sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Preferir produtos portugueses

Publicado  no "Linhas  de Elvas" de 11 de Fevereiro de 2016


Miguel Mota

Preferir produtos portugueses foi um slogan durante algum tempo na outra ditadura. Por diversas razões, penso que devemos repetir esta frase, especialmente quando temos o país inundado por produtos estrangeiros.
Justifica-se a compra de produtos estrangeiros quando não existem portugueses ou são muito melhores ou mais baratos. Nalguns casos – e isto aplica-se aos produtos agrícolas – é um problema de comercialização. Não há meio de os agricultores perceberem que têm de ser eles a comandar a comercialização dos seus produtos, como faz qualquer fabricante de automóveis ou frigoríficos. Em vez disso, perguntam "Quanto é que me dão?"
A única forma que conheço de resolver esse problema é a associação em cooperativas, se possível de grandes dimensões. A realização que deve servir de modelo foi o Complexo Agro-Industrial do Cachão, que comercializava os produtos com o nome de "Nordeste" e que o 25 de Abril destruiu, existindo agora uma pequena amostra.
Portugal tem excelentes condições para a produção de uva de mesa e alguns raros produtores exportam quantidades apreciáveis. Mas a maioria das uvas que vemos nos supermercados são importadas.
Portugal tem uma grande variedade de queijos de boa qualidade. Mas também há vários estrangeiros. Os portugueses devem pensar que, quando compram um queijo estrangeiro, estão a pagar o ordenado dos trabalhadores do país de onde provém, aumentando o respectivo PIB. Se comprarem um queijo português, dão trabalho a portugueses e aumentam o nosso PIB. Aumentar o PIB é muito importante. Vários índices económicos e financeiros, como o défice ou a dívida, são expressos em percentagem do PIB. Aumentando o PIB, baixamos esses valores.
Estes e muitos outros casos, que se repetem milhares de vezes, fazem grande diferença na economia e nas finanças do país.



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