terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Suinicultores chegam a acordo com grupo Intermarché

 18-01-2016 

 
O Intermarché vai pagar aos suinicultores o preço do quilo de carne definido na Bolsa do Porco, privilegiando a produção nacional, disseram representantes do grupo e do gabinete de crise da suinicultura.

Falando no final de uma reunião que se realizou sexta-feira na base nacional do Intermarché em Alcanena, no distrito de Santarém, João Correia, o porta-voz do gabinete de crise criado no início de Dezembro para alertar para a situação do sector, afirmou que a administração desta cadeia de distribuição assegurou ser «parte da solução e não parte do problema».

A reunião com a produção aconteceu depois de um encontro da administração do grupo com a indústria, que fornece a carne de porco às empresas distribuidoras, tendo ficado decidido que a subida de cinco cêntimos por quilo, ocorrida na Bolsa do Porco de quinta-feira, vai ser refletida no preço pago à produção.

«O Intermarché transmitiu que vão pedir à indústria que lhes traga carne de porcos portugueses e que podem fazer passar para a produção o preço que foi combinado», disse João Correia aos jornalistas.

Na noite de segunda para terça-feira os suinicultores realizaram um bloqueio no acesso à base do Intermarché em Alcanena, impedindo a saída dos camiões que abastecem diariamente os hipermercados da cadeia em todo o país, em protesto contra a campanha de 50% de desconto em toda a carne de porco que vigora esta semana e o esmagamento do preço pago à produção.

Vasco Simões, da administração do Intermarché, afirmou que as reuniões com a indústria e os produtores foram «bastante construtivas», assegurando que o grupo vai «a fazer o que sempre» fez, privilegiando a produção nacional.

Questionado sobre o efeito das promoções no preço pago aos produtores, o administrador afirmou que essas campanhas não estão em causa. «Aqui em causa não está a questão da promoção, mas saber até que ponto podíamos ajudar a fileira da produção no sentido de valorizar cada vez mais o produto nacional, que é aquilo que nós já fazemos há muitos anos», afirmou, adiantando que o grupo só recorre a carne espanhola ou francesa quando ela não é suficiente no mercado nacional.

Os suinicultores têm vindo a queixar-se do incumprimento da lei da rotulagem nalguns estabelecimentos comerciais e do preço pago à produção, alegando que perdem, em média, 45 euros por cada porco que vendem. Segundo João Correia, os suinicultores estão a vender «abaixo do custo de produção», colocando em causa «200 mil postos de trabalho directos e mais 200 mil indirectos».

Fonte: Lusa

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