sábado, 9 de janeiro de 2016

Produção de vinho cresce acima do esperado em 2015



 08 Janeiro 2016, sexta-feira  Viticultura
vinho
Dão, Lisboa e Távora-Varosa foram as regiões com maiores aumentos, enquanto os produtores alentejanos registaram a maior quebra face à campanha anterior.
Portugal produziu mais de sete milhões de hectolitros de vinho em 2015, o que representa um aumento de 13% face à campanha anterior, segundo os dados oficiais apurados esta sexta-feira, 8 de janeiro, pelo Instituto da Vinha e do Vinho (IVV).
Este aumento registado no final do ano passado ultrapassa as expectativas do próprio instituto público liderado por Frederico Falcão, que em agosto tinha previsto um aumento de cerca de 8%, para um volume total de 6,7 milhões de euros, na sequência da quebra registada no ano anterior.
«Em agosto de 2015, os dados recolhidos junto das regiões produtoras previam, na sua maioria, uma colheita excecional traduzida em maior quantidade e melhor qualidade, assente no bom desenvolvimento vegetativo das vinhas e no seu bom estado sanitário. A continuação das condições climáticas favoráveis, antes e durante a vindima, potenciou o aumento da produção, traduzindo-se num acréscimo de mais 5% face ao previsto», resume o IVV em comunicado.
É o segundo ano consecutivo em que as previsões feitas pelo IVV antes da vindima pecam por escassas. Já em 2014, a quebra na produção acabou por ser mais ligeira (-0.8%) justificada na altura com as baixas expectativas em agosto e a chuva durante a época de colheita das uvas.
O presidente do IVV, Frederico Falcão, considera que «este aumento significativo da produção em Portugal, que foi também acompanhado em termos qualitativos, vai contribuir para uma melhoria nos stocks de vinho e potenciar o aumento das exportações de vinho nacionais, resultando também numa diminuição das importações».
Em termos regionais, o Dão, Lisboa e Távora-Varosa destacaram-se por aumentos de produção superiores a 30% face a 2014/2015 – a primeira obteve o maior acréscimo percentual (42%) e a segunda o maior aumento em volume (mais 320 mil hectolitros). A região dos Verdes e do Douro obtiveram igualmente «aumentos significativos», de 26% e 14%, respetivamente.
Em sentido contrário, a região do vitivinícola do Alentejo, que em novembro do ano passado passou a ser liderada por Francisco Mateus, um ex-quadro do IVV que substitui Dora Simões após dois mandatos, registou a maior quebra em volume: os 70 mil hectolitros a menos correspondem a um recuo de 6%).
A nível europeu, o crescimento da produção ficou-se pelos 3%, embora a líder Itália tenha registado uma trajetória de crescimento percentual semelhante à portuguesa. Em termos absolutos, as distâncias ficam bem à vista. Só o acréscimo alcançado em 2015 pelos produtores italianos foi de 5,6 milhões de hectolitros.
Portugal é o 12.º maior produtor e o nono maior exportador de vinho a nível mundial.
Em termos de valor, as empresas portuguesas exportam cerca de 60% da produção e conseguem vender no exterior os seus vinhos engarrafados pelo quarto preço médio mais elevado em todo o mundo (2,55 euros por litro em 2014, o último ano para o qual há dados disponíveis), só atrás da França, Nova Zelândia e Estados Unidos.
Fonte: Negócios 

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