sexta-feira, 25 de março de 2016

Faleceu Miguel Mota, um investigador à frente do seu tempo.


admin 2016-03-24

Miguel Mota

Faleceu hoje (24/3) Miguel Mota, aos 93 anos de idade, uma vida inteira dedicada à ciência e à investigação.

Licenciado em Agronomia pelo ISA e Doutor Honoris Causa pela Universidade de Évora, liderou o Laboratório de Citogenética da Estação de Melhoramento de Plantas, em Elvas (hoje parte do INIAV), foi pioneiro na utilização de microscopia eletrónica em Portugal e contribuiu para o avanço do conhecimento da genética e da biologia celular em plantas (em 1957 publicou um artigo sobre o papel determinante dos cinetócoros na anáfase, teoria só comprovada 50 anos mais tarde) e deixou um enorme legado na produção de cereais melhorados.

Pai do nosso colega Manuel Mota, biólogo e investigador, a Ordem dos Biólogos presta sua homenagem a este homem de ciência e apresenta sentidas condolências ao nosso colega, aos demais familiares, colegas e amigos.

DGAV: Inspeção de Pulverizadores de Produtos Fitofarmacêuticos


A DGAV elaborou um desdobrável com informação sobre a obrigatoriedade de Inspeção de Pulverizadores de Produtos Fitofarmacêuticos: http://www.dgadr.mamaot.pt/images/docs/destaques/insp_pulverizadores_fitofarm.pdf

Leite e suinicultura: ministro apresenta propostas no Parlamento em abril



 24 Março 2016, quinta-feira  AgropecuáriaIndústria alimentar

O Parlamento vai ouvir o ministro da Agricultura no próximo dia 5 de abril, com o PSD a querer conhecer as propostas para o setor do leite e para a suinicultura defendidas por Capoulas Santos em Bruxelas.
leite
A comissão parlamentar de Agricultura e Mar aprovou a 23 de março, por unanimidade, um requerimento do PSD para a audição do ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Luís Capoulas Santos, no sentido de «conhecer e aprofundar as conclusões da Comissão Europeia para as crises de mercado e as posições defendidas por Portugal para os setores do leite e da suinicultura».
O ministro tinha uma audição regimental prevista para dia 5 de abril e para esse dia, devido à aprovação do requerimento do PSD, passa a estar prevista mais uma ronda dedicada exclusivamente ao debate sobre os dois setores, disse o deputado social-democrata Nuno Serra.
«Este é um momento muito preocupante para os dois setores. Sabemos que têm de haver medidas concretas para este setor. O ministro já foi três vezes a Bruxelas e, da última vez, participou num Conselho Europeu de Agricultura só para tratar estes temas. Mas nós, no parlamento, não sabemos quais as propostas que o ministro levava», afirmou Nuno Serra.
Para o vice-presidente da bancada social-democrata, é de «bom-tom informar a Assembleia da República da expectativa do Governo» quanto às propostas que foram apresentadas.
Considerando que o Governo trouxe de Bruxelas «uma mão cheia de nada», e sem respostas para os problemas dos setores portugueses do leito e da carne, o PSD quer agora saber «quais eram as propostas» de Capoulas Santos quando foi a essa reunião.
A 14 de março, os ministros da Agricultura da União Europeia reuniram-se em Bruxelas e em cima da mesa estiveram as crises europeias no setor do leite e da suinicultura, os temas que mais preocupam os produtores portugueses.
À chegada ao Conselho Europeu de Agricultura, Capoulas Santos indicou que levava várias propostas, preparadas previamente com as organizações do setor e disse ter noção de que «não é uma tarefa fácil».
O governante disse que uma maioria dos Estados-membros da UE defende outras soluções, mas garantiu que se ia bater «pela defesa dos agricultores» portugueses.
A Comissão Europeia, por seu lado, disse que está disponível para autorizar a redução temporária da produção de leite sob uma base voluntária e um aumento dos apoios ao armazenamento, segundo anunciou o comissário europeu para a Agricultura, Phil Hogan.
Para o setor do leite, Bruxelas propõe-se duplicar os limites para a ajuda à armazenagem de leite em pó magro e de manteiga para as 218 mil e as 100 mil toneladas, respetivamente.
Em relação à crise na suinicultura, o comissário disse estar disposto a criar um novo regime de ajuda para o armazenamento privado de carne de porco, cujos detalhes serão definidos mais tarde.
Fonte: Lusa

Caso isolado da doença das vacas loucas foi detetado no nordeste da França


Um caso isolado da doença das vacas loucas, o primeiro em cinco anos na França, foi detetado no nordeste do país, perto da fronteira com a Bélgica, anunciou hoje o Ministério de Agricultura francês.
«O caso suspeito de encefalopatia espongiforme bovina (BCE, na sigla inglesa), detetado numa vaca com cinco anos, que morreu prematuramente numa fazenda em Ardennes, foi confirmado a 23 de março pelo laboratório de referência da União Europeia», segundo um comunicado do ministério.
Este é o «terceiro caso isolado [da doença] detetado na Europa desde 2015» e foi «notificado hoje à Comissão Europeia e à Organização Mundial de Saúde Animal», adianta o comunicado.
Diário Digital / Lusa

Alterações climáticas estão a mudar a produção de vinho


 25 Março 2016, sexta-feira  Viticultura

As regiões vinícolas mais famosas do mundo podem ter os dias contados. A culpa é do aquecimento global que vai tornar a sua produção impossível em zonas como França, Itália ou Califórnia.
vinho
A boa notícia é que terras agora demasiado frias se podem tornar perfeitas para a produção de vinho.
O impacto das alterações climáticas nas vinhas têm sido alvo de estudos ao longo dos anos e agora há mais um a confirmar o fim de algumas regiões vinícolas.
O Instituto da Terra da Universidade de Columbia sublinha que os melhores vinhos franceses e suíços acontecem quando a seguir a verões quentes ou secas de fim de estação se seguem primaveras chuvosas. O que acelera a colheita e faz um vinho melhor.
O problema é que «agora está tão quente que os produtores não precisam de secas para conseguir atingir as temperaturas que precisam», aponta Benjamin Cook, cientista da Universidade de Columbia, ao Huffington Post.
Por enquanto, o aquecimento global ainda está a melhorar a qualidade dos vinhos, mas vai chegar um momento em que isso se vai tornar mais prejudicial do que benéfico.
«Até agora, um bom ano é um ano quente», refere uma das coautoras do estudo Elizabeth Wolkovich, ecologista da Universidade de Harvard.
«Mas se mantivermos o aumento das temperaturas, as vinhas não vão aguentar para sempre».
O estudo mostra que só na França, em 1980 as colheitas já tinham sido antecipadas em duas semanas, em relação há 400 anos. Por cada grau centígrado que a Terra aquece, a colheita das uvas antecipa-se cerca de seis ou sete dias.
No caso francês, o aquecimento no século XX foi de 1,5 graus, o que provocou mudanças nas épocas das colheitas.
Os cientistas preveem assim que o futuro dos grandes vinhos esteja em regiões que hoje não são as indicadas para o cultivo de vinhas.
Nos EUA, é expectável que as vinhas de Napa, na Califórnia, se mudem para Washington. Ou as colinas chinesas podem tornar-se no novo Chile. E na Europa, a Suécia pode ser o novo Douro. As previsões foram feitas para 2050.
Fonte: DN

Copa-Cogeca favorável às novas normas da CE para uso de fertilizantes biológicos

 24-03-2016 
 

 
O Copa-Cogeca recebeu favoravelmente as novas normas da Comissão Europeia para incentivar o uso de fertilizantes biológicos e baseados nos resíduos, no entanto alerta que estes não resolvem o verdadeiro problema.

O secretário-geral do Copa-Cogeca, Pekka Pesonen, declarou que «os mercados agrícolas atravessam uma grave crise e os preços pagos aos agricultores nem cobrem os custos de produção. Os fertilizantes minerais são uma matéria-prima chave para os agricultores e as cooperativas agro-alimentares, já que representam 30 por cento dos custos variáveis em todos os sectores».

Como primeiro resultado do pacote da economia circular, Pesonen afirma que recebem favoravelmente esta proposta e espera que se estenda no domínio da regulamentação da União Europeia (UE) sobre os fertilizantes biológicos, para que os agricultores europeus disponham de uma maior eleição de fertilizantes e melhor acesso aos mesmos. «Contudo, estas novas normas não vão resolver o verdadeiro problema nem qualquer impacto significativo».

O responsável disse que «efectivamente, os agricultores não utilizam apenas fertilizantes minerais como também os produzem, sendo que algumas regiões estão em situação de excedentes, enquanto outras têm escassez dos mesmos. Embora a proposta não comtemple a possibilidade de substituir os fertilizantes à base de estrume por minerais, então carece de realismo.

Para os agricultores europeus, esta parece ser apenas uma operação se "cosmética", tendo em conta que não podem utilizar produtos inovadores como os concentrados minerais derivados de estrume. Por outro lado, há uma preocupação quanto à redução dos níveis máximos de cádmio inferiores aos 60mh/Kg P2O5, que poderá impor uma maior pressão aos custos de produção dos fertilizantes à base de fosfato. O qual vai no sentido de uma proposta do Copa-Cogeca para a redução a zero das taxas dos fertilizantes de forma a reduzir os custos de importação. Pelo que pedem à Comissão que tome as medidas necessárias.

Fonte: Copa-Cogeca

Reunião do Gabinete de Crise: carne de porco vai ter novas regras de rotulagem

MAFDR
NOTA À COMUNICAÇÃO SOCIAL

O Ministro da Agricultura anunciou hoje que as novas regras de rotulagem da carne de porco estão já em fase de consulta obrigatória, estando para breve a sua apresentação a Conselho de Ministros. As novas regras vão tornar obrigatória a referência à nacionalidade de origem da carne de porco.

Esta medida foi hoje comunicada aos representantes da fileira que participaram em mais uma reunião do Gabinete de Crise para os setores do Leite e da Suinicultura, uma reunião que juntou representantes da ANIL – Associação Nacional dos Industriais de Laticínios; APED – Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição; APIC – Associação Portuguesa dos Industriais de Carne
CAP – Agricultores de Portugal; CNA – Confederação Nacional da Agricultura; CONFAGRI - Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas; FPAS – Federação Portuguesa de Associações de Suinicultores; além do MAFDR – Ministério da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural.

Capoulas Santos fez ainda um balanço das medidas europeias aprovadas pelo Conselho de Agricultura, em Bruxelas, reforçando a necessidade de intervenção a nível comunitário no mais curto espaço de tempo possível, atendendo às difíceis circunstâncias em que se encontram os produtores de leite e de carne de porco. Para o Ministro da Agricultura, "a mais importante medida a adotar ultrapassa a esfera dos Estados-Membros e é precisamente o levantamento do embargo russo, que é a principal causa do afundamento dos preços a que temos vindo a assistir por toda a Europa".

No plano nacional, o Ministro destacou a isenção de 50% da TSU para os produtores e respetivos assalariados destes dois setores até final do ano, consagrada em sede de Orçamento do Estado, e reforçou o empenhamento do Governo em encontrar medidas de apoio ao financiamento, nomeadamente através da disponibilização de uma linha de crédito bonificado de valor não inferior a 20 milhões de euros.

Lisboa, 23 de março de 2016

Levantamento da proibição de realização de mercados de aves ao ar livre

MAFDR

NOTA À COMUNICAÇÃO SOCIAL
Tendo sido detetados em França alguns focos de gripe aviária em aves de capoeira, foi decretada em dezembro, pelos Serviços do Ministério da Agricultura, a proibição de realização de mercados de aves, espetáculos e eventos culturais que incluam a participação de aves, nas zonas consideradas "de risco".
- Tendo em conta que, apesar dos focos de gripe aviária detetados em aves de capoeira, não foi detetada a circulação do vírus em aves selvagens;
- Tendo em conta os resultados sistematicamente negativos para a pesquisa de vírus da gripe aviária em aves selvagens em Portugal;
Entendeu-se estarem de novo reunidas as condições para que estes eventos possam voltar a realizar-se.

Lisboa, 24 de março de 2016

Posição sobre caso de BSE em França, hoje confirmado pelas autoridades francesas

MAFDR
NOTA À COMUNICAÇÃO SOCIAL

Sobre a deteção de um caso de BSE (Encefalopatia Espongiforme Bovina) em França, o Ministério da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural esclarece:
- Trata-se de um caso isolado, idêntico a outros que têm sido registados em diversos Estados-Membros ao longo dos últimos, cada vez mais esporadicamente;
- O Ministério da Agricultura está acompanhar este caso, da mesma forma que acompanha todos os outros;
- Continuam a ser aplicados em Portugal os planos de vigilância e rastreio permanente à BSE;
- Portugal está colocado no mais elevado nível de segurança da OMSA – Organização Mundial de Saúde Animal.

Lisboa, 23 de março de 2016

quinta-feira, 24 de março de 2016

Situação dos produtores de porco é a pior dos últimos quinze anos


ANA RUTE SILVA 23/03/2016 - 16:58
Em 2015, a produção aumentou mas os preços da carne de porco caíram mais de 13%, revelam dados do INE.

Os produtores de carne de porco estão a viver a "situação mais desfavorável" dos últimos 15 anos, com os preços a cair e sem capacidade para suportar os custos. De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), que nesta quarta-feira divulgou alguns dados provisórios relativos a 2015, o preço pago ao produtor caiu 13,3%, "o segundo maior decréscimo em termos absolutos desde 2000".

As estimativas do INE indicam que o volume de produção cresceu (4,9%) mas na hora de vender a carne os suinicultores não conseguiram obter o retorno desejado, até porque que os gastos com a alimentação dos animais caíram mas não de forma tão acentuada (-1,5%). O problema já era visível em 2014 e foi agravado pelo embargo da Rússia à carne de porco da União Europeia que, à semelhança do que aconteceu com outros produtos agrícolas, como o leite, criou um excesso de oferta no mercado.

A relação entre o índice de preços dos alimentos compostos para animais (IPAC) e o preço de venda no produtor (IPP) situou-se em 0,68 pontos (0,77 em 2014), "reflectindo a situação mais desfavorável para o produtor dos últimos 15 anos", escreve o INE, que descreve uma "deterioração significativa" na suinicultura portuguesa em 2015, situação que se mantém este ano.

Os produtores têm reivindicado apoios do Governo e da Comissão Europeia para contornar as dificuldades, sobretudo, de tesouraria, depois de anos de investimento na reconversão das explorações para cumprir com as novas regras de Bruxelas. Nesta quarta-feira o Ministério da Agricultura volta a reunir o gabinete de crise criado em Dezembro para juntar na mesma mesa produtores, indústria e distribuição (carne de porco e leite).

Capoulas Santos, ministro da Agricultura, anunciou na passada sexta-feira uma redução de 50% nas contribuições para a Segurança Social e uma linha de crédito de 20 milhões de euros para ajudar os produtores de carne de porco e de leite e que, por enquanto, será apenas suportada pelo Estado. Esta ferramenta terá duas componentes: uma de tesouraria, para cumprir gastos com a alimentação dos animais, por exemplo, e outra de reestruturação de dívida.

No último encontro de ministros da Agricultura, a Comissão Europeia mostrou-se disponível para avançar com uma redução temporária da produção, uma medida que é reclamada pela França. No caso do leite a proposta é duplicar o tecto da ajuda à armazenagem de leite em pó magro (para 218 mil toneladas) e da manteiga (para 100 mil toneladas). Para mais tarde ficou uma decisão sobre a fonte do financiamento das ajudas, que dividiu os Estados-membros.

Bruxelas aprovou em Setembro um pacote de 500 milhões de euros para ajudar os produtores de leite e de carne de porco. Portugal arrecadou 4,8 milhões, destinado apenas ao sector do leite. A Comissão Europeia acredita que o problema da baixa de preço deve ser resolvido naturalmente pelo mercado e, por isso, até Junho, qualquer Estado-membro que queira reduzir a produção pode fazê-lo, mas à sua própria custa e de forma voluntária.

O ministro da Agricultura já veio defender que esta não é uma solução favorável a Portugal. O país "não pode concordar  com uma redução voluntária, em que alguns idiotas úteis iam reduzir a produção para que outros a seguir continuassem a aumentar a produção para excluir aqueles do mercado", disse recentemente.

No pico da crise
Numa análise detalhada sobre a produção de carne em Portugal, o INE refere que desde 2008 que os suinicultores têm adaptado as explorações para cumprir as regras de bem-estar animal. Este esforço de investimento coincidiu com o pico da crise económica e financeira: com o país a enfrentar reduções de rendimento, falta de acesso ao crédito, desemprego e quebra de confiança, as explorações suinícolas de menor dimensão encerraram "em grande número". A partir de Janeiro de 2013, data limite para a reconversão das explorações à luz das normas europeias, os produtores aumentaram o número de animais devido à "necessidade de rentabilizar o investimento feito nos anos anteriores". Mas o embargo russo e as condições de mercado acabaram por travar a recuperação.

Portal do clima terá previsão do tempo até final do século


Ontem
O portal do clima, preparado pelo instituto responsável pela meteorologia, vai disponibilizar informação com indicadores como temperatura ou pluviosidade, até final do século.
 

O instrumento, no âmbito da resposta às alterações climáticas, vai estar disponível a partir de abril, mas já se encontra numa fase de experiência, e é lançado hoje pelo Instituto Português do Mar e Atmosfera (IPMA), numa cerimónia a decorrer em Lisboa para marcar o Dia Meteorológico Mundial.

"O principal objetivo é criar um conjunto de dados que possa auxiliar seja a administração local, nacional, empresas públicas e privadas, para terem informação que apoiem estrategicamente o seu 'core business'" (área de negócio), por exemplo, para a preparação de projetos de barragens, que vão fornecer água nos próximos 40 anos, tendo em conta a diminuição ou aumento da chuva, explicou à agência Lusa o diretor de Meteorologia e Geofísica do IPMA.

Pedro Viterbo explicou que "todo o público, seja geral ou especialista, pode comparar a normal [o conjunto das condições meteorológicas] de hoje com a normal entre 2010 e 2040 e preparar tudo para se adaptar ao clima".

O portal, que, segundo o especialista, "é bastante completo, tem 41 indicadores a relacionar a situação atual com o período futuro escolhido", e será útil para diversas áreas, da agricultura à saúde, turismo, gestão de risco de incêndio ou da aridez do terreno.

Foram criados vários indicadores ou grandezas meteorológicas, por exemplo, aquela associada à temperatura que informa sobre máximos e mínimos, mas também acerca do número de dias muitos quentes, com valores acima dos 35 graus Celsius.

Além das barragens, outras situações são apontadas por Pedro Viterbo, como a atualização do regulamento da construção civil.

"Não há uma única linha nesse regulamento que envolva alterações climáticas e não faz qualquer sentido, neste momento, termos um documento que não seja ajustável àquilo que vai acontecer nos próximos 30, 40, 50 anos", tempo de duração dos edifícios e período em que é esperado um aquecimento do clima, realçou.

Os especialistas têm projeções climáticas para o século XXI, divididas em três conjuntos de 30 anos, a começar em 2011, e informação sobre os últimos 30 anos.

Com base em cenários regionais sobre a Europa, os técnicos reuniram mais de uma dezena de cenários para Portugal, fazendo uma média entre eles o que reduz a incerteza.

O tratamento dos dados, com a tecnologia científica atual, "dá-nos confiança de que estamos a dar o melhor produto, a melhor antevisão possível", concluiu.

O portal do clima insere-se no programa Adapt, financiado pelo EEA Grants, que reúne Noruega, Islândia e Liechtenstein, e transfere para Portugal verbas para projetos em áreas como o mar ou a adaptação a alterações climáticas.

O Dia Meteorológico Mundial, que hoje se comemora, é assinalado com uma sessão que conta com a presença da ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, e, além da apresentação do portal do clima, resultado de uma associação entre o IPMA e a Agência Portuguesa do Ambiente, são assinados protocolos de cooperação científica, na área das energias renováveis, com a EDP Inovação, e na área do alerta precoce sísmico, com o Instituto Superior Técnico (IST).

quarta-feira, 23 de março de 2016

Carne de porco vai ter rótulo obrigatório com informação de origem

ANA RUTE SILVA 23/03/2016 - 20:37  

Governo já tem legislação pronta a ser aprovada para tornar obrigatória a informação aos consumidores.

O Governo espera aprovar dentro de 20 dias uma lei que obriga a indústria e a distribuição a identificar a origem da carne de porco que é vendida aos consumidores. A actual legislação não obriga à divulgação do local de abate e origem nos talhos ou cadeias de supermercados, mas com a crise instalada no sector esta é uma das medidas com que o executivo espera estimular o consumo.

No final de uma reunião do gabinete de crise, criado em Dezembro para juntar na mesma mesa produtores, indústria e distribuição (carne de porco e leite), o ministro da Agricultura, Capoulas Santos, adiantou que além da iniciativa do Governo no caso da carne de porco, no leite a indústria e a distribuição comprometeram-se a destacar no rótulo a origem do produto. "Está a decorrer o prazo de consulta pública obrigatória às regiões autónomas de cerca de 20 dias e penso que após esse período será possível aprovar o diploma", disse. 

Do pacote de medidas em curso, e já conhecidas, o ministro da Agricultura recordou a redução de 50% nas contribuições para a Segurança Social entre Abril e Dezembro e uma linha de crédito de 20 milhões de euros para ajudar os produtores de carne de porco e de leite (por enquanto, apenas suportada pelo Estado). Capoulas Santos deixou críticas à actuação de Bruxelas que ainda não considera a actual situação no leite e na suinicultura uma "grave crise", afirmando que a Comissão Europeia "não poderá permanecer insensível a este problema".

Para os suinicultores, todas as medidas são bem-vindas mas David Neves, vice-presidente da FPAS (a federação das associações de produtores), da reunião "infelizmente" não resultaram grandes novidades. "Será difícil pedir aos suinicultores que não se manifestem, nem dêem sinal da sua desgraça", disse. Para José Oliveira, da CAP, o Ministério da Agricultura "está limitado na sua acção" e terá de ser o mercado a ajustar-se à realidade. Por seu lado, Fernando Cardoso, da Federação Nacional das Cooperativas de Leite e Lacticínios, garantiu que a reunião foi produtiva, mas que há um "equilíbrio político na União Europeia que não é favorável" a Portugal.

Os produtores têm reivindicado apoios do Governo e da Comissão Europeia para contornar as dificuldades, sobretudo, de tesouraria. Os dados mais recentes do INE, divulgados nesta quarta-feira, mostram que os suinicultores estão a viver a "situação mais desfavorável" dos últimos 15 anos, com os preços a cair e sem capacidade para suportar os custos. Em 2015 o preço pago ao produtor caiu 13,3%, "o segundo maior decréscimo em termos absolutos desde 2000".

No último encontro de ministros da Agricultura, a Comissão Europeia mostrou-se disponível para avançar com uma redução temporária da produção, uma medida que é reclamada pela França. No caso do leite a proposta é duplicar o tecto da ajuda à armazenagem de leite em pó magro (para 218 mil toneladas) e da manteiga (para 100 mil toneladas). Para mais tarde ficou uma decisão sobre a fonte do financiamento das ajudas, que dividiu os Estados-membros.

Bruxelas aprovou em Setembro um pacote de 500 milhões de euros para ajudar os produtores de leite e de carne de porco. Portugal arrecadou 4,8 milhões, destinado apenas ao sector do leite. A Comissão Europeia acredita que o problema da baixa de preço deve ser resolvido naturalmente pelo mercado e, por isso, até Junho, qualquer Estado-membro que queira reduzir a produção pode fazê-lo, mas à sua própria custa e de forma voluntária.

INE:Rações encarecem o dobro da subida observada no preço da carne à porta dos produtores

23-03-2016 
   
Entre 2010 e 2015, o preço das matérias-primas consumidas na indústria das carnes aumentou seis por cento ao ano, o dobro do incremento verificado o índice de preços ao produtor, preço da carne à porta das fábricas.

Segundo destaca a síntese do relatório Estatísticas Agrícolas, divulgado nesta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), no período considerado, 2010-2015, «a produção deficitária e variação média anual dos preços das rações acima da dos preços à produção» caracterizaram o sector das carnes.

Nesse mesmo intervalo temporal, a produção de carne diminuiu, em média, 1,3 por cento por ano, situando-se em 2014 nas 836 mil toneladas. De acordo com a mesma fonte, este volume de produção «não garantiu a autossuficiência do país pelo que, em 2014, cerca de 30 por cento do abastecimento foi satisfeito por importações. Esta dependência do exterior traduziu-se num défice de 788 milhões de euros em 2015, cerca de 1/5 do défice da Balança Comercial Agro-Alimentar».

O sector empresarial ligado à produção animal «apresentou entre 2010 e 2014 elevadas taxas de investimento, pela necessidade de reconversão das explorações por imposição de legislação da União Europeia».

Os custos de produção com matérias-primas consumidas, representados pelo índice de preço dos alimentos compostos para animais (IPAC), «foi responsável por mais de 50 por cento dos custos intermédios das unidades ligadas a este sector; este índice apresentou uma taxa média de variação anual de 6,0 por cento, o dobro da registada no índice de preços ao produtor», refere o organismo público de estatística.

O resumo do relatório acrescenta ainda que, a informação já disponível para 2015 «aponta para uma deterioração significativa em especial das condições da suinicultura com uma redução significativa do rácio entre o índice de preços ao produtor e o índice dos alimentos compostos para animais».

Fonte: Dinheirodigital

Câmara do Montijo diz que é preciso efectuar «todos os esforços» para defender suicultura

23-03-2016 
  
A Câmara do Montijo anunciou ter aprovado uma moção em que defende ser preciso realizar «todos os esforços» em defesa da suinicultura, destacando a importância que o sector tem no concelho.

«A fileira da suinicultura é fundamental para a economia local e para a manutenção do emprego existente no Montijo. É preciso assegurar o desenvolvimento de todos os esforços por parte da autarquia no sentido da preservação e da defesa da fileira da suinicultura portuguesa e da indústria a ela associada», refere a moção.

O documento, aprovado por unanimidade pelo executivo liderado por Nuno Canta, solicita ao Governo uma «política concertada» com os produtores.

«Os sectores da suinicultura e da indústria de transformação da carne de porco afirmaram-se no Montijo, estabelecendo-se no nosso concelho muitas empresas que são base da nossa economia e emprego», fundamentais «para os restantes sectores, em especial a produção de rações e a prestação de serviços a todos os níveis», salienta.

O documento acrescenta que o sector sofreu transformações nas últimas décadas e enfrenta «enormes dificuldades» devido a «concorrência desleal por países com políticas de desregulamentação, com menos exigências de proteção social e ambiental».

Os produtores têm dificuldades em aceder a alguns mercados importantes e há um problema de «excesso de oferta por parte países excedentários que escoam a sua carne a valores mais vantajosos que os pagos aos produtores portugueses».

A moção vai ser enviada à Presidência da República, à Assembleia da República, ao primeiro-ministro, ao ministro da Agricultura e às associações empresariais representantes dos sectores de actividade envolvidos.

Desde o final do ano passado que os criadores de porcos em Portugal têm vindo a pedir ajuda para o sector, nomeadamente uma linha de crédito bonificado, e que as autoridades trabalhem para abrir novos canais à exportação.

Os produtores querem ainda que o Governo exija na União Europeia o fim do embargo russo aos produtos europeus, que está a agudizar o excesso de oferta na Europa e a baixar ainda mais o preço, obrigando-os a venderem a carne de porco abaixo do custo de produção.

Fonte: Lusa

Produtores de leite do Norte etiquetaram leite importado

 23-03-2016 
 

 
Um grupo de produtores de leite do Norte do país juntou-se num hipermercado da Póvoa de Varzim para comprar mil litros de leite nacional e colocar etiquetas em produtos lácteos importados.

A iniciativa pretendeu alertar para as dificuldades que o sector atravessa e sensibilizar as superfícies comerciais e os consumidores a comprarem produtos lácteos produzidos no nosso país.

«Foi mais uma acção para promover o leite português e recordar as dificuldades que estamos a viver, apelando às grandes superfícies e aos consumidores que comprem e escolhem leite nacional», começou por explicar Carlos Neves, presidente APROLEP.

O líder da Associação de Produtores de Leite de Portugal lembrou que «existe muito leite importado a ser vendido nos hipermercados», considerando que é preciso o Governo «avançar com a rotulagem dos produtos nacionais e tirar o leite excedentário do mercado, dando-o, por exemplo, a quem mais precisa».

Nesse sentido, os mil litros de leite comprados pelos produtores são doados ao Banco Alimentar Contra a Fome.

«O Governo pode fazer a rotulagem, a Europa tirar o excedentário do mercado, e as superfícies comerciais podem escolher produtos nacionais e esclarecer os consumidores sobre os benefícios do leite como alimento», aponto Carlos Neves.

O presidente da APROLEP vincou que «a cada dia que passa os produtores veem a sua situação piorar, enquanto esperam que as coisas melhorem», avançando com soluções que podiam atenuar a crise no sector.

«Esperamos que o Estado nos ajude com mais do que linhas de crédito e apelamos à distribuição que em vez de comprar 80 por cento de produtos lácteos portugueses compre 90 ou 95 por cento».

Carlos Neves garantiu que acção feita no hipermercado da Póvoa de Varzim «foi pacífica», garantindo que «houve cuidado de não danificar qualquer produto alimentar nem prejudicar os funcionários do hipermercado ao colocar as etiquetas nos produtos importados».

Segundo o dirigente da APROLEP, «poderão acontecer mais ações desta luta, que vai continuar a enquanto a situação ano estiver resolvida».

Fonte:JN

Arraiolos alarga projecto de hortas comunitárias com novas parcelas de terreno

23-03-2016 

 
O projecto de hortas comunitárias em Arraiolos, no Alentejo, lançado em 2015, foi alargado, depois de a câmara municipal disponibilizar sete novas parcelas de terreno para cultivar, que se juntam aos 10 lotes iniciais.

O município de Arraiolos, no distrito de Évora, divulgou que as sete novas parcelas de terreno, que eram sua propriedade, foram disponibilizadas, já delimitadas, às pessoas interessadas em criar uma horta.

O objectivo é que os interessados exerçam «a actividade agrícola» e que, assim, «possam complementar fontes de subsistência alimentar e criar hábitos de alimentação saudável, com recurso a produtos vegetais provenientes da agricultura tradicional e biológica».

Os terrenos estão localizados na freguesia de Vimieiro e, neles, os novos "agricultores" vão «poder plantar e produzir bens agrícolas, de acordo com os objectivos deste projecto municipal», realçou a autarquia.

A criação de hortas comunitárias neste concelho alentejano arrancou a 10 de Novembro do ano passado, por iniciativa municipal, com a entrega dos primeiros 10 espaços.

O projecto envolve, agora, um total de 17 hortas, com 60 metros quadrados cada, perfazendo, no global, «mais de mil metros quadrados de terreno», explicou a câmara.

A iniciativa visa sensibilizar a população para o respeito e defesa do meio ambiente e promover a qualidade de vida através do fomento de práticas agrícolas sustentáveis.

Potenciar o recurso a técnicas de compostagem, sensibilizar para a problemática da redução de resíduos e possibilitar o acesso à prática agrícola a quem não possui terrenos para esse efeito são os outros objectivos do projecto.

A ideia das hortas comunitárias surgiu na autarquia como «forma de dar uso e valor à terra», explicou à Lusa a presidente da câmara, Sílvia Pinto.

«A actividade agrícola de subsistência, materializada sob a forma de hortas, assume grande importância no desenvolvimento sustentável e na promoção da qualidade de vida das populações», frisou a autarca.

Segundo o município, a criação e disponibilização de espaços destinados à prática agrícola permitem «proporcionar um importante contributo para a economia familiar, constituindo um incremento bastante forte na promoção de hábitos de consumo sustentáveis».

Fonte: Lusa

Aves de capoeira podem voltar aos mercados



 23 Março 2016, quarta-feira

A Direção-Geral Alimentação e Veterinária (DGAV) suspendeu temporariamente a 22 de março de 2016, a proibição de concentrações de aves de capoeira e de outras aves em mercados avícolas, espetáculos, exposições e eventos culturais nos quais se utilizem aves, estabelecida no ponto 2 do Aviso nº 8, de 5 de janeiro de 2016.
A suspensão foi assinada pelo diretor-geral, Álvaro Pegado Mendonça, e deveu-se ao facto de os resultados da pesquisa de vírus da gripe aviária em aves selvagens em Portugal, no âmbito do programa de vigilância, serem sistematicamente negativos.
Saiba mais sobre o assunto aqui:
Proibição de venda de aves em alguns mercados controlada por municípios e DGAV: http://www.agronegocios.eu/noticias/proibicao-de-venda-de-aves-em-alguns-mercados-controlada-por-municipios-e-dgav/ 


Porto recebe debate sobre inovação agroalimentar


22 Março, 2016

Indústria agroalimentar é o setor com maior contributo para economia nacional

A Ordem dos Engenheiros Técnicos (OET) e a SGS vão promover no próximo dia 1 de abril, no Porto, o seminário 'Agroinovação: Do Projeto ao Prato'. A iniciativa tem como objetivo discutir algumas temáticas relevantes para uma economia sustentável e irá colocar em debate a capacidade produtiva do setor, dando destaque às oportunidades que oferece às diferentes especialidades de engenharia.

O programa da iniciativa inclui a abordagem de temas como:

As Oportunidades da Fileira
PDR 2020 – Programa de Desenvolvimento Rural 2020
Investigação e Desenvolvimento – Estudo de Caso
Uma Solução Integradora ao Serviço da Agricultura
Agricultura da Precisão
Certificação de Produtos Agroalimentares
Inovação: As 10 Maiores Tendências para 2016
Para mais informações contacte o email news.pt@sgs.com.

Anipla tem nova direção


por Ana Rita Costa- 22 Março, 2016

A ANIPLA – Associação Nacional da Indústria para a Proteção das Plantas elegeu no passado dia 18 de março os novos órgãos sociais para o triénio de 2016-2018. A direção é agora presidida por Mónica Teixeira, da Syngenta, que, de acordo com a Anipla, reforça a associação com "o empenho e a motivação necessárias à defesa de um setor que se encontra numa conjuntura europeia que requer uma forte comunicação."

Numa nota enviada às redações, a Anipla explica que "a crescente procura de alimentos a nível mundial e a necessidade de responder a esse desafio, está na ordem do dia. No entanto, a satisfação desta necessidade torna-se cada vez mais complexa numa Europa centrada no desenvolvimento de exigências e legislação sobre o setor fitofarmacêutico, que assentes no perigo e não na avaliação do risco se torna desajustada às reais necessidade dos produtores. O mercado nacional de produtos fitofarmacêuticos, apesar de ter vindo a crescer, é necessariamente impactado pelas políticas europeias de redução do uso e, a menos que haja uma vontade política de continuar a incentivar as exportações de produtos agrícolas, é um mercado estagnado."

Os órgãos sociais da Anipla são agora compostos por:

Mesa da Assembleia Geral

Presidente               Selectis S.A., representada por João Martins

1º Secretário           Dow Agroscience Ibérica, S.A. representada por António Bravo;

 

Direção

Presidente               Syngenta Crop Protection, Lda, representada por Mónica Teixeira

Secretário                Sapec Agro, S.A., representada por José Góis

Tesoureiro              Sipcam Portugal, Lda., representada por Fernando Aniceto

Vogais                      Bayer CropScience, Lda, representada por Richard  Borreani

                                  Basf Española, S.A., representada por Paulo Lourenço;

Conselho Fiscal

Presidente               Nufarm Portugal, Lda, representada por Bruno Gomes

Vogais                      Adama Portugal, Lda, representada por António Romero

                                   IQV Agro Portugal, S.A. representada por Francisco Bogas

terça-feira, 22 de março de 2016

Quercus e FNAPF alertam para ameaças à floresta portuguesa no Dia Internacional das Florestas


21/3/2016, 6:52138 PARTILHAS

A Quercus associou-se à FNAPF para alertarem sobre os perigos que a floresta portuguesa enfrenta. O aviso foi emitido no dia Internacional das Florestas, que se comemora esta segunda-feira.

A Quercus – Associação Nacional para a Conservação da Natureza – e a Federação Nacional das Associações de Proprietários Florestais (FNAPF) celebram esta segunda-feira o Dia Internacional das Florestas em Oliveira do Hospital, alertando para as ameaças à floresta portuguesa.

"As pressões e ameaças à floresta portuguesa são crescentes, destacando-se a destruição de bosquetes autóctones, os incêndios florestais, as pragas e doenças, a expansão das monoculturas e das invasoras lenhosas, as más práticas de gestão, o absentismo e o abandono dos espaços florestais, a especulação imobiliária e as alterações climáticas", adverte a Quercus em comunicado.

A associação ambiental afirma que as áreas de floresta natural em Portugal estão a regredir "de forma acentuada", realçando "o aumento do declínio do montado de sobreiro devido a pragas e doenças associadas a más práticas de gestão e também a mortalidade nas florestas de pinheiro-bravo provocada pelo nematode da madeira do pinheiro, com as frequentes conversões para novos eucaliptais".

Assinalando o Dia Internacional das Florestas, a Quercus e a FNAPF querem sensibilizar para este problema, destacando a necessidade da "preservação da floresta autóctone" e a "importância da existência de infraestruturas de defesa da floresta contra incêndios, à existência de uma floresta multifuncional e à importância de uma compartimentação da floresta que quebre a continuidade dos povoamentos mono específicos, sejam de eucalipto, sejam de pinheiro bravo, ao combate às invasoras lenhosas e ao combate a pragas e doenças".

A associação defende que "a floresta é um património de valor incalculável que ainda não é devidamente valorizado pela sociedade, que tende a exaltar a sua dimensão económica e a depreciar a sua dimensão social e ambiental", destacando que os espaços florestais prestam um "conjunto de benefícios notável à sociedade, como o processo de formação e conservação de solo, fixação de carbono, preservação da biodiversidade e da paisagem ou a regularização do regime hídrico e da qualidade da água".

É na defesa desta perspetiva comum que a Quercus e a FNAPF se unem para comemorar o Dia Internacional das Florestas, que se celebra em Oliveira do Hospital, concelho que integra a área de atuação da 'Caule', uma das 43 Associadas da FNAPF, "como forma de realçar a importância do trabalho realizado nos últimos anos, suportado por um forte investimento público na gestão da floresta, com o combate a muitas das pressões e ameaças".

As associações vão desenvolver ações de sensibilização, informação e divulgação, visitando os trabalhos realizados pela 'Caule', mas também os trabalhos de silvicultura preventiva que estão a ser realizados por equipas de sapadores florestais, estando ainda previstas intervenções dos presidentes da Quercus e da FNAPF.

A instituição do Dia Internacional da Floresta a 21 de março foi decidida a 30 de novembro de 2012, pela Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) e surgiu na sequência do Dia Mundial da Floresta, instituído pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) em 1971, com o objetivo de sensibilizar as populações para a importância da floresta na manutenção da vida na Terra.

Novo diretório gratuito reúne empresas do setor agrícola



 22 Março 2016, terça-feira  

O website MarketingAgrícola.pt acaba de disponibilizar um Diretório de Empresas gratuito, com o objetivo de reunir as melhores empresas do setor agrícola.
O Diretório de Empresas, que pode ser consultado aqui, reúne empresas de várias fileiras que compõem o setor agroalimentar.
Desde "Agricultura de Precisão" à "Nutrição Vegetal", passando pela "Comercialização & Distribuição" e pelos "Produtores", o Diretório tem como objetivo "reunir as empresas que estão ligadas, de forma mais ou menos direta, ao setor agroalimentar, com uma abordagem mais apelativa, ajudando as empresas presentes a terem mais um veículo de visibilidade".
As empresas a atuar no setor podem efetuar o registo gratuito aqui bastando para tal preencher os campos disponibilizados.
O Diretório tem um carácter dinâmico e, com o crescimento do número de empresas presentes, os Setores de Atividade apresentados serão adaptados e acrescentados à medida dessa mesma evolução.
O website MarketingAgrícola.pt irá disponibilizar ainda formatos complementares de comunicação, que permitem a divulgação de atividades, informação adicional, campanhas ou promoções das empresas, tirando partido das secções do website, bem como da Newsletter e Redes Sociais.
Este Diretório quer facilitar a procura por empresas do setor e ser um facilitador nas relações comerciais, tornando-se o "local online para todos os agentes ligados ao setor poderem encontrar tanto os seus fornecedores como os seus clientes".
Para aceder ao Diretório, clique aqui: http://marketingagricola.pt/diretorio/



Governo quer recuperar 150 mil hectares de floresta na próxima década


22-03-2016 
  
O ministro da Agricultura disse em Mação que o grande objectivo do Governo é «recuperar numa década 150 mil hectares de floresta perdidos nos últimos 15 anos», aproveitando os instrumentos financeiros à disposição do país.

«Infelizmente fomos o único Estado-membro que perdeu floresta», disse Capoulas Santos, que apontou para o objectivo de «recuperar 150 mil hectares de floresta na próxima década», referindo ainda os «300 mil hectares de floresta que podem ser potenciados e que estão por aproveitar no nosso país».

O ministro da Agricultura, que falava no âmbito da sessão comemorativa do Dia Internacional das Florestas, dia 21 de Março, em Mação, disse que a visita a este município do distrito de Santarém «visa unicamente exemplificar que é isto que queremos fazer», apontando para o exemplo do «aproveitamento da regeneração natural do pinheiro bravo, com o trabalho que envolve os municípios e as organizações de produtores florestais», entre outros.

O ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Luís Capoulas Santos, esteve em Mação com uma vasta comitiva ministerial, liderada pelo Primeiro-Ministro, António Costa, e em que o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, a ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, e o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, plantaram diversas árvores, entre azinheiras, medronheiros e carvalhos e assistiram a uma demonstração de boas práticas florestais desenvolvidas no município.

A sessão teve lugar no Alto da Caldeirinha, uma área intervencionada em povoamentos de regeneração natural de pinheiro bravo, tendo sido feita, pela Câmara Municipal de Mação, uma descrição técnica dos trabalhos que tem desenvolvido.

O conceito hoje apresentado ao Primeiro-Ministro consiste num projecto-piloto de gestão total de Zonas de Intervenção Florestal (ZIF), que assenta numa lógica de agregação de todas as pequenas parcelas de terreno e dos seus proprietários, tendo como objectivo estruturar e ordenar a floresta para criar riqueza e protecção contra os incêndios.

O vereador da Câmara de Mação, António Louro, disse à agência Lusa que a ideia assenta na «agregação de territórios de minifúndio com um mínimo de mil hectares, ganhando escala e estruturando empresarialmente o conceito de gestão do território, com a abertura a fundos de investimento e com solidez jurídica, respeitando a propriedade privada, e definindo racionalmente modelos de utilização agrícola e florestal dos espaços».

Com 41 mil hectares de área, 122 lugares e aldeias onde residem cerca de oito mil habitantes e 90 por cento de mancha florestal, o cadastro territorial de Mação identifica mais de 20 mil proprietários de pequenas parcelas de terreno (minifúndio), com 0,7 hectares.

O ordenamento florestal é «uma das maiores preocupações» dos responsáveis autárquicos, face ao historial de grandes incêndios florestais, sublinhou António Louro.

Com o novo modelo, a gestão é única e assegurada pelos técnicos da Associação Florestal do Concelho de Mação (Aflomação) e da Câmara Municipal, além dos proprietários que contribuem com os terrenos e dos investidores que entram com o capital.

«Todos terão direito à sua quota-parte de uma riqueza que o território, devidamente ordenado e protegido, vai gerar», defendeu o autarca, engenheiro florestal de formação, que pediu ao primeiro-ministro que tivesse «a ousadia de elaborar um plano a candidatar ao plano Junker que pode alavancar 300 mil milhões de euros».

Segundo o autarca, «os 500 milhões de euros da União Europeia, a dividir por sete anos, são insuficientes para a reforma que é necessário fazer nas florestas nacionais».

Fonte: Diáriodigital


Associação de Municípios do Vinho aprova criação de rede de aldeias vinhateiras

22-03-2016 
 

A Associação de Municípios Portugueses do Vinho aprovou, em Palmela, a criação de uma rede nacional de aldeias vinhateiras, que deverá reforçar a oferta turística que já existe no sector do vinho em diversos pontos do país.

«Esta rede tem como objectivo procurar financiamentos comunitários para criarmos a possibilidade de se visitar as seis aldeias que já estão constituídas na zona do Douro, mas também outras aldeias vinhateiras um pouco por todo o país», disse à Lusa José Arruda, secretário-geral da Associação de Municípios Portugueses do Vinho (AMPV), que representa 65 municípios de todo o país.

«Existem aldeias em que o tema do vinho é importante em termos sociais, culturais e económicos. Esperamos ter cerca de uma centena de aldeias vinhateiras dentro de dois ou três anos. O que nós queremos é construir essa rede e introduzi-la no mercado do turismo», acrescentou José Arruda, salientando que já houve manifestações de interesse de algumas aldeias vinhateiras de diversos pontos do país, incluindo Madeira e Açores.

O secretário-geral falava às Lusa após uma reunião do Conselho Directivo da AMPV, para aprovação da candidatura à presidência da Rede Europeia das Cidades do Vinho, e da Assembleia Intermunicipal, que, além do projecto das aldeias vinhateiras, aprovou a admissão dos municípios de Arcos de Valdevez (Vinhos Verdes) e Carregal do Sal (Dão) e o regresso do município de Arruda dos Vinhos (Lisboa).

«Temos a noção de que, cada vez mais, o vinho tem uma importância muito grande para as pessoas visitarem Portugal», frisou José Arruda, salientando que a importância do vinho na promoção turística é reconhecida pela Organização Mundial de Turismo.

«Num estudo feito no ano passado pela Organização Mundial do Turismo, na questão colocada aos turistas sobre o motivo que os levava a visitar Portugal, o tema do vinho foi um dos temas prioritários. Antes indicavam o sol e a praia», disse o responsável da AMPV, destacando a importância do trabalho desenvolvido pela associação na última década.

O presidente da Câmara de Palmela, Álvaro Amaro, que também sublinhou a importância do sector na região e no país, anunciou a intenção do município palmelense de corresponder à estratégia da AMPV de valorização das aldeias vinhateiras e do enoturismo.

«Estamos empenhados na estratégia da associação para a criação da Rede nacional de Aldeias Vinhateiras, que até agora estava confinada à região do Douro», disse o anfitrião do encontro da AMPV.

O autarca palmelense adiantou que, na semana passada, a autarquia já apresentou o projecto "Centro Rural Vinho" na localidade de Fernando Pó, que terá sido recebido com entusiasmo pelos vitivinicultores e pela população local.

«Está assegurado financiamento público para a requalificação de espaços, reaproveitamento da antiga escola primária, que será um centro de interpretação, a par de oportunidades para pequenos negócios, para que quem visita Fernando Pó possa ali permanecer mais algum tempo, não se limitando a visitar as adegas da região», concluiu o presidente da Câmara de Palmela.

Fonte: Lusa

INE: Produção de azeitona próxima de máximos históricos

21-03-2016 

 
As previsões agrícolas divulgadas pelo Instituto Nacional de Estatística, em 17 de Fevereiro, relativamente ao final do mês de Janeiro, «apontam para uma produção de azeitona para azeite de 765 mil toneladas, o terceiro maior registo dos últimos 75 anos».

De acordo com a informação do Instituto Nacional de Estatística (INE), contribuíram para estes resultados os «novos olivais intensivos, instalados principalmente no sul do país que, em virtude de serem regados, puderam superar a falta de precipitação registada ao longo do ciclo cultural».

O Instituto informa ainda que as sementeiras dos cereais de Outono/Inverno decorreram sem incidentes e estão praticamente concluídas, encontrando-se apenas por semear algumas áreas destinadas à cevada.

As superfícies semeadas são semelhantes às da campanha anterior, com excepção do trigo duro, com -10 por cento. Os povoamentos estão homogéneos, encontram-se na fase final de afilhamento. Assim, para o INE, «as actuais perspectivas são animadoras prevendo-se produtividades superiores às da campanha passada».

Anexo: Boletim Mensal de Agricultura e Pescas do INE - Março 2016 http://www.confagri.pt/SiteCollectionDocuments/BMAP_mar%C3%A7o_2016.pdf

Menos produção de açúcar na UE em 2015



 21 Março 2016, segunda-feira  IndústriaIndústria alimentar

Para a campanha 2015/2016, a produção comunitária de açúcar estima-se em 14,7 milhões de toneladas, muito abaixo dos 19,5 milhões da campanha anterior, segundo as previsões do Conselho de Açúcar da FranceAgrimer.
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O fator principal desta redução é uma menor superfície cultivada e menor rendimentos devido à meteorologia.
No entanto, apesar da quebra de produção, a União Europeia (UE) conta com stocks excecionalmente altos da campanha passada.
Tudo indica que as importações vão ter um renovado interesse graças à situação dos preços, o acrescentando o forte aumento das importações do Brasil da campanha anterior.
A disponibilidade de açúcar no mercado comunitário sobe 18,5 milhões de toneladas de açúcar da quota e 4,1 milhões fora da quota.
Estes ativos que vão permitir à UE cobrir todas as necessidades do mercado interno e a exportação para países terceiros dentro dos limites da quota da Organização Mundial do Comércio de 1,35 milhões de toneladas.
Na UE, o preço médio de açúcar de quota aumentou 427 euros a toneladas em dezembro de 2015.
Fonte: Agrodigital

Setor do tomate da UE perde 11% dos seus rendimentos



 21 Março 2016, segunda-feira  Hortofruticultura & FloriculturaPolítica Agrícola

Na reunião celebrada quinta-feira passada (17 de março) em Roma, os representantes do setor do tomate, membros do Grupo de Contacto de Tomate do Comité Misto Hispano-Italiano-Francês, realizaram um balanço da campanha 2015-2016.
tomate
A campanha 2015-2016 foi marcada por uma profunda crise de preços, que teve momentos altos.
Como destacou a Cooperativa Agroalimentar de Espanha, desde setembro 2015 a fevereiro de 2016 verificou-se uma queda de rendimentos no setor de 11% e uma diminuição do preço de 17%.
Esta situação é consequência de várias conjunturas desfavoráveis. Entre elas, as altas temperaturas registadas, que adiantaram e intensificaram os ciclos produtivos, com maior produção mas menos organizada em Espanha e Itália e o calendário adiantou no centro da Europa, que aumentou o autoabastecimento e importou menos.
No caso do tomate, ocorreram outros fatores como a intensificação das importações comunitárias de Marrocos e o embargo russo ao produto procedente da União Europeia (UE) e da Turquia, que negou o principal produto extracomunitáio dos exportadores europeus enquanto, indiretamente, causou uma saturação do mercado interno, com a chegada de todo o produtos redirecionado para a UE de países terceiros.
Os produtores, cooperativas e exportadores assinalaram que a perda de rendimentos esta campanha em conjunto com a de outras campanhas cria sérias dificuldades ao setor.
Os mesmos lamentaram ainda que ao agravar-se o declínio da competitividade, aumentam as dificuldades para dispor de produtos fitossanitários. A este respeito, assinalou que os Estados-membros não estão a utilizar eficazmente as ferramentas de reconhecimento mútuo nem da ampliação de autorizações para culturas menores.
Perante esta situação, reiteraram as medidas apresentadas à Comissão no início do ano e que incluem o aumento das indemnizações comunitárias de retirada para que este instrumento de prevenção e gestão de crise seja realmente eficaz, a aplicação da Cláusula de Salvaguarda, uma vez que comprovada a destabilização do mercado comunitário devido às importações de Marrocos e a alteração do método de calculo do valor das importações no quadro do Acordo UE- Marrocos, estabelecendo dois valores globais de importação que diferenciam tomate redondo e tomate cherry, de forma a proteger efetivamente a UE das importações desordenadas desde aquele país.
Em relação ao prolongamento das retiradas excecionais decretadas como consequência do embargo russo, anunciado no Conselho de Agricultura de 15 de março de 2016, valorizam esta situação, as assinalam a necessidade de introduzir melhorias neste mecanismo, para além do prolongamento, para que seja realmente efetivo.
Por fim, pedem às instituições comunitárias que redobrem os esforços para a normalização das suas relações comerciais com a Rússia, um mercado estratégico e atualmente não substituível e ainda meios para reequilibrar o poder de negociação entre os operadores no mercado.
Fonte: Agrodigital 

ANPROMIS: Opinião: Os desafios que se nos colocam!


por José Luís Lopes, Presidente da ANPROMIS- 21 Março, 2016

O momento actual é de séria e aturada reflexão sobre a difícil conjuntura em que vivem os agricultores europeus, cuja voz de protesto se ouve um pouco por toda a Europa. Exemplo do descontentamento que graça no sector foi a "violenta" manifestação dos agricultores franceses por ocasião do SIA, em Paris, no passado mês de Fevereiro.

As baixas cotações dos cereais nos mercados internacionais e a acentuada crise que afeta alguns dos nossos principais clientes, nomeadamente na produção de leite e carne, colocam-nos perante grandes incertezas quanto ao futuro. Relembramos que a maioria dos produtores de cereais e oleaginosas cujos países aderiram à Zona Euro, estão a perder dinheiro e que o sector hortofrutícola também está com sérias dificuldades em escoar os seus produtos.

O problema é europeu e necessita de uma ação concertada dos países-membros da UE. Quem nos governa em Bruxelas deve redefinir prioridades, alinhar-se na defesa dos interesses da Europa e organizar-se a nível económico, social e político para responder aos desafios que a Globalização nos impõe.

A União Europeia precisa de garantir o rendimento dos seus agricultores e da sua agro-indústria, sob pena de agricultores e pecuaristas serem forçados a desistirem desta sua actividade, tornando a UE ainda mais dependente de países terceiros no que se refere à Alimentação. Recorde-se que as últimas estatísticas sobre comércio agroalimentar da UE, relativas a 2015, indicam um aumento das importações comunitárias de 8,7% (9 mil milhões €), face a 2014, atingindo um total de 113 mil milhões de euros. O valor das importações de cereais, incluindo trigo e arroz, totalizou 5119 milhões de euros.

Os acordos de livre comércio, que podem ser positivos por um lado, têm o reverso da medalha para a maioria dos produtos agrícolas europeus. Veja-se o exemplo da Ucrânia, que em 2015 exportou €1359 milhões de euros em cereais para UE (€4000 milhões no total dos produtos agro-alimentares), e que desde 1 de Janeiro deste ano tem o acesso mais facilitado ao mercado europeu, através do Deep and Comprehensive Free Trade Area (DCFTA). A porta da Europa está pois "escancarada" aos seus mais diretos concorrentes. As vítimas são os agricultores!

A nível nacional, o Ministério da Agricultura tem a obrigação de defender os interesses dos nossos agricultores, primeiro garantindo as medidas e a dotação orçamental adequada ao desenvolvimento do sector, e depois, fazendo ouvir-se em Bruxelas.

À indústria nacional continuamos a relembrar a urgência de valorizar a produção nacional, discriminando-a positivamente em relação a outras origens, em que a qualidade  não está garantida.

Aos agricultores cabe reduzir os seus custos de produção e ser mais eficientes e, não menos importante, dar dimensão às suas Organizações, única forma de se criar massa crítica e poder reivindicativo perante os nossos interlocutores. A solução passa, eventualmente, pela fusão delas, criando-se uma grande Organização das culturas arvenses de regadio.

A força e o potencial da fileira do milho são evidentes. Veja-se o exemplo da dinâmica conseguida com o 8º Colóquio Nacional do Milho, indo ao encontro das necessidades e expectativas de informação dos produtores de leite dos Açores, provando que a cultura do milho em Portugal, mobiliza, como nenhuma outra, pessoas e iniciativas.

A ANPROMIS prossegue o rumo na defesa dos interesses do setor, e eu, enquanto novo Presidente da Direção desta associação, tenho o desígnio de dar continuidade ao trabalho desenvolvido pelo Eng.º Luís Vasconcellos e Souza, a quem, em nome de toda a Direcção da ANPROMIS, agradeço o empenho, dedicação e independência com que sempre nos liderou ao longo de mais de 20 anos. Bem haja!

CNA: NO “DIA MUNDIAL DA ÁRVORE E DA FLORESTA” - 21 DE MARÇO


É necessário assumir que "fazer Floresta (árvores) não é a mesma coisa que fazer pau…"  ou seja, é necessário desenvolver a Floresta de uso múltiplo e deixar de privilegiar a produção de "varas" de  eucalipto para pasta de papel…ou de "varas" de pinho para aglomerados…


Em 21 de Março assinala-se mais um "Dia Mundial da Árvore e da Floresta", evocação a que a CNA se associa embora sem deixar esquecer todos os outros dias do ano em que Árvores e Floresta também nascem, crescem, morrem e são transformadas, sujeitas às contingências da actividade humana bem como dos chamados "agentes bióticos e abióticos" – ou seja, do clima, das doença e pragas, dos incêndios florestais.
Queremos destacar que em 2016, faz 20 Anos a "Lei de Bases da Política Florestal" ( lei nº 33 /96 de 17 de Agosto) então aprovada na Assembleia da República por larga maioria.                  No âmbito dos "Princípios Gerais" desta Lei, aqui se destaca:
-"A exploração, conservação, reconversão e expansão da floresta são de interesse público, sem prejuízo do regime jurídico de propriedade…e cabe ao Estado definir normas reguladoras da fruição dos recursos naturais, em harmonia e com a participação activa de todas as entidades produtoras e utilizadoras dos bens e serviços da floresta e dos sistemas naturais associados".
De entre outros, são princípios justos. O problema é que esta mesma Lei de Bases da Política Florestal e alguma da sua "regulamentação" não foram passadas à prática. Designadamente os PROF - Planos Regionais de Ordenamento Florestal, e correspondentes PGF, Planos de Gestão Florestal, foram "congelados" e, assim, também está por definir e aplicar aquilo que é essencial, no caso um correcto e regionalizado Ordenamento Florestal, com áreas de produção, espécies arbóreas e respectivos parâmetros de exploração convenientemente definidos.  E, isto, para já não se falar na falta do Cadastro Florestal, também este um instrumento indispensável.  Portanto, eis tarefas decisivas que é necessário executar e bem !
Mas foi sendo aprovada, sobretudo nos últimos 4 anos, toda uma "bateria" legislativa que converge para pôr em causa a Floresta de Uso Múltiplo e, até, a propriedade privada dos pequenos e médios Agricultores/Produtores Florestais e a propriedade comunitária dos Baldios. Tudo feito para privilegiar a floresta industrial intensiva (sobretudo em monocultura de eucalipto) a mando das Celuloses e das empresas de Aglomerados, de que é expoente a " lei da eucaliptização" (da arborização e rearborização). 
Aqui se regista com agrado a ainda recente revogação, pela Assembleia da República, da "Regulamentação" da nova Lei dos Baldios que atenta contra a propriedade comunitária dos terrenos Baldios.  Espera-se que em breve também aí sejam alteradas e/ou revogadas, de entre outra legislação,  a própria Lei dos Baldios e a Lei da "eucaliptização".



SEM  O  AUMENTO  DOS  PREÇOS  DA  MADEIRA  NA  PRODUÇÃO


NÃO  HÁ  "GESTÃO  ACTIVA"  DA  FLORESTA


As maiores empresas da fileira florestal impõem os Preços à Produção que mais lhes convêm e, para isso, têm contado com a acção e a omissão dos sucessivos Governos e de  "organizações de produtores florestais" subsidiárias e por norma ligadas à CAP.

Assim, para os pequenos e médios Proprietários/Produtores Florestais não tem interesse económico produzir Madeira quando o preço, na Mata, tem andado, anos e anos a fio, numa média na ordem de 25 Euros por tonelada… Ora, para se promover a tal "gestão activa" da Floresta, e para além de medidas públicas de organização florestal e de diversificados estímulos financeiros, é pois necessário que o Ministério da Agricultura, das Florestas e Desenvolvimento Rural, e o Governo intervenham para que haja aumento dos Preços à Produção da Madeira.  De outra forma, não se toca no cerne do problema…
Mas também é necessário assegurar que – finalmente -  vai haver apoios públicos capazes de estimular o investimento produtivo na Floresta de minifúndio. Para que isso aconteça, é indispensável que o PDR 2020 tenha um bom nível de investimento público na Floresta e não o reduza como aconteceu no anterior PRODER por acção do anterior Governo que, a dada altura, "cortou" 150 milhões de Euros nas medidas florestais do PRODER ( 2007 – 2013).
E necessário é assegurar verbas públicas para programas mais eficazes de estudo e combate às Pragas e Doenças da Floresta, a começar pelo combate ao Nemátodo.

SEM  AGRICULTURA  FAMILIAR  NÃO  HÁ  POPULAÇÃO  NO  MUNDO  RURAL
E  TAMBÉM  POR  ISSO  NÃO  SE  EVITA  OS  GRANDES  INCÊNDIOS  FLORESTAIS.



Com a ruína da Agricultura Familiar e da Floresta de Uso Múltiplo – consequências directas desta PAC e das más políticas agro-florestais de matriz nacional – dá-se o êxodo das Populações Rurais e avança a monocultura intensiva, principalmente de eucalipto, por vastas áreas do Mundo Rural. Circunstâncias que estão na base, sobretudo, da violência e da extensão dos Incêndios Florestais. 

A falta, já denunciada, de um correcto Ordenamento Florestal, a que se associa a falta de estímulo efectivo a acções sistemáticas de Prevenção de Incêndios Florestais, são outras das principais causas a contribuir para a violência e extensão dos Incêndios Florestais.  



Portanto, para defender e desenvolver a Floresta Nacional :

São necessárias outras Políticas agro-florestais que defendam a Floresta de Uso Múltiplo !   

É necessária outra PAC que defenda e promova a Agricultura Familiar !


Coimbra, 21 de Março de 2016      //      A Direcção da  C N A

Gerocampo chega ao mercado para “revolucionar a agricultura portuguesa”

Comunicado

Foi lançada a 23 de Fevereiro deste ano uma nova plataforma de gestão de empresa agrícola online com o objetivo de facilitar todo o processo de gestão da exploração agrícola ao mesmo tempo que simplifica a execução de cadernos de campo segundo as normas da PRODI, Agricultura Biológica, GlobalGap, e para explorações em Zona Vulnerável.

O lançamento desta aplicação foi realizado por uma StartUp da cidade do Cartaxo, juntando a experiência no setor agrícola às novas tecnologias. Conta como funcionalidades o cálculo automático de nitratos em zona vulnerável que inclui as produções médias e azoto requerido pela cultura, registo automático das condições climatéricas por operação realizada, todos os produtos fitofarmacêuticos com autorização de venda em Portugal pré-carregados na aplicação com substâncias ativas e AV, georreferenciação de parcelas em Google Maps e previsão meteorológica, criação de um registo final de caderno de campo por cultura e muito mais.

De acordo com os criadores da aplicação "pretendemos que a GeroCampo seja a ferramenta de todos os agricultores em Portugal, indispensável à boa gestão da sua exploração", esta razão foi a apontada para o preço reduzido da mesma: "O valor simbólico a que lançámos a GeroCampo inclui todas as funcionalidades, sem qualquer limitação de parcelas, culturas presentes, técnicos adicionados ao produtor, atualizações, etc."

A aplicação tem um período de experimentação grátis de 30 dias em https://campo.gero.pt, após os quais tem um valor mensal, já com IVA, de 12,00 € por exploração agrícola, com acesso gratuito a técnicos.

Mudanças climáticas estão a avançar a um ritmo «sem precedentes», alertam meteorologistas


O ano de 2015 e as temperaturas de janeiro e fevereiro deste ano bateram todos os recordes, anunciou hoje a Organização Meteorológica Mundial (OMM), avisando que as mudanças climáticas estão a avançar a uma velocidade «sem precedentes».

   
De acordo com um comunicado do novo presidente da organização, Petteri Taalas, as mudanças climáticas nos primeiros dois meses deste ano elevaram-se a novos patamares, seguindo um ano de 2015 que já tinha "batido todos os recordes por uma ampla margem".

"A alarmante taxa de mudanças a que estamos a assistir no nosso clima como resultado das emissões de gás com efeito de estufa não tem precedentes nos registos modernos", acrescentou o responsável, que salientou que já no ano passado estas alterações tiveram como efeito um aumento do nível do aumento, uma diminuição do gelo nos oceanos e eventos meteorológicos extremos um pouco por todo o mundo.
A subida das temperaturas neste ano foram especialmente alarmantes, como um "estalo na cara", disse o diretor do Programa de Pesquisa sobre o Clima Mundial, Dave Carlson, quando apresentava o relatório aos jornalistas, em Genebra.
"Há uma tendência de aumento [das temperaturas] imparável", vincou, acrescentando que "as chocantes altas temperaturas até agora, neste ano, mandaram ondas de choque para toda a comunidade científica que estuda o clima".
Fevereiro foi o mês mais quente desde que há registos modernos, com uma temperatura média de 1,21 graus Celsius acima da média do século XX.
"O nosso planeta está a enviar uma mensagem poderosa aos líderes mundiais para que assinem e implementem o Acordo de Paris agora antes de passarmos o ponto de não retorno", disse o responsável, vincando que "os planos e acordos nacionais que foram até agora adotados não são suficientes para impedir um aumento da temperatura de 3 graus", o dobro do que foi acordado em Paris.
Diário Digital com Lusa

segunda-feira, 21 de março de 2016

Governo lança linha de crédito para produtores de porco e leite

LUSA 18/03/2016 - 16:18

Capoulas Santos espera que o financiamento esteja disponível dentro de duas a três semanas. Contribuições sociais dos suinicultores e produtores de leite são reduzidas em 50%.

 
NUNO FERREIRA SANTOS

O ministro da Agricultura anunciou nesta sexta-feira uma redução de 50% nas contribuições para a Segurança Social e uma linha de crédito de 20 milhões de euros para ajudar os produtores de carne de porco e de leite. Até ao próximo Conselho de Ministros da Agricultura, previsto para Junho, os sectores da suinicultura e do leite "precisam de ser ajudados, porque os produtores, quer de carne de suíno, quer de leite, estão a viver momentos muito difíceis", justificou Capoulas Santos, aos jornalistas, numa visita à Feira do Porco Alentejano, em Ourique, no distrito de Beja.

Neste sentido, afirmou, o que Portugal "para já" conseguiu "no plano nacional" e que foi, "felizmente", aprovado há dois dias no Orçamento do Estado, é a redução em 50%, até ao final deste ano, das contribuições para a Segurança Social para "todos os empresários agrícolas e todos os trabalhadores" dos sectores do leite e da suinicultura.

"É uma ajuda financeira muito importante e uma redução de encargos substancial", que entrará em vigor "logo" que o Orçamento do Estado para este ano "seja promulgado" pelo Presidente da República, disse Capoulas Santos, que falava os jornalistas após ter participado na sessão de encerramento de um seminário no âmbito da edição deste ano da Feira do Porco Alentejano, a decorrer até domingo, em Ourique.

Por outro lado, Capoulas Santos adiantou que, a partir da decisão tomada pelo Conselho de Ministros da Agricultura, na passada segunda-feira, em Bruxelas, de permitir aos Estados-membros, "excepcionalmente, atribuir ajudas de estado aos seus produtores, à custa do seu próprio orçamento", tenciona avançar com uma linha de crédito, que, admitiu, "pode ir até aos 20 milhões de euros", para ajudar os empresários dos sectores da suinicultura e do leite a puderem, "pelo menos, respirar até que haja uma decisão comunitária que acabe por ajudar a resolver o problema".

Segundo Capoulas Santos, a linha de crédito vai estar disponível depois de o respectivo diploma ser aprovado pelo Conselho de Ministros do Governo português e publicado em Diário da República, o que poderá acontecer "num espaço de duas a três semanas".

A linha de crédito, que, "por enquanto, é apenas suportada pelo Orçamento do Estado" português para este ano, deverá ter duas componentes, ou seja, uma de tesouraria, porque há produtores com "problemas de tesouraria" e com "dificuldade até em alimentar os seus animais", e outra de desendividamento, para "problemas de restruturação de dívidas", explicou.

Capoulas Santos reconheceu que são medidas que "não resolvem o problema de fundo, como é evidente", o qual "só se resolve com o equilíbrio de mercado", que, por sua vez, "só se resolve de duas maneiras: ou se abrem novos mercados de exportação ou se reduz a produção".

O ministro adiantou que convocou para a próxima quarta-feira uma reunião do gabinete de crise que criou há dois meses para acompanhar os problemas das fileiras da carne de porco e de leite para dar a conhecer as conclusões do Conselho de Ministros da Agricultura, que decorreu em Bruxelas na passada segunda-feira.

No conselho, "obtivemos algumas coisas positivas e outras ficaram adiadas para Junho", como a questão "mais importante", ou seja, a do "financiamento comunitário de medidas que ajudassem a compensar os produtores que decidissem reduzir a produção para tentar equilibrar o mercado".

A Comissão Europeia diz que "não faz sentido tomar uma decisão de um novo envelope financeiro" de ajudas perante a possibilidade de utilização do pacote de 500 milhões de euros que atribuiu em Setembro do ano passado aos Estados-membros e 20 dos quais não o utilizaram "porque acham que o problema deve ser resolvido pelo mercado". Por essa razão, "ficou decidido que, até Junho, qualquer Estado-membro que queira reduzir a produção deve fazê-lo à sua própria custa e de forma voluntária", disse Capoulas Santos.

Segundo o ministro, não é isso que Portugal vai fazer, porque defende "uma redução de produção ao nível comunitário, em que todos se comprometam, proporcionalmente, a reduzir a produção" e não pode concordar "com uma redução voluntaria, em que alguns idiotas úteis iam reduzir a produção para que outros a seguir continuassem a aumentar a produção para excluir aqueles do mercado".

domingo, 20 de março de 2016

Florestas: 20 anos de Lei de Bases. 20 anos de incumprimentos?



 20 Março 2016, domingo  Agroflorestal

Esta segunda-feira, 21 de março, comemora-se mais um Dia Mundial da Floresta.
floresta

Na véspera da celebração da data, a Associação de Promoção ao Investimento Florestal (Acréscimo) emitiu um comunicado sobre o tema e lembra que daqui «a cinco meses comemorar-se-ão 20 anos desde a publicação da Lei de Bases da Política Florestal (Lei n.º 33/96, de 17 de agosto), diploma aprovado por unanimidade pela Assembleia da República. O que mudou desde então? Há motivos para comemorações?», questiona.
É pois sobre estas dúvidas que a associação reflete sobre o assunto dizendo que «desde logo, após a publicação da Lei, Portugal tem perdido em floresta, a cada ano que passou e em média, uma área superior a 100 quilómetros quadrados. O país perde a cada ano uma área de floresta correspondente a mais de uma Lisboa. Este facto consta em relatórios da FAO (Nações Unidas) e do Eurostat (União Europeia)».

O desempenho do setor nas exportações tem, contudo,« assumido destaque de relevo, mas a que preço? No deve e haver, serão as exportações de base florestal portuguesas uma mais valia para as futuras gerações?», questiona a Associação.
Na missiva, a Acréscimo recorda que «desde 1996, a expansão da área das plantações de eucalipto, em mais de 100 mil hectares neste período, sem o equivalente aumento da produtividade, é de duvidosa legalidade face ao disposto na Lei de Bases, isto independentemente da discussão sobre o regime jurídico das ações de arborização e rearborização, o famoso RJAAR, aprovado pelo Decreto-lei n.º 96/2013, de 19 de julho, que institui a "campanha" do eucalipto».
A suspensão dos Planos Regionais de Ordenamento Florestal, previstos na Lei de Bases, «ocorre em ato contínuo, a cada dois anos que passam. Está disponível toda a informação que motivou a suspensão em 2009, por discutível que seja, mas subsiste a suspensão em 2016», prossegue a associação.
Urge questionar: a quem interessa esta suspensão?

A Acréscimo realça que o órgão de consulta previsto na Lei de Bases «tem sido sistematicamente descredibilizado. Comprovada a legalidade do ato de substituição/incorporação do Conselho Consultivo Florestal (Art.º 14.º da Lei n.º 33/96, de 17 de agosto) no Conselho Florestal Nacional (Decreto-Lei n.º 29/2015, de 10 de fevereiro), este último não passa hoje de um "congresso" de anúncio de iniciativas governamentais. Mais dúvidas têm sido suscitadas, mas, em resumo, no que à Lei de Bases da Política Florestal respeita, os incumprimentos parecem assumir a regra».
Face à concentração da procura,« nas três principais fileiras florestais nacionais, agudizou-se na oferta a opção pela gestão florestal em modelos minimalistas e de abandono. O decréscimo do rendimento silvícola nestes últimos 20 anos e o aumento dos preços dos fatores de produção, têm inviabilizado, sobretudo em regiões de minifúndio, a opção por modelos mais ativos de gestão florestal, seja na componente comercial, e consequentemente com reflexos nas componentes técnica e social. O aumento dos riscos, seja na proliferação de pragas e de doenças, seja na propagação dos incêndios, são mera consequência. Aqui, face a outros fatores, a tendência é de agravamento futuro», alerta a Acréscimo.

Quanto à "campanha" de expansão do eucalipto, «de duvidosa legalidade face ao disposto na Lei de Bases, tem assumido destaque nos últimos anos, isto a par dos negócios oportunistas montados na proveitosa proliferação da área afetada pelo nemátodo da madeira de pinheiro bravo. A primeira baseia-se na promoção de uma oferta de risco, sendo que mais de 80% das plantações de eucalipto nacionais evidenciam uma gestão florestal deficiente ou inexistente, com o propósito de garantia futura de preços baixos de rolaria à indústria de celulose. A proteção governamental a tais estratégias tem sido uma constante, tal como o tem sido no
reforço dos orçamentos de combate aos incêndios florestais. Um dois em um! A Assembleia da República deveria debater sobre a credibilidade das suas decisões junto dos Cidadãos, concretamente no que respeita à Lei de Bases da Política Florestal», refere o documento.
As comemorações de 21(de março) «deveriam pôr de lado a hipocrisia. O que valem efetivamente as florestas e o que vale o setor florestal nacional? As sempre anunciadas reformas têm de passar a incorporar calendarizações de fácil acompanhamento pela Cidadania e estar centradas no público alvo principal das medidas e instrumentos de política florestal. Afinal de contas, como será comemorado o próximo 21 de março? Com criancinhas a executar ações de plantação de arvorezinhas? Quantas destas ações serão necessárias para compensar uma perda anual de floresta superior a 10.000 hectares? Na Acréscimo
não alinhamos com a hipocrisia! Iremos por isso contestar futuramente sobre a
sustentabilidade das exportações nacionais de base florestal», conclui a Acréscimo.

Gestão sustentável da produção de mirtilos está a ser estudada


por Ana Rita Costa- 17 Março, 2016

A Cooperativa Bagas de Portugal integrou recentemente o grupo operacional que está a criar um documento científico para a gestão sustentável da produção de mirtilos. A iniciativa conta com uma equipa de trabalho que inclui a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), a Biobaga e a Naturpassion, e pretende resolver os principais constrangimentos identificados pelos produtores na produção de mirtilo.

 "A nossa tarefa vai ao encontro do que preconiza o Programa de Desenvolvimento Rural (PDR 2020), promovendo a criação de grupos operacionais destinados a apoiar a Inovação no sector agrícola nacional, no quadro da Parceria Europeia para a Inovação (PEI) para a produtividade e sustentabilidade agrícola", refere o presidente da Cooperativa Bagas de Portugal, Paulo Lúcio Costa Gomes.

O documento vai-se chamar 'ECOMIRTILOS – Gestão sustentável da produção de mirtilos no Norte de Portugal' e tem como principal finalidade o aumento da eficiência dos recursos na produção e a consequente melhoria da qualidade do fruto.

"Pretendemos, no fundo, melhorar a eficiência do ecossistema através da gestão sustentável dos recursos naturais, apoiada em novas tecnologias, de forma a obter uma produção rentável e segura, ao nível ambiental dos consumidores", acrescenta Paulo Lúcio Costa Gomes.

Para o presidente da Bagas de Portugal, "estes trabalhos de cooperação, traduzido no futuro num plano de ação, são cruciais nesta fase de crescimento da fileira e respondem a problemas concretos ou oportunidades que se colocam à produção".

A Cooperativa Bagas de Portugal nasceu em janeiro deste ano, a partir de um grupo de produtores de pequenos frutos oriundo de vários pontos do país, e tem como objetivo diferenciar-se em áreas como a conservação, armazenagem, transformação, promoção, produção, importação, exportação e qualidade do fruto e seus derivados.

Exportações da agricultura e floresta triplicaram nos últimos dez anos

MANUEL CARVALHO 20/03/2016 - 08:37

Nos últimos 10 anos, o valor da produção agrícola estagnou, mas as exportações explodiram – em 2015 o sector primário cresceu 5%. O que explica a aparente contradição? Hoje, os agricultores são menos e trabalham uma área muito menor, mas são muito mais produtivos e com nova capacidade empresarial.

 
O sector das frutas subiu as suas vendas ao exterior de 137 para 438 milhões de euros PAULO PIMENTA

Há apenas meia dúzia de anos poucos ousariam acreditar que o sector agrícola, visto como um arcaísmo devorado pela Política Agrícola Comum (PAC) europeia, pudesse algum dia tornar-se numa das estrelas da economia portuguesa. Mas foi o que aconteceu. Um estudo do Gabinete de Planeamento, Políticas e Administração Geral (GPP) do Ministério da Agricultura fez o balanço da internacionalização do sector na última década e meia e chegou à conclusão que as exportações do sector agrícola aumentaram 409% entre 2000 e 2015, passando de 207 para 1046 milhões de euros (a preços correntes, ou seja, sem a correcção da inflação). Este desempenho pode ser explicado com o facto de o ponto de partida ser muito baixo, mas exprime uma tendência que se registou em todas as dimensões do sector primário. Se considerarmos as exportações do "complexo agro-alimentar", que inclui os produtos agrícolas, a pesca e a agro-indústria, notamos que o crescimento em valor atingiu os 196%, passado de 1969 para 6133 milhões de euros. E se a este valor juntarmos as vendas ao exterior da fileira florestal, chega-se a uma subida de 106%, tendo as exportações passado de 4,7 para 10 mil milhões de euros.

Uma vez mais, as exportações do complexo agro-alimentar e da floresta cresceram no ano passado acima da exportação média da economia portuguesa. Os produtos agrícolas aumentaram as suas vendas para o exterior em 5%, mas se a estes bens se acrescentar a produção da fileira florestal esse valor sobe para 5,5%. Ora o total das exportações portuguesas ficou-se pelos 3,6%. Os dez mil milhões de euros de bens exportados (num total de 49,8 mil milhões de euros das vendas de Portugal ao estrangeiro) ainda não bastam para cobrir por completo o valor das importações, que no ano passado atingiram os 11,4 mil milhões de euros. Porque há produtos para os quais a agricultura portuguesa não consegue responder, como os produtos de pesca e, principalmente os cereais. Mas a taxa de cobertura das exportações pelas importações voltou a melhorar em 2015. Situa-se agora na ordem dos 89,4%.

Uma leitura rápida destes indicadores pode sugerir que a agricultura portuguesa emergiu da crise e das últimas reformas da PAC como um sector poderoso e em rápida recuperação. Mas não é exactamente assim. Um estudo assinado pelos académicos Francisco Avillez e Mário de Carvalho, publicado nos cadernos de análise prospectiva do GPP, dão conta que o valor acrescentado bruto da agricultura portuguesa (indicador que representa o valor da produção descontado de consumos intermédios, como fertilizantes ou energia) regrediu 7% entre 1994 e 2013. Ou seja, a preços constantes, actualizados com a inflação, a produção agrícola nacional vale menos agora do que quando Cavaco Silva era primeiro-ministro. O que coloca aos estudiosos da economia agrária pelo menos uma questão: como pode um sector que tem um valor de produção menor registar crescimentos tão intensos na exportação?

Luís Capoulas Santos, ministro da Agricultura, considera que "o que aconteceu foi uma alteração do perfil produtivo". Ou seja, os agricultores portugueses deixaram de produzir bens alimentares que só faziam sentido no tempo do mercado protegido e dedicaram-se a cultivar produtos "nos quais são mais competitivos à escala europeia", continua Capoulas Santos. Dá um exemplo: hoje produz-se muito menos cereais, mas investe-se muito mais na produção de frutos e de legumes. Francisco Avillez sustenta que os indicadores que estudou servem de alguma forma para provar que o contributo da agricultura para o crescimento da economia não foi tão grande como nos últimos anos foi hábito afirmar, mas o caso muda de figura quando entra em questão a agro-indústria. As exportações das indústrias agro-alimentares, segundo o GPP, passaram de 1700 milhões no ano 2000 para pouco mais de cinco mil milhões em 2014. Ou seja, a indústria reforçou o valor da produção base.

Na "evolução selectiva" de que fala Capoulas Santos vale a pena notar o desempenho de sectores como o vinho e, ainda mais, dos hortofrutícolas. No espaço de uma década (2004/2014), segundo dados do INE, a exportação de produtos hortícolas passou de 108 para 212 milhões de euros e, progresso ainda mais impressionante, o sector das frutas subiu as suas vendas ao exterior de 137 para 438 milhões de euros. "Em 2010 estávamos como estão hoje os suinicultores, com problemas de preços e de escoamento e decidimos criar a associação PortugalFresh para explorarmos os mercados externos", diz Manuel Évora, que dirige a associação. Este ano, o conjunto de sectores que representa (hortícolas, frutas e flores) espera exportar 1200 milhões de euros e, nos próximos quatro anos, a expectativa é que esse valor suba para 2000 milhões. "Estamos a conseguir promover a imagem de um país com condições únicas para a produção hortofrutícola", acrescenta, porque "entre a floração e a frutificação temos um tempo óptimo, o que permite a produção de fruta e legumes excelentes na cor, nos aromas e na textura".

A afinação da agricultura e da agro-indústria e a especialização em produções nas quais Portugal é competitivo é consequência de um processo longo e lento. Que começa com o abandono e a descrença e acaba, em anos recentes, com a chegada de uma nova geração que provoca "uma das maiores mudanças no sector" ao introduzir-lhe uma "capacidade empresarial muito maior", na leitura de Francisco Avillez. Mas o facto é que, nos últimos 20 anos, 1,3 milhões de hectares, ou seja, quase um terço da superfície agrícola cultivada, deixou de o ser. Seguindo as orientações da política europeia, uma grande parte dessas áreas foram destinadas a pastagens, principalmente no Alentejo. E, como consequência dessa profunda transformação estrutural, o número de explorações agrícolas de menor dimensão (20 hectares ou menos) reduziu-se de 425 para 240 mil, ainda segundo dados de Francisco Avillez e Mário de Carvalho.

A redução de áreas de cultivo e a diminuição drástica de explorações e da população activa é considerada a principal causa da estagnação do valor acrescentado bruto do sector nos últimos anos. O que quer dizer que, com muito menos área e com muito menos activos, os agricultores de hoje produzem quase o mesmo valor do que há 20 anos. Faz-se menos cereal em terras secas, mas produz-se vinho que, em termos internacionais, consegue preços razoáveis; produz-se menos carne, mas num curto espaço de tempo Portugal tornou-se uma potência exportadora no sector do azeite e está a caminho de se consolidar como uma marca mundial no sector das frutas. "Fizemos o caminho que devíamos ter feito", diz Capoulas Santos, que a propósito recorda uma medida política muito polémica do ex-ministro Fernando Gomes da Silva, no Governo de António Guterres, que decidiu orientar os apoios da PAC para os sectores da agricultura mediterrânica - que hoje estão a dar trunfos.

Corrida ao investimento para fazer o quê?
Com as mudanças em curso, a agricultura portuguesa caminha agora para uma nova etapa. No ano passado, os agricultores correram a grande velocidade para obterem ajudas ao investimento inscritas no âmbito da PAC, o que "mostra uma grande apetência dos agricultores pela modernização", diz Luís Capoulas Santos. Os projectos apresentados representam já 95% da totalidade dos cerca de 4000 milhões de euros disponibilizados pelo Programa de Desenvolvimento Rural. Mas o que fazer? Capoulas Santos diz que, face aos compromissos, dispõe de curta margem financeira, mas a que lhe sobra "terá em conta critérios de maior selectividade". O azeite, ou a amêndoa, uma produção com procura crescente, são sectores que se enquadram nesses critérios. Ou o sector da fruta, no qual Manuel Évora diz haver investimentos em curso capazes de duplicar nos próximos anos a capacidade de produção de pêra rocha, por exemplo.

Francisco Avillez propõe uma visão diferente. Para ele, é questionável que o Governo deva definir prioridades de investimento – o que interessa é a viabilidade dos projectos apresentados. E o que de facto considera prioritário é a aposta "nas condições tecnológicas" da agricultura portuguesa. Para ele, é importante renovar o olhar sobre os solos marginais e perceber melhor por que razão os agricultores portugueses são pouco eficientes no uso dos factores de produção (adubos, energia, água, etc…). "Temos de apostar na agricultura de precisão, que nos permite produzir mais com menos 'inputs', mas também na agricultura de conservação", diz Avillez. Essa atitude implica a adopção de técnicas (estudadas por Mário de Carvalho) que permitem aos agricultores reter mais água ou mais húmus no solo, evitando o recurso a produtos químicos. Mas, para lá chegar, é necessário inverter uma tradição dos últimos anos: "Marginalizámos o nosso sistema de conhecimento" e esse esquecimento torna mais difícil o combate as "problemas tecnológicos sérios" com que a agricultura nacional se confronta, acrescenta.