23-03-2016
Entre 2010 e 2015, o preço das matérias-primas consumidas na indústria das carnes aumentou seis por cento ao ano, o dobro do incremento verificado o índice de preços ao produtor, preço da carne à porta das fábricas.
Segundo destaca a síntese do relatório Estatísticas Agrícolas, divulgado nesta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), no período considerado, 2010-2015, «a produção deficitária e variação média anual dos preços das rações acima da dos preços à produção» caracterizaram o sector das carnes.
Nesse mesmo intervalo temporal, a produção de carne diminuiu, em média, 1,3 por cento por ano, situando-se em 2014 nas 836 mil toneladas. De acordo com a mesma fonte, este volume de produção «não garantiu a autossuficiência do país pelo que, em 2014, cerca de 30 por cento do abastecimento foi satisfeito por importações. Esta dependência do exterior traduziu-se num défice de 788 milhões de euros em 2015, cerca de 1/5 do défice da Balança Comercial Agro-Alimentar».
O sector empresarial ligado à produção animal «apresentou entre 2010 e 2014 elevadas taxas de investimento, pela necessidade de reconversão das explorações por imposição de legislação da União Europeia».
Os custos de produção com matérias-primas consumidas, representados pelo índice de preço dos alimentos compostos para animais (IPAC), «foi responsável por mais de 50 por cento dos custos intermédios das unidades ligadas a este sector; este índice apresentou uma taxa média de variação anual de 6,0 por cento, o dobro da registada no índice de preços ao produtor», refere o organismo público de estatística.
O resumo do relatório acrescenta ainda que, a informação já disponível para 2015 «aponta para uma deterioração significativa em especial das condições da suinicultura com uma redução significativa do rácio entre o índice de preços ao produtor e o índice dos alimentos compostos para animais».
Fonte: Dinheirodigital
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