quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Há uma geologia do vinho? Sim, diz Galopim de Carvalho



GERARDO SANTOS / GLOBAL IMAGENS

Na galeria Tintos e Tintas, em Lisboa, o fim de tarde foi à volta das rochas e da sua influência nos vinhos

A lógica é imbatível: sem rochas não haveria solo, sem solo não poderiam existir vinhas e sem estas, claro, não haveria vinho. Portanto, a culpa é das rochas. Risos na sala. Galopim de Carvalho, com o seu bom humor de sempre, atacou o tema, a geologia do vinho, de sorriso largo no rosto. Foi ontem, ao fim da tarde, na galeria Tintos e Tintas, em Lisboa. Falou-se de tintos, de brancos, de terrenos e de microclimas e de como tudo isto se conjuga às vezes na perfeição absoluta dentro de um copo.

Para o geólogo, professor, e antigo diretor de Museu Nacional de História Natural da Universidade de Lisboa, a geologia é uma espécie de segunda pele. O vinho, confessa, nem tanto. "Não percebo nada de vinhos, lá em casa quem escolhe, e percebe, é a minha mulher". Mas aprecia, isso sim. "Dantes gostava de beber uns brancos fresquinhos, mas era mais pela frescura, hoje bebo sobretudo tinto, até com marisco". Mais risos.

A geologia, então. Há muito que se pode dizer da sua relação com os vinhos. Por exemplo, da variedade das rochas e das subtilezas que os seus diferentes elementos químicos imprimem ao produto final. As rochas são muito variadas e, independentemente de todos os outros fatores em jogo, como o clima, os microclimas, as horas de sol, a proximidade do mar, a altitude da vinha, a humidade ou a falta dela, etc., etc.,um xisto ou um calcário, um terreno arenoso ou um chão de granito definem a natureza do solo e têm uma influência própria em cada tinto, em cada branco, e também nos vinhos generosos a que dão origem.

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