta Vespa velutina nigrithorax. Não há um número exacto, só os que cada concelho vai revelando. Portugal tem uma plataforma online, a SOS Vespa, para mapear todas as ocorrências, mas esse instrumento está refém da colaboração de cidadãos e instituições na notificação, electrónica, dos casos. Por isso, a informação que ali surge não está actualizada, garantiram ao Público várias entidades que, no terreno, se têm envolvido no combate a esta espécie.

A Vespa velutina é uma espécie exótica, mas não está ainda sequer classificada como tal, no nosso país. Essa prerrogativa de classificação cabe ao Instituto de Conservação da Natureza e Florestas, que gere também o sistema de informação SOS Vespa, mas sobre este tema não foi possível, no final da semana passada, obter explicações deste organismo, dado o facto de estar "fora do país" quem as poderia dar, explicou ao Público o gabinete de comunicação do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF). Esta entidade tem um papel de coordenação, no Plano Nacional de Acção para a Vigilância e Controlo da Vespa velutina em Portugal, tal como o Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV), ao qual foi atribuída a coordenação das acções de formação e de divulgação.

No plano que data já de 2014, todo o trabalho de vigilância passiva e activa, controlo e destruição ficou nas mãos dos produtores e das entidades municipais, bem como o grosso da despesa com equipamentos e outros recursos necessários para eliminar esta ameaça que não gosta das zonas frias do interior, mas na faixa atlântica avança para sul ao ritmo de 30 quilómetros por ano. Portugal «perdeu uma oportunidade de controlar com maior eficácia» a expansão da Vespa velutina no território continental, lamenta António Cruz, comandante dos Bombeiros Municipais de Viana do Castelo e um dos homens que, desde 2012, foram obrigados a aprender o mais que pudessem sobre ela, para melhor a combater.

Este insecto foi detectado no final de 2011, precisamente em Viana, numa altura, nota Cruz, em que a sua ecologia na Europa «era já bem conhecida», por via da atenção que em França lhe era prestada há anos. «Tínhamos muita informação disponível. Faltou um ataque mais intenso, coordenado, e com alocação de meios nacionais, para evitar a sua propagação. Mas como isto estava confinado ao Alto Minho, as entidades nacionais demoraram a reagir…», lamenta, numa crítica repetida pelos apicultores da região que desde cedo puseram pés ao caminho e começaram a contactar as associações e universidades de Espanha e de França, país onde numa década a vespa colonizou 70 por cento do território.

Na verdade, e dada a excelente capacidade de adaptação às condições no terreno e o ritmo de reprodução da espécie, António Cruz não sabe se teria sido possível travar totalmente a evolução que o fenómeno teve. «Mas pelo menos saberíamos que tínhamos tentado», insiste. Neste momento, o investigador José Manuel Grosso-Silva, entomólogo do Cibio, centro de investigação da Universidade do Porto, não tem dúvidas de que a parente asiática das vespas que já existem em Portugal veio para ficar, e que neste momento o país vai ter de melhorar os mecanismos de detecção e controlo preventivo.

Fonte: Público

Regadio do Alqueva chega a 10 mil hectares de Reguengos de Monsaraz

 26-10-2015 
 

 
Uma área de cerca de 10 mil hectares no concelho de Reguengos de Monsaraz, Évora, vai poder ser regada pelas águas da albufeira do Alqueva, num projecto promovido pela empresa gestora do empreendimento.
 
A Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva (EDIA) revelou ter desenvolvido uma solução-base para o Circuito Hidráulico de Reguengos de Monsaraz e respectivo Bloco de Rega, a qual vai ser apresentada na terça-feira, naquela cidade alentejana.
 
A área abrangida, segundo a empresa, é de aproximadamente 10 mil hectares de «bons solos agrícolas», os quais «poderão ter como origem de água o Sistema Primário de Alqueva».
 
«Os olivais e as vinhas que originam os famosos vinhos produzidos no concelho de Reguengos de Monsaraz vão poder ser regados pela água da barragem de Alqueva», realçou a câmara municipal do concelho alentejano.
 
A sessão, a realizar no Auditório Municipal de Reguengos de Monsaraz, a partir das 10:00, vai contar com várias intervenções, após o que, nessa tarde e no dia seguinte, decorre a consulta pública do estudo efectuado.
 
O programa inclui intervenções de vários responsáveis em que vão ser abordadas a caracterização da rede de rega dos blocos de Reguengos de Monsaraz e soluções de financiamento do regadio.
 
O estudo vai estar disponível para consulta pública na CARMIM – Cooperativa Agrícola de Reguengos de Monsaraz, na terça-feira à tarde, e no edifício da câmara, na quarta-feira.
 
Na actual campanha de rega, o Empreendimento de Fins Múltiplos do Alqueva já rega 88 mil hectares. Depois de concluído, no final deste ano, chegará, na campanha de 2016, aos 120 mil hectares que estavam previstos inicialmente no sistema global de rega do projecto.
 
Fonte: Lusa

À segunda-feira a carne não entra


     
Simoneta Vicente Simoneta Vicente | 26/10/2015 12:25 1983 Visitas   
À segunda-feira a carne não entra


Desde que Maria Carlota Clara descobriu a campanha Segundas Sem Carne que baniu por completo os animais e seus derivados, como os iogurtes, leite ou ovos, da lista de ingredientes a usar neste dia da semana. "Para mim, esse dia é absolutamente livre de crueldade", conta ao SOL, explicando que também já cortou no vestuário e no calçado fabricado com pele natural.

Movimento que elimina um dia por semana consumo de carne e peixe está a ganhar adeptos em Portugal. Saúde e defesa dos animais são principais razões.
A jovem de 25 anos, que sempre se considerou sensível à ética animal, conheceu o movimento Segundas Sem Carne através da página do Facebook de um grupo de voluntários de defesa de animais chamada 'Gatos à solta'. Desde então que não tem parado de sensibilizar os amigos e familiares. "Sinto que tem sido mais benéfico para os outros do que para mim porque, de forma geral, tem-me ajudado a transmitir aos outros a importância de reduzir o consumo dos animais, e sobretudo, que não é nada difícil de o fazer. Noto que os meus amigos começam a questionar porque é que o movimento existe e gera debate", garante a empregada de mesa de um restaurante em Lisboa, que graças a ela até já serve pratos vegetarianos.

A razão que levou Gonçalo Jóia, um dos amigos que Carlota já conseguiu convencer, a aderir ao movimento, foi diferente, mas não menos importante: "Simplesmente tento fazer uma alimentação mais saudável, e noto que veio colmatar deficiências de alguns nutrientes e do consumo de vegetais, uma vez que nesse dia é a única coisa que como", refere o estudante de Engenharia de Telecomunicações, de 23 anos.

Desde que se apercebeu que o seu cozinheiro preferido, Jamie Oliver, também já tinha aderido às Segundas Sem Carne, Gonçalo decidiu pôr as suas receitas em prova: "O que mais gosto é a diversidade dos alimentos que permitem a substituição da carne e também dos temperos".

Na verdade, o famoso cozinheiro britânico não é a única cara conhecida a aderir ao movimento. Esta campanha teve início em 2003 nos EUA e já está representada em mais de 30 países e conta com o apoio de inúmeras figuras públicas e de líderes internacionais, como Oprah Winfrey, Al gore, Sir Richard Branson, Gwyneth Paltrow, Emma Thompson e o ex-Beatle Paul McCartney, introdutor do movimento em Inglaterra.

Em Portugal, onde chegou em 2011, são cada vez mais as pessoas que aderem à campanha e que partilham as suas refeições vegetarianas no Facebook e nos seus blogs. É o caso de Joana Roque, autora da página As Minhas Receitas. Há dois anos que reserva pelo menos um dia da semana unicamente à confeção de ementas vegetarianas.

"Têm uma ótima receção. Recebo cada vez mais e-mails dos leitores a dizer que gostam muito da ideia e motivam-me para publicar mais", relata ao SOL. Para esta mãe é um bom exercício para fazer uma melhor utilização dos produtos hortícolas que colhe da sua horta comunitária biológica e uma forma eficaz de proporcionar à família uma "alimentação mais diversificada".

Até agora, apresentar estes pratos mais alternativos ao filho de 2 anos "tem sido uma aventura": "Até fico espantada porque ele gosta mais de legumes do que de carne. Tento educar-lhe o paladar nesta fase em que está a crescer".


Porquê à segunda-feira?

O conceito tem inspiração nas campanhas feitas nos EUA durante a I Guerra Mundial , momento em que as famílias foram incentivadas a reduzirem o consumo de alguns alimentos essenciais: o trigo, à quarta-feira, e a carne à segunda. Nessa altura, 13 milhões de famílias aderiram ao apelo.

Em Portugal, a campanha chegou através do Pessoas-Animais-Natureza (PAN), partido que ganhou atenção mediática nas últimas semanas por ter elegido um deputado para a Assembleia da República. "Este tipo de campanha, que informa e sensibiliza para uma das grandes questões atuais – o consumo excessivo de carne e os problemas que daí advêm, é uma forma de despertar as consciências e de propor a mudança dos padrões de consumo»", explicou ao SOL fonte oficial do PAN.

Não existe estimativa oficial de quantas pessoas já aderiram às Segundas Sem Carne, sendo certo, porém, que a página portuguesa do movimento já conta com oito mil seguidores.


Benefícios para todos

Ao SOL, Estela Cameijo, licenciada em Ciências da Nutrição, destacou que uma dieta vegetariana permite a "redução de doenças cardiovasculares e cancro", as principais causas de morte em Portugal segundo a Direção-geral da Saúde (DGS).

"Ao optar por pratos vegetarianos, aumenta-se a ingestão de fibra alimentar que está presente na fruta, vegetais, cereais, leguminosas, sementes e oleaginosas", diz a especialista, acrescentando: "É benéfico porque está relacionada com a diminuição de alguns tipos de cancro, redução do desenvolvimento de diabetes, aumento do colesterol HDL, o chamado bom colesterol que mantém as nossas artérias 'limpas' e saudáveis, e redução do peso".

Para além de tudo isto, a nutricionista defende que a alimentação mais vegetariana contribui também para a redução de problemas renais e articulares. "A carne e o peixe são ricos em purina, uma proteína que sobrecarrega os rins. Ao ser processada pelo organismo a purina converte-se em ácido úrico que origina dores nas articulações e as conhecidas 'pedras nos rins'", disse referindo que vários estudos provam também a redução da prevalência de Alzheimer em vegetarianos.

Maria Carlota Clara não tem dúvidas de que, desde que introduziu refeições vegetarianas no seu dia a dia, se sentiu "muito mais saudável", mas não destaca apenas essa mais-valia. "Tornei-me muito mais sensível a outros problemas, como a questão dos animais e do planeta. Por exemplo, adotei a reciclagem, que era algo que não fazia por preguiça".


Porco Ibérico: proposta de IGP conjunta para Portugal e Espanha



 26 Outubro 2015, segunda-feira  Agropecuária
porco
Portugal e Espanha estão atualmente a dar uma série de passos para se constituir uma Indicação Geográfica Protegida (IGP) de carácter multinacional na área do porco ibérico.
O objetivo é integrar os produtores dos dos países, com o objetivo de defender e símbolo de qualidade ibérica e referenciá-lo a uma zona de produção concreta.
Em Espanha, membros da Associação Interprofissional do Porco Ibérico (ASICI) já se reuniram com o Conselheiro para a Agricultura de Castilha La Mancha para pedir apoio institucional a este projeto, que esta associação acredita vir a defender os interesses dos produtores espanhóis e portugueses no mercado europeu e nos países que tenham protocolos especiais com a UE.
Fonte: Agrotec

Produção de azeite aumenta 33%

 26 Outubro 2015, segunda-feira  Agroflorestal


A produção de azeite em Portugal deverá situar-se nas 80 mil toneladas na campanha em curso (2015/16) o que significa um crescimento de 33% face às 60 mil toneladas da campanha anterior.
Numa situação normal seria de esperar uma quebra de preços mas, segundo as contas feitas pela Casa do Azeite (entidade que congrega a produção) e alguns produtores, isso não irá acontecer.
A razão é simples: não há stocks em quantidade nos principais mercados mundiais, nomeadamente em Espanha, Itália e Grécia.
É que, devido às fortes quebras na produção durante a última campanha — da ordem dos 50% em alguns países —, a procura esgotou praticamente a oferta.
Os preços deverão situar-se entre os 3,5 e os 3,8 euros por quilo.
Não muito longe dos quatro euros atingidos em 2014.
Este ano, o pico dos preços foi registado em agosto, tendo atingido os 4,4 euros/kg.
Fonte: Expresso

Eng. Alimentar

Paranhocarnes, S.A. 

Reportando à Direção da Qualidade e Direção Industrial o candidato será responsável por:

- Gestão de stocks de Matérias-Primas, matérias subsidiárias da embalagem primária, secundária, consumíveis de produção e higiene;

- Gestão de stocks de produto acabado;

Avaliação das necessidades ao nível da produção;

- Verificação da monitorização dos PCC's e PPRO's;

- Colaborar na manutenção e melhoria contínua do sistema de Gestão da Segurança Alimentar;

- Receção de matérias-primas e expedição de produto acabado;

- Logística.

 

Perfil do Candidato (m/f):

- Recém-licenciado em Engenharia Alimentar ou similar;

- Formação em Normas e Sistemas de Gestão da Qualidade e HACCP;

- Conhecimento dos referenciais IFS e ISO 22000;

- Organizado(a), responsável, com clara orientação técnica, capacidade

- de comunicação associada às relações interpessoais e de liderança;

- Perfil dinâmico e autónomo;

- CAP de formador (CCP) e CAP de Técnico Superior de HST (preferencial);

- Capacidade de organização e planeamento;

- Disponibilidade para entrada imediata;

- Elegível para Estágio Profissional IEFP.

 

Os interessados devem responder, anexando o seu curriculum vitae atualizado e carta de apresentação/motivação para o e-mail:

Abertura legal para entrada de insetos na alimentação


Hoje às 18:52
O Parlamento Europeu aprovou esta quarta-feira uma lista de "novos alimentos", na qual se encontram insectos, fungos, algas e também novas técnicas de composição dos produtos.
 

PAULO WHITAKER/REUTERSVárias culturas usam insetos como alimentos

Os eurodeputados votaram um relatório sobre o projecto de regulamento da UE sobre "novos alimentos", uma categoria que inclui aqueles que não foram consumidos em grande escala na União Europeia (UE) antes de 1997, e visa promover a inovação no sector alimentar.

Nutricionistas congratulam-se com classificação cancerígena de alimentos processados
O diploma foi aprovado por 359 votos a favor, 202 contra e 127 abstenções. O documento vai agora para o Conselho da UE, onde os Estados membros estão representados. Em princípio, o regulamento entrará em vigor no próximo ano.

Segundo esta legislação, procedimentos de autorização para novos alimentos são centralizados a nível europeu através da Autoridade de Segurança Alimentar Europeia (EFSA), que será responsável por avaliar a entrada ou não desses alimentos.

Assim, a autorização passa diretamente pela AESA, em vez de ter que ser os Estados-Membros que cuidou do processo, de modo que os aplicativos serão simplificados e alimentos chegam ao mercado mais rapidamente. EFSA deve analisar cada caso para garantir que os novos alimentos não afetam a saúde humana.

Para a eurodeputada do Partido Popular Pilar Ayuso, este acordo "é necessário", uma vez que a legislação sobre o assunto, datada de 1997, está "ultrapassada" . O objetivo é classificar e autorizar novos alimentos que atendam às exigências da segurança alimentar. A eurodeputada sublinhou que este regulamento não é "sobre a clonagem de animais e nanotecnologia, mas para a favorecer a indústria ".

Das fileiras socialistas, Clara Aguilera disse que "certamente houve mudanças tecnológicas que devem ser levados em conta e adaptar as regras" e contam com "sistemas de segurança europeus". Em declarações à EFE, Aguilera sublinhou que a adopção deste relatório é "boa notícia" e sublinhou que nada mais é que "atualizar as regras para esta não estar separada da ciência".

"Há muitas expectativas no setor para o processamento de alimentos novos, e se um novo produto é licenciado é porque ele tem 100% de segurança alimentar garantida". As autorizações serão limitadas e tudo isto levará o seu tempo.

CONFAGRI: NOTA DE IMPRENSA

NOTA DE IMPRENSA

Alarmismo, não!
Informação rigorosa, sim!


A opinião pública portuguesa tem sido confrontada nos últimos dias com notícias, algumas delas tratadas de forma alarmista, com origem na Agência Internacional para a Investigação em Cancro da OMS, referentes ao consumo de carnes vermelhas e processadas.

Dado o impacto que tais notícias têm na população e em especial junto dos consumidores de carnes vermelhas e processadas, a CONFAGRI e a sua Associada FENAPECUÁRIA – Federação de Cooperativas de Produtores Pecuários, entendem que os Ministérios da Agricultura e da Saúde devem desenvolver de imediato uma campanha de informação e esclarecimento rigorosa e cientificamente suportada junto da população portuguesa.

Devemos realçar, que os hábitos alimentares dos portugueses fundamentalmente baseados numa equilibrada dieta mediterrânica são bem diferentes dos de outros países, nomeadamente os que serviram de base a este estudo agora divulgado.

A CONFAGRI recomenda às Autoridades portuguesas uma imediata campanha de esclarecimento.

CONFAGRI, Lisboa, 28 de Outubro de 2015

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Açores reiteram convite ao comissário europeu da Agricultura para visitar região


Lusa 24 Out, 2015, 16:05 | Economia

O secretário regional da Agricultura dos Açores afirmou hoje que vai reiterar o convite feito ao comissário europeu Phil Hogan para visitar o arquipélago, na sequência da deslocação da Comissão de Agricultura do Parlamento Europeu.

"Nós iremos reiterar o convite para que o comissário da Agricultura visite os Açores porque, tomando conhecimento com a realidade, `in loco`, a sensibilização é certamente diferente", declarou à agência Lusa Luís Neto Viveiros.

O secretário regional da Agricultura e Ambiente recordou que, na sequência da sua visita recente visita a Portugal, o comissário europeu para a Agricultura e Desenvolvimento Rural, Phil Hogan, manifestou a disponibilidade para se deslocar à região em 2016.

O Governo Regional considera que esta visita é de "extrema relevância" face aos efeitos da crise do mercado do leite, na sequência do desmantelamento do regime de quotas leiteiras por parte da União Europeia (UE), em abril.

Referindo-se à já anunciada visita da Comissão da Agricultura e do Desenvolvimento Rural do Parlamento Europeu, que decorre em novembro e contempla um encontro com o presidente do Governo Regional, Neto Viveiros afirmou que vai aproveitar para dizer aos eurodeputados que as medidas recentemente adotadas pela Comissão Europeia para o setor do leite se revelam "manifestamente insuficientes".

A Comissão Europeia anunciou em setembro, em Bruxelas, que vai desbloquear imediatamente um pacote de ajuda no valor de 500 milhões de euros para apoiar os produtores agrícolas europeus, sobretudo do setor do leite, face às atuais dificuldades com que são confrontados.

Portugal vai receber 4,8 milhões de euros de ajudas, uma "solução frágil" no entender do executivo das ilhas.

O secretário regional quer o empenho dos deputados do hemiciclo de Estrasburgo para que, no futuro, as medidas do executivo comunitário sejam mais favoráveis às pretensões dos Açores.

Durante a visita da Comissão da Agricultura, Neto Viveiros vai pedir o envolvimento dos eurodeputados no processo de revisão do programa da União Europeia destinado às regiões ultraperiféricas, como os Açores - o denominado POSEI, desencadeado pelo comissário europeu da Agricultura.

Os Açores têm vindo a defender que o POSEI deve contemplar para a região um envelope financeiro suplementar para fazer face aos impactos negativos que o fim do regime de quotas está a provocar na fileira do leite, deixando muitos produtores em dificuldades financeiras.

"Nós vamos continuar na defesa daquilo que entendemos ser uma reivindicação justa dos Açores e dos açorianos, particularmente da fileira do leite, que é o reforço do envelope financeiro para que os produtores da região possam ter mecanismos que minimizem as nossas diferenças, derivadas da situação de `ultraperifericidade` e distância dos mercados, face aos nossos concorrentes europeus", afirmou Neto Viveiros.

De acordo com o responsável, o POSEI, enquanto instrumento para dotar as regiões ultraperiféricas de mecanismos que minimizem as desigualdades para competirem com os seus congéneres europeus, "deverá ter uma atenção particular" ao arquipélago.

A delegação de sete eurodeputados da comissão da Agricultura do Parlamento Europeu, que se desloca a quatro ilhas dos Açores, estará na região entre os dias 02 e 05 de novembro.

Ramirez. A conserveira mais antiga do mundo em laboração tem nova fábrica

Empreendedorismo, inovação, aposta na tecnologia e na comunicação são os fatores de sucesso ao longos dos anos

Manuel Ramirez, presidente das Conservas Ramirez
Rui Oliveira / Global Imagens
24/10/2015 | 00:00 |  Dinheiro Vivo

Foi Sebastian Ramirez, o bisavô do atual presidente da empresa, Manuel Guerreiro Ramirez, quem criou as Conservas Ramirez, em 1853, estabelecendo-se no Algarve, onde instalou a primeira de quatro unidades de conservas que iria abrir. Foi o "empreendedor" da família. E porque a empresa nunca parou, é hoje a conserveira mais antiga do mundo em laboração.
A segunda geração, Manuel Ramirez, foi o "artífice da internacionalização". Fez a primeira exportação, para a África do Sul, em 1890, com a marca Gabriel. Nunca mais parou. Hoje, está em mais de 40 países, com os mercados internacionais a valerem 64% dos 30 milhões de vendas de 2014. Este ano, o mercado nacional reconquistou espaço e deve voltar a valer 50%.
O seu sucessor, Emílio, foi o "estratega da modernização" e Manuel Guerreiro Ramirez assume-se como o homem da tecnologia, que introduziu rigorosos sistemas de controlo de qualidade e de segurança alimentar. E não só. Mudou o paradigma social ao introduzir o primeiro frigorífico industrial numa fábrica. "Sou do tempo em que as fábricas só trabalhavam se houvesse peixe. Hoje tenho três mil toneladas em frio, o que é uma garantia de trabalho", explica.
A empresa chegou a ter seis fábricas nos vários portos do país. A Manuel Guerreiro Ramirez só chegaram duas, que encerrou este ano, ao arrancar com a Ramirez 1853: uma moderna unidade em Matosinhos, com mais de 40 mil metros quadrados de área, 23 mil dos quais cobertos, onde concentrou toda a produção. Um investimento de 18 milhões.
Aí são produzidas as mais de 55 referências diferentes das suas 14 marcas, algumas das quais líderes de mercado. Como a Ramirez nas conservas de sardinha em Portugal, a Tomé, nas Filipinas, ou a centenária Cocagne, no mercado belga. E a quinta geração? "Os meus filhos, Manuel e Vasco, são da era da comunicação. Eu chegava ao final do dia e agarrava-me a fazer os telegramas a "oferecer" a mercadoria. Eles passam o dia ao telefone com os clientes. E têm a videoconferência."

Direcção-Geral de Saúde diz como é que a carne deve ser consumida


Shutterstock
JORNAL I
26/10/2015 17:08

 A Direcção-Geral da Saúde (DGS) considera que o consumo de carne processada não é problemático, desde que seja moderado e em refeições com alimentos protectores, como as frutas e hortícolas.

Pedro Graça, Director do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável da DGS, reagiu desta forma ao anúncio de que a carne processada – como bacon, salsichas ou presunto – é cancerígena para os seres humanos.

A conclusão consta de um estudo hoje divulgado pela Agência Internacional para a Investigação sobre o Cancro (IARC), da Organização Mundial de Saúde (OMS), o qual alertou que a carne vermelha também é "provavelmente" cancerígena.

Relacionados
OMS deixa o alerta: carnes processadas provocam cancro
Para Pedro Graça, o anúncio reitera o que há alguns anos os especialistas têm alertado: a relação entre o consumo de carne processada e o risco para o aparecimento de cancros, nomeadamente o cancro colon-retal, mas também o da próstata e do pâncreas.

"A novidade é o grau do reforço" do alerta, explicou o nutricionista, para quem as indicações da DGS nesta matéria vão manter-se e apontam no sentido do consumo moderado deste tipo de alimentos.

"Não é um bife de vaca que, apesar de dever ser consumido de forma moderada, vai provocar o cancro. Agora, o seu consumo deve manter-se ou ser reduzido para até 500 gramas por semana, o que equivale a quatro ou cinco refeições de carne por semana", explicou.

Segundo Pedro Graça, "a alimentação inadequada é dos factores que mais rouba anos de vida às pessoas, nomeadamente aos portugueses".

"Continuamos a comer mais ou menos a mesma coisa, apesar dos alertas", lamentou.

Outra solução defendida pela DGS passa pelo acompanhamento das refeições com alimentos protectores, como os hortícolas e a fruta, que deve estar presente diariamente nos menus dos portugueses.

O documento hoje conhecido foi elaborado por um grupo de trabalho composto por 22 especialistas de 10 países, que foram convocados para o Programa de Monografias da IARC, organização com sede na cidade francesa de Lyon.

O grupo de trabalho considerou que existem "provas suficientes" de que a ingestão de carne processada está ligada ao cancro colo-rectal.

Os mesmos especialistas classificaram o consumo de carne vermelha como "provavelmente" cancerígeno para os seres humanos, com base em "provas limitadas" de que a ingestão deste tipo de alimento pode estar associada ao cancro colo-rectal, mas também ao cancro do pâncreas e ao cancro da próstata.

"Para um indivíduo, o risco de desenvolver cancro colo-rectal por consumir carne processada é pequeno, mas o risco aumenta à medida que aumenta a quantidade de carne consumida", afirmou Kurt Straif, chefe do Programa de Monografias da IARC, citado num comunicado.

E acrescentou: "Tendo em conta o grande número de pessoas que consome carne processada, o impacto global sobre a incidência de cancro é de grande importância para a saúde pública".

Lusa

Nutricionistas congratulam-se com decisão de classificar carnes processadas como cancerígenas



RAFAEL AZEVEDO
PUB
Organização Mundial da Saúde classifica ainda a carne vermelha como potencialmente cancerígena

A bastonária da Ordem dos Nutricionistas congratulou-se hoje com o facto da Organização Mundial da Saúde classificar os alimentos processados como cancerígenos, e a carne vermelha como potencialmente cancerígena, considerando ser uma oportunidade para aumentar o consumo de hortofrutícolas.

Coube à Organização Mundial da Saúde (OMS) esta classificação, que coloca alimentos como o fiambre, bacon, salsichas ou presunto ao nível do tabaco, em termos de efeitos prejudicais para a saúde de quem os consome.

O estudo da Agência Internacional para a Investigação sobre o Cancro (IARC, na sigla em inglês) indica que a carne processada é cancerígena para os seres humanos e alerta para o facto de a carne vermelha também é "provavelmente" cancerígena.

"Para os profissionais de saúde, o facto não é novidade"
O relatório referiu que a ingestão diária de 50 gramas de carne processada -- menos de duas fatias de bacon - aumenta a probabilidade de desenvolver cancro colo-rectal (também conhecido como cancro do intestino) em 18%.

A classificação foi bem recebida pela bastonária da Ordem dos Nutricionistas, Alexandra Bento, que não ficou, contudo, surpreendida.

"Há estudos que associam estes alimentos ao cancro, assim como identificam os hortofrutícolas como potenciais diminuidores do risco de doença oncológica", disse à agência Lusa.

Alexandra Bento reconhece que "não é fácil mudar hábitos alimentares de um dia para o outro", mas afirmou ser esta uma oportunidade para recuperar o consumo da dieta mediterrânica, que foi abandonada nos últimos tempos.

"Se sabemos que há uma relação entre os hábitos alimentares e a saúde e que os erros alimentares podem levar a doenças, nomeadamente ao cancro, então devemos pensar nos alimentos que devem ser a base da nossa alimentação", afirmou, numa referência aos hortofrutícolas.

Em relação às carnes vermelhas, a nutricionista diz que esta apenas deve ser consumida esporadicamente.

"Em alimentação não devemos diabolizar alimentos, mas devemos consumi-los com peso e medida"
Alexandra Bento reconhece que "as fileiras vão posicionar-se", numa referência aos produtores destes produtos.

O documento foi elaborado por um grupo de trabalho composto por 22 especialistas de 10 países, que foram convocados para o Programa de Monografias da IARC, organização com sede na cidade francesa de Lyon.

O grupo de trabalho considerou que existem "provas suficientes" de que a ingestão de carne processada está ligada ao cancro colo-rectal.

"o termo carne vermelha está associado a "todos os tipos de carne muscular de mamíferos, como carne de vaca, vitela, porco, carneiro, cavalo ou cabra"
Por sua vez, a carne processada está relacionada com produtos "que foram transformados através de um processo de salga, fumeiro, fermentação ou outros processos para melhorar o sabor ou conservação".

Nesta categoria estão incluídos, entre outros, produtos como salsichas, presunto, carne enlatada, bacon e preparados ou molhos à base de carne.

Alerta da OMS sobre o cancro: a carne processada faz mal?


     
26/10/2015 17:32 7237 Visitas   

Alerta da OMS sobre o cancro: a carne processada faz mal?


A Direção-Geral da Saúde (DGS) considera que o consumo de carne processada não é problemático, desde que seja moderado e em refeições com alimentos protetores, como as frutas e hortícolas.

Pedro Graça, diretor do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável da DGS, reagiu desta forma ao anúncio de que a carne processada - como bacon, salsichas ou presunto - é cancerígena para os seres humanos.

A conclusão consta de um estudo hoje divulgado pela Agência Internacional para a Investigação sobre o Cancro (IARC), da Organização Mundial de Saúde (OMS), o qual alertou que a carne vermelha também é "provavelmente" cancerígena.

Para Pedro Graça, o anúncio reitera o que há alguns anos os especialistas têm alertado: a relação entre o consumo de carne processada e o risco para o aparecimento de cancros, nomeadamente o cancro colon-retal, mas também o da próstata e do pâncreas.

"A novidade é o grau do reforço" do alerta, explicou o nutricionista, para quem as indicações da DGS nesta matéria vão manter-se e apontam no sentido do consumo moderado deste tipo de alimentos.

"Não é um bife de vaca que, apesar de dever ser consumido de forma moderada, vai provocar o cancro. Agora, o seu consumo deve manter-se ou ser reduzido para até 500 gramas por semana, o que equivale a quatro ou cinco refeições de carne por semana", explicou.

Segundo Pedro Graça, "a alimentação inadequada é dos fatores que mais rouba anos de vida às pessoas, nomeadamente aos portugueses". E "continuamos a comer mais ou menos a mesma coisa, apesar dos alertas", lamentou.

Outra solução defendida pela DGS passa pelo acompanhamento das refeições com alimentos protetores, como os hortícolas e a fruta - que deve estar presente diariamente nos menus dos portugueses.


RELACIONADOS
BACON E CARNES PROCESSADAS PODEM PROVOCAR CANCRO
O documento foi elaborado por um grupo de trabalho composto por 22 especialistas de 10 países, que foram convocados para o Programa de Monografias da IARC, organização com sede na cidade francesa de Lyon.

O grupo de trabalho considerou que existem "provas suficientes" de que a ingestão de carne processada está ligada ao cancro colo-rectal.

Os mesmos especialistas classificaram o consumo de carne vermelha como "provavelmente" cancerígeno para os seres humanos, com base em "provas limitadas" de que a ingestão deste tipo de alimento pode estar associada ao cancro colo-rectal, mas também ao cancro do pâncreas e ao cancro da próstata.

"Para um indivíduo, o risco de desenvolver cancro colo-rectal por consumir carne processada é pequeno, mas o risco aumenta à medida que aumenta a quantidade de carne consumida", afirmou Kurt Straif, chefe do Programa de Monografias da IARC, citado num comunicado.

E acrescentou: "Tendo em conta o grande número de pessoas que consome carne processada, o impacto global sobre a incidência de cancro é de grande importância para a saúde pública".

Lusa/SOL

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Ano de vinho “excelente” alavanca crescimento das empresas do sector


19 Out 2015 Sónia Santos Pereira
As empresas estão confiantes que a qualidade da colheita de 2015 irá potenciar as vendas.

Ano de vinho "excelente" alavanca crescimento das empresas do sector
A vindima deste ano foi "entre muito boa e excepcional" em quase todas as regiões vitivinícolas portuguesas em qualidade e quantidade, garante Miguel Pessanha, administrador da Sogrape Vinhos. A opinião é praticamente unânime entre as empresas contactadas pelo Diário Económico, desde a Sogrape, a maior do sector, à Aveleda, Quinta do Crasto, Casa Agrícola Alexandre Relvas (CAAR) e a pequenos produtores como a Quinta da Gaivosa, Azamor e Quinta de Sant'Ana. Quebras de produção só se registaram no Alentejo. O Dão e a Bairrada destacam-se pela qualidade.

As empresas estão confiantes que a vindima permitirá um bom crescimento das vendas, com destaque para as exportações, em 2016. Martim Guedes, administrador da Aveleda, crê que os mercados de exportação vão ter uma boa dinâmica no próximo ano. A empresa especializada em vinhos verdes tem concentrado "importantes investimentos comerciais e de marketing" nos mercados onde acredita ter espaço para crescer.

Os EUA são um desses destinos. Segundo Martim Guedes, a Aveleda tem lá uma equipa de três colaboradores para potenciar as vendas. Este ano, a facturação atingirá os 31,5 milhões, com vendas em mais de 70 destinos. "O vinho verde está na moda nos principais mercados" e, por isso, a Aveleda tem vindo a adquirir terrenos para aumentar a produção, com o foco na casta alvarinho.

Alexandre Relvas, administrador da alentejana CAAR, tem como objectivo para o próximo ano crescer 20% nas vendas, embora a produção tenha caído 10%. A facturação da CAAR deve atingir este ano 7,5 milhões, com 70% a ser gerado nos 18 mercados externos onde está.

Face ao crescimento contínuo registado, a CAAR carece de investimentos na área de armazenamento e engarrafamento. Alexandre Relvas prevê realizar esse projecto em 2016-17, o que permitirá aumentar a produção anual para 6,5 milhões de garrafas.

A Sogrape tem investimentos orçamentados para a "actualização tecnológica, por forma a produzir para cada nível de preço a melhor qualidade possível", afirmou Miguel Pessanha. O gestor perspectiva um crescimento de 15% a 20% em quantidade nas regiões onde a Sogrape tem produção, com excepção do Alentejo e de Trás-os-Montes, onde aponta respectivamente para um volume idêntico ao de 2014 e para um aumento de 10% com "vinhos de muito boa qualidade". O responsável sublinha o "excelente" ano nas regiões do Dão e da Bairrada.

A duriense Quinta do Crasto tem "grandes expectativas" com a qualidade da colheita deste ano - "um dos melhores anos de sempre", frisou Tomás Roquette, administrador. Essa excelência "terá impacto em termos de produção e vendas", e permitirá assegurar "os objectivos de crescimento do volume de negócios em 2016 e nos anos seguintes, quer no mercado nacional quer no externo", adiantou. A Quinta do Crasto, que prevê facturar neste exercício sete milhões (70% obtido no exterior), reconhece que num horizonte de cinco anos terá de investir na expansão da área de vinificação e armazenagem/logística.

A empresa Alves de Sousa, que detém a Quinta da Gaivosa, inaugurou nesta vindima a nova adega, um investimento de 1,2 milhões. Este investimento permite "aumentar a capacidade de produção" e garantir "a manutenção/aumento da qualidade dos vinhos", revelou Domingos Alves de Sousa, administrador. Esta produtora do Douro, com vendas de 1,2 milhões, tem na exportação "um dos grandes motores de crescimento" (vale 60% das vendas), mas Domingos Alves de Sousa quer aumentar a importância do mercado interno, onde prevê crescer em 2016.

As produtoras 'boutique' Azamor (Alentejo) e Quinta de Sant'Ana (Lisboa) também não fogem à regra. A produção deste ano é "óptima", o que ajudará nos esforços comerciais além-fronteiras.

Instituto Europeu de Patentes atribui patente a planta convencional


Um pimento igual aos que todos conhecemos... mas agora ninguém o pode cultivar porque é propriedade privada. 


O Instituto Europeu de Patentes (IEP) em Munique concedeu à gigante suíça da área das sementes, Syngenta, uma patente que abrange o pimento e os seus usos "como um produto fresco, produto fresco cortado, ou para processamento, como por exemplo, a conservação em lata" (EP 2 166 833 B1). As plantas foram desenvolvidas para produzir pimentos sem sementes e são provenientes de cruzamentos normais, usando a biodiversidade existente. Esta variedade não foi produzida através de engenharia genética e como tal é totalmente natural – resultou de séculos de atividade agrícola por um sem número de produtores e não foi "inventada" por nenhuma empresa.

A lei europeia proíbe a concessão de patentes para processos de cruzamento convencional. Mas apesar disso o IEP continua a patentear plantas e suas características, sementes e ainda frutos provenientes de tais processos. Ao fazê- lo transgride a legislação mas serve os seus próprios interesses, uma vez que as receitas deste instituto aumentam com cada patente atribuída.

"Passo a passo, patente a patente, as multinacionais estão a tomar o controlo da nossa alimentação quotidiana. No futuro poderemos ter até de pedir permissão antes de cortar um pimento em peçados", diz Christoph Then da coligação No Patents on Seeds! (Não às patentes sobre sementes!). "Agora a Syngenta pode impedir qualquer pessoa de cultivar e colher este pimento, de o vender ou de o usar em mais cruzamentos. A privatização da nossa alimentação levanta preocupações profundas e pede uma resposta clara e urgente por parte do poder político."

Ações políticas estão já a ser desenvolvidas a vários níveis. Por exemplo, há mais de um ano, a Comissão Europeia criou um grupo de trabalho para discutir patentes sobre cruzamento convencional. São esperados resultados dentro das próximas semanas mas a maioria dos observadores está cética de que a Comissão Europeia tome medidas com vista a uma mudança real.

Contudo os governos europeus podem agir diretamente através do Conselho Administrativo do IEP, que actua como órgão supervisor. E podem assim aprovar novas regras, de carácter vinculativo, para melhor interpretação das proibições existentes e que garantam o seu cumprimento. 

"Temos de reforçar as proibições existentes. Patentes para variedades de plantas e para métodos de cruzamento convencional são proibidas a nível europeu. O Conselho Administrativo do IEP pode decidir como aplicar essas proibições eficazmente e assim travar futuras patentes de cruzamento convencional", disse François Meienberg da Declaração de Berna, uma organização não-governamental humanitária. "Os governos europeus não deviam esperar mais, uma vez que o IEP continua a conceder mais e mais patentes sobre a nossa alimentação quotidiana. Eles têm de agir nas duas frentes, junto do IEP e da Comissão Europeia", acrescentou.

E Portugal? Segundo Margarida Silva, da Plataforma Transgénicos Fora, "Portugal tem tudo a perder. Podemos compreender que países como a Suíça ou a Alemanha, onde as multinacionais como a Sygenta e a Bayer estão sediadas, defendam o atual apoio incondicional aos interesses da indústria. Mas a agricultura portuguesa vai fazer o quê, quando deixar de poder guardar e cruzar sementes e tiver de pagar direitos de autor por cada pé de tomate, de bróculo ou de pimento? Esperemos que o próximo governo perceba que tem de se envolver neste assunto, e com urgência."

No próximo domingo o relógio atrasa uma hora. Mas, porquê?


24 Outubro 2015, 15:00 por Inês F. Alves | inesalves@negocios.pt


No próximo domingo termina a hora de Verão e os relógios andam para trás 60 minutos. As tardes vão parecer mais pequenas, pelo menos nos primeiros dias. Mas afinal, qual é a importância – e o impacto – desta mudança?
A adopção da hora de Verão tornou-se "standard" em toda a Europa nos anos 1980, mas já havia sido aplicada em situações excepcionais por diversos países, como por exemplo durante a I e a II Guerra Mundial. A primeira directiva europeia sobre o tema surge em 1980, determina uma data comum para o início da hora de Verão e duas datas possíveis para o fim. Esta situação manteve-se até 1994, altura em que uma nova directiva determinou uma data comum para o termo da hora de verão, com efeitos a partir de 1996, permitindo – 16 anos depois – a harmonização total do calendário. 

Assim e tal como acontece hoje em dia, a hora de Verão começa no último domingo de Março e termina no último domingo de Outubro. A regra mantém-se até hoje e tem uma vigência indeterminada.

Um estudo, publicado em Setembro 2014 pela delegação de Mobilidade e Transportes da Comissão Europeia, assinala que 11 dos 18 Estados Membro que participaram neste relatório disseram que "não estão a ser consideradas presentemente alterações à hora de Verão". O impacto desta medida, porém, e especialmente a sua uniformização entre os vários Estados-membro, tem vindo a ser analisada ao longo do tempo.

No sector agrícola, análises mais recentes "tendem a concluir que actualmente não há impactos significativos na agricultura" da hora de Verão, o que poderá estar relacionado com "o desenvolvimento da tecnologia aplicada ao sector", pode ler-se no relatório. Alguns Estados identificaram porém algumas questões, nomeadamente as alterações "no biorritmo dos agricultores e dos animais, que afectam negativamente o fluxo de trabalho e a produtividade durante semanas"; o facto de a mudança de hora permitir "um uso mais eficiente das primeiras horas da manhã e de fim de tarde nas actividades agrícolas durante o Verão, especialmente nos períodos mais quentes"; e, por outro lado, as "poupanças de energia possíveis graças ao facto dos agricultores poderem trabalhar mais ao fim do dia sem terem de usar luz artificial".

No sector dos transportes, que emprega mais de nove milhões de pessoas na União Europeia, o relatório aborda o impacto sobretudo no sector aéreo e ferroviário. Diz este estudo que "as companhias aéreas ajustaram as suas práticas e tem sistemas a funcionar que garantem a continuidade das suas operações". Se os países tivessem diferentes datas para aplicar a hora de Verão "as operações de transporte seriam mais caras e complicadas", algo que é comum aos diferentes sectores. Todavia, a mudança de hora obriga as empresas a ajustar horários, a comunicar essas alterações aos vários intervenientes, a garantir que não há interferências entre diferentes serviços, etc.

Uma das principais razões que conduziu à implementação de uma hora de Verão nos diferentes Estados Membro nos anos 1970 estava directamente relacionada com a redução do consumo de energia. No entanto, um relatório de 2007 da Comissão das Comunidades Europeias conclui que "as poupanças efectivamente obtidas são difíceis de determinar e, de qualquer modo, são relativamente limitadas". Passados sete anos, continua sem haver consenso em torno desta questão, mostra o estudo mais recente publicado pela delegação de Mobilidade e Transportes da Comissão Europeia.

No que concerne o sector do turismo e lazer, este relatório refere que quatro representantes de Estados-Membro consultados destacam que a hora de Verão permite ampliar o horário de funcionamento dos espaços comerciais e de lazer, aumentando o número de consumidores e, consequentemente, as receitas. Por outro lado, dizem, a hora de Verão pode gerar "um maior sentimento de segurança" entre os turistas, uma vez que há luz natural até mais tarde. A maior preocupação está em torno da importância de uma harmonização entre Estados-Membro, já que "a ausência de uma sincronia poderia causar confusão entre os consumidores que viajam pelos vários países da União Europeia".

No sector das telecomunicações, "o tempo é definido por programas informáticos, que têm de ter a capacidade de acomodar as mudanças de hora", sendo que os "custos resultam da necessidade de reconfigurar ou reprogramar" esse software. De referir, porém, que "mudanças de hora podem afectar processos baseados em automatismos", o que significa que o impacto é extensível a diferentes áreas de actividade, como a banca, os transportes, energia, entre outros.

Quanto ao sector bancário, salienta-se aqui que a mudança de hora é "bem percebida pelos agentes e as empresas conseguem facilmente lidar com isso". Além disso, "as mudanças de hora acontecem durante a noite, o que não tem impacto nas operações realizadas durante o dia". Há algumas pesquisas que analisam a "relação entre a hora de Verão, a disrupção no sono e a volatilidade dos mercados", diz este relatório, salientando porém que as conclusões destes estudos são "mistas".

O impacto da alteração da hora tem também vindo a ser estudado ao nível da segurança rodoviária, da saúde e da criminalidade, sendo que em todas estas rúbricas não há consenso quanto aos reais impactos, positivos e negativos. 

Assim, quando forem duas horas da manhã no continente e no arquipélago da Madeira, os ponteiros atrasam uma hora, passando a ser 1h00. Nos Açores, que tem uma hora a menos que o continente, é a mesma coisa: à 1h00 os relógios atrasam e fica meia-noite.

Uma coisa é certa, de sábado para domingo pode contar com mais 60 minutos de sono. Bom proveito.
 (notícia corrigida no primeiro parágrafo às 23h05)

domingo, 25 de outubro de 2015

Há um novo uso para o eucalipto



 23 Outubro 2015, sexta-feira  

Portugal utiliza essencialmente o eucalipto para produção de pasta de papel, mas uma investigadora do Instituto Superior de Agronomia (ISA) defendeu a aposta em outros aproveitamentos, como o fabrico de produtos de madeira ou outros com utilidade farmacêutica.
«Temos praticamente só uma espécie de eucalipto, o 'eucalyptus globulus', e também praticamente só uma utilização, a produção de pasta de papel, que é uma produção óptima, a qualidade desta espécie é muito adequada a este produto, mas de facto a diversidade é pequena», disse Helena Pereira.
A coordenadora do Centro de Estudos Florestais do ISA realçou a possibilidade de «ir para produtos do tipo mais químico, ou seja, extrair compostos químicos com potencial bioatividade, por exemplo, antioxidantes ou produtos com utilidades farmacêuticas e extrair esses compostos não só da madeira mas, por exemplo, também da casca».
Uma outra utilização apontada pela especialista é a energética, através da produção de biomassa.
Este é um conceito de aproveitamento integral do recurso, neste caso do eucalipto, que se dividem em várias espécies, evitando desperdícios.
Helena Pereira falava a propósito da realização de um seminário sobre "Eucalipto - Produção e Ambiente", que decorre esta sexta-feira em Lisboa, iniciativa integrada no ciclo "Da Investigação à Aplicação", com o objetivo de apresentar o trabalho do Centro de Estudos Florestais não só para conhecer melhorar as espécies florestais, mas também para encontrar formas de aproveitar as suas características.
«Podemos ter, por exemplo, a utilização para produtos de madeira sólida, produtos de madeira, que em Portugal e na Europa não utilizamos, mas que em outros países já são utilizados», a partir de eucaliptos, explicou.
Questionada acerca da sanidade das espécies florestais, a investigadora referiu que a área «das doenças, das pragas é sempre um pano de fundo preocupante» já que ao afetar os eucaliptos, por exemplo, «têm como consequência a morte das árvores e a redução da oferta de madeira».
Em Portugal, segundo a professora do ISA, o norte litoral e o centro litoral, até ao Algarve, são as áreas com mais aptidão para o eucalipto, uma espécie que «não se dá bem» em zonas de montanha, onde haja frio e geadas, ou em zonas com muita baixa precipitação e solos muito pobres, como aqueles existentes no interior do país.
Atualmente, o eucalipto é a espécie que ocupa maior área na floresta portuguesa, com 812 mil hectares, ou 25,8% do total, e o principal recurso industrial, a que são afetados 7,7 milhões de metros cúbicos de árvore sem casca, ou seja, 92% da madeira consumida para pasta de papel, segundo números do Centro de Estudos Florestais.
Cerca de 94% do total da indústria papeleira baseia-se no eucalipto, acrescentou.
Fonte: Lusa 

Prémio Nacional de Agricultura: candidaturas terminam a 31 de Outubro


Out 23, 2015

As candidaturas ao Prémio Nacional de Agricultura 2015, promovido pelo BPI, Correio da Manhã e Jornal de Negócios, terminam a 31 de Outubro. A 4.ª edição do prémio, cujo vencedor será anunciado em Dezembro, pretende «promover, incentivar e premiar os casos de sucesso da agricultura nacional», diz a organização.

Podem candidatar-se as empresas a operar na área da agricultura, agro-indústria, florestas, pecuária, pescas e aquacultura. Os prémios serão divididos em quatro categorias: empresas; associações/cooperativas; jovens agricultores; e novos projectos.  Além disso, «quando o júri considerar existirem condições» irá atribuir os prémios especiais de Produto Excelência, Inovação, Personalidade e Grandes Empresas.

Os vencedores terão direito a um número de páginas sobre si e as suas empresas no Correio da Manhã e no Jornal de Negócios. Em 2014, a jovem Lúcia Freitas, a PME Cartuxa, a associação/cooperativa Carmim e o novo projecto Terrius foram os vencedores do concurso.

Prémio GPA-EDIA: Boas Práticas em Alqueva com 10 finalistas


Out 19, 2015

No total, foram 22 as candidaturas ao Prémio GPA-EDIA: Boas Práticas em Alqueva. O júri seleccionou 10 finalistas, entre os quais serão eleitos os vencedores em duas categorias: Inovação em Alqueva e Boas Práticas em Alqueva.

Este galardão é um «reconhecimento de boas práticas em projectos que promovam o desenvolvimento sustentável na região de Alqueva, nos quais o recurso "água" seja o factor de desenvolvimento fundamental», lê-se no site dedicado ao Prémio que assinala os 20 anos da Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas do Alqueva (EDIA).

O melhor projecto em Inovação em Alqueva receberá um prémio monetário no valor de 2.500 euros.

O júri é composto pelo Instituto Superior de Agronomia (ISA), Associação Nacional dos Produtores de Milho e Sorgo (Anpromis), BCSD – Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável, EDIA e o Green Project Awards (parceiro nesta iniciativa).

Na categoria Inovação em Alqueva são finalistas:

– Associação dos Agricultores do Baixo Alentejo com o IRRICOOP;

– Centro de Biotecnologia Agrícola e Agro-Alimentar do Alentejo e o Instituto Politécnico de Beja com o H20 PROCESSING&MITIG: Mitigação de CO2 atmosférico, produção de soluções nutritivas, corretivos organominerais e produtos hortofrutícolas;

– Global Colibri – Engineering and Consulting, Lda, com as Ilhas Flutuantes para cobertura dos reservatórios da EDIA;

– Federação Portuguesa de Associações de Suinicultores, com a Segmentação de ciclo e valorização de subprodutos orgânicos para incremento da matéria orgânica no solo e

– Universidade de Aveiro, com a terapia fotodinâmica na inativação de microorganismos em águas residuais: uma abordagem eficaz e de baixo impacto ambiental.

Na categoria Boas Práticas são finalistas:

– António Ferreira, pelo trabalho desenvolvido no Vale da Rosa;

– Canteiro da Luz, com Terras do Grande Lago;

– Empresa Municipal de Água e Saneamento de Beja, com o Projeto Heróis da Água;

– Paxberry e

– Olivais do Sul, Sociedade Agro-pecuária.

EUA reduz estimativas de colheita de milho e soja

13-10-2015 
 

 
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos da América reduziu a sua estimativa de colheita de milho em um milhão de toneladas até 344 milhões, devido à diminuição de superfície.

Em outros países produtores, como na Ucrânia, Argentina, Índia e Filipinas, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos da América (USDA), também corrigiu a produção em baixa. No Brasil, a produção aumentou em três milhões de toneladas até um total de 100 milhões, mas este crescimento não foi suficiente para compensar as descidas de outros países, pelo que a colheita mundial caiu 5,5 milhões de toneladas, até 972,6 milhões.

Em relação à soja, o USDA também diminuiu as suas previsões me dois milhões de toneladas até os 105,8 milhões. No Brasil espera-se uma produção de 100 milhões, o que supõe um aumento de três milhões de toneladas frente às estimativas de Setembro. A nível mundial aguarda-se um total de 3209,5 milhões de toneladas, o que representa um novo recorde. Por último, para o trigo a produção mundial pode alcançar 732 milhões de toneladas, o terceiro valor mais alto da história.

Fonte: Agrodigital

Maior consumo mundial de girassol reduz existências no final da campanha

16-10-2015 

 
Esta campanha, a produção mundial de girassol vai ser superior à anterior, mas tendo em conta o grande aumento previsto no consumo, as existências finais vão chegar ao valor mais baixo dos últimos 14 anos, de acordo com as estimativas do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos.

A produção mundial de girassol pode atingir as 40,53 milhões de toneladas, mais cerca de 200 mil em relação ao período anterior e a segunda maior colheita dos últimos 20 anos, apenas superada pelas 42,75 milhões de toneladas em 2013/2014.

O consumo mundial aumentou em maior proporção que a produção, em meio milhão de toneladas até um total de 40,74, o que, tal como a produção, trata-se do valor mais alto das duas últimas décadas e também ultrapassado apenas em 2013/2014, com um consumo de 42,12 milhões de toneladas.

Em consequência, espera-se que as existências finais da campanha apenas cheguem a 2,06 milhões de toneladas, o que supõe menos 350 mil toneladas em comparação à campanha passada e o resultado mais baixo da campanha de 2001/2002.

As melhores sementes em conjunto com práticas agrícolas mais adequadas levou a que, nos últimos anos, os rendimentos mundiais de girassol passassem por um verdadeiro "boom" Em 1996/1997, o rendimento médio foi de 1.250 quilos por hectares, enquanto em 2015/2016 pode vir a atingir os 1.740 quilos por hectares. A superfície também aumentou ligeiramente nos últimos anos, em torno dos 2 a 3 mil hectares.

Fonte: Agrodigital


Portugal aumenta importações e paga mais 70 por cento pelo azeite estrangeiro

 19-10-2015 
 

 
Com os preços a subirem depois de uma campanha menos produtiva, empresas e produtores não só tiveram de aumentar o volume de importações como pagaram mais aos fornecedores internacionais.

Entre Janeiro e Agosto, Portugal gastou mais 91 milhões de euros em azeite importado, o que significa um aumento de 70 por cento em comparação com o mesmo período do ano passado.

Depois de um ano difícil nos olivais nacionais, em que a produção caiu 35 por cento, as empresas e os produtores tiveram de comprar ainda mais azeite ao estrangeiro, mais 21 por cento, para conseguirem responder aos pedidos dos clientes internacionais.

Portugal produz o suficiente para abastecer o mercado interno, mas ainda não consegue assegurar todas as exportações com matéria-prima nacional. Além disso, a quebra na produção em 2014/2015 foi geral na maioria dos países produtores e, num cenário generalizado de escassez, os preços aumentaram.

Os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) relativos aos primeiros oito meses do ano não reflectem apenas um aumento considerável nos gastos e na quantidade de azeite importado. As empresas exportaram menos quantidade, -6 por cento, mas conseguiram cobrar um preço por quilo superior ao do azeite que importam.

As exportações, que chegaram perto dos 71 milhões de quilos, somaram cerca de 245 milhões de euros, o que corresponde a uma subida de 17 por cento face ao ano passado, mais do que os 221 milhões de euros gastos com a importação de 75 milhões de quilos. Ou seja, face ao ano passado, Portugal vendeu menos azeite ao estrangeiro mas por mais dinheiro.

Fonte: Público

Produção mundial de azeite pode atingir 2,9 milhões de toneladas

14-10-2015 
 

 
O Conselho Oleícola Internacional, apesar de ainda ser muito prematuro fazer estimativas sólidas para a produção mundial de azeite na campanha 2015/2015, prevê 2,9 milhões de toneladas.

Esta estimativa supõe um aumento de mais 22 por cento frente à campanha anterior. Espera-se que a Espanha venha a alcançar 1,2 milhões de toneladas, o que representa um crescimento de 38 por cento, seguida pela Itália, com 350 mil toneladas, mais 58 por cento, a Grécia, com 320 mil, maus sete por cento e Portugal, com um total de 92 mil toneladas, mais 51 por cento em relação à campanha anterior.

O Conselho Oleícola Internacional (COI) destaca a produção da Síria, estimada em 215 mil toneladas, mais 105 por cento; a Turquia, com 143 mil toneladas; Marrocos, com 130 mil, Argélia atinge uma produção de 73.500 toneladas, um caso de aumento constante durante as últimas duas campanhas.

Para a campanha 2014/2015, que terminou no passado dia 30 de Setembro, prevê-se uma produção mundial de 2,39 milhões de toneladas, o que supõe uma redução de -27 por cento em comparação ao período anterior. O consumo, apesar de reduzir foi em menor proporção, -5% até 2,9 milhões de toneladas.

Os países europeus alcançaram 1,43 milhões de toneladas, o que representa uma quebra de -42 por cento, liderados pela Espanha, com 837.600 toneladas e -53 por cento; seguida pela Grécia, com 300 mil toneladas, registando mais 127 por cento; a Itália, com 222 mil toneladas, -52 por cento e Portugal, com 61 mil toneladas, - 33 por cento.

De destacar que na Tunísia a produção aumentou em 321 por cento até as 295 mil toneladas, que é o valor recorde.

Fonte: Agrodigital

Base de dados online para conhecer vendas de medicamentos veterinários por tipo e países

16-10-2015 

 
A Vigilância Europeia do Consumo de Antimicrobianos Veterinários lançou um anova base de dados interactiva que proporciona informação sobre as vendas de antimicrobianos.

A base de dados permite ao usuário aceder a um resumo específico dos dados da Vigilância Europeia do Consumo de Antimicrobianos Veterinários (ESVAC) que mais lhe interesse, incluindo informação para um país específico ou vendas de uma classe de antimicrobianos em particular. Os usuários podem também personalizar gráficos e mapas

Fonte: Agrodigital

Baldio queixa-se de já não poder contratar desempregados para limpar floresta

19/10/2015, 15:15
O responsável pelo Baldio de Sanguinhedo, Vila Real, queixou-sede estar a ser impedido de recorrer a desempregados ou beneficiários do Rendimento Social de Inserção para limpar a floresta

O responsável pelo Baldio de Sanguinhedo, Vila Real, queixou-se de estar a ser impedido de recorrer a desempregados ou beneficiários do Rendimento Social de Inserção (RSI) para limpar a floresta, apesar de ter beneficiado desta medida desde 2011.

Hélder Afonso, responsável pelo Conselho Diretivo de Sanguinhedo, disse aos jornalistas que, desde 2011, este baldio apresentou sete candidaturas às medidas Emprego-Inserção, através das quais pôde contratar 50 desempregados e beneficiários do RSI.

Só que, em 2015, já não lhe foi permitido apresentar candidatura devido à alteração à Lei dos Baldios, que foi implementada no ano passado.

"Dizem-nos que perdemos personalidade jurídica, o que nos impede de fazer candidaturas ao Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP)", afirmou Hélder Afonso.

Os baldios são terrenos possuídos e geridos por comunidades locais.

O responsável lamentou esta "impossibilidade" agora revelada e considerou que a decisão vai prejudicar os trabalhadores e as próprias populações abrangidas por estas áreas baldias.

"Ficamos sem a possibilidade de fazer a limpeza de floresta aos nossos mais de 500 hectares e sem a possibilidade de, no verão, fazer prevenção aos incêndios", salientou.

Neste momento, neste baldio trabalha apenas Mário Ferreira, de 44 anos, e cujo protocolo termina em novembro.

Mário passa os dias sozinho a limpar pinheiros e a cortar mato. Aos jornalistas disse estar muito preocupado com o seu futuro até porque como beneficiário do RSI recebe 178 euros, valor que ascende depois a cerca de 500 euros devido ao protocolo do trabalho social pelas florestas, que junta os ministérios da Agricultura, Segurança Social e Administração Interna.

"O que recebo do RSI não dá para nada, não dá para as despesas", frisou este beneficiário que trabalha para os baldios de Sanguinhedo há quatro anos.

Hélder Afonso queixou-se das várias interpretações à lei que foram sendo apresentadas e disse que tem pedido vários esclarecimentos ao Governo.

Através de um ofício, o IEFP referiu que os baldios, designadamente o Conselho Diretivo dos Baldios de Sanguinhedo, "não são elegíveis às medidas Emprego-Inserção, visto que não constituem qualquer das pessoas coletivas referidas no artigo n.º4 da portaria n.º128/2009 (…), pelo que eventuais candidaturas apresentadas não reúnem condições para serem deferidas".

O IEFP disse ainda que a alteração à lei introduzida em 2014 veio reforçar esta interpretação.

Entretanto, no dia 09 deste mês, o gabinete da ainda ministra da Agricultura respondeu ao Baldio de Sanguinhedo que a "única solução possível" para esta situação "consiste numa alteração à portaria n.º128/2009 com o objetivo de incluir os baldios como beneficiários".

Para este efeito, acrescenta, "e face à impossibilidade de nesta fase se concretizar esta alteração, o assunto está identificado na pasta de transição para o próximo ministro da Agricultura e Mar".

Armando Carvalho, dirigente da Federação Nacional de Baldios (BALADI), com sede em Vila Real, referiu que o caso de Sanguinhedo não é único e que, no distrito, existe outra situação idêntica em Ermelo, Mondim de Basto.

"Não compreendemos porque é que têm esta visão uma vez que os conselhos diretivos têm equipas florestais, fazem projetos, assumem perante o ministério da Agricultura e a União Europeia projetos de milhões de euros e, para esse efeito, têm personalidade jurídica e podem assinar, mas para irem buscar trabalhadores ao fundo de desemprego para trabalhar em prol da floresta comunitária já não é possível", afirmou.

Armando Carvalho considerou que "há má-fé" ou "ignorância" na interpretação da lei.

GPP: Regime de Reconhecimento de Organizações de Produtores

Relatório Nacional de Acompanhamento e Avaliação de 2014 http://www.gpp.pt/MA/OPs/OP_Relatorio2014.pdf

GPP_ Diretrizes para o Apoio à Agricultura Familiar nos Estados-Membros da CPLP

A agricultura no ano 2050

Outubro 21
11:29
2015

Em 2050 vamos, seguramente, ter muitas mais bocas para dar de comer, muito maior pressão sobre a emissão de gases a efeito de estufa, sobre o uso eficiente da água e sobre o preço dos terrenos agrícolas.

Os engenheiros da empresa Solagro trabalharam durante dois anos com um conjunto de cientistas, para desenvolver uma previsão do que será a agricultura francesa nos próximos 35 anos.

O projecto, denominado Afterres 2050, foi apresentado em Paris nos dias 15 e 16 de Outubro. Uma das conclusões deste estudo aponta para uma redução draconiana do efectivo bovino, mas não forçosamente o número de produtores, pois prevê-se o regresso à alimentação através de pastagens, com menos animais por produtor. A produtividade das vacas leiteiras também vai ter uma redução significativa, com o retorno à erva.

Ao nível das culturas, vamos assistir a uma muito maior rotatividade, com redução de produtos fitossanitários.

Os sistemas de produção integrada e bio vão absorver a grande fatia da agricultura francesa em 2050.

O valor global da actividade agrícola vai diminuir ligeiramente, mas a diminuição do uso de produtos químicos vai trazer uma maior rentabilidade ao sector.

Este estudo mostra que serão perdidos cerca de 50.000 postos de trabalho, no entanto, o sector agro-alimentar deve vir a perder 78.000 postos de trabalho.

A despesa das famílias com a alimentação deve diminuir, com as proteínas vegetais a custarem menos que as proteínas animais.

Mais e melhor informação na agricultura pode fazer poupar tempo e dinheiro

Outubro 21
11:27
2015

A introdução de mais informação e novas tecnologias de informação pode contribuir para uma agricultura mais sustentável e, também, para uma melhoria das condições de vida dos agricultores e consumidores.

A recente Política Agrícola Comum 2014-2020 tenta exactamente priorizar a inovação e a distribuição de conhecimento, no sentido de adaptar o sector aos novos desafios.

Numa recente entrevista à EurActiv, o Comissário Phil Hogan falou da revolução Agri-Tech e na utilização de avançados sistemas de comunicação ao longo de toda a cadeia alimentar.

As novas tecnologias devem melhorar a produtividade das culturas, a sanidade animal, mas, acima de tudo, a qualidade de vida dos agricultores, segundo o Comissário.

Uma das novas tecnologias que deve ser apresentada em Abril é o "Map Your Meal", que é uma aplicação para smartphone, que permite ao consumidor ter uma ligação directa com toda a cadeia produtiva dos alimentos.

Com esta aplicação, os produtores e consumidores podem fazer um scan dos produtos e verificar a sua qualidade e frescura. Assim, os consumidores podem escolher os produtos, seguindo todo o seu trajecto desde a produção, transporte e venda.

Também podem ser informados se há OGM's no processo, bem como todos os produtos fitossanitários que foram utilizados e os ingredientes no processo de fabrico.

Esta aplicação, desenvolvida por empresas em Chipre, Áustria, Bulgária, Grécia e Reino Unido, continua a ser desenvolvida para ter cada vez mais produtos.


Nota da Presidência do Conselho de Ministros sobre agricultura e clima


Outubro 22
12:39
2015

As emissões de gases com efeito de estufa devidas ao sector agrícola são derivadas de:

a) Emissões de dióxido de carbono (co2), devido ao uso de energia fóssil na agricultura e à libertação de carbono com a movimentação de solos e a introdução de factores de produção;

b) Emissões de metano (ch4) das fermentações anaeróbicas;

c) Emissões de oxido nítrico (N2o) ligado ao uso de fertilizantes orgânicos e ao manuseamento de estrumes;

Por outro lado, as alterações climatéricas têm um efeito directo sobre a produtividade das explorações agrícolas ao nível das culturas. Assim, tanto podem influenciar positivamente, como negativamente, pelo que é necessário escolher as variedades mais adaptadas às realidades climatéricas.

Também os métodos culturais têm de ser revistos ao nível da fertilização, da protecção das plantas, da irrigação, etc. É muito importante praticar métodos culturais que aumentem os níveis de matéria orgânica nos solos. Por outro lado, a agricultura tem muitos efeitos ao nível do clima e da biodiversidade.

O bom uso do azoto na alimentação animal, stockagem de estrumes e espalhamento dos mesmos, pode reduzir as emissões de amónio e de nitratos nas águas superficiais.

A conservação dos prados permanentes em zonas húmidas têm, igualmente, um efeito positivo. A produção de energias alternativas tem a vantagem da redução dos combustíveis fósseis.

A produção animal em regime extensivo tem, também, uma grande importância ao nível ambiental e de biodiversidade.

A procura mundial crescente de produtos agrícolas e a sua diminuição de produção na Europa, estão a deslocar a produção da União Europeia para outras regiões.

Cães de gado estão a resultar na luta contra os lobos

Outubro 22
12:29
2015

Segundo a bióloga e investigadora do Grupo Lobo, Sílvia Ribeiro, a introdução de cães de gado para proteger os rebanhos do ataque dos lobos está a dar bons resultados.

Os cães de gado têm vindo a ser introduzidos no âmbito do projecto LIFE MED-WOLF, nos distritos da Guarda e de Castelo Branco, para tentarem resolver o conflito de convivência entre lobos e humanos.

Os ataques dos lobos estavam a ser cada vez mais intensos, causando graves prejuízos aos proprietários dos rebanhos, que levaram a vários protestos.

Parece agora uma boa solução a introdução dos cães de gado, uma vez que a experiência, com a introdução de vinte destes animais, está a mostrar que os rebanhos que protegem não têm sido atacados e os outros continuam a ter problemas.

A ideia passa agora por expandir os cães a outras áreas montanhosas, através da sua multiplicação, para cobrir a maior área possível de ataques de lobos.

Este problema do ataque dos lobos não é só português, mas atinge também a Espanha e a França, o que levou a União Europeia a atribuir um subsídio para quem tem cães de gado, que tenham condições para enfrentar os lobos.